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1 Constitucional Sumário I. Teoria da Constituição 1) Conceito, Objeto, Conteúdo 2) Concepções 3) Constitucionalismo 4) Classificação 5) Normas e Estrutura 6) Elementos 7) Aplicabilidade e Eficácia 8) Hermenêutica Constitucional II. Poder Constituinte 1) Originário 2) Derivado Reformador 3) Derivado Revisional 4) Derivado Recorrente 5) Difuso (deriva do poder judiciário) 6) Nova Constituição e Ordem Jurídica Anterior III. Direitos e Garantias Fundamentais 1) Teoria dos Direitos Fundamentais (parte geral) 2) Direitos Individuais e Coletivos (Art. 5, CF) 3) Direitos Sociais 4) Direitos de Nacionalidade 5) Direitos Políticos 6) Remédios Constitucional 2 1) Teoria da Constituição 1.1) Conceito Constitucional: É o ramo (melhor dizendo tronco) do Direito Público que sistematiza e interpreta as normas fundamentais de organização de um Estado (Nação/País), seu funcionamento e a defesa dos direitos e garantias fundamentais. *Paz de Vestfália, ocorrido em 1648, foi uma série de tratados que encerraram a Guerra dos Trinta Anos e reconheceram oficialmente as Províncias Unidas e a Confederação Suíça. O tratado estabeleceu os princípios que caracterizam o estado moderno, destacando-se a soberania, a igualdade jurídica entre os estados, a territorialidade e a não intervenção no qual fortaleceu internacionalmente a ideia de soberania de cada Estado. 1.2) Objeto de Estudo: Constituições antigas, internacionais... E suas interpretações. 1.3) Conteúdo: Direitos e garantias fundamentais. Regime político (organização do Estado). Sistema de defesa (medida provisória de proteção do Estado). *Diferenças entre -Constituição: Livro Político Jurídico. -Direito Constitucional: Ciência, a forma de estudo. -Constitucionalismo: História da Constituições. 2) Concepções (sentido, tipologia) 1) Concepção Sociológica: “O que é uma constituição?” Para Ferdinand Lassale (precursor/pioneiro da social democracia Alemã) a constituição representa uma soma dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade que regem o Estado e que, quando não cumprida apresenta- se apenas como uma folha de papel. 2) Concepção Normativa: Konrad Hesse, critica e rebate a concepção sociológica. No seu conceito normativo a Constituição possui uma força normativa capaz de modificar a realidade, obrigando pessoas e modificando a sociedade. 3) Concepção Política: Para Carl Schmitt a Constituição no sentido político é uma decisão política fundamental do povo, ou seja um reflexo 3 das escolhas ou decisões tomadas para a gestão do Estado. Sua validade encontra na decisão política. Schmitt estabeleceu uma distinção entre: - Normas Constitucionais: Aquelas vinculadas a decisão política fundamental. -Leis Constitucionais: Aquelas que muito embora integram no texto da Constituição não compõem a decisão política fundamental do Estado. (As demais normas) 4) Concepção Jurídica: (baseado na Teoria Pura do Direito, o ‘dever ser’ de Kelsen, é a concepção adotada.) Hans afirma que existe um sistema hierárquico de normas no qual a Constituição é a norma principal, no topo da pirâmide que valida a existência de todo ordenamento jurídico brasileiro. Foram desenvolvidos dois “Planos de Constituição”: Plano Lógico: Refere-se ao ideal da norma hipotética fundamental, ou seja, fundamento lógico, valorativo, no qual o legislador baseia. Plano Jurídico: Positivo, trata da Constituição como uma norma positiva suprema, que fundamenta e dá validade a todo ordenamento jurídico e regula a criação de outras normas. 5) Concepção Contratualista ou Culturalista: De Herman Helder. “Teoria do Estado” conjunto de normas fundamentais condicionada pela cultura total, e ao mesmo tempo os elementos sociológico, político, jurídico de forma complementar e não oposto. 3) Constitucionalismo 3.1) Conceito: Canotilho identifica vários constitucionalismos, como o inglês, o americano e o francês, preferindo falar em movimentos constitucionais. Neste sentido o constitucionalismo moderno representa uma técnica específica de limitação do poder autoritário com fins garantísticos de prevalência dos direitos fundamentais. *Movimentos de constitucionalismo marcantes moldando o conceito constitucional: 3.1.1) Estado Hebreu: A primeira experiência constitucional que se tem notícia são datados desde a antiguidade, entre 2000-1000 a.c. no Estado Hebreu que estabeleciam leis para o próprio Estado, para fiscalizar os atos governamentais para que não extrapolassem os limites bíblicos. 4 3.1.2) Grécia Antiga: Já na Grécia Antiga no século V a.c. a Grécia estabeleceu Cidade-Estado dando força ao conceito de democracia constitucional, onde o governante e governados tinham poder político igualmente distribuído. 3.2) Idade Média: Nessa época que o constitucionalismo ressurge como movimento de conquista das liberdades, garantindo os direitos individuais. 3.2.1) Inglaterra: A Magna Carta de 1215 representa o grande marco do constitucionalismo medieval, estabelecendo, mesmo que formalmente, a proteção e a importância dos Direitos Individuais. 3.3) Idade Moderna: A partir da Idade Moderna começa a surgir a necessidade do contratualismo. Conceitos predominantes de contratualismo: Contratualismo de Hobbes: Necessidade de o homem controlar a si mesmo. Contratualismo de Locke: Necessidade de criar um método de julgamento parcial dos interesses das pessoas. Contratualismo de Rousseau: Todo poder se forma a partir do povo e deve ser governado por ele. 3.3.1) Modelo Inglês: Formado a partir de vários tratados como o Habeas Corpus Act (1679), Bill of Rights (1689), Act of Settlement (1701) todos eles voltados para a proteção dos direitos individuais (o homem no centro). Diferenciam-se dos pactos por admitir a participação dos súditos. 3.3.2) Modelo Estadunidense: (poder de inovação. 1787) Ele tem a base nas concepções de Locke sobre o individualismo e o poder inglês com a independência das 13 colônias. Características: - Primeira Constituição escrita e dotada de rigidez; - Ideia de supremacia (incontestável) constitucional; - República Presidencialista Democrática; - Separação de poderes. 3.3.3) Modelo Francês: (poder de influência) A sangrenta Revolução Francesa (1789) teve por objetivo destruir o “antigo regime.” Esse regime era composto de três classes distintas: A nobreza (1° estado), o clero (2° estado) e o povo (3° estado). A revolução foi feita pelo 3° estado, a grande maioria, inconformados com os privilégios e o sistema aristocrático. O iluminismo passa influenciar o povo com uma ideia de liberdade. A Constituição foi escrita como uma arma ideológica contra o Antigo Regime (O Absolutismo) baseando-se no modelo americanos, porém com características políticas. 5 Características: - Monarquia Constitucional; -Limitação de poderes do rei; -Distinção entre poder constituinte (criar) e derivado (modificar). 3.4) Constitucionalismo no século XX: A Partir desses modelos são estabelecidos os Direitos Sociais como o Direito do Trabalho entre outros: - Constituição Mexicana (1917) foi a primeira a incluir Direito do Trabalhista entre os Direitos Fundamentais. - Ideia do Estado Positiva regulamenta a educação, saúde, direitos trabalhistas, previdenciários e etc. - Constituição de Weimar (1919) nome dado a cidade Alemã que foi votada, foi um texto inovador com “direitos e deveres fundamentais dos Alemães” 3.4.1) Constitucionalismo Autoritário: Década 30-40 do século XX. Ocorre uma ruptura na evolução, separaçãoentre lei e moral usando a ciência para explicar o mundo. Este estilo passa fundamentar regimes nazistas e fascistas. 3.4.2) Modelo Liberal: Uma revolução liberal de valorização do individuo abstenção Estatal sobre a propriedade privada. Favorecendo as elites com concentralização de renda e exclusão social, obrigando o Estado a evitar abusos. *Jusnaturalismo é o Direito Natural, como o direito à vida, liberdade, dignidade... 3.4.3) Neoconstitucionalismo: Tem o intuito de buscar a eficácia da Constituição. Busca a concretização dos Direitos Fundamentais. Marcos Fundamentais: Modelo Liberal Modelo Social -Estado negativo, não interfere na vida privada. -Interfere na vida privada. Dando Direitos Sociais como saúde, educação... -Favorece só as elites. -Positivismo com leis conquistadas e registradas. Base na Constituição Americana e Constituição da Inglaterra. Base na Constituição Mexicana. 6 a. Histórico: Durante a 2° Guerra Mundial houve violação dos Direitos Humanos pelo Nazismo, e com o termino da guerra a dignidade humana ganha força e gera uma Declaração Universal dos Direitos Humanos. b. Filosófico: Pós-Positivismo, reaproximação entre ética e o Direito. Inserção da filosofia nos debates jurídicos. c. Teórico: i. Reconhecimento da força normativa da constituição: -Normas jurídicas autênticas; -Supremacia da constituição; -Trata não somente sobre a organização de Estado, mas também disciplina relações privadas e etc. ii. Expansão de jurisdição constitucional: -Poder Judiciário ganha força; -Criação dos Tribunais Constitucionais. iii. Nova dogmática de interpretação constitucional: -Rejeição ao formalismo; -Norma jurídica = regra + princípio; -Recurso mais aberto de raciocínio jurídico. 3.4.4) Constitucionalismo do Futuro: Baseado nas ideias de José Roberto Dromi (Argentino) -Verdade (chega de falsas promessas) -Solidariedade (fraternidade, respeito entre os povos) -Consenso (Harmonia entre as partes) -Participação (Democracia participativa do povo e não representativa) -Integração (de forma espiritual, moral, ética e institucional) -Universalização (Consagração de Direitos Humanos internacionalmente em todas as constituições) 4) Classificação (tipologia) 4.1) Quanto à Origem: (como ela foi feita?) a. Outorgada: Imposta, ditatorial, autocrática. É estabelecida sem qualquer resquício de participação popular. Um ato unilateral do governante. Ex: Constituições de 1824, 1937, 1967, e a EC n° 1/1969. 7 b. Cesarista: Similar à outorgada pois também tem seu texto elaborado sem a participação do povo. No entanto, para entrar em vigor dependerá de aprovação popular que a ratifique depois de pronta. c. Dualista ou Pactuada: As constituições Dualistas são formadas por textos constitucionais que nascem de um pacto entre forças opositoras entre o monarca e o poder legislativo. d. Promulgada ou Democrática: As constituições promulgadas são constituições popular ou votada, pois tem intermédio da participação do povo do modo direto ou indireto (por meio de representantes eleitos). Ex: Constituição de 1891, 1934, 1946, e 1988 4.2) Quanto à Forma: a. Escrita (instrumental) no qual todos dispositivos são escritos e estão inseridos de modo sistemático em um único documento. b. Costumeira (não escrita) Constituição no qual as normas e princípios encontra-se em fontes normativas diversas ex: cultura. 4.3) Quanto à sistemática: a. Reduzida = Codificada, orgânica ou unitextuais b. Variadas = Documentos variados não codificado, pluritextual. Conjunto de documentos que possuem estaturas de norma constitucional, common law. Ex: Inglaterra. Crítica: Antes de 2004 a Constituição Federal de 1988 era considerada reduzida. A partir da Emenda Constitucional número 45/2004, que acrescentou o §3° do artigo 5° da CF/88, podemos repensar a definição da nossa Constituição, interpretando-a agora como variada e não mais reduzida pois se o Brasil incorpora Tratados Internacionais sobre matéria de Direitos Humanos e for aprovado por um quórum qualificado (3/5, 2 turnos 2 casas) que esses tratados terão a mesma estatura que a CF/88, isso o faz ter documentos variados pluritextual. 4.4) Quanto à Extensão (tamanho): a. Sintéticas = Breve, sucinta ou curta. Vantagem: menos modificações, muito principiológica o interprete ganha muito poder. Ex: USA com 7 artigos. b. Analíticas = Ampla, extensa, prolixa ou desenvolvidas pois tem matérias que deveriam estar em outra lei, mas estão na Constituição 8 4.5) Quanto ao Conteúdo: a. Conteúdo Material: Nem tudo são conteúdo constitucional Ex: Constituição Imperial. b. Conteúdo Formal (forma): Todos artigos são constitucionais. 4.6) Quanto ao Modo de Elaboração (criação): a. Dogmáticas (sistemáticas): Sempre escritas, partem de teorias preconcebidas, de planos e sistemas prévios, de ideologias a partir de um momento, reunião, assembleias para gerar a Constituição. b. Históricas sem emenda constitucional simplesmente fazendo leis por um lento e contínuo processo de formação ex: Inglaterra. 4.7) Quanto à Alterabilidade: (mutabilidade, estabilidade, plasticidade) a. Imputáveis: Pretensão de ser eterna, inalteráveis. Geralmente baseando-se em livros sagrados e costumes. b. Fixa: Não prevê processo de emenda ou alterações. Reconhece a possibilidade de seu texto sofrer reforma somente pelo órgão que a criou. Ex: Constituição de Napoleão. c. Rígidas: São constituições que não tem pretensão eterna, tem previsão de alterações, porém somente por um processo dificultoso. Procedimento distinto de uma infraconstituição no qual procedimento é simplificado. Infraconstituição: São leis abaixo da constituição. d. Superrígidas: é aquela que não pode ser modificada em nenhuma hipótese, ou seja, petrificada. Por causas das cláusulas pétreas, Alexandre de Morais entende que a CF/88 é uma constituição superrígida. Art. 60, §4 da CF/88 onde as Clausula Pétrea não podem ser abolida. e. Semiflexível: Constituição que tem natureza constitucional e infraconstitucional, com procedimentos diferentes. Ex: Constituição de Império de 1824. f. Flexível: Não há distinção entre modificação de artigos constitucionais e de qualquer outra lei. g. Transitoriamente flexível: Estabelece no seu teor um certo período a alteração de seu texto através de um procedimento mais simples, depois passa ser considerada rígida. Ex: Constituição da Irlanda. 4.8) Quanto à Dogmática: 9 a. Ortodoxa: É aquela formada por uma só ideologia, por exemplo a soviética de 1977, hoje extinta, e as diversas constituições da China (ideologia marxista onde a Constituição supostamente representa, não o povo, mas a vontade de uma classe governante capitalista) b. Eclética: Seria aquela formada por ideologias conciliatórias como a CF/88. 4.9) Quanto ao Conteúdo Ideológico: a. Liberais: Visam delimitar o exercício do poder estatal, e assegurar liberdades individuais (1° dimensão). Ex: Direito de ir e vir, privacidade. *famosa frase que foi repetida durante a revolução francesa “liberdade (1° dimensão), igualdade (2° dimensão) e fraternidade (3° dimensão)” b. Social: Típicas de um constitucionalismo pós-liberal pois tratam de direitos relacionado à liberdade social, cultural e econômica. 4.10) Quanto à Correspondência com a Realidade: a. Constituições Normativas: Capacidade de alterar a realidade social de um Estado. Ex: Constituição Americana. b. Constituições Nominais: Trazem direitos, princípios, porém a sociedade não tem estrutura ou capacidadede realizar os princípios por razões variadas. Só no nome. c. Constituições Semântica (instrumentalista): Típicas de Estados Ditatoriais, sua função única é legitimar o poder usurpado do povo, estabilizando a intervenção dos ilegítimos dominadores de fato do poder político. Critério Ontológico (ciência do ser) Pretende avaliar o grau de comunicabilidade entre o texto a constituição e a realidade Normativa há perfeita sintonia entre o texto constitucional e a conjuntura política e social do Estado; o texto constitucional é de tal forma eficaz e seguido à risca que, na prática, vê-se claramente a harmonia entre o que foi estabelecido no plano Normativo e o que se efetiva no mundo fático. Nominativa Incapaz de reproduzir com exata congruência a realidade política social do Estado, mas anseia chegar a este estágio. Almeja-se um 10 dia alcançar a perfeita sintonia entre o texto (constituição) e o contexto (realidade). Semântica Nunca pretendeu conquistar 1 coerência apurada entre o texto e a realidade, mas apenas garantir a situação de dominação estável por parte do poder autoritário traindo o significado do vocábulo “constituição” 4.11) Quanto ao Sistema: a. Principiológico: Neste sistema os princípios ganham relevo (irregularidade), são as normas que preponderam (predominam). Ex: CF/88 b. Preceitual: Possui normas com alto grau de precisão e especialidade e tendem a ser extremamente detalhistas. Constituição Mexicana 1917. 4.12) Quanto à Função: a. Provisória: As constituições provisórias são aquelas que duram um curto espaço de tempo, geralmente se dão quando temos regime de transição podem ser chamadas de constituição revolucionária. Ex: Regime monárquico -> Constituição Provisória -> Regime Republicano b. Definitiva: Constituição que entra coma intuição de regulas com longo espaço de tempo. 4.13) Quanto à Origem de sua Decretação: a. Heteroconstituições: Imposta. Por outro país ou outro Estado. Ex: Quando a ONU impõe. b. Autônomas: Próprio Estado cria CF/88 4.14) Quanto à Estrutura: a. Garantia: Direitos de liberdade. São direitos iniciais. Estado negativo onde a constituição funcionará apenas como um instrumento de limitações do poder. b. Balanço: Esta constituição descreve e registra a organização política de um Estado. O intuito desse mecanismo é revelar um estágio que se encontra em um determinado país na marcha de um ideal, ou seja, representar a realidade de como o país está agora. Ex: União Soviética 24, 36, 77. c. Dirigente: Sua estrutura seria de dirigir o país não somente estabelecer limitação de poder. Ela conduz o Estado a um objetivo. As 11 constituições dirigentes são pactos sociais que determinam um norte ou uma direção que o Estado deva seguir. Ex:CF/88. 4.15) Quanto à Relação Estado-Religião: a. Teocrático: Estados que impõe uma religião. Ex: Oriente Médio ou Vaticano. b. Confessional: Declara na constituição uma religião oficial, porém, não há uma imposição. Ex: Argentina. c. Laica: Não declara vínculo a qualquer religião e estimula a liberdade de pluralidade religiosa. d. Ateia: Constituição que nega as religiões. Ex: Cuba, uma visão de mundo com materialismo histórico. 4.16) Estabelecendo a Classificação da Constituição Federal de 1988: 1. Promulgada; 2. Escrita; 3. Variada; *Reduzida contando com os tratados internacionais* 4. Analítica 5. Formal 6. Dogmática; 7. Rígida; *ou Superrígida contando com as Cláusulas Pétreas* 8. Eclética; 9. Ideologia Social; 10. Normativa; *(pretensão normativa) * 11. Principiológico; 12. Definitiva; 13. Autônoma; 14. Dirigente; 15. Laica. 5)Preâmbulo e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) Estrutura da Constituição: Preâmbulo Art. 1° CF/88 corpo Art. 250, CF/88 ADCT Art. 1-114 5.1) Preâmbulo: (Palavras-Chave) Representante do povo, Assembleia Nacional Constituinte, assegurar direitos sociais e individuais, liberdade, segurança, bem-estar, igualdade, segurança.... 12 5.1.1) Qual a Natureza Jurídica de Preâmbulo? Três posições adotadas pela doutrina: a. Tese da Plena Eficácia: O preâmbulo tem a mesma natureza que o articulado, ou seja, você poderia aplicar o preâmbulo em alguns casos concretos. O preâmbulo seria igual um artigo. b. Tese da Relevância Jurídica Indireta: Ela diz que o preâmbulo não é um artigo, mas pode auxiliar na interpretação das normas. c. Tese da Irrelevância Jurídica: O preâmbulo situa-se no domínio da política sem relevância jurídica. Simplesmente um marco histórico. 5.1.2) A Invocação de Deus no preâmbulo enfraquece a laicidade do Estado Brasileiro? Não. O STF diz que a citação de Deus não faz de o Estado estabelecer uma religião oficial. *Diferença entre Laicidade e Laicismo Radical: Laicidade é a neutralidade religiosa por parte do Estado. Laicismo Radical é a intolerância estatal nas relações religiosas. *Acre era o único estado que não trazia a expressão “sob a proteção de Deus” até a EC n. 19/2000. Acrescentando a expressão na constituição do Acre. 5.2) Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) São normas constitucionais que possuem prazo, uma vez aplicada, o seu conteúdo é exaurido (vem ficar como registro histórico) 5.2.1) Qual é a Natureza Jurídica? São normas constitucionais que para ser alteradas é necessário um Emenda Constitucional. 6) Elementos De acordo com José Afonso da Silva existe: a. Elementos Orgânicos: Se contêm nas normas que regulam a estrutura do Estado e do poder, que se concentram, predominantemente, nos títulos III, IV entre outros da CF/88 b. Elementos Limitativos: Se manifestam nas normas que consagram o elenco dos direitos e garantias funda mentais. Ex: Título II, CF/88 13 c. Elementos Socioideológicos: Consubstanciados nas normas que revelam o caráter de compromisso das constituições moderna entre o estado social e o estado individual. Ex: art. 6° CF/88 d. Elementos de Estabilização: Consagrados nas normas destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais. Ex: Art. 34 a 36, CF/88 e. Elementos Formais de Aplicabilidade: São os que se acham consubstanciados (fundido) nas normas que estabelecem regras das normas constitucionais ex: Art. 5° §1°, CF/88. 7) Normas Constitucionais (aplicabilidade e eficácia): i. Normas Constitucionais de Eficácia PLENA: a. Aplicabilidade Direta: São auto-aplicáveis, independem de legislação infraconstitucional para regulamentar o seu conteúdo. b. Aplicabilidade Imediata: Estão aptas a produzir efeitos desde a sua entrada em vigor, ou seja, imediatamente após sua criação. c. Aplicabilidade Integral: Estas normas não podem sofrer restrições por parte do legislador infraconstitucional, ou seja, as leis a baixo da constituição não podem reduzir a abrangência do conteúdo de uma norma constitucional de eficácia plena. Ex: tortura. Já há uma declaração autoaplicável. ii. Normas Constitucionais de Eficácia CONTIDA: (Art. 5, XVIII, CF/88) Não são plenas, pode sofrer limitações ou restrições. Ex: Pena de morte somente em estado de guerra declarada. Art. 5, XLII, CF/88. a. Aplicabilidade Direta: Mesma explicação: #7, I, a. (autoaplicáveis) b. Aplicabilidade Imediata: Mesma explicação: #7, II, b (Imediata) c. Aplicabilidade Possivelmente não Integral: Este tipo de norma PODE sofrer redução, limitação e/ou restrição do seu conteúdo. Seja através de lei infraconstitucional, seja através de uma norma constitucional ou até por conceitos jurídicos consagrados. iii. Normas Constitucionaisde Eficácia LIMITADA: (Indireta, Mediata e Reduzida). Não produzem efeitos essenciais com a simples entrada em vigor, pois não há normatividade o bastante. Sendo necessário intervenção de legislador ordinário. 14 a. Normas de Princípio Institutivo (organizatório): Nas quais o legislador constituinte indica que é necessária a estruturação posterior do órgão estatal, previsto na constituição, por atuação do legislador ordinário. As normas de princípio Institutivo podem ser impositivas (obrigatórias) ou facultativa b. Normas de Princípio Programático: Tratam de programas institucionais a serem cumpridos pelo governo em prol do interesse social. Ex: (Art. 196, CF) Direito à saúde, fazer campanha de vacinação. “Estado tem de obedecer a CF e promover programas de política pública” *Legislador ordinário é o que elabora o ordenamento jurídico infraconstitucional. ... Existe também o Poder Constituinte Derivado ou Reformador, que reforma a Constituição, é autorizado a elaborar emendas constitucionais. 1. Aplicabilidade Diferida: Não são autoaplicáveis, pois dependem de lei ou programas de Estado (políticas públicas) 2. Aplicabilidade Mediata: Estabelecem programas a serem concretizado no futuro. Não estão aptas a produzir efeitos imediatamente, ou seja, não é sua entrada em vigor que garante a sua eficácia, mas sim leis ou programas de Estado. 3. Aplicabilidade Reduzida: (limitada) Estas normas constitucionais só manifestam a plenitude dos seus efeitos após a emissão de um ato normativo ou de programas de política pública, ou seja, seus efeitos jurídicos e práticos ficam condicionadas a outras ações. 4. Aplicabilidade Vinculante: Apesar dessas normas não produzirem seus efeitos de maneira independente, elas possuem um efeito vinculante que condiciona o conteúdo das normas a serem criadas, das políticas públicas a serem desenvolvidas. Diferença ente Contida e Limitada: 1) Contida = Imediata Limitada = Indireta e Mediata 2) Normatização legislação Contida = Limitações Limitada = Regulamentação por legislador ordinário. 3) A Ausência de regulamentação tem consequência distintas Contida = Sem regulamentação ordinária o exercício de direito é amplo. 15 Limitada = Sem regulamentação ordinária não há exercício efetivo. iv. Normas Constitucionais de Eficácia Exaurida: Essas normas são próprias do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Uma vez cumpridas as determinações por elas impostas, perdem sua aplicabilidade, tornando-se sem qualquer efeito. 8) Hermenêutica da Normas Constitucionais: Considerações iniciais: Nem tudo vai ser princípios e regras. *Definição: Principiológica = deriva de princípios. Para interpretar princípios usamos métodos e metaprincípios (princípios dos princípios) 8.1) Métodos de Interpretação 8.1.1) Método Jurídico ou hermenêutico clássico (prevalência da lei): - Elemento Gramatical: Procurar a literalidade do que está escrito. - Elemento Histórico: Considerar o que o constituinte/legislador queria dizer ou qual seria a intenção daquela norma. - Elemento Evolutivo: Sociedade que vive em progresso. Existem normas que necessitam adaptar a sociedade evolutiva. Ex: Evolução Tecnológica. - Elemento Sistemático: Nenhuma norma deve ser interpretada isoladamente. Toda norma constitucional faz parte de um conjunto, de um sistema lógico, como uma peça de um grande quebra-cabeça. 8.1.2) Método Tópico-Problemático (prevalência do problema): (Theodor Viehweg) Topoi = ponto comum de partida de uma argumentação. Nesse caso (nesse método) o problema ganha relevância, protagonismo para o interpretador. Como as normas constitucionais são conceitos abertos pode-se em um exercício hermenêutico adequar os fatos (problemas a qualquer norma constitucional que o interprete encontre compatibilidade temática). 8.1.3) Método Hermenêutico-Concretizador: (Konrad Hesse) a. Pressupostos Subjetivo: Valores que cada interprete tem dentro do seu ponto de vista. b. Pressupostos Objetivos: Este interprete fica entre a norma e o fato (ou problema). Interpretando cada norma, cada fato de modo diferente. c. Círculo Hermenêutico: A partir dessas relações entre o interprete e os pressupostos objetivos estabelece o círculo hermenêutico que 16 interpreta a norma, o fato, a norma, o fato... A fim de chegar ao melhor resultado. 8.1.4) Método Científico-Espiritual (integrativo): (Rudolf Smend) Tanto o direito, quanto o Estado e a constituição são fenômenos culturais. O direito é uma construção cultural onde existe a norma, mas também existe uma realidade material cambiante que significa a sociedade vai mudando, evoluindo. 8.1.5) Método Normativo-Estruturante: (Fredrich Muller) Não entenda a norma de forma literal, vá além. O direito é muito mais profundo. O teor literal do direito positivado (norma literal) é apenas a “ponta do iceberg” 8.1.6) Método de Comparação Constitucional (Direito Comparado): Comparar com outras constituições internacionais ou Direito Comparado no Tempo comparando constituições passadas. 8.2) Princípios de Interpretação: Metaprincípios ou princípio dos princípios que servem para ir além da norma, melhor hermenêutica, sentido da norma. A) Princípio da Unidade da Constituição: Remetente a um elemento sistemático ou hermenêutica clássica de savigny. Esse princípio pode argumentar e dizer que fez uma interpretação levando em consideração toda a unidade da constituição, todo sistema da constituição, coerência com tudo. Este princípio deve ser utilizado na busca de uma interpretação que resguarde a harmonia entre as normas constitucionais, ou seja, no momento de aplicar uma norma, no momento de interpretar um fato, a melhor hermenêutica buscará afastar as contradições e antagonismos dentro do todo constitucional. A constituição não pode ser interpretada em fatias (em pedaços) mas deve buscar, sempre que possível, a sua unidade lógica. Hierarquia dentro da constituição não existe. B) Princípio da Concordância Prática ou harmonização: Este princípio trata da possibilidade de conflito entre direitos previstos na constituição. Nesse caso cabe ao interprete combinar e coordenar os bens jurídicos em conflito, realizando a proporcionalizarão de cada um deles. Assim como no princípio da unidade, não há hierarquia entre as normas constitucionais, portanto, cada situação específica exigirá uma harmonização específica. Princípio do Efeito Integrador ou força integradora não traz opções, decisão com 17 efeito integrador na resolução de problemas jurídicos constitucionais, deve ser dada primazia as decisões que favorecem uma integração política e social produzindo, mesmo com a supressão de um dos direitos que entre em conflito uma solução integradora C) Princípio da Justeza (conformidade/exatidão funcional): Não deve atuar em um ativismo judicial. Neste princípio tem como finalidade impedir que os órgãos de interpretação constitucionais cheguem a um resultado que subverta (revoluciona) a tripartição de poderes. É preciso que haja um respeito a um esquema organizatório funcional e que os ativismos judiciais só sejam tolerados como último recurso. D) Princípio da Relatividade ou Convivência das Liberdades Públicas: Não há direito absoluto. Os direitos fundamentais são limitados pelos demais direitos fundamentais igualmente previstos na Constituição. Ex: O direito à vida não tem caráter absoluto, basta lembrar que se pode matar em legitima defesa. E) Princípio da Presunção de Constitucionalidade das Leis: As leis presumem-se constitucionais até que haja prova em contrário. F)Princípio da Força Normativa da Constituição: (Konrad Hesse) Estabelece que a constituição deve durar o máximo possível, evitando-se ao máximo as reformas constitucionais, o que gera uma estabilidade e segurança jurídica. G) Princípio da Interpretação conforme a constituição: Diante de normas infraconstitucionais que produzem interpretação polissêmica (varias interpretações) deve se buscar a interpretação que se adequar os princípios constitucionais. *Destacam-se dois dos mais importantes princípios que regem a hermenêutica constitucional: H) Princípio da Razoabilidade, Princípio da Proporcionalidade: (ponderação em conflito) Estes princípios não devem se confundir. A razoabilidade analisa se o ato praticado pelo poder público é razoável, ou seja, se o ato não é razoável ele não será constitucional. O princípio da proporcionalidade utiliza-se de vários critérios para ser observado, como o da necessidade (exigibilidade), adequação (utilidade) e em especial o critério da proporcionalidade em sentido estrito, que coloca na balança dos direitos constitucionais em conflito
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