Buscar

Jean Jacques Rousseau

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Jean-Jacques Rousseau foi um importante filósofo, teórico político e escritor suíço. Nasceu em 28 de junho de 1712 na cidade de Genebra (Suíça) e morreu em 2 de julho de 1778 em Ermenoville (França). É considerado um dos principais filósofos do iluminismo, sendo que suas ideias influenciaram a Revolução Francesa (1789).
O pensamento do filósofo iluminista francês Jean-Jacques Rousseau foi um dos mais comentados e, por isso mesmo, mais polêmicos da filosofia moderna. Há diversos autores que evidenciam inúmeras contradições entre as propostas que Rousseau elaborava para a transformação da moralidade, da sociedade e da política e a sua própria conduta pessoal.
Como se sabe, o Iluminismo (também chamado de Filosofia das Luzes) foi um movimento intelectual caracterizado pela importância da ciência e da racionalidade crítica no questionamento filosófico, o que implica recusa a todas as formas de dogmatismo, especialmente o das doutrinas políticas e religiosas tradicionais.
Entretanto, para além das polêmicas, o pensamento de Rousseau foi um dos mais influentes para a geração de filósofos e cientistas sociais dos séculos XIX e XX que se propôs a refletir sobre os fundamentos da sociedade, bem como suas contradições, como a exploração, a violência e a desigualdade.
Os aspectos principais que definiram o pensamento social de Rousseau foram: a concepção de que a natureza humana é boa (o que o colocou frontalmente em oposição ao filósofo do século XVI Thomas Hobbes) e de que, derivada dessa concepção, a sociedade é quem a corrompe. A bondade natural do homem seria então, para esse filósofo francês, paulatinamente destruída e corrompida pela civilização. Seria necessário, portanto, uma redução do poder do Estado soberano sobre os cidadãos livres, que se organizariam sobre a forma do contrato social, livres das imposições do Estado e articulados nos princípios da sociedade civil. Seu pensamento inspirou tanto liberais quanto socialistas do século XIX, além de ter sido uma das bases para o processo revolucionário francês do fim do século XVIII.
O contrato social
A questão da liberdade do homem é o mote central de "O Contrato Social", uma das obras primas de Jean-Jacques Rousseau. "O Contrato Social" é um ensaio fundamental para a história da filosofia e ao mesmo tempo uma obra para ser lida com prazer, na qual o filósofo conversa de igual para igual com o leitor.
Rousseau escreveu dezenas de obras num estilo que poderíamos chamar de ensaio filosófico. Tendo nascido na Suíça, estabeleceu-se em Paris em 1742, onde fez amizade com os filósofos enciclopedistas, entre os quais Denis Diderot e Condillac. Colaborou na "Enciclopédia" coordenada por Diderot, escrevendo diversos artigos. Em 1749, a Academia de Dijon ofereceu um prêmio para quem respondesse à seguinte questão: "O restabelecimento das ciências e das artes terá contribuído para aprimorar os costumes?"
Em consequência do que ele mesmo chamou de uma iluminação, Rousseau escreveu o "Discurso Sobre as Ciências e as Artes", tratando já da maioria dos temas importantes em sua filosofia. Em julho do ano seguinte recebeu o primeiro prêmio, que se materializou numa medalha de ouro e em trezentas libras. Com a publicação desta obra, Rousseau obteve o reconhecimento.
As bases da sociedade
Os anos seguintes foram de grande efervescência intelectual. Publicou o "Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens" e mais tarde um romance epistolar, "A Nova Heloísa", que obteve grande êxito. Em 1762 surgiram duas de suas obras mais importantes, o ensaio "O Contrato Social" e o tratado "Emílio, ou da Educação".
"O Contrato Social" é considerado uma das obras fundamentais da filosofia política. Rousseau parte do pressuposto de que é impossível retornar ao estado de natureza. O homem em estado de natureza participa de uma condição sem lei nem moralidade. Só um contrato com seus semelhantes oferece as bases legítimas para uma vida em sociedade.
É preciso, então, criar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa do uso da força. Longe de ser um pacto de submissão, o contrato social é um pacto de associação entre os homens. No estado civil, preconizado por Rousseau, o soberano é a vontade geral.
Influência de Rousseau
Na época da publicação de "O Contrato Social" Rousseau tinha 50 anos e era um homem célebre. Após a publicação, seu livro foi considerado ofensivo às autoridades, que ordenaram a prisão do autor. Rousseau fugiu para a cidade de Neuchatel, na Suíça.
"O Contrato Social" foi uma das obras que marcou o ideário da Revolução Francesa. Em seus últimos anos de vida, Rousseu levou uma vida isolada, e redigiu em sua defesa as "Confissões" (uma espécie de livros de memórias).
A influência da obra de Rousseau pode ser estendida até os dias de hoje. "O Contrato Social" marca a elaboração da noção de Estado moderno. Além de escritor e filósofo, Jean-Jacques Rousseau foi também apaixonado por música. Escreveu duas óperas, "As Musas Galantes" e "O Adivinho da Aldeia" e estudou teoria musical. Suas experiências, reflexões e sensações foram registradas no livro "Os Devaneios de um Caminhante Solitário", publicado em 1776.
Um dos principais opositores das ideias de Rousseau foi o filósofo irlandês Edmund Burke (1729-1797), que defendia a posição de que Rousseau e os revolucionários franceses não haviam compreendido a “natureza humana”, cuja ordem moral seria transcendente e não passível de alteração pela vontade humana.
A principal obra de Rousseau que expressou seu pensamento social foi o Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, publicada em 1755, da qual destacamos, a seguir, um trecho decisivo:
“O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: 'Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém.' [...]”. (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. In: Rousseau. São Paulo: Abril Cultural, 1978.)

Outros materiais