Buscar

PATOLOGIA DE AVES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

PATOLOGIA DE AVES
Fase super-aguda da inflamação: leucometria cai e posteriormente sobe, para normalizar (1) ou para resolver o problema (2). À medida da evolução dessa inflamação, a leucometria cai voltando à condição normal (3) (problema resolvido) ou leucometria declina (4) (quando acabam as células maduras). 
O volume de sangue que pode ser retirado do animal é de até 1% do seu peso para doação de sangue. Já quando o animal está debilitado, o máximo permitido é 0,5% do seu peso.
Choque: vasoconstrição na periferia (hipoperfusão) e vasodilatação nos órgãos vitais (hiperperfusão), como cérebro, pulmões e coração. Em casos de choque fazer acesso venoso, e não subcutâneo.
Aves Passeriformes X não Passeriformes
Características das aves Passeriformes:
Para com 4 dedos ao mesmo nível uns dos outros, 3 virados para frente e um para trás;
Ausência de membranas interdigitais.
Aves Passeriformes: incluem a o pintassilgo, o canário, o pardal, a cotovia, o sabiá e muitas outras espécies conhecidas. 
Aves Não Passeriformes: incluem os Anseriformes (patos, cisnes e gansos), Apodiformes (beija-flor), Ciconiformes (cegonhas), Columbiformes (pombos), Coraciiformes (alcião), Falconiformes (pássaros diurnos de caça), Galliformes (aves como a galinha), Pelecaniformes (pelicanos), Psittaciformes (papagaios), Sphenisciformes (pingüins), e Strigiformes (corujas). 
Vias de coleta de sangue
Jugular direita: região aptéria (sem penas), auxilia visualização, passar álcool faz a pele ficar transparente. Porém se o inglúvio estiver muito cheio, dificulta a coleta. Pombos têm pele pigmentada, então é ruim de ver a jugular. Urubus e patos não possuem nenhuma região aptéria, além da pele ser muito grossa.
1a escolha para coleta de sangue e 2a escolha para acesso venoso.
Veia basilar: região medial da asa, na altura da articulação úmero-radio-ulnar. Ligada à musculatura peitoral, se a ave se move dificulta a coleta. É um vaso que estoura com muita facilidade, formando hematoma. O sangue que extravasa para o subcutâneo deve ser contado como sangue coletado, mas na verdade não está exercendo o papel que deveria. Não recomendado para animais com dificuldade de coagulação.
3a escolha tanto para coleta de sangue como para acesso venoso.
Tarsal medial: facilidade na coleta, porém é necessário arrancar pena.
2a escolha para coleta de sangue e 1a escolha para acesso venoso.
Via subcutânea
Região axilar e inguinal: presença de grandes vasos que facilitam o processo de absorção. Fluidoterapia subcutânea de grande volume no mesmo local lesiona o tecido, liberando mediadores inflamatórios, que causam vasodilatação, consequentemente aumento da permeabilidade e acúmulo de líquido no local, então primeiramente causa desidratação. O ideal é espalhar o volume administrado em vários pontos. 
Obs: Aquecer o soro a 37-38ºC.
Via intra-óssea 
Utilizada em pacientes de tamanho muito diminuto ou quando tem dificuldade de fazer acesso venoso. Utiliza-se a porção proximal da Ulna ou porção proximal do Tíbio-tarso, não pode ser realizada no Fêmur nem no Úmero, por serem ossos pneumáticos. Realiza-se um bloqueio local (anestesia do periósteo) com Lidocaína, introduz a agulha paralela ao eixo longitudinal do osso, com movimentos giratórios forçando a entrada. Bombear o êmbolo para verificar se não há fragmento ósseo obstruindo a agulha. Se vier sangue ok, se não, injeta soro ou troca a agulha. O efeito da Lidocaína passa em 1-2 horas, sendo necessário fazer uma anestesia pós procedimento.
Via intramuscular
Musculatura peitoral: agrupamento muscular ao lado da quilha do esterno, entra com a agulha paralela à quilha do esterno.
Via oral
Risco de broncoaspirar se administrado grande volume direto na boca, então utiliza-se apenas volume ínfimo. Geralmente utiliza-se uma sonda grossa, para diminuir a chance de perfuração e impedir que a sonda vá para a traquéia.
Via respiratória
Os sacos aéreos são mal irrigados, então geralmente não consegue uma concentração de medicação significativa no saco aéreo. 
Nebulização convencional: partícula em suspensão tem maior chance de aderir à parede da traquéia.
Nebulizador ultrassom: partículas se dividem em gotículas menores, maior aproveitamento do medicamento por aderir em menor quantidade na parede da traquéia. 
Alometria
Calcular o consumo calórico de um indivíduo para ele se manter vivo. Utiliza o metabolismo. Uma forma de cálculo bem precisa. Calcula a Kcal de acordo com o tamanho do animal. Massa sempre em Kg!
TMB= taxa metabólica basal – quantas Kcal o individuo consome para se manter vivo, no repouso.
TMB= K x M0,75
TMBHumano= 70 x 700,75 = 1694 Kcal - - - - - - - 350 mg 215 mg
TMBcão= 70 x 100,75 = 393,6 Kcal - - - - - - - - - 50 mg 92 mg
TMBcão filhote = 70 x 0,20,75 = 20,9 Kcal - - - - - 1 mg 2,6 mg
1694 Kcal _______ 400 mg medicamento x
393,6 Kcal _______ x = 92 mg
TMBE: Quantas Kcal 1 Kg do animal consome. Mais específico.
TMBE = 
TMBEHum = = 24,2 Kcal/Kg
TMBEcão = = 39,36 Kcal/Kg
TMBEfilhote = = 104 Kcal/Kg
Frequência: vezes ao dia.
Falvo = ( ) x TMBEalvo
Falvo filhote = ( ) x 104 = 2,6 vezes ao dia
24/2,6= 9 horas (intervalo)
Falvo cão = ( ) x 24,2 = 0,48 vezes ao dia
24/0,5= 48 horas (intervalo)
CLAMIDIOSE
A clamidiose tem como agente etiológico a Chlamydophila spittaci e refere-se a uma doença infecciosa. Podendo ocorrer sob as formas superaguda, aguda, crônica ou assintomática. É necessário uma imunossupressão no animal para que a doença se manifeste. A clamidiose é uma zoonose que pode acometer quase todos os vertebrados, mas os psitacídeos são os mais acometidos. A complexa epidemiologia da clamidiose aviária é responsável pela dificuldade encontrada pelo médico veterinário para confirmação laboratorial, como também a obtenção do diagnóstico clínico preciso, o sucesso do tratamento da ave e, principalmente, a prevenção e o controle da doença. 
A clamidiose aviária é uma doença que deve ser obrigatoriamente notificada aos órgãos de saúde pública em diversos países.
Transmissão: A transmissão da doença entre aves ocorre por indigestão do microrganismo ou inalação, por contato direto com secreções e/ou excreções contaminadas (geralmente fezes ressecadas). A infecção também pode ocorrer no ninho, quando os pais regurgitam para os filhotes alimentos contendo células infectadas provenientes da descamação do epitélio do inglúvio. 
As aves infectadas, mesmo sem demonstrarem sinais clínicos da doença, eliminam o microrganismo nas excreções por longos períodos de tempo e de forma alternada, contaminando o ambiente e disseminando a infecção para outras aves ou mesmo para seres humanos (liberação intermitente). 
O estresse causado por superpopulação, higiene precária, alimentação de ciente, alterações ambientais, transporte ou infecções concomitantes podem ativar uma infecção latente, resultando na manifestação clínica da doença 
Morfologicamente, a C. psittaci possui duas formas metabólicas distintas, o corpo reticular (CR) e o corpo elementar (CE). O CR é intracelular, com metabolismo ativo, antibióticos têm efeito sobre ele. O CE é a forma infecciosa do microrganismo, metabolicamente inerte, podendo ser encontrado no organismo ou ambiente, antibióticos não têm ação sobre ele.
Considerada um parasita intracelular possui um ciclo de desenvolvimento que se completa em 48 horas. Ciclo composto de cinco etapas: ataque e penetração do CE na célula; transformação do CE em CR; crescimento do CR; multiplicação e liberação dos CEs. A C. psittaci é sensível ao calor, mas os CEs quando protegidos por material protéico presente em secreções ou fezes, podem sobreviver por meses à dissecação ou à luz solar direta.
A infecção inicial ocorre quando CE presentes em excreções secas e restos de penas se dispersam no ambiente pela circulação do ar e infectam células epiteliais dos indivíduos suscetíveis. O período de incubação da doença em aves varia geralmente de alguns dias a várias semanas, podendo,estender-se por anos, o que torna difícil avaliar quando um portador inaparente foi infectado. 
Patogenia: São classificados nas formas: superaguda, em geral, observada em aves jovens, caracterizada pela ausência de sinais clínicos antes do óbito; aguda, caracterizada por alterações relacionadas aos sistemas respiratório, digestivo, geniturinário e nervoso, sendo comum observar depressão, sonolência, anorexia, asas pendentes, desidratação, conjuntivite e tremores; crônica, com sinais clínicos discretos como emagrecimento progressivo, conjuntivite ocasional e alterações respiratórias sutis; inaparente caracterizada pela inexistência de sinais clínicos, comum em aves adultas expostas a cepas de média e baixa virulência, a ave pode eliminar o agente de forma alternada por vários meses, nestes casos, as aves podem apresentar alterações como perda de peso, alterações no empenamento, queda no desempenho reprodutivo e infecções bacterianas secundárias.
Alterações clínicas:
Conjuntivite: inflamação na conjuntiva causa vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, consequentemente eliminação de secreção;
Sinusite: inflamação no seio nasal causa vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, causando liberação de secreção nasal (rinorréia), pode ocorrer acúmulo dessa secreção, causando edema na região do seio nasal, espirro pela irritação;
Traqueíte: edema proveniente da inflamação altera a conformação da seringe, animal se apresenta rouco ou afônico;
Pneumonia: edema cobre os capilares no pulmão, impedindo trocas gasosas, dificultando respiração (dispnéia), podendo apresentar posição ortopneica;
Aerosacolite: não costuma fazer clínica;
Enterite: acúmulo de líquido (edema) e aumento da motilidade intestinal, diarréia volumosa;
Hepatite: hepatomegalia pelo edema consequente do processo inflamatório, afetando o funcionamento do fígado, alterações tanto endócrinas como exócrinas. Exócrina: produzir bile (emulsificar gordura), uma alteração causa fezes esteatorreicas (com maior teor de gordura) e claras, pela falta de bile;
Pancreatite: edema causa uma produção reduzida de suco pancreático (auxilia digestão de proteínas e gorduras), produzindo maior volume fecal, fezes volumosas, fétidas e claras;
Nefrite (raro): edema causa nefromegalia, comprimindo o nervo isquiático e comprometendo a filtração do Néfron, causando poliúria;
Encefalite (raro)
Pode ocorrer esplenomegalia e pericardite, mas não costumam apresentar alteração clínica.
Diagnóstico: O diagnóstico é obtido pelo isolamento e/ou pela detecção do agente etiológico. O método de isolamento pode ser realizado em cultura de células ou no saco vitelino de ovos embrionados, com posterior identificação da C. psittaci por meio das colorações.
Testes de reações em cadeia pela polimerase (PCR) por sua vez, tem sido aplicado no diagnóstico laboratorial de Chlamydiaceae em humanos, aves e diversas outras espécies de animais. Coleta de material com swab de cloaca ou coleta de fezes* (pode dar falso positivo).
Testes complementares: hemograma (leucocitose) e Radiografia (hepatomegalia).
Tratamento:
Doxiciclina (antibiótico) por 45 dias;
Paciente muito debilitado: Endofloxacina até estabilizar o paciente e, posteriormente, Doxiciclina por 45 dias;
Azitromicina: se houver resistência à Doxiciclina.
Tratamento suporte: fluidoterapia e suplementação de glutamina.
Prevenção: Recomendam-se diversas medidas de controle e vigilância sanitária, entre elas precauções com relação à quarentena, à fronteira e ao tratamento do plantel suspeito.
Durante o manejo ou o manuseio das aves, o uso do avental, máscara, luvas e óculos são medidas para evitar a inalação de partículas infecciosas pelos funcionários. 
MICOPLASMOSE
Apresenta como agente etiológico Mycoplasma sp., que apresenta como diferencial a ausência de parede celular (pleomorfa). Animal pode ser um portador assintomático. Pode acometer praticamente todas as aves. Micoplasmas são bactérias hospedeiro-específicos, isto é, cada espécie de vertebrado é acometido por seu respectivo Micoplasma. Distribuição cosmopolita. Alto impacto econômico por acometerem aves de produção.
Transmissão: Pela via horizontal ou vertical. Na via horizontal, o principal material é o solo contaminado por fezes, água contaminada (principalmente granjas de produção que apresentam bebedouros em calha). Na transmissão vertical, o filhote nasce com o Mycoplasma sp., dificultando sua eliminação.
Patogenia: Semelhantes à Clamidiose, porém lesões com conteúdo (edema) mis seroso. 
Apresentações clínicas:
Sinusite: secreção serosa bastante sugestiva, que acaba fazendo tampão nas narinas e coana, obstruindo a drenagem da secreção. Pode ser uni ou bilateral;
Traqueíte: edema na seringe altera a passagem de ar, assim a ave se apresenta rouca ou afônica;
Pneumonia: edema na superfície dos capilares dificulta troca gasosa, dificultando a respiração (dispnéia), animal tenta aumentar a frequência e amplitude respiratória;
Aerosacolíte: não apresenta alterações clínicas;
Enterite: inflamação causa edema e aumento da motilidade, produzindo uma diarréia pastosa e clara (não da tempo da bile pigmentar);
Esplenomegalia;
Hepatite: lesões edemaciantes causam hepatomegalia, comprometendo o funcionamento do Fígado, alterando a produção de Bile, por isso produz fezes claras;
Nefrite: edema causa nefromegalia, comprimindo o nervo isquiático e comprometendo a filtração do Néfron, causando poliúria;
Orquite: diminuição da produção de espermatozóide ou diminuição da qualidade desse espermatozóide;
Salpingite: inflamação no infundíbulo (responsável por captar a gema no ovário) gera dificuldade de envolver a gema, favorecendo que a gema caia na cavidade e tenha celomite por gema (quadro de ascite associado);
Artrite: edema na articulação causa claudicação uni ou bilateral.
Diagnóstico: Realizado por reações em cadeia pela polimerase (PCR).
Diagnóstico complementar: Hemograma, Radiografia e Videolaborascopia.
Tratamento:
Doxiciclina por 30 dias;
Tilosina por 30 dias – acabou tendo resistência, então hoje em dia apresenta baixa eficácia;
Doxicilina + Azitromicina por 30 dias – aumenta eficácia de ambas;
Endociclina por 30 dias – emergência.
Prevenção: Higiene e controle da bactéria no ambiente (plantéis avícolas) e quarentena dos animais acometidos.
CLOSTRIDIOSE
Apresenta como agente etiológico Clostridium sp. Pode acometer todos os vertebrados, apenas os Urubus são resistentes. Clostridium botulinum, Clostridium perfringens e Clostridium tetani (não acomete aves). A bactéria é natural do trato digestório de aves, o problema é a toxina liberada.
Transmissão: A contaminação ocorre através da ingestão de água contaminada, larvas e insetos, de animais ou de matérias em decomposição. Um exemplo clássico de contaminação das aves não é da ingestão direta da carcaça de animais, mas sim da ingestão de insetos e bicheiras, os quais não são atingidos pelas toxinas botulínicas, apesar de acumulá-las. Outra possibilidade é, em regiões com água, principalmente anatídeos (patos, marrecos e cisnes), fezes de proliferam no fundo e o aumento na temperatura da água favorece suspensão do material e consequentemente ingestão pelas aves. Rações mal conservadas, principalmente a vácuo, também pode conter Clostridium, uma vez que se trata de uma bactéria anaeróbica. Seu tempo de incubação é de aproximadamente 10 a 12 horas, o que permite notificar as toxinas na corrente circulatória ou no trato gastrointestinal, e o quadro se difere um para o outro de acordo com a quantidade de toxinas ingeridas. 
Patologia: Toxina se liga à sinapse nervosa impedindo estímulo elétrico. Inicia nos membros posteriores e evolui para os membros anteriores, podendo afetar o trato respiratório, levando o animal à óbito – Quadro ascendente nas aves. Nos mamíferos apresenta quadro descendente, dos membros anteriores para os posteriores.
A patogenia depende da quantidade e potência da toxina ingerida pelo animal.
Nenhuma alteração anatomopatológica,logo sem alterações visíveis na necropsia.
Sintomatologia: Paralisia flácida principalmente dos membros posteriores, a evolução pode levar a óbito por parada cardiorrespiratória. Ação superaguda (poucos minutos após ingestão de material contaminado). 
Diagnóstico: 
Coleta de sangue e separa o soro. Uma porção trata com antitoxina botulínica, a outra não trata. Injeta cada porção em um camundongo via intraperitoneal. O camundongo com a antitoxina botulínica não deve morrer nem fazer quadro clínico. O camundongo sem a antitoxina botulínica morre. Se os dois camundongos morrem, era outra substância tóxica.
HPLC (Cromatografia líquida), porém alto custo.
Diagnóstico diferencial: trauma, intoxicação por diversas substancias (metais pesados), Síndrome de Guillain-Barré (doença auto-imune que ataca o SN), degeneração valeriana (depósito de substâncias na medula), nefromegalia (pressiona nervos isquiáticos). 
Tratamento: Botulin C (antitoxina) utilizado apenas para mamíferos – difícil acesso.
Tratamento suporte: local macio para decúbito, água, comida e correção do ambiente.
Prevenção: Controle ambiental, remover carcaças, controle de insetos, corrigir estruturas de lagos com água estagnada.
MYCOBACTERIUM sp.
A tuberculose aviária, causada pela bactéria Mycobacterium avium, é uma doença que afeta aves domésticas, selvagens nativas e exóticas. Doença de notificação obrigatória, distribuição cosmopolita, acomete diversos vertebrados e invertebrados. Desenvolvimento lento, durante meses, e fatores como imunossupressão, baixa de imunidade e estresse favorecem seu desenvolvimento.
Transmissão: Ocorre pela via horizontal, através de materiais contaminados, como solo, alimentos contaminados, animais visitantes, insetos, fezes e até mesmo os tratadores podem favorecer a transmissão.
Patogenia: Predileção por tecidos com alta taxa de replicação celular. O desenvolvimento da doença ocorre, normalmente, pelo foco de entrada. A patogenia varia com o grupo de Mycobacterium sp. Ocorre formação de pequenos abcessos endurecidos com aspecto caseoso (lesão miliar).
Acomete trato digestório (intestino e fígado), rins, trato respiratório (seios nasais, traquéia, pulmão e sacos aéreos), medula óssea, articulações e pele.
Sintomatologia:
Intestino: nódulos destroem as vilosidades intestinais, consequentemente ocorre produção de fezes fétidas e volumosas, relacionada à não absorção de nutrientes.
Fígado: hepatomegalia, altera funcionamento endócrino do fígado, ocorre acúmulo de biliverdina, consequentemente apresentação de biliverdinúria.
Rins: nódulos causam compressão de plexo isquiático, causando paralisia de membro ou claudicação, além de causar insuficiência renal por insuficiência circulatória.
Seios nasais: compressão, secreção nasal.
Traquéia: nódulos causam alteração no fluxo de ar que passa pela seringe, causando alteração vocal.
Pulmão: dispnéia pela compressão da passagem de ar pelos nódulos ou pela compressão dos capilares, podendo levar a uma hipertensão capilar.
Seios aéreos: o aumento do volume hepático causa compressão dos sacos aéreos, assim diminui o volume respiratório.
Medula óssea: ocorre diminuição da produção da série vermelha. 
Articulações: claudicação, dificuldade de locomoção.
Pele: queda de pena na região.
Diagnóstico: PCR do material. Possibilidade de fazer cultura, mas demora muito e exige laboratório com alto nível de biossegurança. 
Diagnóstico complementar: Histopatologia (coloração de Barr), hemograma e radiografia.
Tratamento: Proibido tratamento por ser de notificação obrigatória, deve-se realizar eutanásia do animal acometido. Em casos de aves em risco de extinção, por exemplo, deve-se tratar com Rinfanpicina durante um ano.
Prevenção: Testes dos animais que entram no plantel (quarentena com teste), controle de tratador e de animais visitantes (domésticos e silvestres).
SALMONELOSE
Se trata de uma zoonose. Acomete diversos grupos de aves, mas os frangos são os mais acometidos. Anatídeos e pombos podem atuar como reservatório da Salmonella sp., podendo disseminar a doença. Animais prostrados reduzem seu peso corporal, prejudicando a produção de carne e de ovos.
Pulorose – Salmonella pulbrum
Tifo – S. Gallinarum
Paratifo – qualquer outro tipo de Salmonella sp.
PULOROSE
Acomete aves de qualquer idade. Muito agressiva, as aves afetadas nas primeiras três semanas de vida sofrem mais.
Transmissão: Ocorre pelas vias horizontal ou vertical. Na vertical, a mais significativa é a transmissão trans-ovariana para a gema, causando 100% de morte do plantel de forma rápida. A via horizontal ocorre por fezes, secreções, alimento, água e solo contaminados ou por animais visitantes (domésticos, vetores ou silvestres).
Aves resistentes à doença tornam-se portadoras assintomáticas e crescem dentro dos parâmetros zootécnicos esperados, produzindo ovos contaminados e sendo, portanto, difícil a detecção de um portador assintomático, já que esses eliminam periodicamente o agente através das fezes.
Antibioticoterapia, principalmente na fase jovem, de forma preventiva, pode mascarar os quadros.
Patogenia: 
1. Desenvolvimento superagudo (horas), podendo não fazer alteração clínica, dificultando diagnóstico. 
2. Desenvolvimento agudo (24-48hs): hepato e esplenomegalia, congestão de diversos órgãos, presença de pontos branco amarelados no pulmão (necrose visceral sempre branca), espessamento de pericárdio e intestino (edemaciados), presença de folículos hemorrágicos e necrose em diversos órgãos.
Sintomatologia:
Trato respiratório: dispnéia pela redução da área de troca gasosa por necrose pulmonar e pela alteração na circulação.
Intestino: irrita trato digestivo, ocorre aumento da motilidade intestinal, não da tempo da bile colorir as fezes, então ocorre produção de fezes esbranquiçadas. A intensa migração de leucócitos favorece a coloração esbranquiçada das fezes.
Cegueira: pela alteração circulatória na retina (vasodilatação)
Claudicação: por nefromegalia.
Cristas e barbelas pálidas: pela vasoconstrição periférica.
Diagnóstico: 
Hemaglutinação ou soro aglutinação (rápido): 1 gota de sangue+ 1 gota antígeno se coagular resultado positivo.
Cultura: demora mas direciona para o tratamento.
ELISA
Não utiliza-se PCR por ser demorado, e se trata de uma doença de evolução rápida.
Tratamento: Sulfas, Nitrofurasonas e Quinolonas (bacteriófagos) durante 10 dias, repetir teste.
Prevenção: testar animais que entram no plantel com soro ou hemaglutinação, controle de vetores, controle de animais visitantes e utilização de vazio sanitário.
TIFO
Menos agressiva. Mortalidade mais variada: 10 a 80% dos animais acometidos.
Transmissão: Ocorre pela via vertical ou horizontal, igual à Pulorose.
Patogenia: congestão de diversos órgãos, principalmente fígado e baço, onde ocorre formação de pontos necróticos. Fígado friável (tensão máxima de elasticidade). Vesícula biliar distendida, causa aumento na produção de bile. Irritação intestinal causa produção de diarréia verde/amarelada. 
Diagnóstico: Igual à Pulorose.
Tratamento: Igual à Pulorose.
Prevenção: Igual à Pulorose.
PARATIFO
Mais grave. Maior dificuldade em fechar o diagnóstico por apresentar patogenia mais genérica. Desenvolvimento mais tardio, por volta de 14 dias.
Transmissão: Por via horizontal ou vertical. Bactéria penetra pela via digestiva ou nasal (mais comum) ou pela via da conjuntiva ou respiratória (mais raro). Normalmente contaminação pela suspensão de fezes ressecadas ou por raçao, água, animais mortos. 
Patogenias: enterite severa, lesões locais necróticas no intestino delgado, fígado e baço congestos, hemorragias por necrose vascular, presença de gemas não absorvidas, evolui para sepse e óbito. 
Diagnóstico: Igual à Pulorose.
Tratamento: Igual à Pulorose. No caso de gemas não absorvidas, em granjas deve-se realizar o abate, enquanto que em aves domésticas realiza-se remoção do vitelo cirurgicamente. 
Prevenção: Igual à Pulorose.
POXVIRUSVírus de distribuição mundial, afeta todas as aves de todas as idades, mas sua manifestação está ligada à imunossupressão. Causa doença conhecida como “Bouba aviária”. 
Transmissão: Principalmente pelo mosquito, que pica principalmente regiões sem pena, podendo picar regiões com pena também. Contato com secreções contaminadas, principalmente em pele lesionada (porta de entrada), pois na pele integra é mais difícil do vírus penetrar. Pode ser transmitida também durante inseminação artificial.
Patogenias: Pode apresentar diferentes graus de agressividade, além de causar lesões localizadas ou generalizadas, dependendo da cepa, mas em geral temos formação de nódulos e vesículas nas regiões nuas. Ao se abrirem as vesículas, tornam-se porta de entrada para infecções secundárias. Pode afetar sistema respiratório, com presença de nódulos. Nódulos nos dedos causam queda das unhas. 
Sinais clínicos: Disfagia, Hipertermia, anorexia, dispnéia, queda das unhas. Infecções secundárias associadas, dificultando o diagnóstico.
Diagnóstico:
PCR: coleta conteúdo principalmente das vesículas, pode fazer raspado das lesões cutâneas.
Citologia, presença de corpúsculos Bollinger, inclusões intracitoplasmáticas basofílicas.
ELISA: pouco utilizado uma vez que, além de ser caro, muito resultado falso-positivo/falso-negativo.
Tratamento: não há tratamento. Faz-se tratamento suporte utilizando imunoestimulantes inespecíficos (Levamisole) ou homeopatia (sem eficácia). Deve-se controlar as infecções secundárias.
Prevenção: vacinação dos animais (cepa frango, cepa canário e cepa pombo - no Brasil só vende cepa frango), controle de mosquito (utilização de cabeamento, cortinas de vento e tela mosqueteiro impregnada com inseticida).
SÍNDROME DA DILATAÇÃO PROVENTRICULAR (PDD)
Provocada por um Bornavírus que afeta o sistema nervoso do trato digestório de Psitacídeos. Estudos apontam que causa demência em humanos, mas não comprovado. Psitacídeos do velho mundo (Europa e Ásia) são mais afetados que os do novo mundo. Doença debilitante e de difícil diagnóstico.
Transmissão: não muito bem definido os mecanismos. Através de sangue, secreções e fezes contaminadas.
Patogenias: Acomete sistema nervoso do trato digestivo, principalmente pro ventrículo, ventrículo e inglúvio. Causa flacidez, acumulando alimento. 
Sinais clínicos: perda de peso progressiva, anorexia, regurgitação (fase inicial), Polifagia, diminuição do volume fecal, presença de alimento não digerido nas fezes.
Diagnóstico: 
Biópsia de inglúvio, incisional pois precisa da inervação. Observa infiltrado linfocitário nas porções nervosas do inglúvio.
PCR: vírus RNA se degrada com muita facilidade, sendo necessário o uso de RNA later (muito caro), ideal congelar a amostra, se degradar dá resultado falso-negativo. Difícil conservação e alto custo.
Tratamento: não existe tratamento eficaz, o indicado é eutanásia. Ribavirina associada a Interferon (sem comprovação de eficácia). Se a eutanásia não for realizada, utiliza-se Meloxicam, procinéticos e alimentos de fácil digestão e ricos em fibra.
Prevenção: Quarentena e testes (PCR) dos animais que entram no plantel.

Outros materiais