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RESUMAO de Constitucional 1 da Estácio de Sá

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Constitucional	1	
	
Introdução:	
	
	 Revolução	Francesa	(1789):	derruba	a	monarquia	(Estado	Absolutista)	e	cria	o	Estado	Liberal.	Surgem	os	Direitos	
Fundamentais	 (1a	 dimensão)	 e	 a	 Separação	 de	 Poderes,	 para	 limitar	 o	 poder	 absolutista	 do	 Estado,	 bem	 como	 	 a	
Constituição	para	 instituir	 as	normas	aplicáveis	 ao	Estado	e	 seus	 cidadãos.	Alguns	autores	acreditam	que	os	direitos	
fundamentais	surgiram	em	1776	com	a	Revolução	Americana,	no	entanto,	o	EUA	era	periférico,	e	a	França	acabou	se	
destacando	como	a	precursora	dos	direitos	fundamentais,	pois	derrubou	a	monarquia	absolutista	em	1789,	passando	a	
criar	 oficialmente	 o	 Estado	 Liberal,	 tendo	 como	 característica	 a	 Separação	 de	 Poderes	 e	 uma	 Constituição	 para	 ser	
cumprida	pelo	Estado	e	seus	cidadãos.		Esta	Revolução	irradiou	pela	Europa	seus	ideais,	fazendo	cair	as	monarquias	da	
época.		
	
	 Separação	dos	Poderes:	diminui/limita	o	poder	do	Estado.	Antes,	o	rei	tinha	em	suas	mãos	todos	os	poderes.	O	
mesmo	ocorre	durante	ditaduras,	sejam	elas	militares	ou	não.	No	Brasil,	a	grande	preocupação	da	atualidade	é	que	o	
Poder	Judiciário	esteja	acima	dos	demais	poderes	(Legislativo	e	Executivo).	
	
	 Estado	Liberal:	Estado	mínimo,	liberdade	individual,	não	interventor	(que	não	intervém	nas	relações	privadas).	
Garante	a	vida,	propriedade	(direito	negativo	–	basta	que	o	Estado	fique	inerte	para	que	sua	propriedade	seja	garantida),	
liberdade,	segurança,	além	dos	direitos	fundamentais	da	1a	dimensão:	direitos	civis	e	políticos	e	igualdade	formal	–	“todos	
são	iguais	perante	a	lei”	(símbolo	do	liberalismo).	
	 O	 Estado	 Liberal	 não	 intervém	 nas	 relações	 trabalhistas,	 ou	 seja,	 não	 protege	 o	 trabalhador.	 Dentro	 dessa	
ideologia,	o	que	importa	é	o	“PACTA	SUNT	SERVANDA”.		
	 Esse	paradigma	liberal	se	encerra	com	a	1a	Guerra	Mundial	e	começa	a	surgir	o	Welfare	State,	Estado	Social	
(Estado	de	Bem-Estar	Social).	
	
	 Estado	 Social:	 surgiu	 com	 a	 Constituição	 de	 Weimar,	 em	 1919	 (México,	 em	 1917,	 foi	 o	 primeiro,	 após	 a	
Revolução	de	1910,	mas	por	ser	periférico	não	marcou	como	símbolo	da	criação	do	Estado	Social).	Garante	os	direitos	
fundamentais	 de	 2a	 dimensão	 –	 direitos	 sociais,	 culturais,	 trabalhistas,	 econômicos.	 Empenha-se	 para	 proteger	 as	
minorias	 ou	os	 hipossuficientes	 –	mulheres,	 idosos,	 crianças,	 indígenas.	O	 Estado	 Social	Democrático	 de	Direito	 visa	
garantir	o	bem-estar	social	(Welfare	State).	O	tratamento	isonômico,	neste	caso,	significa,	“dar	igualmente	aos	iguais	e	
desigualmente	 aos	 desiguais,	 na	 exata	 medida	 de	 suas	 desigualdades”	 (igualdade	 material).	 Alguns	 exemplos	 de	
igualdade	material:	bolsa	família,	sistema	de	cotas	para	negros	e	deficientes	físicos,	estatuto	da	criança	e	do	adolescente,	
etc.	O	Estado	intervém	na	economia,	protegendo	a	economia	nacional.		
	 	
	 1934:	Getúlio	Vargas	traz	o	Welfare	State	para	o	Brasil.	
	
Direito	Constitucional	
	
	 O	Direito	Constitucional	é	o	ramo	do	Direito	Público	que	estuda	a	organização	e	o	funcionamento	do	Estado	e	a	
defesa	dos	direitos	e	garantias	fundamentais	de	seus	cidadãos.	
	 O	Direito	Público	 se	 caracteriza	pela	existência	de	normas	 cogentes	 (obrigatórias),	 impositivas	ou	de	ordem	
pública.	Não	admitem	disposição	em	contrário,	ainda	que	haja	acordo	entre	as	partes,	pois	“só	se	pode	fazer	aquilo	que	
está	autorizado	no	texto	da	lei”.	Já	no	Direito	Privado,	prevalece	o	acordo	de	vontades,	pois	“os	entes	privados	podem	
fazer	tudo	aquilo	que	a	lei	não	proíbe”	–	máxima	da	liberdade.	
	 Os	 principais	 conteúdos	 tratados	 pelo	 Direito	 Constitucional	 são:	 os	 direitos	 e	 garantias	 fundamentais,	 a	
estrutura	e	organização	do	Estado	e	seus	órgãos,	o	modo	de	aquisição	e	a	 forma	de	exercício	do	poder,	a	defesa	da	
Constituição,	do	Estado	e	das	instituições	democráticas	e	os	objetivos	socioeconômicos	do	Estado.	
	 A	Constituição	de	um	país	é	considerada	como	um	conjunto	normativo	fundamental	e	cada	um	de	seus	preceitos	
adquire	característica	de	superioridade	absoluta,	ou	seja,	é	superior	hierarquicamente	às	demais	normas	de	um	mesmo	
ordenamento	jurídico	estatal.	
	
	
Constitucionalismo	
	
	 O	Constitucionalismo	é	o	movimento	cultural,	social,	jurídico	e	político	que	tem	como	principal	característica	a	
limitação	do	exercício	do	poder	do	Estado	por	meio	do	texto	constitucional,	preservando	os	direitos	fundamentais	do	
povo.	
	 É	 errôneo	 supor	 que	 o	 Constitucionalismo	 surgiu	 apenas	 com	 o	 advento	 das	 revoluções	 modernas,	 que	
instauraram	 a	 democracia	 e	 afastaram	 os	 regimes	 absolutistas	 até	 então	 existentes.	 Karl	 Loewenstein	 identifica	 o	
nascimento	do	Constitucionalismo	entre	os	hebreus,	que	já	em	seu	Estado	teocrático,	criaram	limites	ao	poder	político,	
por	meio	da	imposição	da	chamada	“Lei	do	Senhor”.	Essa	foi	a	primeira	aparição	do	fenômeno	do	Constitucionalismo,	
embora	atualmente,	com	a	evolução	do	conceito,	já	estejamos	muito	mais	avançados.	
	 No	século	XVIII,	dois	documentos	mudaram	a	história	do	Constitucionalismo:	A	Constituição	Americana	de	1787	
e	a	Constituição	Francesa	de	1791,	esta	última,	reforçada	pela	Revolução	Francesa	em	1789.	
	 Por	influência	dessas	2	Constituições	e	dos	ideais	da	Revolução	Francesa,	o	Constitucionalismo	se	espalhou	por	
toda	 a	 Europa	 e	 cada	monarquia	 foi	 caindo	 por	 terra.	Os	 países	 começaram	 a	 criar	 suas	 Constituições	 limitando	 os	
poderes	do	Estado	(Constituição	Espanhola,	em	1812;	Constituição	Portuguesa,	em	1822;	a	Constituição	Brasileira,	em	
1824,	são	alguns	exemplos).		 	
	
O	Constitucionalismo	Social	
	
	 É	o	movimento	que	passou	a	prever	os	direitos	sociais	(direito	à	saúde,	direitos	trabalhistas,	etc)	na	Constituição.	
O	 Constitucionalismo	 Social	 surgiu	 com	 a	 Constituição	 Mexicana,	 em	 1917,	 mas	 se	 tornou	 mais	 conhecido	 após	 a	
Constituição	de	Weimar,	em	1919	(alemã).	Antes	do	Constitucionalismo	Social,	estavam	previstos	somente	os	direitos	
individuais,	em	uma	perspectiva	liberal	de	defesa	de	direitos.	No	Estado	Liberal,	o	indivíduo	tinha	seus	direitos	individuais	
e	o	Estado	não	 interferia	nas	relações	privadas.	No	Estado	Social,	a	Constituição	prevê	a	necessidade	de	defender	os	
direitos	sociais,	o	que	exige	uma	postura	mais	ativa	 (intervencionista)	do	Estado.	No	Brasil,	a	primeira	Constituição	a	
prever	a	defesa	dos	direitos	sociais	foi	a	de	1934,	promulgada	por	Getúlio	Vargas.	
	
O	Transconstitucionalismo	
	
	 É	o	Constitucionalismo	que	observa	a	relação	entre	o	direito	interno	e	o	direito	internacional	para	melhor	tutela	
dos	direitos	fundamentais.	Os	tratados	internacionais	que	tratam	dos	direitos	humanos	podem	complementar	a	defesa	
dos	direitos	fundamentais,	quando	o	Estado	não	o	faz	por	completo,	ou	seja,	quando	o	Estado	não	prevê	a	solução	para	
um	caso	constitucional	(direitos	fundamentais	ou	organização	do	poder),	busca-se	formas	transversais	de	articulação.	
	
O	Constitucionalismo	do	Futuro	
	
	 Teoria	desenhado	pelo	jurista	argentino	José	Roberto	Dromi,	que	afirma	que	as	constituições	do	futuro	serão	
desenhadas	com	base	em	valores	solidários	e	verídicos,	promovendo	a	cooperação	recíproca.	A	CF	Brasileira	já	faz	essa	
previsão	quando	afirma	que	um	dos	objetivos	da	República	Federativa	do	Brasil	é	“construir	uma	sociedade	solidária”.	
	
O	Constitucionalismo	Transnacional	(que	difere	do	Transconstitucionalismo)	
	
	 Essa	teoria	defende	a	possibilidade	de	se	criar	uma	única	Constituição	para	mais	de	um	Estado.	A	União	Europeia	
tentou	durante	anos	ter	uma	única	Constituição	para	seus	países	membros.	Em	2008,	foi	assinado	o	Tratado	de	Lisboa,	
que	se	baseia	na	ideia	do	Constitucionalismo	Transnacional,	mas	não	substituiu	a	Constituição	originária	de	cada	país	
membro	do	bloco,	mantendo-as	de	forma	concomitante.	
	
Neoconstitucionalismo	
	
	 É	o	Constitucionalismo	na	atualidade,	sendo	resultado	de	uma	série	de	princípios	constitucionais	do	século	XX.	
Surgiuapós	a	2a	GM,	como	fruto	do	movimento	pós-positivista,	tendo	como	marco	teórico	a	Teoria	da	Força	Normativa	
da	Constituição.	O	principal	objetivo	do	Neoconstitucionalismo	é	buscar	uma	maior	eficácia	social	da	Constituição,	em	
especial	dos	direitos	fundamentais.		
	
	
História	das	Constituições	Brasileiras	
	
	 Estamos	na	8a	Constituição	brasileira.	A	primeira	Constituição	do	Brasil	foi	outorgada	em	1824,	por	D.	Pedro	I,	
que	chegou	a	 reunir	uma	Assembleia	Constituinte	para	elaborar	e	promulgar,	mas	no	entanto,	dissolveu-a,	pois	esta	
estava	limitando	os	poderes	do	imperador.		
	 Em	seguida,	tivemos	a	promulgação	da	Constituição	de	1891,	já	no	período	da	República	Velha.		
	 A	terceira,	 foi	promulgada	por	Getúlio	Vargas	em	1934,	sob	forte	 influência	da	Constituição	de	Weimar,	que	
marca	a	entrada	da	garantia	aos	direitos	fundamentais	de	2a	dimensão.		
	 Logo	após,	veio	a	Constituição	de	37,	também	na	Era	Vargas.	Essa	Carta	tinha	intenção	de	ser	cesarista,	mas	no	
entanto,	GV	nunca	colocou	ao	texto	para	aprovação	em	plebiscito	e	ao	impô-la,	se	tornou	outorgada.		
	 Em	 46,	 após	 a	 queda	 do	 Estado	 Novo	 (GV	 declarou	 guerra	 contra	 os	 alemães,	 sendo	 também	 um	 regime	
autoritário),	inicia-se	nova	era	democrática	no	Brasil.	Convoca-se	uma	Assembleia	Constituinte	para	elaboração	da	nova	
Constituição,	promulgada	no	mesmo	ano.		
	 Em	67,	após	o	golpe	militar	(1964),	elabora-se	nova	Constituição	que	é	outorgada	pelos	militares,	embora	tenha	
cumprido	todas	as	formalidades	em	sua	elaboração.		
	 Dois	anos	depois	(69),	surge	uma	emenda	constituicional	que	modifica	toda	a	Constituição,	buscando	legalizar	
e	institucionalizar	o	golpe	militar.	É	uma	emenda	considerada	como	uma	nova	Constituição.	
	 Com	o	fim	da	ditadura,	uma	nova	Constituição	precisa	ser	elaborada	marcando	a	volta	do	governo	democrático.	
Em	1988,	a	Lei	Magna	é	promulgada	e	utilizada	até	os	dias	atuais.	
	
	
	
	
Conceitos	de	Constituição:		
	
	 Vestígios	 do	 conceito	 moderno	 de	 Constituição	 já	 se	 encontram	 em	 Aristóteles	 ao	 falar	 da	 “politeia”,	 que	
significa	 o	modo	 de	 ser	 da	 polis.	 Na	 Idade	Média,	 o	 rei	 inglês	 João	 Sem	 Terra	 assina	 a	Magna	 Carta,	 sendo	 esta	 o	
documento	máximo	de	um	país.	Mas	as	Constituições	americana	(1787)	e	francesa	(1791)	é	que	dão	início	à	história	da	
Constituição,	tal	qual	compreendida	atualmente.	
	 A	ideia	de	Constituição	foi	albergada	pela	Declaração	dos	Direitos	do	Homem	e	do	Cidadão,	de	1789,	art.	16,	nos	
seguintes	termos:	“Toda	sociedade	na	qual	não	esteja	assegurada	a	garantia	dos	direitos	e	nem	estabelecida	a	separação	
dos	poderes,	não	tem	Constituição”.	
	
	
	
	 Lassalle	diz	que	a	Constituição	de	um	país	não	é	a	que	necessariamente	está	escrita,	e	sim,	que	a	Constituição	
real	é	aquela	ditada	pelos	reais	fatores	de	poder,	que	são	os	intelectuais,	os	empresários	(poder	econômico),	os	políticos,	
etc.	Logo,	a	Constituição	escrita	se	tornaria	uma	“mera	folha	de	papel”.	
	
	
	
	
	
	
	 Já	para	Carl	Schmitt,	uma	Constituição	verdadeira	só	deve	conter	as	decisões	políticas	fundamentais	do	Estado;	
essa	Constituição	é	um	reflexo	das	escolhas	e	decisões	políticas	do	país.	O	restante	deveria	ser	classificado	como	normas	
infraconstitucionais,	ou	seja,	as	demais	regras	que	estão	no	texto	constitucional,	mas	não	são	essenciais	para	a	proteção	
das	decisões	políticas.	Essas	leis	seriam	chamadas	de	leis	constitucionais.	
	 Schmitt	foi	muito	criticado	porque	foi	o	autor	que	embasou	o	constitucionalismo	da	Alemanha	nazista.	Esse	tipo	
de	Constituição	não	se	baseia	nos	valores	da	justiça	e	na	defesa	dos	direitos	fundamentais,	e	sim,	nas	decisões	políticas	
que	a	origina.	
	 Carl	 Schmitt	 dividiu	 as	 normas	 em	materialmente	 ou	 formalmente	 constitucionais.	 A	 norma	materialmente	
constitucional	 é	 exclusivamente	 a	 norma	 que	 organiza	 e/ou	 limita	 o	 poder	 do	 Estado,	 garantindo	 os	 direitos	
fundamentais	de	seus	cidadãos.	As	normas	que	organizam	o	Estado	envolvem	o	regime	(R-D-A),	o	sistema	(S-P-P)	e	forma	
de	governo	(Monarquia	x	República),	assim	como	a	forma	de	Estado	(unitário,	federal).	Já	as	normas	que	limitam	o	poder	
do	Estado	são	aquelas	que	abrangem	uma	das	esferas	dos	3	Poderes:	legislativo,	judiciário	e	executivo.	Qualquer	lei	que	
defenda	os	direitos	fundamentais,	de	qualquer	dimensão	são	normas	materialmente	constitucionais.	
	 Segundo	C.	Schmitt,	a	Constituição	deveria	ser	composta	somente	de	leis	materialmente	constitucionais.	
	 Já	as	normas	que	não	organizam	e	nem	limitam	o	poder	do	Estado,	nem	tratam	dos	direitos	fundamentais,	são	
chamadas	de	normas	formalmente	constitucionais	(leis	constitucionais).	
	
	
	
	 	
Para	Hesse,	a	Constituição	deve	sim	ter	força	normativa,	ou	seja,	deve	ser	obedecida	e	não	ser	apenas	uma	folha	de	
papel,	modificando	a	realidade	social,	em	prol	da	defesa	dos	direitos	fundamentais.	Ao	ser	efetivada	(eficácia	social),	ela	
traz	segurança	jurídica.		
	
	
	
	
	
	
	 Hans	Kelsen	afirma	que	a	Constituição	é	a	lei	mais	importante	de	todo	o	ordenamento	jurídico.	Ele	representa	
o	ordenamento	jurídico	em	forma	piramidal,	colocando	a	Constituição	no	topo.	Abaixo	da	Constituição	vem	as	demais	
normas	infraconstitucionais,	decretos,	jurisprudências,	etc.	
	 Para	Kelsen,	os	atos	primários	são	todas	as	normas	descritas	no	artigo	59	da	CF/88,	que	compõe	o	processo	
legislativo:	emendas	à	Constituição,	leis	complementares,	leis	ordinárias,	leis	delegadas,	medidas	provisórias,	decretos	
legislativos	e	resoluções.	
	
Classificação	da	Constituição:		
	
§ Quanto	 à	 origem:	 outorgada	 (imposta;	 são	 aquelas	 impostas	 por	 quem	 não	 recebeu	 poder	 para	 tanto	
(imperador,	 ditador);	 não	 há	 participação	 popular);	 promulgada	 (votada;	 são	 fruto	 de	 uma	 Assembleia	
Constituinte	 eleita	 para	 tanto.	 São,	 portanto,	 conhecidas	 também	 como	 constituições	 democráticas	 ou	
populares);	cesarista	ou	bonapartista	(ditador	faz	mas	não	impõe,	colocando	a	Constituição	para	ser	votada	–	
aprovação	 popular).	 Atenção	 à	 Constituição	 de	 1937,	 pois	 Getúlio	 Vargas	 tinha	 a	 intenção	 de	 que	 essa	
Constituição	fosse	cesarista/bonapartista,	mas	acabou	sendo	outorgada.	
	
§ Quanto	à	estabilidade:	quanto	ao	grau	de	sua	alterabilidade,	existem	4	tipos	de	Constituição:	rígida	(o	processo	
legislativo	de	alteração	da	redação	é	mais	dificultoso,	precisando	de	3/5	e	2T	para	ser	aprovada);	flexível	 (o	
processo	legislativo	é	menos	dificultoso	e	idêntico	ao	processo	de	alteração	de	uma	lei	infraconstitucional;	não	
possui	supremacia	formal);	semiflexível	ou	semirígida	 (parte	dela	pode	ser	alterada	como	lei	 infra	e	a	outra	
parte	somente	através	do	processo	dificultoso);	super	rígidas	(Alexandre	de	Moraes,	isolado	na	doutrina,	diz	
que	nossa	CF	é	super	rígida,	pois	existe	um	núcleo	de	leis	que	são	cláusulas	pétreas	e	não	podem	ser	alteradas	
nem	mesmo	se	através	do	processo	dificultoso.	As	cláusulas	pétreas	estão	descritas	no	art.	60,	§	4o		-	“Não	será	
objeto	de	deliberação	a	proposta	de	emenda	tendente	a	abolir:	a	forma	federativa	de	Estado;	o	voto	direto,	
secreto,	universal	e	periódico;	a	separação	dos	Poderes;	os	direitos	e	garantias	individuais”).	
	
	 Todas	 as	 nossas	 Constituições	 foram	 rígidas,	 exceto	 a	 do	 Império	 (1824),	 que	 seria	 classificada	 como	
semiflexível,	pois	as	normas	materialmente	constitucionais	eram	modificadas	através	do	processo	mais	dificultoso	e	as	
normas	formalmente	constitucionais,	eram	modificadas	como	leis	infra.	
	 	
	
§ Quanto	 à	 quantidade	de	 ideologias:	 Constituição	ortodoxa	 (escolhe	 apenas	 uma	 ideologia.	 Ex:	 Constituição	
americana	 que	 optou	 pelo	modelo	 liberal.	 Outro	 exemplo	 é	 a	 Constituição	 da	 antiga	URSS	 que	 optou	 pelo	
modelo	 social);	 ou	Constituição	 heterodoxa	 ou	eclética	 ou	 compromissória	 (mescla	 as	 ideologias	 liberais	 e	
sociais.	Ex:	CF	Brasileira	–	em	seu	art.	170,	que	diz	que	“a	ordem	econômicabrasileira	pautada	na	livre	iniciativa	
(liberal)...,	tem	por	fim	assegurar	a	todos	existência	digna,	conforme	os	ditames	da	justiça	social	(social)”.	
	
§ Quanto	 ao	 conteúdo	 ideológico:	Constituição	 liberal/garantia	 (surgem	 como	 triunfo	 da	 ideologia	 burguesa	
francesa;	trata-se	de	Constituições	marcadas	pela	divisão	de	poderes,	limitando	o	poder	estatal,	agora	não	mais	
absolutista	e	ilimitado,	e	pela	ampla	liberdade	do	cidadão;	exigem	a	não-intervenção	estatal	na	esfera	privada	
e	 daí	 o	 conceito	 de	 “constituição	 negativa	 ou	 absenteísta)	 ou	 Consitutição	 Social	 (passa-se	 a	 consagrar	 a	
necessidade	 de	 que	 o	 Estado	 atue	 positivamente,	 corrigindo	 as	 desigualdades	 sociais	 e	 proporcionando	 a	
igualdade	 real	de	 todos	–	 igualdade	material.	É	o	chamado	Estado	do	Bem	Estar	Social	ou	do	Bem	Comum;	
também	chamadas	de	Consituição	dirigentes	ou	welfaristas).	
	
§ Quanto	 à	 extensão	 da	 Carta:	 Constituição	 analítica	 -	 (analítica	 é	 a	 que	 possui	 normas	 dirigent	
es,	 programáticas,	 são	 extensas	 e	 detalhadas,	 como	 é	 o	 caso	 da	 nossa	 CF)	 ou	 Constituição	 sintética	 (é	 a	
Constituição	 reduzida,	 sucinta,	 são	 aquelas	 que	 se	 restringem	 somente	 aos	 elementos	 substancialmente	
constitucionais,	emitindo	princípio,	organizando	e	limitando	o	poder	do	Estado.	Ex:	Constituição	americana).	
	
§ Constituição	dogmática	 (é	 fruto	da	elaboração	 	 levada	a	efeito	por	um	corpo	destinado	à	sua	confecção:	as	
Assembleias	Constituintes.	Em	geral,	são	tecidas	a	partir	de	institutos	já	consagrados	na	teoria,	na	doutrina,	e	
dogmas	políticos	e	sua	elaboração	ocorre	de	um	só	fôlego,	como	resultado	intencionalmente	cogitado,	potanto	
são	necessariamente	escritas;	 relacionada	ao	pensamento	político	atual)	ou	Constituição	histórica	 (vem	dos	
costumes,	da	tradição,	da	jurisprudência;	é	aquela	resultante	da	gradativa	sedimentação	jurídica	de	um	povo,	
por	meio	de	suas	tradições).	
	
§ Constituição	escrita	(são	as	Constituições	sistematizadas	formalmente)	ou	Constituição	costumeira	(tem	como	
principal	 característica	 a	 informalidade;	 originam-se	 da	 sociedade	 e	 não	 de	 uma	 entidade	 especialmente	
designada	para	isso.	Um	exemplo	dessa	Constituição	é	a	Constituição	francesa	no	ancien	régime).	
	
PRAFREDD	
(	PR	)romulgada	
(	A	)nalítica	
(	F	)ormal	
(	R	)ígida	
(	E)clética	
(	D	)ogmática	
(	D	)irigente	
	
Recepção	
	
	 Com	a	evolução	da	sociedade,	faz-se	necessário	que	a	Constituição	acompanhe	esse	andamento,	para	que	todas	
as	normas	tenham	eficácia	social	e	não	fiquem	obsoletas	com	o	decorrer	do	tempo.	No	entanto,	a	dificuldade	prática	em	
conceber	e	introduzir	toda	uma	nova	regulamentação	das	relações	sociais	ergue-se	como	obstáculo	insuperável.	Seria	
necessário	um	trabalho	de	longos	anos	e	quando	se	chegasse	ao	fim,	novas	alterações	já	precisariam	ser	feitas.	Por	isso,	
no	 momento	 em	 que	 a	 nova	 doutrina	 é	 colocada	 em	 vigor,	 haveria	 com	 ela,	 automaticamente,	 um	 processo	 de	
reconhecimento	da	legislação	pretérita	e,	automaticamente,	uma	verificação	de	sua	conformidade	com	a	nova	ordem	
que	se	estabelece.	No	caso	de	esta	ocorrer,	imediatamente,	numa	espécie	de	processo	legislativo	simplificado,	a	norma	
infra	anterior	passa	a	ter	existência	e	validade	perante	a	nova	ordem	jurídica,	ou	seja,	ela	é	recepcionada	tacitamente	
pela	 nova	 Constituição.	 Sendo	 assim,	 toda	 norma	 pretérita	 que	 estiver	 incompatível	 com	 a	 nova	 Constituição	 é	
imediatamente	eliminada	ou	revogada	(também	de	maneira	tácita),	“sem	necessidade	de	escrever	nenhuma	linha”.	
	 Pode	acontecer	de	algum	artigo,	que	uma	parte	dele	seja	recepcionada	e	outra	revogada.	
	
	
	
ü 1o	passo:	verifica	se	as	leis	infraconstitucionais	são	materialmente	compatíveis	com	a	nova	Constituição.		
	
	 As	 leis	 infraconstitucionais	 são	 recepcionadas	 ou	 revogadas	 na	 nova	 Constituição,	 tacitamente,	 ou	 seja,	 de	
maneira	não	expressa.	Às	vezes,	um	artigo	dentro	da	mesma	lei	é	recepcionado	e	outro	não	(revogado),	ou	até	mesmo	
parte	de	um	artigo	ou	norma.	
	
ü 2o	passo:	atribuir	o	novo	“status”	da	norma	recepcionada.	
	
	 Quanto	 à	 forma,	 as	 leis	 recepcionadas	 podem	 ter	 os	 seguintes	 status:	 lei	 ordinária,	 complementar,	medida	
provisória,	lei	delegada,	resolução,	decreto	legislativo,	emenda	constitucional	(art.	59,	CF/88).	
	
	 Lei	100/1980	–	foi	recepcionada?	Como	saber	se	a	lei	foi	recepcionada	ou	não?	
	 R:	Primeiro	verifica-se	se	a	lei	é	materialmente	compatível	com	a	Nova	Constituição	(materialmente	compativel	
=	se	viola	algum	princípio	da	nova	Constituição).	Caso	não	viole,	ela	permanecerá	com	o	mesmo	nome	(Lei	100/1980)	e	
pode	 ou	 não	 assumir	 um	 novo	 status	 (nova	 forma).	Mas	 se	 a	 lei	 fosse	 sobre	 regular	 o	 confisco,	 ela	 não	 teria	 sido	
recepcionada,	pois	o	confisco	não	é	mais	permitido	e	portanto,	ela	seria	materialmente	incompatível.	Agora,	se	a	lei	fosse	
ordinária	e	regulasse	algum	tributo,	ela	poderia	ser	recepcionada	pela	nova	Constituição,	mas	assumiria	nova	forma,	pois	
pela	nova	CF,	tributos	são	regulados	em	leis	complementares.	
	
Repristinação	
	
	 Em	via	de	regra,	o	Direito	Brasileiro	não	admite	o	fenômeno	da	repristinação,	salvo	se	conter	expressamente	
no	texto	da	lei	revogadora	–	tem	que	dizer	expressamente	no	texto	da	lei	z	que	volta	a	valer	o	conteúdo	da	lei	X.	
	
	
	 	
	 A	lei	X	é	criada	e	depois	revogada	pela	lei	Y.	Após	certo	tempo,	a	lei	Z	revoga	a	lei	Y	e	diz	que	volta	a	valer	a	lei	
X.	
	 	
Desconstitucionalização	
	
	 É	o	fenômeno	pelo	qual	as	normas	da	Constituição	anterior	permanecem	em	vigor,	desde	que	compatíveis	com	
a	 nova	 ordem,	 porém	 com	 status	 de	 lei	 infraconstitucional.	 Em	 via	 de	 regra,	 o	 Brasil	 não	 admite	 o	 fenômeno	 da	
desconstitucionalização.	A	CF/69	foi	“rasgada”,	revogada	por	completo	e	criada	nova	CF:	CF/88.	No	entanto,	pode	ser	
percebido	quando	a	nova	Constituição	expressamente,	assim	o	requerer,	tendo	em	vista	ser	o	poder	originário,	ilimitado	
e	autônomo	do	ponto	de	vista	jurídico.	
	 A	CF	é	constituída	de	preâmbulo,	corpo	e	ADCT	(atos	das	disposições	constitucionais).	O	STF	não	considera	o	
preâmbulo	como	norma	constitucional	(foi	objeto	de	discussão	motivado	pelo	“Deus”	x	estado	laico).	
	 As	normas	infraconstitucionais	da	lei	antiga	podem	ser	recepcionadas	ou	revogadas	na	nova	Constituição,	vai	
depender	se	elas	são	materialmente	compatíveis	com	a	nova	CF.		
	
Norma	autoexecutável	x	Norma	não	autoexecutável	
	
	 A	norma	autoexecutável	é	aquela	que	existe	e	tem	eficácia	social/efetividade.	Já	a	norma	não	autoexecutável	é	
aquela	que	existe	no	papel,	mas	não	tem	eficácia	social,	porque	está	dependendo	da	criação	de	uma	lei	complementar	
(“lei	adormecida”).	
	
José	Afonso	da	Silva:	eficácia	das	normas	constitucionais	
	
§ Normas	 constitucionais	 com	 eficácia	 plena:	 São	 aquelas	 que,	 desde	 a	 entrada	 em	 vigor	 da	 Constituição,	
produzem	ou	 tem	possibilidades	de	produzir	 todos	os	efeitos	essenciais	 (eficácia	 social	 ou	efetividade).	 São	
normas	 auto	 executáveis	 e	 não	 dependem	 de	 lei	 infra	 que	 as	 regularize	 ou	 restrinja.	 Ex	 1:	 remédios	
constitucionais.	Ex	2:	art.	2o,	CF/88	(“São	poderes	da	União,	independentes	e	harmônicos	entre	si,	o	Legislativo,	
o	Executivo	e	o	Judiciário”).	
	
§ Normas	constitucionais	com	eficácia	contida:	é	uma	norma	com	eficácia	plena	gerando	todos	os	seus	efeitos,	
porém	a	própria	norma	permite	que	uma	lei	infra	a	restrinja.	Ex:	Art.	5o,	§	XIII	(“é	livre	o	exercício	de	qualquer	
trabalho,	ofício	ou	profissão,	atendidas	as	qualificações	profissionais	que	a	lei	estabelecer”).	Advogado	precisa	
passar	na	OAB	para	atuar	na	profissão.	
	
§ Normas	 constitucionais	 com	 eficácia	 limitada:	 norma	 não	 autoexecutável;	 normas	 escritas,	 mas	 que	 não	
possuem	eficácia	social,	porque	dependem	de	lei	complementar.	Enquanto	a	lei	complementar	não	for	criada,	
ela	continuasem	efetividade.	Ex:	greve	dos	servidores	públicos.	Até	2007,	os	servidores	públicos	não	faziam	
greve	pois	não	havia	lei	regulando	o	ato.	Outro	exemplo,	é	o	art.	18,	§	4	(“A	criação,	a	incorporação,	a	fusão	e	o	
desmembramento	 de	 Municípios	 far-se-ão	 por	 lei	 estadual,	 dentro	 do	 período	 determinado	 por	 lei	
complementar	federal,	e	dependerão	de	consulta	prévia,	mediante	plebiscito,	às	populações	dos	Municípios	
envolvidos,	após	divulgação	dos	Estudos	de	Viabilidade	Municipal,	apresentados	e	publicados	na	forma	da	lei”).	
	
	
	
	 Art.	133	(“O	advogado	é	indispensável	à	administração	da	justiça,	sendo	inviolável	por	seus	atos	e	manifestações	
no	exercício	da	profissão,	nos	limites	da	lei	”)	–	qual	a	classificação?		
	 R:	Eficácia	contida,	pois	diz	que	toda	ação	na	justiça	necessita	de	advogado	para	representar	as	partes,	sendo	
ele	indispensável	na	administração	da	justiça	–	entra	em	vigor	com	eficácia	plena	e	gerando	todos	os	seus	efeitos,	no	
entanto,	é	uma	norma	de	eficácia	contida,	pois	a	própria	lei	a	restringe	–	“nos	limites	da	lei”.	
	
	 Princípio	da	Máxima	Efetividade:	é	dar	a	maior	eficácia	social	possível	à	norma	constitucional.	
	
Poder	Constituinte	
	
	 Estudar	 o	 Poder	 Constituinte	 significa	 debruçar-se	 sobre	 o	 intricado	 problema	 do	 fundamento	 de	 uma	
Constituição,	já	que	é	sobre	esta	que	repousará	todo	o	ordenamento	jurídico	da	nação.	
	 O	 Poder	 Constituinte	 é	 o	 supremo	 fornecedor	 das	 diretrizes	 normativas	 que	 constarão	 nesse	 documento	
supremo.	Não	obstante	isso,	encontra	limitações	que	lhe	balizam	o	atuar.	
	 A	Constituição	é	o	fruto	desse	poder	e	simboliza	o	ultimo	nível	jurídico	(mais	alto).	
	
§ Poder	constituinte	originário:	finalidade	única	de	criar	uma	nova	Constituição	federal;	ele	é	ilimitado,	soberano	
e	 incondicionado,	podendo	modificar	até	mesmo	cláusula	pétrea	da	CF	antiga.	Após	a	criação,	desaparece	o	
órgão	criador	da	CF.	Soberano,	ilimitado,	incondicionado,	inaugural.	Cria	uma	nova	Constituição	e	por	isso,	cria	
um	novo	Estado.	No	Estado	Democrático	é	a	Assembleia	Constituinte	eleita	pelo	povo	que	cria	a	Constituição.	
Ao	entrar	com	um	recurso	no	STF	para	dizer	que	uma	regra	é	inconstitucional,	o	STF	não	pode	se	pronunciar	
sobre	 o	 caso,	 pois	 não	 tem	 competência	 jurídica,	 pois	 a	 Constituição	 primeira	 é	 ilimitada,	 soberana,	
incondicionada.	Já	uma	emenda	é	de	competência	do	STF	julgar	se	é	inconstitucional	ou	não.	Para	modificar	
uma	norma	constitucional	originária	existe	o	poder	constituinte	reformador,	revogando	ou	alterando	a	norma.	
	
§ Poder	constituinte	derivado	reformador:	atualiza/altera	a	CF	mediante	emendas	constitucionais	e	regulamenta	
a	CF	através	de	leis	complementares	e	federais.	
	
§ Poder	constituinte	derivado	decorrente:	é	o	poder	de	cada	um	dos	estados	membros	de	uma	Federação	(mais	
o	 distrito	 federal)	 de	 elaborar	 suas	 respectivas	 Constituições	 estaduais.	 Também	 é	 responsável	 pela	 sua	
manutenção	(emendas	constitucionais	estaduais).	
	
	 Nosso	 Congresso	 pode	 alterar	 toda	 a	 nossa	 Constituição,	 exceto	 as	 cláusulas	 pétreas:	 voto,	 direitos	
fundamentais,	forma	federativa	de	Estado	e	a	separação	dos	poderes	–	art.	60,	§	4o,	CF/88.	
	
Emenda	Constitucional	X	Revisão	Constitucional	X	Mutação	Constitucional	
	
	 A	Emenda	Constitucional	é	uma	norma	que	modifica/altera	uma	norma	constitucional	a	qualquer	tempo,	mas	
precisa	ter	3/5	e	2T.	
	 A	Revisão	Constitucional	só	foi	realizada	por	previsão	constitucional	após	5	anos	da	promulgação	da	CF,	pelo	
voto	da	maioria	absoluta	e	em	sessão	unicameral	(art.	3o,	ADCT	–	atos	das	disposições	constitucionais).	
	 A	Mutação	Constitucional	é	a	mudança	na	interpretação	da	lei	constitucional,	sem	que	haja	mudança	do	seu	
texto.	Ex:	casamento	homoafetivo,	prisão	após	julgamento	em	segunda	instância.	
	
Limitações	Constitucionais	do	Poder	Constituinte	Derivado	Reformador	
	
	 Existem	limitações	para	alterar	normas	constitucionais.	São	elas:	
	
	
	
Reserva	Legal	x	Reserva	de	Jurisdição	
	
	 As	normas	de	eficácia	contida	estão	submetidas	à	reserva	legal	e	de	jurisdição.	A	reserva	legal	é	uma	autorização	
para	o	indivíduo	gozar	daquele	direito	que	está	escrito	na	lei.		
	 Para	que	uma	reserva	legal	seja	classificada	como	absoluta,	basta	que	a	própria	lei	a	regulamente.	Ex:	“lei	fará”,	
“lei	estabelecerá”.	
	 Já	a	reserva	legal	relativa	não	é	a	lei	que	regulamenta	o	tema,	apenas	estabelece	os	limites	da	lei.	Ex:	“de	acordo	
com	a	lei”,	“nos	termos	da	lei”,	“nos	limites	da	lei”.	
	 As	 normas	 constitucionais	 podem	 ou	 não	 estarem	 submetidas	 à	 reserva	 legal,	 no	 entanto,	 temos	 diversas	
normas	que	estão	submetidas	tanto	à	reserva	legal	quanto	à	reserva	de	jurisdição.	É	a	ideia	de	norma	de	eficácia	contida.		
	 Ainda	temos	outros	2	tipos	de	reservas	legais:	Qualificada	-	ocorre	quando	a	Constituição	não	se	limita	a	exigir	
que	eventual	restrição	seja	prevista	em	lei,	estabelecendo,	também	as	condições	especiais,	os	fins	a	serem	perseguidos	
ou	os	meios	a	serem	utilizados	na	restrição,	por	exemplo,	inciso	XII	do	Artigo	5º	da	Carta	Magna:	“é	inviolável	o	sigilo	da	
correspondência	e	das	comunicações	telegráficas,	de	dados	e	das	comunicações	telefônicas,	salvo,	no	último	caso,	por	
ordem	judicial,	nas	hipóteses	e	na	forma	que	a	lei	estabelecer	para	fins	de	investigação	criminal	ou	instrução	processual	
penal.”	Tais	imposições	do	constituinte	impedem	autoridades	administrativas	de	decidirem	acerca	da	quebra	do	sigilo	e	
proíbem	que	o	legislador	a	regulamente,	por	exemplo,	para	apurar	infração	administrativa.	Além	disso,	deixam	bem	claro	
que	só	poderá	haver	restrição	à	comunicação	telefônica.	Simples	-	encontramos	nas	hipóteses	em	que	a	Constituição	
apenas	exige	que	a	restrição	seja	prevista	em	lei,	p.	eg.,	no	inciso	VII	do	artigo	5º	da	Constituição	de	1988:	“é	assegurada,	
nos	termos	de	lei,	a	prestação	de	assistência	religiosa	nas	entidades	civis	e	militares	e	internação	coletiva”.	 
	 Por	último,	temos	a	reserva	de	jurisdição	que	é	um	princípio	constitucional	que	reserva	ao	Poder	Judiciário	a	
primeira	 e	 última	 palavra	 sobre	 determinado	 assunto.	 Por	 exemplo,	 art.	 5o,	 XII,	 CF/88:	 “é	 inviolável	 o	 sigilo	 da	
correspondência	e	das	comunicações	telegráficas,	salvo,	no	último	caso,	por	ordem	judicial,	nas	hipóteses	e	na	forma	
que	a	lei	estabelecer	para	fins	de	investigação	criminal	ou	instrução	processual	penal”	–	somente	o	juiz	pode	quebrar	o	
sigilo	 das	 comunicações,	 na	 forma	 que	 a	 lei	 estabelecer,	 para	 investigação	 criminal	 ou	 instrução	 processual	 penal.	
Portanto,	sempre	que	tiver	o	termo	“por	ordem	judicial",	estamos	diante	de	um	direito	fundamental	com	reserva	de	
jurisdição.	
	 Obs:	sigilo	telefônico	é	o	histórico;	sigilo	bancário	é	o	extrato	bancário	com	entrada	e	saída	de	créditos	e	débitos.	
	 Obs2:	CPI	tem	poder	de	juiz,	mas	não	possui	reserva	de	jurisdição.	
	
	 Artigo	5o,	§	2o	–	diz	que	os	direitos	fundamentais	não	estão	somente	no	art.	5o	da	CF.	Estão	espalhados	por	toda	
a	CF,	regimes,	princípios	e	também	nos	tratados	internacionais	em	que	o	Brasil	faça	parte.	Ainda	há	os	DFs	não	escritos.	
Ninguém	é	obrigado	a	fazer	teste	de	DNA	–	não	está	escrito	em	nenhum	lugar.	Outro	exemplo:	não	produzir	prova	contra	
si	próprio	–	é	derivado	de	tratado	internacional.	
	
	 Ninguém	deve	ser	detido	por	dívidas.	Pacto	de	San	José	da	Costa	Rica	–	só	prende	devedores	de	Alimentos.	
Nossa	CF	-	prende	o	devedor	de	Alimentos	e	o	depositário	infiel.	Qual	vale	mais?	A	CF	ou	o	tratado	internacional?	STF	fez	
uma	súmula	vinculante	sobre	esse	assunto	dizendo	que	o	tratado	vale	mais	–	SV	25.	
	
	 Tratados	internacionais	de	Direitos	Humanos,	aprovados	por	3/5	e	em	2	turnos,	serão	considerados	equivalentes	
a	emendas	constitucionais.	
	
Pós-positivismo	
	
	 No	 pós-positivismo,	 toda	 norma	 jurídica	 tem	 que	 ter	 eficácia	 social,	 por	 conta	 do	 Princípio	 da	 Máxima	
Efetividade	 (Barroso),	 ouseja,	 tenta-se	 dar	 a	 maior	 efetividade	 possível	 às	 normas	 constitucionais.	 Se	 equivale	 ao	
conceito	de	força	normativa	da	Constituição	de	Hesse	e	também	ao	princípio	da	máxima	efetividade	de	Barroso.		
	
Hermenêutica	
	
	 A	 interpretação	 do	 Direito	 consiste	 em	 que	 o	 intérprete	 sempre	 deve	 partir	 das	 normas	 constitucionais,	
adequando	 sempre	 que	necessário,	 as	 normas	 infraconstitucionais	 ao	 conteúdo	 específico	 da	 Constituição.	 Por	 esse	
motivo,	 dizemos	 que	 nossa	 hermenêutica	 é	 pós-positivista,	 pois	 o	 que	 está	 na	 lei	 é	 o	 que	 vale,	 sendo	 permitida	 a	
interpretação.	
	
	 Dworkin	e	Alexy	sistematizaram	o	que	era	Regra	e	Princípio.	Fizeram	uma	distinção	qualitativa:	
	
	 Regra	 é	 diferente	 de	 Princípio?	 Sim!	 A	 regra	 é	 um	 comando	 de	 certeza	 e	 possui	hipótese	 e	 consequência	
jurídica.	O	critério	utilizado	é	“tudo	ou	nada”	–	“all	or	nothing”.	Ou	a	regra	é	válida	e	aplicada	ou	ela	não	vale	nada.	Tem	
silogismo	(premissa	maior	e	premissa	menor)	e	possui	aplicação	mecânica	da	regra.	Ex:	aposentadoria	compulsória	ao	
completar	70	anos.	Ex:	ninguém	é	obrigado	a	fazer	teste	de	DNA	–	é	uma	regra	porque	tem	aplicação	mecânica.	
	 Já	o	Princípio	só	traz	o	valor;	é	mais	amplo.	É	um	comando	de	otimização;	não	possui	hipótese	e	consequência	
jurídica	Ex:	Princípio	da	dignidade	humana.	Para	o	positivismo	jurídico	só	é	norma	o	que	é	regra,	porque	somente	a	regra	
pode	fazer	subsunção	silogística.	Princípio	só	traz	o	valor.	
	
	 		
Colisão	de	Regras	e	Princípios	
	
	 Quando	uma	regra	colide	com	a	outra	verifica-se	a	hierarquia,	cronologia	(mais	nova	prevalece)	e	especificidade	
(a	específica	afasta	a	geral).	
	
	
	
	
	
	 Ex:	Regra	constitucional	–	aposentadoria	compulsória	aos	70	anos.	Lei	estadual	–	aposentadoria	compulsória	
aos	65	anos.	Qual	prevalece?	A	lei	constitucional,	pois	nesse	caso	ela	é	hierarquicamente	superior	à	lei	estadual	(e	às	
demais	leis).	Sendo	assim,	a	lei	estadual	está	fora	do	mundo	jurídico	pela	regra	do	“tudo	ou	nada”.	
	 	
	 Já	quando	são	os	princípios	que	colidem,	é	necessário	que	o	árbitro	pondere	valores	de	acordo	com	o	caso	
concreto	em	questão.	
	 O	que	é	mais	importante	para	o	mundo	jurídico:	imagem,	honra	e	dignidade	da	pessoa	ou	direito	de	informação,	
liberdade	 de	 expressão?	 Nesse	 caso	 deve	 haver	 uma	 ponderação	 de	 valores,	 que	 vai	 variar	 de	 acordo	 com	 o	 caso	
concreto.	Ex:	Maria	precisa	de	um	medicamento	caro	e	que	não	está	na	RENAME	–	o	juiz	pós-positivista	ia	ponderar	o	
valor	de	Maria	estar	doente	(direito	à	saúde,	à	vida),	com	a	falta	de	dinheiro	do	Estado	(princípio	da	reserva	do	possível).	
O	juiz	precisa	sopesar	esses	dois	princípios,	baseados	nesse	caso	concreto	e	arbitrar	sua	sentença.	Se	fosse	um	milionário	
pedindo	 o	 benefício,	 ia	 dar	 a	 causa	 ao	 Estado,	 dizendo	 que	 a	 falta	 de	 dinheiro	 do	 Estado	 (reserva	 do	 possível)	
impossibilitaria	a	disposição	do	remédio	necessário,	já	que	o	autor	tem	dinheiro	para	pagar	e	o	Estado	não.	No	caso	de	
Mariazinha,	 que	 era	 pobre,	 ele	 ia	 levar	 em	 consideração	 o	 valor	 à	 vida,	 à	 saúde	 e	 ia	 sentenciar	 o	 Estado	 a	 pagar	 o	
medicamento	à	Mariazinha.	Se	fosse	um	juiz	positivista,	 ia	 julgar	a	ação	de	Mariazinha	improcedente,	uma	vez	que	o	
medicamento	que	ela	necessita	não	estaria	na	lista	de	medicamentos	providos	pelo	Estado.	Caso	o	juiz	dê	o	medicamento	
à	Mariazinha,	ele	está	criando	direito	e	isso	é	chamado	de	ativismo	judicial.	
	
	
	
	 NÃO	CONFUNDIR...	
	
	
	
	 Ativismo	 judicial	 ≠	 Atividade	 legiferante:	 o	 primeiro	 é	 o	 Poder	 Judiciário	 criando	 direitos	 a	 partir	 de	 casos	
concretos.	Já	o	segundo,	é	o	legislador	fazendo	as	leis	em	sua	ação	típica.	
	
	
	 	
	 O	 ativismo	 judicial	 também	 é	 diferente	 do	 decisionismo	 judicial.	 Nesse	 caso,	 é	 o	 juiz	 criando	 direito	
arbitrariamente,	sem	ponderação	de	valores.		
	
Remédios	Constitucionais	
	
	 Os	 Remédios	 constitucionais	 são	 garantias	 instrumentais	 destinadas	 à	 proteção	 dos	 direitos	 fundamentais	
previstos	na	Constituição	Federal.	
	
	
	
HABEAS	CORPUS	
	
	 	“Tomes	 o	 corpo”;	 é	 uma	 garantia	 constitucional	 em	 favor	 de	 quem	 sofreu	 abuso	 de	 poder	 ou	 ameaça	 de	
constrangimento	ilegal	na	sua	liberdade	de	locomoção,	por	parte	de	autoridade	legítima,	ou	seja,	quando	alguém	impede	
sua	 liberdade	de	 ir,	 vir	 e	 permanecer.	 Referida	 ação	pode	 ser	 formulada	 sem	advogado,	 não	 tendo	que	obedecer	 a	
nenhuma	 formalidade	 processual	 ou	 instrumental,	 de	 maneira	 gratuita.	 Liberdade	 ambulatorial	 =	 liberdade	 de	
locomoção.	
 
Art. 5o, LXVIII – “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou 
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. 
	
	
	
	
NO	BRASIL...	
	
...	a	primeira	manifestação	do	instituto	do	habeas	corpus	deu-se	em	1821,	através	de	um	alvará	emitido	por	D.	Pedro	I,	
pelo	qual	se	assegurava	a	liberdade	de	locomoção.	No	entanto,	a	terminologia	HC	só	apareceria	(infraconstitucional)	em	
1830,	 no	 Código	 de	 Processo	 Criminal.	 Foi	 garantido	 constitucionalmente	 a	 partir	 de	 1891	 (com	 texto	 aberto),	
permanecendo	o	HC	nas	Constituições	subsequentes,	inclusive	na	de	1988,	em	seu	artigo	5o,	inciso	68.	
	 Com	a	formulação	ampla	do	texto	constitucional	e	a	ausência	de	outras	garantias	que	tutelassem	os	demais	
direitos	 e	 liberdades	 contra	 ilegalidade	 ou	 abuso	 de	 poder	 levaram	 à	 interpretação	 errônea	 de	 que	 o	 habeas	
corpus	poderia	ser	utilizado	para	reparar	lesão	a	qualquer	liberdade	ou	direito.	Tratava-se	da	chamada	“teoria	brasileira	
do	habeas	corpus”,	que	perdurou	até	o	advento	da	Reforma	Constitucional	de	1926,	impondo	o	exercício	da	garantia	
somente	para	os	casos	de	lesão	ou	ameaça	de	lesão	à	liberdade	de	ir	e	vir.	
	 Em	1926,	através	da	reforma	constitucional,	o	habeas	corpus	teve	seu	âmbito	de	proteção	reduzido,	ficando	
vedada	a	sua	proteção	a	direitos	que	não	a	 liberdade	de	locomoção.	De	1926	a	1934	ficamos	apenas	com	o	remédio	
constitucional	do	HC	em	nosso	ordenamento	jurídico,	período	em	que	os	indivíduos	ficaram	sem	remédio	constitucional	
quando	tinham	outro	direito	violado	diferente	do	ir,	vir	e	permanecer.		Em	1934	surgiu	o	remédio	mandado	de	segurança,	
para	complementar	o	HC	como	remédio	constitucional,	com	o	requerimento	de	ter	DLC	(direito	liquido	e	certo),	provado	
de	plano.	
	
Figuras	do	HC:	
	
	
	
	
	 O	 juiz	 de	 direito,	 no	 exercício	 da	 atividade	 jurisdicional,	 pode	 conceder	 de	 ofício.	 No	 entanto,	 os	 juízes,	
desembargadores	 ou	ministros,	 quando	 não	 estiverem	 exercendo	 a	 atividade	 jurisdicional,	 impetrarão	 o	 HC,	 já	 que	
estarão	atuando	como	pessoa	comum.		
	
	 Posso	usar	HC	para	interceptação	telefônica	(grampo)?	
	 R:	Caso	você	tenha	identificado	alguma	ilegalidade	ou	abuso	de	poder	que	resultar	na	sua	prisão,	então	o	HC	é	
permitido.		Para	evitar	a	investigação	objetivando	a	aplicação	de	pena	pecuniária,	o	HC	está	afastado.	
	
HABEAS	DATA	
	
	 “Tomes	 a	 informação”;	 figura	 jurídica	 genuinamente	 brasileira,	 que	 nasce	 junto	 com	 a	 CF	 de	 1988.	 É	 uma	
garantia	constitucional	que	se	destina	a	disciplinar	o	direito	de	acesso	a	informações,	constantes	de	registros	ou	banco	
de	dados	de	entidades	governamentais	ou	de	caráter	público,	para	conhecimento	ou	retificação	das	informações,	todas	
referentes	a	dados	pessoais,	concernentes	à	pessoa	do	impetrante.	
	
Art. 5o, LXXII – “conceder-se-á habeas data: 
 
a) Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registrou banco 
de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
b) Para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
 
	 Esfera	 íntima	do	 indivíduo	–	é	personalíssimo.	Você	tem	o	direito	de	saber	quais	 informações	umaentidade	
governamental	ou	de	caráter	público	sabe	de	você.	Única	exceção	é	impetrar	para	cônjuge	falecido	(supérstite).	
	
	 Entidade	 governamental:	 pessoa	 jurídica	 de	 direito	 público	 que	 compõe	 o	 governo	 (federal,	 estadual	 e	
municipal)	–	ABIN,	órgãos	militares,	polícia,	secretarias,	etc.	
	 Entidade	de	caráter	público:	são	entidades	que	repassam	as	informações	a	terceiros,	como	por	exemplo,	Serasa,	
SPC.	
	
	 Importante	não	confundir	essa	garantia	com	o	DIREITO	DE	OBTER	CERTIDÕES,	presente	 também	no	art.	5o,	
XXXIV,	b,	CF/88.	Utiliza-se	o	Mandado	de	Segurança	no	caso	desse	direito	ser	violado.	O	direito	de	obter	certidões	é	
direito	líquido	e	certo	(DLC),	que	quando	violado,	basta	anexar	a	negativa	do	órgão	para	que	se	recorra	ao	mandado	de	
segurança.	
	
	
	
	 Princípio	Inafastabilidade	do	Controle	Jurisdicional	–	previsto	no	art.	5o,	XXXV	–	“a	lei	não	excluirá	da	apreciação	
do	Poder	Judiciário	lesão	ou	ameaça	a	direito”.	Ocorre	quando	um	juiz	não	quer	receber	uma	ação	por	ainda	não	haver	
esgotado	a	via	administrativa.	Segundo	esse	artigo	ele	não	pode	exclui	de	apreciação;	ele	é	obrigado	a	aceitar	o	caso	para	
julgar.	As	únicas	exceções	a	esse	princípio	são:	o	HD	e	a	justiça	desportiva	(art.	217,	§§	1o	e	2o,	CF/88)	–	nesses	2	casos,	é	
necessário	que	se	esgotem	antes	as	vias	administrativas	(via	administrativa	de	curso	forçado).	
	 Então,	por	exemplo,	se	uma	pessoa	está	com	nome	negativado	no	SPC	e	entra	com	ação	 judicial,	o	 juiz	não	
recebe,	sem	que	haja	o	esgotamento	da	via	administrativa.	Esse	esgotamento	da	via	administrativa	pode	ser	por	prazo	
(10	dias	para	conhecimento	e	15	dias	para	correção	ou	complementação)	ou	por	uma	negativa.	
	
	
	 São	3	os	tipos	de	HD:	conhecimento,	retificação	e	complementação.	
	
MANDADO	DE	SEGURANÇA	
	
	 Remédio	Constitucional	para	proteger	o	direito	líquido	e	certo	contra	abuso	de	poder	ou	ilegalidade	no	processo	
excluindo	a	proteção	de	direitos	inerentes	à	liberdade	de	locomoção	e	ao	acesso	ou	retificação	de	informações	relativas	
à	pessoa	do	impetrante,	constantes	de	registros	ou	bancos	de	dados	de	entidades	governamentais	ou	de	caráter	público;		
	
	 Direito	líquido	e	certo	é	aquele	é	possível	provar	de	plano	o	direito	violado,	ou	seja,	é	possível	provar	de	plano	
mediante	prova	pré-constituída	(documental)	sem	a	necessidade	de	dilação	probatória.	Provar	de	plano	significa	que	
tem	que	conseguir	provar	sem	precisar	de	testemunhas	ou	testes	periciais.	Sem	dilação	probatória	significa	que	o	juiz	
não	concede	aumento	de	prazo	para	que	sejam	constituídas	as	provas	do	processo.		
	 Importante	lembrar	a	correção	feita	pela	doutrina	em	relação	à	terminologia	empregada	pela	Constituição,	na	
medida	em	que	TODO	direito,	se	existente,	 já	é	 líquido	e	certo.	Os	fatos	é	que	deverão	ser	 líquidos	e	certos	para	o	
cabimento	do	writ.	
	 O	Mandado	de	Segurança	é	subsidiário,	ou	seja,	só	poderá	ser	utilizado	se	não	couber	uso	do	HC	ou	do	HD.	Caso	
não	consiga	provar	de	plano,	é	possível	entrar	com	uma	ação	ordinária,	podendo,	nesse	caso,	chamar	testemunhas,	fazer	
provas	periciais,	etc.,	ou	seja,	tudo	que	não	é	possível	no	mandado	de	segurança.	O	MS	pode	ser	individual	(caso	entre	
com	MS	individual	e	coletivo	para	uma	mesma	pessoa,	prevalecerá	o	individual)	ou	coletivo.	
	
Art. 5o, LXIX – “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de 
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”. 
	
	
	
	 Cabe	MS	contra	questão	jurídica	controvertida?		SIM.	NÃO	PODE	SE	OS	FATOS	FOREM	CONTROVERTIDOS.		TEM	
DE	PROVAR	DE	PLANO.	
	 Cabe	MS	contra	lei	em	tese?	NÃO.	
	
	
AÇÃO	POPULAR		
	
-	Artigo	5o,	LXXIII,	CF/88:	“qualquer	cidadão	é	parte	legítima	para	propor	ação	popular	que	vise	a	anular	ato	lesivo	ao	
patrimônio	 público	 ou	 de	 entidade	 de	 que	 o	 Estado	 participe,	 à	moralidade	 administrativa,	 ao	meio	 ambiente	 e	 ao	
patrimônio	 histórico	 e	 cultural,	 ficando	 o	 autor,	 salvo	 comprovada	 má-fé,	 isento	 de	 custas	 judiciais	 e	 do	 ônus	 da	
sucumbência”.	
-	Pode	ser	impetrada	por	qualquer	cidadão.	
-	Atos	Lesivos:	
	
• PATRIMONIO	PÚBLICO	/	HISTÓRICO	
• MORALIDADE	ADMINISTRATIVA	
• MEIO	AMBIENTE	
	
-	 Competência	 para	 julgamento:	 juiz	 natural	 (1ª.	 instância);	 portanto,	 ação	 popular	 contra	 o	 presidente	 não	 é	 de	
competência	do	STF,	porque	não	está	no	rol	taxativo	do	art.	102	da	CF.	
-	Preso	só	pode	entrar	com	ação	popular	se	a	sentença	não	tiver	transitado	em	julgado	(neste	caso	de	sentença	transitada	
em	julgado	o	preso	perde	a	cidadania).	Todo	brasileiro	é	um	nacional	(nato	ou	naturalizado).	Mas	nem	todo	nacional	é	
um	cidadão.	Para	ser	cidadão	é	necessário	que	seja	um	nacional.	Conceito:	cidadão	é	o	nacional	no	pleno	gozo	de	seus	
direitos	civis	e	políticos	(votar,	ser	votado	e	participar	da	vida	política	do	seu	país	–	democracia	popular	rousseauniana.		
	
	
Eficácia	dos	Direitos	Fundamentais	
	
a) Eficácia	Vertical	
	
	
	
	 A	 Eficácia	 Vertical	 é	 quando	 há	 a	 relação	 entre	 Estado	 e	 Indivíduo.	 Quando	 o	 Estado	 viola	 algum	 direito	
fundamental	do	indivíduo,	nos	referimos	à	eficácia	vertical,	pois	o	Estado	está	hierarquicamente	superior	ao	indivíduo.	
	
	
b) Eficácia	Horizontal	
	
	
	
	 Já	a	Eficácia	Horizontal	se	dá	quando	um	particular	viola	os	DFs	de	outro	particular.	Os	Estados	positivistas	não	
reconhecem	 a	 Eficácia	 Horizontal.	 A	 relação	 entre	 particulares,	 para	 esse	 tipo	 de	 Estado,	 acontece	 toda	 na	 esfera	
particular,	não	havendo	regra	prevista	na	Constituição	desses	países.	O	pragmatismo	americano	se	aproxima	muito	da	
negação	da	eficácia	horizontal.	No	entanto,	eles	possuem	o	“State	Action”:	eles	só	reconhecem	que	um	particular	viola	
os	DFs	de	outro,	quando	exercendo	função	pública	
	
TEORIA	INDIRETA	DA	EFICÁCIA	HORIZONTAL	
	
	 Teoria	 Indireta:	 reconhece	 que	 um	particular	 pode	 violar	 os	 direitos	 fundamentais	 de	 outro	 particular,	mas	
precisa	estar	previsto	em	lei.	Por	exemplo,	uma	casa	de	festa	pode	lançar	um	anão	num	espetáculo,	mas	somente	se	não	
houver	lei	proibindo.	Sendo	assim,	sem	lei	proibindo,	a	teoria	indireta	reconhece	que	HÁ	A	EFICÁCIA	HORIZONTAL.		
	
è Previsto	em	lei	
è Conceito	aberto	
	
TEORIA	DIRETA	DA	EFICÁCIA	HORIZONTAL		
	
	 Teoria	Direta:	é	a	mais	aplicada	no	Brasil,	STF	reconhece	e	adota.	É	quando	a	regra	é	aplicada	diretamente	da	
CF.	Nessa	teoria	há	a	ponderação	de	valores	entre	a	autonomia	privada	e	os	direitos	fundamentais	violados.	Por	exemplo,	
o	 Colégio	 São	 Bento	 tem	 sua	 autonomia	 privada	 (Pacta	 Sunt	 Servanda)	 para	 decidir	 que	 quer	 ter	 apenas	 meninos	
estudando	no	seu	recinto,	mas	viola	a	isonomia	de	gêneros,	prevista	na	CF.	
	 Outro	exemplo:	em	determinado	terreno	particular,	o	proprietário	só	deixa	transitar	por	ele	crianças	loiras	e	de	
olhos	azuis.	Nesse	caso,	temos	os	seguintes	valores	envolvidos:	autonomia	privada	(direito	à	propriedade)	x	isonomia	
das	 crianças.	 Caso	 aqui	 seja	 apenas	 um	 caso	 de	 discriminação,	 provavelmente	 a	 isonomia	 irá	 prevalecer	 e	 o	 juiz	
sentenciará	a	abertura	de	portas	para	as	demais	crianças.	Agora,	imaginemos	que	seja	o	mesmo	terreno	particular,	mas	
o	proprietário	só	deixasse	passar	crianças	muçulmanas	porque	na	rua	de	passagem	para	a	escola,	essas	crianças	estavam	
sofrendo	algum	tipo	de	abuso	ou	discriminação.	Então,	a	segregação	das	crianças	já	toma	outra	roupagem	e	irá	prevalecer	
o	direito	à	propriedade	que	nesse	caso	está	protegendo	o	hipossuficiente.	
	 Um	terceiro	exemplo	citado	em	sala	de	aula	 falava	sobre	o	caso	de	um	membro	de	um	clube	particular	 ser	
expulso	sem	que	se	explicasse	o	motivo	e	sem	dar	direito	ao	contraditório	a	à	ampla	defesa.	Valores	que	estão	em	jogo:	
autonomia	privada	x	princípio	do	contraditório	e	da	ampla	defesa.	Para	o	juizjulgar	esse	caso,	ele	precisará	entender	o	
caso	concreto	e	utilizará	a	TÉCNICA	DE	PONDERAÇÃO	DE	VALORES.	
	
	
	
è PONDERAÇÃO	DE	VALORES	
	
	
	
	
	
HERMENEUTICA	PARA	SENTENÇA	DE	JUIZ		
	
-	Técnica:	 ir	ao	caso	concreto,	 identificar	os	valores	envolvidos	e	em	colisão,	aplicar	pesos	para	 identificar	os	 fatores	
constitucionais	envolvidos	e	ponderar	valores	para	o	resultado	
	
OBS:	
Reserva	legal		 –	simples	
	 	 –	qualificada	(específica)	
Reserva	de	jurisdição	–		juiz	pode	violar	o	direito

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