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Análise Black Mirror

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
Prof. André Carvalho
Estudos da Semiótica: Análise de Black Mirror
Bárbara Diniz, Franciely Cavalcante, Gabrielle Cesna, Isabel Mariana Floriam, Victor dos Santos e Vitoria Perton Laporta.
São Paulo, SP
2017
Estudos da Semiótica: Análise de Black Mirror
Resumo
Este trabalho surgiu da necessidade de se analisar através da semiótica, o episódio “White Christmas” da série de ficção científica Black Mirror, dirigido por Carl Tibbetts e Charlie Brookeroker e estrelado por Jon Hamm, Rafe Spall, Oona Chaplin, Natalia Tena, Janet Montgomery e Liz May Brice.
No início do episódio, existem dois homens aprisionados há 5 anos numa casa isolada em uma área gélida e remota. O primeiro a entrar em cena é Potter (Rafe Spall), que está deitado e aparentemente aflito com algo. Ele levanta, se desperta e vai para a cozinha, onde encontra Matt (Jon Hamm) animado à preparar o jantar com o rádio ligado e a ouvir uma música natalina. Entediado, Potter desliga o som.
 Matt se demonstra insatisfeito com o silêncio de Potter e decide intimá-lo para uma conversa, afim de conhecerem um ao outro e o porquê estão ali.
Com duração de 74 minutos, White Christmas conta duas histórias distintas e independentes que posteriormente, darão sentido a uma terceira história criando um único enredo.
1. Introdução
Este trabalho surgiu da necessidade de se analisar através da semiótica, o episódio “White Christmas” da série de ficção científica Black Mirror, dirigido por Carl Tibbetts e Charlie Brookeroker e estrelado por Jon Hamm, Rafe Spall, Oona Chaplin, Natalia Tena, Janet Montgomery e Liz May Brice.
No início do episódio, existem dois homens aprisionados há 5 anos numa casa isolada em uma área gélida e remota. O primeiro a entrar em cena é Potter (Rafe Spall), que está deitado e aparentemente aflito com algo. Ele levanta, se desperta e vai para a cozinha, onde encontra Matt (Jon Hamm) animado à preparar o jantar com o rádio ligado e a ouvir uma música natalina. Entediado, Potter desliga o som.
 Matt se demonstra insatisfeito com o silêncio de Potter e decide intimá-lo para uma conversa, afim de conhecerem um ao outro e o porquê estão ali.
Com duração de 74 minutos, White Christmas conta duas histórias distintas e independentes que posteriormente, darão sentido a uma terceira história criando um único enredo.
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2. Desenvolvimento
A primeira cena é uma introdução ao episódio. Não apenas por ser o início da narrativa, mas sim pela apresentação de índices de elementos que são repetidos e explicados no decorrer da história. Começamos então analisando o local onde o enredo se inicia. O primeiro plano se trata de um ambiente externo, de clima frio e coberto por neve. Não há indícios de casas, objetos ou pessoas. Esse índice nos indica que a história se passa afastada da civilização. O plano da câmera se afasta, podendo assim observar que aquele ambiente é a visão de uma pequena janela em um quarto. Ali se encontra um homem: Joe Potter, deitado na cama e se levanta ao ouvir de longe uma música natalina - podemos dizer que essa melodia é um ícone do Natal - e alguém manuseando utensílios em outro cômodo. O rapaz vai até o banheiro, se vê no espelho e desvia seu olhar para uma fotografia: um ícone de uma mulher sorrindo na neve. Ele passa seus dedos sobre o objeto, que entendemos como símbolo de afeto pela própria fotografia, e pela pessoa que nela está representada. Esse é mais um índice de algo que veremos nas próximas cenas. Ao sair do quarto, o homem adentra a cozinha e percebe a origem da música e dos ruídos de objetos sendo usados: há um outro rapaz na casa, Matt Trent. Joe se dirige até o balcão e desliga o rádio que transmitia a melodia que temos ouvido desde a cena anterior. Podemos perceber que ambos se conhecessem, pois o espanto na face de Joe se dá pela dúvida do que este Matt está fazendo e não pelo motivo de sua existência. Matt então informa o que está cozinhando (purê de batata: prato ícone natalino no Reino Unido) e que a data é 25 de dezembro. Percebe-se que o dia já havia sido mostrado anteriormente através dos índices: A neve, levando em consideração que Black Mirror é uma série britânica; O clima frio, indicando inverno. O inverno, por sua vez, nos indica dezembro, janeiro ou fevereiro; A música, nos primeiros dois minutos do episódio já ouvimos o primeiro verso de I Wish It Could Be Christmas Everyday da banda inglesa de rock Wizzard; Decoração, no frame em que Joe desliga o rádio, é possível ver luzes de natal penduradas na 
janela e, no frame em que ele questiona as ações de Matt, vemos o ícone de um boneco de neve logo atrás das luzes. Matt então prossegue falando sobre como não havia encontrado objetos de decoração natalina no ano anterior e que alguém responsável pelo estoque de utensílios da casa havia colocado ali apenas o necessário. Entendemos então que, ambos estão ali há mais de um ano e que aquilo não é uma casa comum. Enquanto essa fala ocorre, Joe se apresenta chateado ao descobrir que é Natal. Sua expressão nos revela que ele esconde algo em relação à esta data. Matt prossegue tentando começar uma conversa mais longa e/ou profunda, menciona que estão vivendo ali há aproximadamente 5 anos e que não se falam com frequência. Neste ponto aprendemos que os dois não são amigos e sim colegas de trabalho. Eles não se conhecem direito, não sabem o motivo do outro estar ali e que ambos possuem histórias traumáticas ainda não reveladas. Parte II – O Hobby Na tentativa de iniciar uma conversa mais longa com Joe, Matt passa a falar de seu emprego – de um deles, pelo menos – antes de chegar na casa. Ele conta que não era um guru espiritual e que trabalhava persuadindo pessoas. A primeira cena de sua história tem início com um plano detalhe em um ícone de um Tablet ou smartphone. Na tela vemos a fotografia (índice) de um rapaz e o signo “Harry S.” ao lado. Aqui aprendemos que o episódio faz uso da tecnologia ocular já apresentada em outro episódio de Black Mirror. Ouvimos então uma voz masculina conversando com outro rapaz lhe dizendo o que fazer. A voz é um índice de Matt Trent, e o outro rapaz é Harry S.
Na cena em que Harry se troca, podemos analisar: A camisa azul que o personagem escolhe por conta própria, representa a sua personalidade tranquila, insegura e não chamativa. Matt desaprova a escolha de Harry e sugere outra camisa, fazendo com que ele seja mais confiante com cores sofisticadas.
Quando Harry chega no bar, a luz do ambiente se mostra azul. A partir do momento que ele abre a porta do bar, Harry deixa para trás sua personalidade “azul” (representando o cara chato) e entra no salão principal com cores sofisticadas.
Assim que Harry entra no salão principal, podemos ver que as luzes do ambiente são azuis, remetendo sua falta de confiança e insegurança. E quando o Matt diz para não ficar parado igual um poste, as luzes azuis refletem inteiramente no Harry.
Harry sai do bar e avista a Jennifer, aparentemente normal, mas com quem ele se identifica, Jennifer é a única do grupo de amigos que está vestindo preto e não fala com ninguém. A cor preta representa neste contexto, um signo de solidão, medo ou mistério, já os amigos de Jennifer usam cores claras, transmitindo felicidade e confiança. Harry se identifica com Jennifer.
 O “conselheiro” Matt acha a Jennifer estranha, diferentes das mulheres que ele costuma lidar.
E cada vez ele tem mais certeza após ver que o perfil na rede social de Jennifer é bloqueado, diferente de todas as outras pessoas e não consegue decifrá-la para ajudar Harry.
Ao conversarem, os dois parecem ter muita coisa em comum e Jennifer também se identifica com ele. Jennifer começa a falar sobre a sua vontade de ir embora, falando que é a sua última festa de natal. Para Harry, ela está sereferindo ao seu emprego, mas na realidade ela está planejando se matar. 
Nessa cena podemos analisar através da semiótica de Charles, que o discurso de Jennifer é um signo. Ela se refere a um suicídio que é o objeto, o receptor Harry capta o seu discurso e tem como interpretante a saída dela do trabalho e não a morte.
Jennifer vai até o banheiro e quando volta encontra Harry falando aparentemente sozinho, como se ele tivesse um monte de vozes na sua cabeça igual Jennifer. e nesse momento teve o principal ruído na comunicação que motiva a Jennifer a levar
o Harry para sua casa, com o pensamento que os dois são iguais e querem a mesma coisa.
O plano do Harry de ficar com a Jennifer só deu errado por conta do ruído na comunicação, pois o signo não estava de acordo com interpretante. Harry falava uma coisa e Jennifer entendia outra.
Quando eles chegam na casa de Jennifer, o ambiente está com luz rosa e paredes pretas, a cor rosa tem como símbolo de romance, ingenuidade, que é o que representa personalidade de Harry.
O quarto de Jennifer tem a iluminação vermelha, que representa a paixão, sangue, violência, e tem um quadro com as letras XXX que remete a pornografia. Fazendo 
com que a gente pense que o plano de Harry deu certo, que as ações dos personagens são de teor sexuais.
Porém a cor vermelha muda a nossa visão quando percebem que ela está matando ele, e vira uma cor de perigo, sangue, morte.
Quando Matt percebe o que realmente aconteceu, ele pede para as pessoas apagarem tudo, e sai correndo do quarto para apagar as pistas, e o ambiente fica azul novamente na casa dele quando ele acaba deixando cair o que ele estava segurando e acordando a sua mulher, fazendo com que ele perca a confiança e tenha medo. E sua mulher descobre o que ele estava fazendo e o bloqueia da vida dela. Matt conta para Potter se identificar e começar a se abrir e conversar com ele. O uso da identificação é um dos métodos de Matt para persuadir as pessoas.
Na hora em que Potter vira o copo de vinho é a parte da virada do episódio, pois Matt conseguiu a confiança de Potter para falar sobre sua pior história.
Ainda na tentativa de fazer com que Potter confesse o seu crime, Matt começa a contar sobre a sua verdadeira profissão.
Nessa terceira parte o episódio começa a explicar a tecnologia dos cookies que faz uma cópia da nossa mente e compacta num aparelho para nos ajudar no dia a dia.
A percepção do final do episódio começa quando Harry comemora a sua conquista por ter conseguido que Potter relevasse o seu crime. A maneira que Harry comemora assusta o espectador, que percebe a ironia e tom de piada. Fazendo que traga um sentimento de negligência para o momento que os dois passaram por todo o episódio. Durante a trama, quem está assistindo cria certa ilusão de que os dois realmente passaram anos juntos. De certa forma Harry consegue persuadir para acreditar naquela relação. Quando ele comemora, isso é quebrado e causa um start de "fui enganado". Sendo assim, depois de dizer a sua conquista, Harry sai da casa deixando Potter com um sentimento aparente de abandono e criando no espectador um questionamento interno do motivo de ser feito aquilo, mesmo pensando na história de crime de Potter. Ao mesmo tempo que Potter é julgado pelo o que fez, o jeito que finaliza o episódio cria um certo sentimento de empatia com o personagem. 
Depois da primeira cena citada, Harry aparece em um lugar que primeiro plano remete um laboratório e finalmente é entendido que o mesmo foi testado para que o julgamento do seu crime fosse minimizado. O "teste" que o personagem passa cria 
uma reflexão de que ele foi testado exatamente usando aquilo que fez cometer um crime, ou seja, a forma de como ele consegue persuadir, influenciar e conquistar pela conversa qualquer pessoa de maneira rápida. 
Sendo assim, Harry é um personagem que cria confiança não apenas na trama, mas em todos os espectadores. A forma de como ele convence as pessoas que interagem com ele no episódio acaba influenciando todos que estão assistindo. A maneira que ele se coloca como pessoa, sendo como um igual, cria mais abertura. Ele conversa de forma clara e transparece certeza naquilo que diz. A forma que o episódio é finalizado faz com que o receptor crie uma relação com o personagem, finalizando todo o objetivo da trama que é convencer de algo, criar um aspecto de confiança. 
Uma comparação que pode ser feita com a contemporaneidade é a forma de como as pessoas confiam em outras facilmente. Um bom discurso pode convencer qualquer pessoa. A maneira rápida de como as informações são recebidas, na era das redes sociais, faz com que as referências ideológicas, sociais e culturais no geral sejam mais simples, sem um conhecimento mais a fundo. 
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