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Livro - Gestão Tributária

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O símbolo &, uma representação gráfica 
da conjunção latina “it”, comumente usada 
em nomes de empresas com o significado de 
“associação” ou “parceria”, é empregado nesta 
obra em referência ao grupo de disciplinas 
que tratam de práticas de gestão.
gestão tributária 
Obra coletiva organizada 
pela Universidade Luterana 
do Brasil (Ulbra).
Informamos que é de 
inteira responsabilidade 
do autor a emissão de 
conceitos.
Nenhuma parte desta 
publicação poderá ser 
reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia 
autorização da Ulbra.
A violação dos direitos 
autorais é crime 
estabelecido na Lei nº 
9.610/98 e punido pelo art. 
184 do Código Penal.
A edição desta obra é 
de responsabilidade da 
Editora Ibpex.
Gestão tributária / [organizada] pela Universidade 
Luterana do Brasil – Ulbra. – – Curitiba: 
 Editora Ibpex, 2009.
Bibliografia.
isbn 978-85-7838-179-0
1. Direito tributário. 2. Tributação. 3. Brasil. I. 
Universidade Luterana do Brasil – Ulbra.
08-11994 cdu - 34 : 336 . 2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Índices para catálogo sistemático:
1. Brasil : Gestão tributária : Direito tributário
34:336.2
pdi Ulbra 2006-2016
Plano de Desenvolvimento Institucional
Mantida pela Comunidade Evangélica Luterana São Paulo (Celsp), a 
Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) tem uma história de conquis-
tas. Desde a primeira escola, fundada em 1911, até hoje, a Ulbra caracte-
riza-se por ser uma instituição voltada para o futuro, buscando sempre 
o melhor em todas as suas áreas de atuação. Assim, disponibiliza para 
acadêmicos, profissionais e toda a comunidade serviços de qualidade em 
todas as áreas.
Missão
A Ulbra assume como Missão Institucional desenvolver, difundir e pre-
servar o conhecimento e a cultura por meio do ensino, da pesquisa e da 
extensão, buscando permanentemente a excelência no atendimento das 
necessidades de formação de profissionais qualificados e empreendedo-
res nas áreas de educação, saúde e tecnologia.
Visão
Ser uma instituição de referência no ensino superior em cada localidade 
em que atua e estar entre as dez melhores do País.
Valores
Busca permanente da qualidade em educação, saúde e tecnologia; ▪
Preocupação permanente com a satisfação das pessoas que fazem ▪
parte do Complexo Ulbra;
Foco primordial no aluno e na qualidade acadêmica; ▪
Foco no ser humano e na qualidade de vida em saúde e cultura; ▪
Vivência e difusão dos valores e da ética cristãos; ▪
Cultivo do convívio social em termos de mútuo respeito e coopera- ▪
ção, bem como da consciência crítica da sociedade;
Promoção do bem-estar social por todos os meios legítimos; ▪
Fidelidade ao lema: “A Verdade Vos Libertará”; ▪
Formação integral da pessoa humana em conformidade com a filo- ▪
sofia educacional luterana, cuja existência se desenrola na presença 
de Deus, o Criador;
Desenvolvimento do senso crítico e da autocrítica, sem perda dos ▪
valores legítimos do amor, dos sentimentos, das emoções.
Informações sobre PDI – Telefone: (51) 3477-9195 – E-mail: pdi@ulbra.br
Dedico o presente trabalho ao meu irmão Janos,
ao meu pai Elton Jaeger e ao meu amor Edson de Carli.
– Giulia Jaeger
Agradecemos em especial à Universidade Luterana do 
Brasil pelo incentivo.
apresentação
Neste livro, serão abordados os principais temas do direito 
tributário. Veremos as principais características do Sistema 
Tributário Nacional e como se desenrola a sistemática de 
aplicação e de cobrança dos tributos pelo Estado. Para 
tanto, veremos desde o histórico do direito tributário até a 
execução fiscal e as medidas cautelares.
A intenção da obra é mostrar como funciona a aplica-
ção dos tributos para que se realize uma gestão tributá-
ria. Dessa forma, o conteúdo deste trabalho e as atividades 
propostas são um bom meio de estudo e de conhecimento 
para que seja realizada uma boa gestão tributária.
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sumário
( 1 ) Histórico do direito tributário, 15
1.1 Evolução histórica do direito tributário, 18
1.2 Conceito de tributo, 19
1.3 Classificação dos tributos, 21
1.4 Classificação dos impostos, 23
1.5 Objetivos dos tributos, 23
( 2 ) Sistema Tributário Nacional, 27
2.1 Normas e princípios, 31
2.2 Princípios gerais de direito tributário, 31
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( 3 ) Competência tributária, 45
3.1 Competência privativa, 49
3.2 Competência residual, 52
3.3 Competência comum, 52
3.4 Competência excepcional, 53
( 4 ) Não-incidência, imunidade, isenção, incidência 
e responsabilidade tributária, 55
4.1 Não-incidência, incidência, isenções e imunidades, 58
4.2 Responsabilidade tributária, 62
4.3 Substituição tributária, 65
( 5 ) Crédito tributário, 71
5.1 Sujeitos da obrigação tributária, 74
5.2 Constituição do crédito tributário, 76
5.3 Espécies de lançamento, 77
5.4 Extinção do crédito tributário, 80
5.5 Exclusão do crédito tributário, 82
5.6 Suspensão do crédito tributário, 82
5.7 Privilégios do crédito tributário, 83
( 6 ) Obrigação tributária, 87
6.1 Obrigação principal, 90
6.2 Obrigação acessória, 90
6.3 Decadência, 91
6.4 Prescrição, 91
( 7 ) Tributos em espécie, 95
7.1 Imposto de Importação (II), 98
7.2 Imposto de Exportação (IE), 99
7.3 Imposto de Renda (IR), 100
7.4 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), 101
7.5 Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou 
 relativas a Títulos e Valores Mobiliários (IOF), 101
7.6 Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), 103
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7.7 Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), 103
7.8 Impostos extraordinários, 104
7.9 Imposto sobre Transmissão Causa Mortis de Quaisquer Bens 
 ou Direitos (ITCD), 105
7.10 Impostos sobre Propriedade de 
 Veículos Automotores (IPVA), 106
7.11 Imposto sobre Operações relativas à Circulação 
 de Mercadorias e Prestação de serviços (ICMS), 106
7.12 Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana (IPTU), 107
7.13 Imposto sobre a Transmissão inter vivos de Bens Imóveis e 
 de direitos a eles relativos (ITBI), 108
7.14 Imposto sobre Serviços de 
 Qualquer Natureza (ISS ou ISSQN), 108
( 8 ) Processo administrativo tributário 
(Decreto n° 70.235/1972), 111
8.1 Espécies, 114
8.2 Fases do processo administrativo, 115
( 9 ) Ações judiciais tributárias, 119
9.1 Classificação das ações, 122
9.2 Espécies de ações, 124
( 10 ) Execução fiscal e procedimento cautelar, 129
10.1 Execução fiscal – Lei n° 6.830/1980, 132
10.2 Ação cautelar fiscal, 133
Referências, 137
Gabarito, 139
( 1 )
histórico do direito 
tributário
Geraldo Jobim é graduado em Direito 
pela Universidade do Vale do Rio dos 
Sinos (Unisinos), professor titular das 
disciplinas de Direito Tributário I e II, 
Direito Processual Civil II e IV, e Teo-
ria do Direito, na Universidade Lute-
rana do Brasil (Ulbra) e mestrando em 
Direito também mesma instituição.
Giulia Jaeger é graduada e mestre em 
Direito também pela Ulbra. É profes-
sora titular das disciplinas de Direito 
Tributário II, Processo Civil I, II e IV, 
e Estágio Supervisionado Civil I na 
Ulbra.
Geraldo Jobim
Giulia Jaeger
( )
neste capítulo, será abordada a parte histórica 
dos tributos e os seus principais conceitos. Para que se 
tenha uma melhor noção de todo o conteúdo do livro, esta 
parte inicial é de suma importância, pois as noções básicas 
levam ao conhecimento maior.
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(1.1)
evolução histórica 
do direito tributário
A existência de tributos remonta à Antiguidade.A tributação 
é a forma de arrecadação de recursos do Estado e da con-
seqüente manutenção de sua estrutura.
É com a arrecadação tributária que o Estado aufere 
recursos para a consecução de seus fins. Os tributos apre-
sentam, ao longo da história, um caráter de imposição ao 
indivíduo. Nos regimes absolutistas, era uma imposição 
da vontade do próprio detentor do poder. Portanto, não 
havia para o contribuinte uma forma de se abster de seu 
pagamento. Ele poderia, contudo, por meio de insurreição 
armada, pelo processo revolucionário, abster-se da exigên-
cia do tributo.
A primeira exigência legal de que se tem notícia, por 
parte dos contribuintes, de uma organização legal do sis-
tema tributário remonta da Carta Inglesa de 1215 (Magna 
Carta), quando os lordes limitaram o poder da Coroa 
Inglesa, fazendo com que surgisse, nesse momento histó-
rico, a primeira noção de legalidade.
O desenvolvimento do sistema tributário como conhe-
cemos atualmente remonta ao século XIX, na Itália; já no 
século XX, mais especificamente durante a década de 1920, 
houve o surgimento de uma doutrina jurídico-tributária.
No Brasil, os primeiros ensaios de uma legislação tri-
butária aconteceram na década de 1950, quando Osvaldo 
Aranha era ministro da Fazenda. Como em 1954 houve o 
suicídio de Getúlio Vargas, o projeto de lei não prosperou. 
Foi somente na década de 1960 que começou a surgir uma 
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nova doutrina, com características brasileiras, com o direito 
tributário, ganhando, portanto, autonomia como ramo do 
direito. Somente em 1965, com a Emenda Constitucional 
n° 18 (à Constituição de 1946) é que o Sistema Tributário 
Nacional ganhou forma, passando a vigorar até os dias de 
hoje. Somente algumas modificações pontuais foram rea-
lizadas no atual sistema. O Código Tributário Nacional 
(CTN, Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966) é conseqüên-
cia da transformação ocorrida na década de 1960, vindo a 
ser recepcionado pela Constituição Federal (CF) de 1988.
(1.2)
conceito de tributo
Consta no CTN:
Art. 3º Tributo é toda a prestação pecuniária compulsória, em 
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não consti-
tua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada.
A definição de tributo pode ser extraída do art. 3° do 
CTN, como sendo toda a prestação pecuniária compulsória 
“em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não 
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada 
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” 
Desse conceito legal podem-se extrair aspectos relevantes:
Compulsoriedadea. – não pode ser denominado tributo 
toda e qualquer obrigação, mas somente aquela que 
tenha o caráter de compulsoriedade, de obrigatorie-
dade. O texto constitucional refere-se especificamente 
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aos empréstimos compulsórios e às contribuições 
especiais ou parafiscais. Contudo, não se pode per-
der a noção de que tributos são, também, e em sen-
tido estrito, os impostos, as taxas e as contribuições de 
melhoria.
Prestação expressa em moedab. – a obrigação tributária 
deve ser expressa em moeda (dinheiro) ou em outro 
valor nela baseado.
Não se constitua em ato ilícitoc. – nenhum tributo tem 
como fato gerador um ato ilícito; ou seja, o tributo não 
tem caráter punitivo. O tributo, portanto, se diferen-
cia substancialmente da multa.
Instituído por leid. – todo e qualquer tributo tem como 
fonte um ato normativo em sentido estrito: a lei.
Atividade administrativa vinculadae. – ao sujeito pas-
sivo da obrigação tributária, o contribuinte, é exigido 
recolher aos cofres públicos uma importância determi-
nada, constituída pelo crédito tributário. Sua cobrança 
é efetivada pela administração pública sem qualquer 
margem de discricionariedade. A administração tribu-
tária deve obediência aos preceitos legais informado-
res do processo de recolhimento dos tributos.
Resumindo o que vimos até agora, conforme o art. 3o 
do CTN, imposto é:
Prestação pecuniária – paga em moeda; ▪
Compulsório – coação/obrigação; ▪
Não é sanção ▪ – não é uma pena; existe para que o 
Estado se desenvolva, invista;
Instituído em lei ▪ (princípio da legalidade, CF, art. 150, I) – 
para que sejam instituídos, os tributos devem ser objeto 
de lei.
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Espécies de receitas
O direito tributário é responsável pela arrecadação dos 
fundos necessários ao Estado para que seus objetivos 
sejam viabilizados. No entanto, a arrecadação tributária 
representa apenas uma parcela da atividade arrecadadora 
do Estado. O orçamento público é formado por dois tipos 
de receitas: as originárias e as derivadas.
As receitas originárias são aquelas que derivam 
das atividades de exploração pelo Estado do patrimônio 
público, como as locações, a compra e a venda de bens imó-
veis, a exploração de atividade econômicas, entre outras.
As receitas derivadas são aquelas decorrentes da arre-
cadação dos tributos: impostos, taxas, contribuições de 
melhoria, empréstimos compulsórios e outros que vere-
mos no presente trabalho.
(1.3)
classificação dos tributos
Tributo é o gênero do qual são espécies os impostos, as 
taxas e as contribuições. Como diz o CTN: “Art. 5o Os tri-
butos são impostos, taxas e contribuições de melhoria”.
Os impostos são tributos de caráter pessoal e não vincu-
lados a uma prestação estatal específica. Exemplos: Imposto 
de Renda (IR), Imposto sobre Produtos Industrializados 
(IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 
(ICMS), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), 
Imposto de Exportação (IE). Como consta na CF:
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Art. 145 A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela 
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos especí-
ficos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua 
disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e 
serão graduados segundo a capacidade econômica do contri-
buinte, facultado à administração tributária, especialmente 
para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respei-
tados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, 
os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
[...]
As taxas (CTN, art. 5°), são obrigatórias, compulsórias, 
vinculadas a uma prestação, instituídas em lei (CF, art. 150, I) 
e obedecem ao princípio da anterioridade (CF, art. 150, III):
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito 
Federal e aos municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
[...]
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da 
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
[...]
As contribuições de melhoria são cobradas sempre 
que há uma valorização do bem imóvel. É obrigatória a sua 
cobrança quando há uma melhoria.
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(1.4)
classificação dos impostos
O conceito de imposto é dado pelo CTN: “Art. 16. Imposto 
é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situa-
ção independente de qualquer atividade estatal específica, 
relativa ao contribuinte”.
Portanto, o imposto é não-vinculado e incide sobre a 
pessoa física ou jurídica. Os impostos são classificados em 
pessoais e reais:
Impostos pessoais – ex.:Imposto de Renda. ▪
Impostos reais (do latim ▪ res, coisa) – incide sobre o patri-
mônio; ex.: Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA).
(1.5)
objetivos dos tributos
Os objetivos dos tributos podem ser divididos em três 
categorias:
Fiscais – o objetivo é a arrecadação de recursos para o ▪
Estado; exemplo: IPVA.
Extrafiscais – o objetivo é a interferência no domínio ▪
econômico; exemplo: IPI.
Parafiscais – o objetivo é a arrecadação de recursos para ▪
o custeio de atividades que, em regra, não integram as 
funções próprias do Estado, mas é ele que as desenvolve 
por meio de entidades específicas; exemplo: contribui-
ções do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura 
(Crea) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
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atividades
Quanto aos objetivos dos tributos, podemos dizer que são:1. 
fiscais e parafiscais.a. 
fiscais e extrafiscais.b. 
fiscais, parafiscais e extrafiscais.c. 
nenhuma das alternativas.d. 
Assinale a alternativa que relaciona os tributos existentes 2. 
no Brasil.
Impostos.a. 
Taxas e Imposto de Renda.b. 
Serviços de qualquer natureza e impostos.c. 
Impostos, taxas e contribuições de melhoria.d. 
O art. 3° do CTN diz que tributo é toda prestação compul-3. 
sória. Isso que dizer que:
é uma obrigação.a. 
é uma faculdade.b. 
é imediata.c. 
é por tempo indeterminado.d. 
Assinale a alternativa correta.4. 
Impostos são espécies de tributos.a. 
Tributos são espécies de impostos.b. 
Taxas não são tributos.c. 
Contribuições de melhoria não são tributos.d. 
Assinale a alternativa correta.5. 
O tributo não é responsável pela manutenção da a. 
máquina estatal.
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O orçamento público é formado por dois tipos de b. 
receita.
As receitas derivadas não decorrem da arrecadação de c. 
tributos.
As despesas originárias dependem da exploração dos d. 
tributos pelo Estado.
Assinale a alternativa correta.6. 
Os tributos são vinculados.a. 
Os tributos podem ser pagos em mercadorias.b. 
Os tributos são instituídos por lei.c. 
Os tributos podem ser criados por qualquer pessoa do d. 
povo.
Assinale a alternativa correta.7. 
Os tributos são instituições recentes na vida humana.a. 
A existência de tributos remonta à Antiguidade.b. 
A tributação é a forma de arrecadação do Estado e, c. 
conseqüentemente, não ajuda na manutenção de sua 
estrutura.
Não é com a arrecadação tributária que o Estado aufere d. 
recursos para a consecução de seus fins.
Assinale a alternativa correta.8. 
Os tributos possuem um caráter de imposição ao a. 
indivíduo.
Os tributos não possuem caráter de imposição.b. 
Pode haver recusa à imposição de pagamento de um tri-c. 
buto devido.
Todos podem se eximir do pagamento de tributos, pois d. 
não existe obrigatoriedade.
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Assinale a alternativa correta.9. 
A primeira exigência legal de que se tem notícia, por a. 
parte dos contribuintes, de uma organização legal do 
sistema tributário remonta à Carta Francesa.
O desenvolvimento do sistema tributário, tal como o b. 
conhecemos hoje, tem origem no século XIX.
Não há nenhum marco tributário na história mundial.c. 
A primeira exigência legal da organização legal de um d. 
sistema tributário remonta à Carta Inglesa.
Assinale a alternativa correta.10. 
No Brasil, os primeiros ensaios de uma legislação tribu-a. 
tária aconteceram na década de 1970.
O CTN é conseqüência da transformação ocorrida na b. 
década de 1950.
A CF de 1988 não recepcionou o CTN.c. 
O CTN foi recepcionado pela CF de 1988.d. 
( 2 )
sistema tributário nacional
( )
neste capítulo, estudaremos os princípios nortea-
dores da atividade arrecadatória do Estado. Assim, é neces-
sário compreendermos o significado da palavra princípio e 
sua função dentro do ordenamento jurídico brasileiro.
Os princípios tributários estão elencados, em sua 
maioria, no texto constitucional, representando um bali-
zamento para o legislador na medida em que este deve ser 
orientado por tais disposições. Os princípios constitucio-
nais tributários representam, então, um norte para o legis-
lador, indicando um caminho e, principalmente, um limite 
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ao poder de legislar.
Já sistema significa o conjunto de partes interdependen-
tes e relacionadas entre si. Atualmente, a CF de 1988 regula 
o Sistema Tributário Nacional, estabelecendo as competên-
cias das unidades federativas e a repartição das receitas 
tributárias.
Até 1965, vigorava no Brasil um sistema tributário tri-
partite, que consistia na coexistência de três sistemas tri-
butários autônomos (federal, estadual e municipal), no 
qual cada ente federativo possuía sua competência insti-
tuidora e exclusividade no uso do produto da arrecadação 
de seus tributos.
A Emenda Constitucional no 18, de 1965, criou um sis-
tema tributário uno e nacional, no qual os sistemas indivi-
duais de cada nível de governo se encontram conjugados, 
atuando como partes integrantes de um todo.
Daí surge a importância da lei complementar como 
elaboradora das normas gerais de direito tributário, defi-
nindo os tributos e suas espécies, os fatos geradores, as 
bases de cálculo e os contribuintes.
Os sistemas tributários podem ser classificados em 
rígidos ou flexíveis. Nosso sistema tributário é rígido 
quanto aos impostos, pois a CF relaciona todos os impos-
tos que as pessoas políticas podem instituir e exigir dos 
respectivos contribuintes.
No que diz respeito às receitas (ingressos) de natureza 
tributária, a CF optou por um sistema misto de partilha 
de competência e de partilha do produto da arrecadação. 
No primeiro mecanismo, temos a competência tributária, 
ou seja, o poder de criar tributos, outorgados à União, aos 
estados, ao Distrito Federal e aos municípios. A competên-
cia engloba um amplo poder político, no que diz respeito 
às decisões sobre a criação do tributo e sobre a amplitude 
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de sua incidência. No segundo mecanismo, o produto da 
arrecadação de determinados tributos não é totalmente 
apropriado pelo ente que os instituiu, mas partilhado com 
outros entes políticos. Desse modo, a arrecadação resul-
tante é partilhada.
(2.1)
normas e princípios
Para o presente estudo, deve-se ter em mente a diferença 
entre esses dois conceitos:
Normas ▪ (leis, tratados) – São as regras positivadas no 
nosso sistema jurídico.
Princípios ▪ – São mandamentos de otimização, relacio-
nados às questões de ética e disciplina.
Dessa forma, tem-se o seguinte conceito de sistema tri-
butário: é o conjunto de normas e princípios harmônicos e 
independentes que regulam a incidência tributária.
(2.2)
princípios gerais 
de direito tributário
Os princípios do direito tributário são de suma importân-
cia para verificar a incidência e a conseqüente arrecadação 
dos tributos.
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Princípio da legalidade
Reza o princípio da legalidade que somente poderão ser 
exigidos tributos quando houver previsão legal, ou seja, 
estes devem ser instituídos e disciplinados em lei.
Como se lê na CF de 1988,
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangei-
ros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos ter-
mos seguintes:
[...]
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa senão em virtude de lei;
[...]
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito 
Federal e aos municípios:
I – exigir ouaumentar tributo sem lei que o estabeleça;
[...]
Da mesma forma, estabelece o CTN:
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I – a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o dis-
posto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III – a definição do fato gerador da obrigação tributária prin-
cipal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e 
do seu sujeito passivo;
IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, 
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
Si
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Tr
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33
V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões 
contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela 
definidas;
VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de crédi-
tos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua 
base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do dis-
posto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetá-
rio da respectiva base de cálculo.
Na prática, esse princípio envolve leis complementa-
res (que regulam as especifidades de cada tributo) e leis 
ordinárias (de caráter mais geral, como é o caso da Lei n° 
5.172/1966, o CTN).
No entanto, existem exceções ao princípio da lega-
lidade, como é o caso do Imposto de Importação (II), do 
Imposto de Exportação (IE), do Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Operações 
Financeiras (IOF). Como estabelece a CF:
Art. 177. Constituem monopólio da União:
[...]
§ 4º. A lei que instituir contribuição de intervenção no domí-
nio econômico relativa às atividades de importação ou comer-
cialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus 
derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes 
requisitos:
I – a alíquota da contribuição poderá ser:
[...]
a) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se 
lhe aplicando o disposto no art. 150, III, “b”;
[...]
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o 
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34
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o presidente da 
República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, 
devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
[...]
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majora-
ção de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, 
e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte 
se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em 
que foi editada.
[...]
Princípio da anterioridade
Os tributos não podem ser exigidos no mesmo exercício 
financeiro no qual foram instituídos ou quando houver 
aumento de alíquota. Como se vê na CF:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito 
Federal e aos municípios:
[...]
III – cobrar tributos:
[...]
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada 
a lei que os instituiu ou aumentou;
[...]
Há, no entanto, exceções ao princípio da anterioridade 
(II, IE, IOF, IPI, ICMS e os empréstimos compulsórios), con-
forme o art. 155, parágrafo 4o, inciso IV, alínea “c”, da CF:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir 
impostos sobre:
[...]
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35
§ 4º Na hipótese do inciso XII, “h”, observar-se-á o 
seguinte:
[...]
IV – as alíquotas do imposto serão definidas mediante delibe-
ração dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, 
“g”, observando-se o seguinte:
[...]
b) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes apli-
cando o disposto no art. 150, III, “b”.
[...]
Existe ainda o caso especial das contribuições sociais 
(CF, art. 195, § 6o), que exigem anterioridade de 90 dias:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a socie-
dade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante 
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos estados, 
do Distrito Federal e dos municípios e das seguintes contri-
buições sociais:
[...]
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só pode-
rão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da 
publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não 
se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.
[...]
Princípio da irretroatividade
A regra é que os tributos sejam cobrados quando a lei que 
os instituiu ou aumentou esteja em vigor, ou seja, ela não 
se aplica a fatos anteriores.
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36
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito 
Federal e aos municípios:
[...]
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da 
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
[...]
No entanto, há exceções ao princípio da irretroativi-
dade, ou seja, o CTN estabelece casos de retroatividade:
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpreta-
tiva, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispo-
sitivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigên-
cia de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento 
e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista 
na lei vigente ao tempo da sua prática.
Assim, vê-se que as exceções são de duas ordens:
Lei interpretativa; ▪
Ato não julgado – caso a lei deixe de defini-lo como ▪
infração ou comine penalidade menos severa.
Princípio da vedação de confisco
É vedada a cobrança de tributo com valor abusivo em que o 
sujeito passivo da obrigação tributária não tenha como arcar 
com o pagamento, como demonstrado na CF de 1988:
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito 
Federal e aos municípios:
[...]
IV – utilizar tributo com efeito de confisco;
[...]
Concluindo, esse principio deve ser pautado pelas 
idéias de proporcionalidade e de razoabilidade.
Princípio da isonomia
De acordo com o princípio da isonomia, todos os contri-
buintes devem ser tratados de forma igual, sem distinção. 
Como se lê na CF de 1988:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangei-
ros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos ter-
mos seguintes:
[...]
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito 
Federal e aos municípios:
[...]
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se 
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer dis-
tinção em razão de ocupação profissional ou função por eles 
exercida, independentemente da denominação jurídica dos 
rendimentos, títulos ou direitos;
[...]
G
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38
Princípio da capacidade contributiva
A capacidade contributiva envolve a capacidade socio eco-
nômica do sujeito passivo. De acordo com a CF de 1988:
Art. 145. A União, os estados, o Distrito Federal e os municí-
pios poderão instituir os seguintes tributos:
[...]
§ 1º – Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e 
serão graduados segundo a capacidade econômica docontri-
buinte, facultado à administração tributária, especialmente 
para conferir efetividade a objetivos, identificar, respeitados 
os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os 
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
[...]
Princípio da uniformidade
Os tributos devem ser uniformes em todo o território 
nacional. Conforme a CF de 1988:
Art. 151. É vedado à União:
I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o ter-
ritório nacional ou que implique distinção ou preferência 
em relação a estado, ao Distrito Federal ou a município, em 
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fis-
cais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento 
socioeconômico entre as diferentes regiões do País;
II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos 
estados, do Distrito Federal e dos municípios, bem como a 
remuneração e os proventos dos respectivos agentes públi-
cos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações 
e para seus agentes;
[...]
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Art. 152. É vedado aos estados, ao Distrito Federal e aos muni-
cípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de 
qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
[...]
Art. 155. Compete aos estados e ao Distrito Federal instituir 
impostos sobre:
[...]
§ 4º Na hipótese do inciso XII, “h”, observar-se-á o 
seguinte:
[...]
IV – as alíquotas do imposto serão definidas mediante delibe-
ração dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, 
“g”, observando-se o seguinte:
a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser 
diferenciadas por produto;
[...]
Princípio da liberdade de tráfego
Não pode o sujeito passivo da obrigação tributária ter 
vedado o seu tráfego em razão do não-pagamento de um 
tributo. De acordo com a CF de 1988:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito 
Federal e aos municípios:
[...]
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por 
meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressal-
vada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conserva-
das pelo Poder Público [a];
[...]
a. Deve-se perceber que o pedágio é uma taxa.
G
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40
Princípio da não-cumulatividade
Não pode haver a cobrança de um tributo mais de uma vez 
sobre determinado fato gerador, pois, se isso ocorrer, tere-
mos a chamada bitributação, que é vedada pela lei. Assim, 
somente é permitida a diminuição ou a compensação de 
tributos.
Exemplos:
IPI – CF, art. 153, § 3 ▪ o, II;
ICMS – CF, art. 155, § 2 ▪ o, I.
Princípio da proporcionalidade
Os tributos podem ser proporcionais, ou seja, de acordo 
com a renda e o patrimônio. Por exemplo: se o indivíduo 
auferir mais renda em um ano, terá o seu Imposto de Renda 
proporcional aos seus ganhos. Exemplos:
Imposto Predial e Território Urbano (IPTU) – CF, art. ▪
156, § 1o e art. 182, § 4o, II.
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) – ▪
CF, art. 153, § 4o, I.
IR – CF, art. 153, § 2 ▪ o, I.
Princípio da seletividade
Os tributos podem ser seletivos, ou seja, eles podem ter 
suas alíquotas diferenciadas em razão da essencialidade 
dos produtos; quanto mais essencial for um produto – por 
exemplo, mais baixa será a sua alíquota, no caso de produ-
tos industrializados. Exemplos:
IPI – CF, art. 153, § 3 ▪ o, I.
ICMS – CF, art. 155, § 2 ▪ o, III, e art. 150, §4o.
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41
Temos a seguir, um quadro para a melhor apreciação dos 
princípios contemplados neste capítulo.
Quadro 1 – Princípios do direito tributário
Legalidade
CF, art. 150, I, CTN, art. 97
Lei complementar e Lei ordinária
Exceções: CF, art. 153, § 1°, art. 177, § 4°, I, “b”
(II, IE, IPI, IOF, CIDE)
Irretroatividade CF, art. 150, III, “a”
Retroatividade
CTN, art. 106
Lei interpretativa
Ato não-julgado:
Não deve ser definido como infração.
Cominação de penalidade menos severa.
Anterioridade
CF, art. 150, III, “b”
Exceções: II; IE; CIDE (art. 177, § 4°); imposto extraordiná-
rio em caso de guerra (art. 150, § 1° e 154, II); empréstimo 
compulsório (art. 148, I); ICMS (art. 155, § 4°, IV, “c”)
Especial – CF, art. 195, § 3°
Vedação de confisco CF, art. 150, IV
Isonomia CF, art. 150, II
Capacidade 
contributiva
CF, art. 145, § 1°
Uniformidade CF, arts. 151, I, II; 152; 155, § 4°, IV, “a”
Liberdade de tráfego CF, art. 150, V
Não-cumulatividade
IPI – CF, art. 153, § 3°, III
ICMS – CF, art. 155, § 2°, I
Progressividade
IPTU – CF, art. 156, § 1°
ITR – CF, art. 153, § 4°
IR – CF, art. 153, § 2°, I
Seletividade
IPI – CF, art. 153, § 3°, I
ICMS – CF, art. 155, § 2°, III e 145, § 4°
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42
atividades
Quanto ao princípio da 1. anterioridade, assinale a alterna-
tiva correta.
Um tributo somente pode ser cobrado no exercício finan-a. 
ceiro seguinte ao que houver sido instituído.
Não prevê nenhuma exceção.b. 
Todo tributo pode ser cobrado imediatamente.c. 
Nenhuma das alternativas.d. 
É vedada a cobrança de tributo com valor abusivo, em que 2. 
o sujeito passivo da obrigação tributária não tenha como 
arcar com tal pagamento. Tal afirmativa se refere a qual 
princípio?
Anterioridadea. 
Legalidadeb. 
Vedação de confisco.c. 
Liberdade de tráfego.d. 
O princípio da 3. isonomia significa que:
cada contribuinte deve ser tratado de acordo com a sua a. 
condição financeira.
todo contribuinte deve ser tratado de forma igual.b. 
todo contribuinte deve ser tratado de forma diferente.c. 
nenhuma das alternativas.d. 
Assinale a alternativa correta.4. 
Não existe necessidade de se observar o princípio da a. 
legalidade.
Pode haver tributo sem lei anterior que o institua.b. 
Não há tributo sem definição legal.c. 
Tributos podem ser criados por qualquer cidadão.d. 
Si
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43
Assinale a alternativa correta.5. 
A capacidade contributiva quer dizer que o contribuinte a. 
tem que ser maior de 18 anos.
A capacidade contributiva está relacionada à condição b. 
socioeconômica do contribuinte.
A capacidade contributiva é igual à capacidade civil.c. 
A capacidade contributiva não influi na aplicação e no d. 
pagamento de tributos.
Assinale a alternativa correta.6. 
Não pode haver proibição de tráfego em relação a a. 
tributos.
Os tributos devem ser criados por qualquer cidadão.b. 
Pode haver cobrança de tributo mais de uma vez sobre c. 
o mesmo fato.
Os tributos não são uniformes.d. 
Assinale a alternativa correta.7. 
Os tributos seletivos são aqueles cujas alíquotas variam a. 
em razão da essencialidade do produto.
Os tributos não são proporcionais.b. 
Pode haver tributo sem definição legal.c. 
Nenhuma das alternativas.d. 
Com relação aos tributos, a União:8. 
é vedada de estabelecer limitações ao tráfego de pessoas a. 
ou de bens.
é autorizada a limitar o tráfego de pessoas.b. 
é vedada de cobrar pedágio.c. 
é autorizada a limitar o tráfego de bens.d. 
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44
Assinale a alternativa correta.9. 
Os impostos não são pessoais.a. 
Os impostos são graduados segundo a capacidade b. 
contributiva.
Os impostos não precisam estar relacionados à capaci-c. 
dade contributiva.
Os impostos não são instituídos em lei.d. 
 Assinale a alternativa correta.10. 
Os sistemas tributários podem ser classificados em rígi-a. 
dos ou flexíveis.
O sistema tributário brasileiro é flexível.b. 
A natureza das receitas relaciona-se somente à partilha c. 
do produto da arrecadação.
Nenhuma das alternativas.d.( 3 )
competência tributária 
( )
ao entrarmos no capítulo referente à competên-
cia tributária, devemos, inicialmente, esclarecer o signifi-
cado de competência. A competência é um poder conferido 
pelo legislador constitucional aos legisladores infracons-
titucionais para que exerçam, de forma ampla, da ativi-
dade legiferante relativa aos tributos. A competência é 
uma qualidade atribuída aos entes federados e à União 
para legislar sobre matéria tributária. Assim, cabe à União, 
aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal o poder 
de legislar sobre matéria tributária no seu âmbito de atu-
G
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48
ação. A Constituição Federal de 1988 divide tais compe-
tências, subdividindo os tributos em federais, estaduais e 
municipais. Assim, cada ente possui a capacidade de legis-
lar sobre os tributos que a CF lhe assegura.
Diz o Código Tributário Nacional:
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atri-
buição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou 
de executar leis, serviços, atos ou decisões administrati-
vas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurí-
dica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 
18 da Constituição [o texto refere-se ao dispositivo da 
Constituição Federal de 1946].
O caput do art. 7° compreende dois comandos distintos. 
O primeiro se refere à competência tributária, enquanto 
a segunda parte trata das questões relativas à capacidade 
contributiva ativa.
Relativamente à competência tributária, a doutrina tra-
dicional apresenta essa competência associada a determi-
nadas características:
Abstração – poder que pode vir a ser exercido;a. 
Permanência – perenidade do poder;b. 
Irrenunciabilidade – não é possível renegá-lo; ec. 
Indelegabilidade – não pode ser transferido.d. 
A atribuição de encargos à pessoa delegada compre-
ende as garantias e direitos de natureza processual. Como 
se vê no “§ 1o do art. 7o do CTN: “§ 1O A atribuição com-
preende as garantias e os privilégios processuais que com-
petem à pessoa jurídica de direito público que a conferir 
[...]”.
O § 2o do mesmo artigo estabelece a possibilidade 
de renúncia unilateral por parte do ente delegante. É 
C
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pe
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nc
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ár
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49
resguardo de competência tributária do poder tributante. 
“§ 2o A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por 
ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a 
tenha conferido [...]”.
O parágrafo 3o trata da transferência do encargo ou 
função de arrecadar para pessoas de direito privado. A 
transferência não constitui delegação de competência. 
Transfere-se tão-somente a capacidade tributária ativa. “§ 
3o Não constitui delegação de competência o cometimento, 
a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de 
arrecadar tributos”.
São espécies de competência tributária, que serão estu-
dadas a seguir:
Privativa; ▪
Residual; ▪
Comum; ▪
Especial; ▪
Excepcional. ▪
(3.1)
competência privativa
É a capacidade legiferante, indelegável, de um ente 
da federação. Por outro lado, as atribuições de arrecadar 
e fiscalizar tributos podem ser delegadas. Dessa forma, o 
não-exercício da competência tributária não a defere à pes-
soa jurídica de direito público diversa daquela a que a CF 
tenha atribuído. Ou seja, a função para arrecadar o tributo 
pode ser delegada, mas a competência nunca. Como diz 
o CTN: “Art. 8o O não-exercício da competência tributária 
G
es
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tr
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ut
ár
ia
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não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa 
daquela a que a Constituição a tenha atribuído”.
Uma constituição estadual não pode estabelecer limi-
tes para o aumento dos tributos federais. Isso porque a 
Constituição Estadual não pode retirar o que a CF já esta-
beleceu, pois se trata de competência privativa.
Assim, competência privativa significa que nenhuma 
pessoa jurídica de direito público pode interferir em 
outra pessoa jurídica de direito público quanto à compe-
tência estabelecida pela CF, mesmo que aquela não esteja 
exercendo sua competência legislativa quanto à matéria 
tributária.
Competência privativa da União
São impostos de competência privativa da União (CF, art. 
153): 
II – Imposto de Importação de produtos estrangeiros.a. 
IE – Imposto de Exportação, para o exterior, de produ-b. 
tos nacionais ou nacionalizados.
IR – Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer c. 
natureza.
IOF – Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e d. 
seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários.
ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural.e. 
IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas, nos termos da f. 
lei complementar.
Competência privativa dos estados e do Distrito Federal
São impostos de competência privativa dos Estados e do 
Distrito Federal (CF, art. 155):
C
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ia
51
ICMS – Imposto sobre Operações relativas à Circulação a. 
de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de trans-
porte interestadual e intermunicipal e de comunica-
ções, ainda que as operações se iniciem no exterior.
IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos b. 
Automotores.
ITCM – Imposto sobre Transmissão c. Causa Mortis e 
Doação de Quaisquer Bens ou Direitos.
Competência privativa dos municípios
São impostos de competência privativa dos municípios (CF, 
art. 156):
IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territo-a. 
rial urbana.
ITBI – Imposto sobre Transmissão b. inter vivos, a qual-
quer título, por ato oneroso, de Bens Imóveis, por natu-
reza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, 
exceto os de garantia, assim como cessão de direitos à 
sua aquisição.
ISS – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, c. 
excluídos os que constam no ICMS.
Resumindo, tem-se a seguinte situação: 
União e DF 6 impostos
estados e
municípios 
3 cada
Assim, uma empresa pode pagar 12 impostos, depen-
dendo da área de atuação:
G
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52
6 para a União 
+
3 para o estado 
+
3 para o município 
=
12 impostos
(3.2)
competência residual
Os tributos de competência residual são outros impostos 
que a União pode vir a instituir, além dos enumerados 
como de sua competência privativa, mediante lei comple-
mentar, desde que:
não sejam cumulativos; ▪
não tenham como fato gerador ou base de cálculo os ▪
próprios dos impostos discriminados na CF.
(3.3)
competência comum
São tributos que podem ser instituídos pela União, pelos 
estados e pelo Distrito Federal ou pelos municípios, cada 
um desses entes dentro da sua área de atuação, com as 
taxas e as contribuições de melhoria sendo cobradas em 
separado ou conjuntamente.
C
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pe
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53
(3.4)
competência excepcional
Engloba tributos (ou “empréstimos compulsórios”) para os 
casos de guerra, de calamidade pública, de investimento 
público de caráter urgente e relevante para o interesse 
nacional (CF, art. 148).
atividades
Como está dividida a competência tributária no Brasil e 1. 
quais tributos correspondem aos estados, Distrito Federal 
e União?
Pode a União legislar matéria de competência dos estados? 2. 
Justifique.
( 4 )
não-incidência, imunidade, 
isenção, incidência e 
responsabilidade tributária
( )
neste capítulo, estudaremos as situações de não-
incidência, de imunidade, de isenção e de responsabili-
dade tributária. Tais assuntos são de extrema importância 
para o estudo do regime tributário nacional. Esses institu-
tos asseguram ao contribuinte a possibilidade de não reco-
lher tributos (não-incidência), de estar isento da imposi-
ção tributária (isenção), de praticar determinados atos 
que a CF exclui da possibilidadede legislar (imunidade) e 
de recolher tributos em razão da prática de atos determina-
dos por lei como sujeitos à incidência de tributos (incidên-
G
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de
 p
es
so
as
58
cia). Além disso, existe a responsabilidade tributária, que 
significa a qualidade daquele que irá responder por atos 
próprios ou de outrem no momento de recolhimento do 
tributo por força da atividade desenvolvida.
(4.1)
não-incidência, incidência, 
isenções e imunidades
Resumidamente, esses institutos são entendidos como se 
segue:
Não-incidência – não há a cobrança de tributos quando ▪
não houver nenhuma hipótese de incidência prevista 
na norma (lei).
Incidência – compete à CF definir a incidência tributá- ▪
ria e delimitar a competência.
Isenções – estão previstas nas normas gerais; por exem- ▪
plo: indivíduos isentos de pagar imposto de renda.
Imunidades – estão previstas na CF. ▪
Imunidades
As imunidades tributárias são estabelecidas no artigo 150 
da Constituição de 1988:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito 
Federal e aos municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
N
ão
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ên
ci
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 im
un
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ad
e.
.. 
59
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se 
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer dis-
tinção em razão de ocupação profissional ou função por eles 
exercida, independentemente da denominação jurídica dos 
rendimentos, títulos ou direitos;
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da 
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada 
a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido 
publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o 
disposto na alínea b;
IV – utilizar tributo com efeito de confisco;
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por 
meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressal-
vada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conserva-
das pelo Poder Público;
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclu-
sive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhado-
res, das instituições de educação e de assistência social, sem 
fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão.
§ 1º A vedação do inciso III, “b”, não se aplica aos tributos 
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a veda-
ção do inciso III, “c”, não se aplica aos tributos previstos nos 
arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base 
de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
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§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias 
e às fundações instituídas e mantidas pelo poder público, no 
que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vincula-
dos a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior 
não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacio-
nados com exploração de atividades econômicas regidas pelas 
normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que 
haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo 
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação 
de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, 
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, 
relacionados com as finalidades essenciais das entidades 
nelas mencionadas.
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores 
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre 
mercadorias e serviços.
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, 
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relati-
vos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser conce-
dido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, 
que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou 
o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do 
disposto no art. 155, § 2º, XII, “g”.
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tribu-
tária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou 
contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, 
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia 
paga, caso não se realize o fato gerador presumido.
No mesmo artigo 150 (inciso VI “a”), encontra-se a cha-
mada imunidade recíproca: “instituir impostos sobre: 
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patrimônio, renda ou serviços, uns dos outrosa. ; [...]”.
Contudo, verifica-se, ainda no artigo 150, em seu pará-
grafo 3o, que essa imunidade não se aplica à União, aos esta-
dos, aos municípios, suas autarquias e fundações, quando 
no exercício de atividades econômicas:
[...]
§ 3º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior 
não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacio-
nados com exploração de atividades econômicas regidas pelas 
normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que 
haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo 
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação 
de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
[...]
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, 
a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só 
será permitida quando necessária aos imperativos da segu-
rança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme 
definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, 
da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que 
explorem atividade econômica de produção ou comercializa-
ção de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
[...]
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas priva-
das, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comer-
ciais, trabalhistas e tributários; 
[...]
Ou seja, não há imunidade quando há a exploração da 
atividade econômica com contraprestação, pagamento de 
serviço ou tarifa; da mesma forma, não se exonera o pro-
mitente comprador do imposto devido.
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O art. 150, VI, “b” e “c”, da CF estabelece imunida-
des sobre templos de qualquer culto, entidades sindicais 
de trabalhadores, partidos políticos, instituições de edu-
cação e assistência social sem fins lucrativos. No entanto, 
essa imunidade somente atinge a renda, o patrimônio e 
os serviços relacionados às finalidades essenciais dessas 
entidades:
Art. 150. 
[...]
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, 
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, 
relacionados com as finalidades essenciais das entidades 
nelas mencionadas.
O esquema a seguir representa os institutos analisa-
dos neste tópico:
Imunidade Constituição Federal
Incidência
Isenção
Lei Ordinária
Não-incidência
(4.2)
responsabilidade tributária
A responsabilidade tributária ocorre quando uma pes-
soa, envolvida na relação tributária ou vinculada ao con-
tribuinte por uma relação de direito pessoal, é chamada 
para responder pelo recolhimento do tributo. A respon-
sabilidade decorre sempre de lei, devendo estar disposta 
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obrigatoriamente no Código Tributário Nacional ou em lei 
complementar.A responsabilidade pode ser:
dos sucessores (CTN, art. 131):b. 
o adquirente do imóvel responde pelo tributo; ▪
quem adquire um bem diretamente ou por ▪
remiçãoa;
os sucessores, o cônjuge meeiro e o espólio, até ao ▪
valor do montante, legado ou meação, pelos tributos 
ou multas devidas pelo de cujus. O espóliob deve até 
o dia da morte; os sucessores e o meeiro até o dia da 
partilha ou adjudicação.
das pessoas jurídicas de direito privado (CTN, art. 132):c. 
A pessoa jurídica de direito privado que resultar da ▪
fusão, transformação ou incorporação de outra ou 
em outra, responderá pelos tributos devidos pelas 
pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, 
transformadas ou incorporadas, até a data do ato.
Mesmo se a empresa for extinta, se a exploração da ▪
atividade continuar pelo sócio remanescente ou seu 
espólio, os tributos da empresa extinta são devidos.
Quando alguém adquire uma empresa, este tam- ▪
bém é responsável pelos tributos atrasados até o dia 
da aquisição.
O montante devido deve ser pago (CTN, art. 133):d. 
integralmente – quando o alienante cessa a ativi- ▪
dade cedida;
subsidiariamente – quando o alienante prosseguir ▪
com a exploração, mesmo que tenha cessado suas 
a. Remição se refere ao pagamento.
b. O espólio pode figurar como autor ou réu em um 
processo.
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atividades por até 6 meses.
de terceiros – respondem pelos tributos (CTN, art. e. 
134):
os pais, pelos filhos menores; ▪
os tutores e curadores, pelos tributos devidos pelos ▪
tutelados ou curatelados;
os administradores de bens de terceiros, pelos tribu- ▪
tos devidos por estes;
o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; ▪
o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela ▪
massa falida ou pelo concordatário;
os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ▪
ofício;
os sócios, no caso de liquidação da sociedade de ▪
pessoas.
Será considerada infração tributária aquela cometida 
por culpa, ou seja, só a prática do ato já é suficiente para a 
responsabilização do terceiro. É irrelevante se houver ou 
não a intenção (CTN, art. 136).
A obrigação tributária retorna a pessoa do agente, dei-
xando de ser de terceiros (CTN, art. 137):
quando a falta constituir, simultaneamente, crime ou ▪
contravenção penal, além de infração tributária;
quando fica configurado um dolo específico elementar; ▪
em casos em que os mandantes, representantes, pro- ▪
ponentes ou empregadores se tornam as próprias 
vítimas.
Assim, se o empregado de uma empresa deixa de reco-
lher o ICMS, quem é o responsável? Nesse caso, é o empre-
gador, se o empregado não agiu com dolo ou intenção de 
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prejudicar seu patrão.
Se antes de qualquer procedimento administrativo 
para apuração da infração, o tributo é pago e a responsabi-
lidade é excluída (CTN, art. 138).
Portanto, deve-se diferenciar os conceitos de contri-
buinte e de responsável tributário. Contribuinte é o sujeito 
obrigado ao pagamento de tributos, enquanto responsável 
é um terceiro, que se reveste na função de contribuinte. 
Segundo o CTN,
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa 
obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal 
diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a 
situação que constitua o respectivo fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contri-
buinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
(4.3)
substituição tributária
A substituição tributária é um sistema criado para auxiliar 
a fiscalização relativamente ao recolhimento dos tributos. 
Portanto, substituição tributária é a possibilidade de se res-
ponsabilizar um terceiro, vinculado ao fato gerador, à obri-
gação de recolher o tributo em nome do contribuinte, como 
no caso do ICMS, por exemplo. O terceiro, geralmente uma 
indústria, é obrigado pelo recolhimento do tributo por toda 
a cadeia tributária. É o caso, por exemplo, da indústria de 
cimento, em que o tributo já sai da fábrica pago por toda a 
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cadeia subseqüente. É mais razoável atribuir responsabi-
lidade à indústria do que a todas as lojas que irão reven-
der o cimento; assim, o tributo é cobrado antecipadamente. 
Como se vê no CTN:
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode 
atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tri-
butário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respec-
tiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte 
ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento 
total ou parcial da referida obrigação.
São características da substituição tributária:
Fixada em lei; ▪
Relação com o fato imponível; ▪
Relação com o devedor originário. ▪
A substituição se subdivide em progressiva e regres-
siva. Na progressiva, a lei pressupõe o retorno dos impos-
tos ou contribuições pagos por presunção (CF, art. 150, § 
7o). Exemplo: as refinarias são substituídas pelos postos de 
combustível, que pagam os tributos:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios:
[...]
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tribu-
tária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou 
contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, 
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia 
paga, caso não se realize o fato gerador presumido.
Na regressiva, não está previsto o retorno dos impostos 
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ou contribuições, como no caso do ICMS, por exemplo.
No direito tributário há também a figura dos sucesso-
res (CTN, arts. 129 e 130); são características destes:
Não têm relação com o fato imponível; ▪
Têm relação de direito privado com o contribuinte; ▪
Listamos, a seguir, os artigos que tratam do tema 
sucessão:
Imobiliária – CTN, art. 130; exemplo: IPTU, ITR; ▪
Comercial – CTN, art. 132; ▪
Causa mortis ▪ – CTN, art. 131, I, II;
Falimentar: art. 184. ▪
Art. 129. O disposto nesta seção aplica-se por igual aos crédi-
tos tributários definitivamente constituídos ou em curso de 
constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos 
posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obri-
gações tributárias surgidas até a referida data.
Nesse caso, pode existir solidariedade (de um ou de 
todos) e subsidiariedade (quando se exporta).
Quanto aos terceiros, a sistemática é a seguinte:
Responsabilidade subsidiária (CTN, art. 134) – atos e ▪
omissões.
Multa moratória (parágrafo único) – caráter pessoal. ▪
Responsabilidade pessoal (CTN, art. 135) – mandatá- ▪
rios, prepostos, empregados, diretores e gerentes.
Com relação à responsabilidade por infrações, devem 
ser observadas as seguintes regras:
Responsabilidade objetiva (CTN, art. 136) – aqui, inte- ▪
ressa o resultado; é independente de dolo ou culpa, 
mesmo se houver prejuízo. Exemplo: saída de merca-
dorias sem a emissão de nota fiscal (NF), mas efetuado 
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o recolhimento do ICMS.
Responsabilidade exclusiva (CTN, art. 137 ▪ ) – quando 
há proveito para o agente. Quando há concurso de von-
tades, a responsabilidade é solidária.
Denúncia espontânea (CTN, art. 138 ▪ ):
Exclusão da responsabilidade ▪ (mas não do cumpri-
mento da obrigação principal) e de multa. Deve ser 
apresentada antes de medida administrativa ou fis-
calização; a denúncia é o “termo de início da ação 
fiscal”.
O pedido de parcelamento e a confissão de dívida ▪
não configuram denúncia espontânea.Não cabem sanções políticas, que são as limitações das ▪
atividades ou de direitos do contribuinte para se obri-
gar ao pagamento dos tributos (súmulas 70, 323 e 547 
do Supremo Tribunal Federal).
atividades
Segundo o CTN, 1. contribuinte e responsável são, respecti-
vamente:
o titular da competência para efetuar o pagamento do a. 
tributo, inclusive as penalidades pecuniárias, e o contri-
buinte que tem a responsabilidade de reter tributos.
o sujeito passivo que tem relação pessoal e direta com b. 
o respectivo fato gerador e o sujeito passivo que, sem se 
revestir da condição de contribuinte, possui obrigação 
decorrente de disposição expressa de lei.
são exatamente a mesma coisa, pois ambos têm por c. 
objeto o recolhimento dos tributos.
o sujeito passivo cuja obrigação decorre da legislação e o d. 
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sujeito passivo cuja obrigação independe de disposição 
expressa de lei.
O Laticínio Caraminhocas Ltda. foi incorporado por 2. 
Laticínio Carambolas S.A. em 16 de abril de 2002. 
Posteriormente, o Fisco Federal levantou um crédito tribu-
tário da responsabilidade do Laticínio Caraminhocas Ltda., 
anterior à data da incorporação. Esse crédito tributário:
não pode mais ser cobrado.a. 
deve ser cobrado somente dos antigos sócios do Laticínio b. 
Caraminhocas Ltda.
deve ser cobrado somente em conjunto com os demais c. 
débitos tributários, inclusive estaduais e municipais, do 
Laticínio incorporado.
deve ser cobrado de Laticínio Carambolas S.A.d. 
Uma pessoa natural adquire de outra um estabelecimento 3. 
comercial e continua a explorá-lo, cessando para o vende-
dor toda atividade empresarial. Quanto aos tributos relati-
vos ao estabelecimento, devidos até a data da aquisição, a 
pessoa natural adquirente:
responde somente pela metade dos tributos.a. 
responde somente pelas contribuições sociais.b. 
responde integralmente por todos os tributos.c. 
responde somente pelos tributos devidos no último d. 
ano.
( 5 )
crédito tributário
( )
neste capítulo, estudaremos o crédito tributário. 
O crédito representa um direito que uma pessoa (sujeito 
ativo, credor) possui de receber de outra (sujeito passivo, 
devedor) aquilo que este se comprometeu a realizar. Assim, 
no caso do direito tributário o crédito representa uma 
quantia ou uma ação a que o contribuinte se obrigou, em 
razão da lei, a prestar ao Estado. Nesse sentido, quando o 
contribuinte pratica um fato legalmente previsto e surge, 
em favor do Estado, um direito à prestação, que poderá 
ser pecuniária (no caso do recolhimento do tributo) ou 
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de natureza acessória, como a declaração do imposto de 
renda (que não impõe ao contribuinte o recolhimento de 
uma quantia específica, caso este não tenha recolhido o tri-
buto no momento certo). Assim, o crédito é um direito que 
o Estado possui de receber algo que a lei lhe garante.
Estudaremos também as formas de lançamento, que 
são procedimentos administrativos praticados pelo Estado 
para constituir o crédito, variando conforme o ato praticado 
pelo contribuinte. Existem três espécies de lançamento: de 
ofício, por declaração ou misto e por homologação, sendo 
cada um destes a representação de uma realidade diferente, 
sempre quando o contribuinte realiza determinado ato.
(5.1)
sujeitos da obrigação tributária
A obrigação tributária possui um sujeito ativo e um sujeito 
passivo. De acordo com o CTN:
Sujeito ativo ▪
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de 
direito público, titular da competência para exigir o seu 
cumprimento.
[...]
Sujeito passivo ▪
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa 
obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal 
diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a 
situação que constitua o respectivo fato gerador;
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II – responsável, quando, sem revestir a condição de contri-
buinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
Dessa forma, vê-se que sujeito ativo do crédito tribu-
tário é a pessoa jurídica de direito público titular da com-
petência para exigir o seu cumprimento.
Questão importante: a OAB pode ser credora de uma 
contribuição profissional? Sim, no momento em que a pes-
soa jurídica titular delega, por lei, a capacidade de arreca-
dar o tributo na condição de credora.
Assim, o sujeito ativo da relação jurídica tributária são 
aquelas pessoas, públicas ou privadas que, por força de lei, 
podem tomar as medidas necessárias para o recebimento 
de um crédito tributário.
Já o sujeito passivo do crédito tributário é aquele quem 
é incumbido de pagar, se a obrigação for principal (paga-
mento de um tributo ou penalidade pecuniária). Se a obri-
gação for acessória, o sujeito passivo será aquele a quem 
couber a realização dos deveres acessórios.
Aqui, devemos diferenciar os termos contribuinte e 
responsável:
Contribuinte – sujeito passivo que tem uma relação ▪
pessoal e direta com a situação que constitui fato gera-
dor do tributo.
Responsável – sujeito passivo que, sem se revestir da ▪
condição de contribuinte, vê-se obrigado a pagar o 
débito por força de disposição expressa de lei.
Exemplo: contribuinte do Imposto de Renda é o cida-
dão de quem é descontado o imposto; responsável é a ins-
tituição pagadora que retém o imposto na fonte.
Deve-se entender também a solidariedade, que ocorre 
em relação:
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às pessoas que tenham interesse comum na situação ▪
que constitui fato gerador da obrigação principal;
às pessoas expressamente designadas por lei. ▪
Seus efeitos são:
o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita ▪
aos demais;
a isenção ou a remissão exonera todos os obrigados, ▪
salvo se outorgada pessoalmente a um dos obriga-
dos, subsistindo, nesse caso, a solidariedade pelo saldo 
quanto aos demais;
a interpretação da prescrição em favor ou contra um ▪
dos obrigados favorece ou prejudica aos demais.
Exemplo: A, B e C devem solidariamente R$ 3.000,00 
de IPI. B recebeu, por lei, isenção pessoal. Quanto A e C 
devem de imposto? Resposta: R$ 2.000,00.
(5.2)
constituição do crédito tributário
A constituição do crédito tributário ocorre com o chamado 
lançamento. Como vemos no CTN:
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administra-
tiva constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim 
entendido o procedimento administrativo tendente a verifi-
car a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, 
determinar a matéria tributável, calcular o montante do tri-
buto devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor 
a aplicação da penalidade cabível.
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Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento 
é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade 
funcional.
O lançamento é um ato administrativo, declarató-
rio e de efeitos ex tunca. Nele devem constar os seguintes 
elementos:
Fato gerador; ▪
Matéria tributável; ▪
Cálculo do montante; ▪
Identificação do sujeito passivo. ▪
(5.3)
espécies de lançamento
A seguir, estudaremos as espécies de lançamento que exis-
tem no nosso ordenamento jurídico, identificando os tribu-
tos a que elas correspondem.
Declaração
O lançamento por declaração é realizado pela administra-
ção, que investiga os casos sujeitos à tributação, apurando 
as relações de fato e de direito essenciais à obrigação tri-
butária, com o auxílio do contribuinte ou de terceiro que 
entrega os dados necessários para que o lançamento possa 
ser efetivado. Exemplos dessa espécie de lançamentosão 
o ICMS e o Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza 
a. ex tunc: com efeito retroativo.
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(ISSQN). O lançamento por declaração encontra-se pre-
visto no art. 147 do CTN:
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração 
do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na 
forma da legislação tributária, presta à autoridade adminis-
trativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à 
sua efetivação.
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio 
declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é 
admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e 
antes de notificado o lançamento.
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu 
exame serão retificados de ofício pela autoridade administra-
tiva a que competir a revisão daquele.
De ofício
O lançamento de ofício é realizado exclusivamente pela 
autoridade administrativa, que apura o quanto é devido e 
realiza a notificação ao contribuinte; exemplos dessa espé-
cie de lançamento são o IPTU e o IPVA. O lançamento de 
ofício encontra-se previsto no artigo 149 do CTN:
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela 
autoridade administrativa nos seguintes casos:
I – quando a lei assim o determine;
II – quando a declaração não seja prestada, por quem de 
direito, no prazo e na forma da legislação tributária;
III – quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha pres-
tado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de aten-
der, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido 
de esclarecimento formulado pela autoridade administra-
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tiva, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a 
juízo daquela autoridade;
IV – quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto 
a qualquer elemento definido na legislação tributária como 
sendo de declaração obrigatória;
V – quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da 
pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que 
se refere o artigo seguinte;
VI – quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, 
ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação 
de penalidade pecuniária;
VII – quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro 
em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
VIII – quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não 
provado por ocasião do lançamento anterior;
IX – quando se comprove que, no lançamento anterior, 
ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, 
ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade 
especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser ini-
ciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.
Homologação
O lançamento por homologação ocorre quanto aos tributos 
cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de ante-
cipar ao pagamento e pressupõe, assim, um prévio exame 
da autoridade administrativa. Opera-se pelo ato em que a 
referida autoridade, tomando conhecimento da atividade 
exercida pelo obrigado, expressamente a homologa; exem-
plo dessa espécie de lançamento é o IR. O lançamento por 
homologação encontra-se previsto no art. 150 do CTN:
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Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto 
aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever 
de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade 
administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autori-
dade, tomando conhecimento da atividade assim exercida 
pelo obrigado, expressamente a homologa.
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste 
artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior 
homologação ao lançamento.
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos 
anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou 
por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, 
considerados na apuração do saldo porventura devido e, 
sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.
§ 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco 
anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse 
prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, con-
sidera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto 
o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude 
ou simulação.
(5.4)
extinção do crédito tributário
O crédito tributário pode se extinguir das seguintes 
formas:
Pagamento (CTN, art. 156, I) – ato que libera o devedor; ▪
equivale ao cumprimento da prestação e conseqüente 
extinção da obrigação.
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Compensação (CTN, art. 156, II) – no direito tributário, ▪
não se opera automaticamente, dependendo de autori-
zação legal; para tanto, deve haver reciprocidade entre 
credores e devedores.
Transação (CTN, arts. 156, ▪ III, e 171) – as partes, mediante 
concessões mútuas, podem resolver o litígio.
Remissão (CTN, art. 156, IV) – é o perdão ao pagamento ▪
de determinado tributo.
Conversão de depósito em renda (CTN, art. 156, ▪ VI) – 
é a conversão do depósito administrativo ou judicial 
enquanto se discute o ato fiscal; o depósito é conver-
tido para a conta-corrente do erário.
Pagamento antecipado e homologação do lançamento ▪
(CTN, art. 156, VII) – está ligado ao lançamento por 
homologação; o pagamento é antecipado, pois ocorre 
antes do exame da autoridade administrativa para 
apurar o valor devido.
Consignação em pagamento (CTN, art. 156, VIII) – só ▪
pode ser feita por meio de processo judicial e depende 
da procedência da demanda.
Decisão administrativa irreformável (CTN, art. 156, ▪
IX) – quando existir, por exemplo, impugnações ou 
recursos administrativos e destes houver decisão 
favorável, esta vincula o Fisco.
Decisão judicial transitada em julgado (CTN, art. 156, ▪
X) – a decisão judicial favorável ao sujeito passivo tam-
bém extingue o crédito tributário, mas depende do seu 
trânsito em julgado, ou seja, quando não couberem 
mais recursos para discutir a sentença.
Dação em pagamento de bens imóveis (CTN, art. 156, ▪
XI) – não é auto-aplicável, dependendo de lei ordinária 
do ente público, na qual se estipulam as condições e os 
casos possíveis.
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(5.5)
exclusão do crédito tributário
A exclusão do crédito tributário se dá pela isenção e pela 
anistia. Concedida por lei, a isenção (CTN, art. 176) dis-
pensa o pagamento de um tributo devido, incide sobre a 
obrigação principal, mas não sobre a acessória. Nesse caso, 
a obrigação continua existindo, porém, o pagamento é 
afastado mediante lei. Já a anistia (CTN, art. 180) é o per-
dão da penalidade pecuniária, ou seja, só exclui a multa. 
Assim, continua a existir o dever de pagar o tributo devido 
e a correção monetária, se prevista em lei.
(5.6)
suspensão do crédito tributário
Nesse caso, a exigibilidade que a autoridade possui de 
cobrar o crédito fica suspensa. Contudo, não se dispensa o 
cumprimento da obrigação acessória. São casos de suspen-
são do crédito tributário:
Moratória (CTN, arts. 151, I, e 152) – é a dilação do prazo ▪
para efetuar o pagamento. Ocorre apenas mediante lei.
Depósito do montante integral (CTN, art. 151, II) – ▪
quando o contribuinte considera a cobrança ilegal ou 
inconstitucional, este pode efetuar o depósito integral 
do montante (somente em dinheiro) que lhe está sendo 
exigido, tanto na esfera judicial como administrativa. 
Reclamações e recurso administrativos (CTN, art. 151, ▪
III) – as reclamações e os recursos administrativos 
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