Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ZONEAMENTO DE APTIDÃO AGROCLIMÁTICA DE TRÊS ESPÉCIES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE ALTA FLORESTA – MT. Carina Viana de Oliveira1; Isabelle Alves dos Santos2; Luiz Paulo Aparecido Caetano3. Área de Concentração: Ciências Florestais. RESUMO A pesquisa visa abordar a aptidão agroclimática de três espécies florestais dentro do município de Alta Floresta, tendo por base dados referentes à temperatura média, precipitação e tipo de solo. As espécies avaliadas foram: a seringueira (Heyea brasiliensis), o cacaueiro (Theobroma cacao) e o gergelim (Sesamum indicum), espécies nativas, exóticas e não madeireira respectivamente. E teve como objetivo indicar os melhores períodos de semeadura das diferentes culturas de diferentes regiões dentro do município de Alta Floresta com o intuito de reduzir ao máximo as chances de obter um problema por deficiência hídrica ou meteorológica, fazendo com que o produtor produza bem e tenha uma boa rentabilidade. Palavras-Chave: Cultivo; Precipitação; Solo; Temperatura. ABSTRACT The aim of this research was to evaluate the agroclimatic suitability of three forest species within the municipality of Alta Floresta, based on data on mean temperature, precipitation and soil type. The evaluated species were: rubber tree (Heyea brasiliensis), cacao (Theobroma cacao) and sesame (Sesamum indicum), native species, exotic and non-timber respectively. The objective of this study was to indicate the best sowing periods of the different crops of different regions within the municipality of Alta Floresta in order to reduce to the maximum the chances of obtaining a problem due to water or meteorological deficiency, causing the producer to produce well and have good profitability. Keywords: Cultivation; Precipitation; Ground; Temperature. 1 Acadêmica do 4º Semestre de Engenharia Florestal da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, campus Alta Floresta. E-mail: carina.viana99@gmail.com 2 Acadêmica do 4º Semestre de Engenharia Florestal da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, campus Alta Floresta. E-mail: belleamil@hotmail.com 3 Acadêmico do 4º Semestre de Engenharia Florestal da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, campus Alta Floresta. E-mail: luiz.caetano_juara@hotmail.com 1 INTRODUÇÃO Alta floresta é um município que está localizado no extremo norte do estado de Mato Grosso. Apresenta clima tropical quente úmido, com temperaturas médias elevadas (23 e 26°C) durante o ano, com máximas diárias de 34 a 37°C. Não raramente, registram-se temperaturas próximas de 40°C (IBGE, 2014). Os tipos de solos predominantes em Alta Floresta-MT são os Argilossolos Vermelho-Amarelo, ocorrendo, como subdominante na maioria das manchas, latossolo vermelho-amarelo e latossolo amarelo (IBGE, 2003). De modo geral são solos de baixa fertilidade de macro e micro nutrientes, com baixo teor de fósforo e médios teores de potássio, cálcio magnésio e matéria orgânica. Assim os solos necessitam de fertilização, para incrementar a produtividade agropecuária. Os tipos vegetacionais que ocorrem no município são: floresta ombrófila aberta tropical, floresta densa tropical, savanas e áreas de tensão ecológica (Loureiro et. al., 1980). Sánchez (1992) descreveu duas eco-regiões para a vegetação do norte do Estado de Mato Grosso: Florestas pluviais das baixadas e serras e planaltos residuais do norte de Mato Grosso (Planalto dos Pareci). O objetivo geral da pesquisa consiste numa breve análise de aptidão agroclimática de três espécies florestais. Estando os objetivos específicos compreendidos entre demonstrar a leitura de dados gráficos retirados do site da Unemat, campus Alta Floresta, fazendo comparações com relação à temperatura média e precipitação, a fim de se obter um resultado que leve ao produtor uma noção de que e em qual época do ano uma determinada cultura pode ser ou não produzida nessa região. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Foram analisadas três tipos de vegetações: a seringueira, o cacau e o gergelim com o intuito de indicar se elas são ou não aptas a serem cultivadas na região de Alta Floresta, levando em consideração o tipo de solo, a temperatura média e a quantidade de chuvas. A metodologia utilizada foi a bibliográfica feito através de leituras em livros, coletâneas e sites, sendo também utilizada a metodologia quantitativa, uma vez que se fez uso de dados coletados no site da UNEMAT, campus de Alta Floresta. 2.1. SERINGUEIRA (Hevea brasiliensis) É uma árvore originária da região amazônica e vem sendo cultivada, predominantemente, nos Estados de Mato Grosso, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Maranhão, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Os elementos climáticos que mais exercem influência nos diversos estágios de desenvolvimento da planta são a temperatura e a umidade relativa do ar. Temperatura e umidade relativa do ar são os elementos do clima que mais exercem influência nos diversos estágios de desenvolvimento da planta. Assim, locais com temperatura média anual abaixo de 20 graus centígrados e umidade excessiva são os menos indicados, por proporcionarem condições ideias à incidência de doenças que limitam a cultura. Recomenda-se que o plantio da seringueira seja em solos de textura média e com boa profundidade, evitando-se sempre terrenos sujeitos a inundações periódicas, argilosos e mal drenados. 2.2. CACAUEIRO (Theobroma cacao) É uma planta perene, arbórea, que vegeta bem em sub-bosques e matas raleadas, podendo atingir até 6 metros de altura. Em seu habitat, nas Américas, é encontrada tanto nas terras baixas, dentro dos bosques escuros e úmidos sob a proteção de grandes árvores, como em florestas menos exuberantes e relativamente menos úmidas, em altitudes variáveis, entre 0 e 1.000 m acima do nível do mar. O cacaueiro começa a frutificar com cerca de três anos, produzindo normalmente a partir do oitavo até os trinta anos após o plantio, tendo duas fases de produção: temporão (março a agosto) e safra (setembro a fevereiro). A cultura é exigente em calor e umidade, adaptando-se bem a regiões com temperatura média anual em torno de 23ºC a 25ºC e com média anual das temperaturas mínimas ao redor de 21Cº. Precipitação pluvial bem distribuída ao longo do ano, com um período de estiagem não superior a 2 meses e um mínimo de 1.250 mm anuais de chuvas são necessários ao um bom desenvolvimento da cultura. Precipitações superiores a 5.000 mm são prejudiciais, contribuindo para o aparecimento de fungos nocivos à cultura. A média anual da umidade relativa do ar para a cultura deve ser em torno de 80%. O cacaueiro apresenta bom desenvolvimento em solos profundos, porosos e frescos, sendo os terrenos de mata os mais utilizados para implantação da cultura. 2.3. GERGELIM (Sesamum indicum L) É uma oleaginosa cujas sementes contêm cerca de 50% de óleo de excelente qualidade, utilizado no segmento agroindustrial (alimentar, químico e farmacêutico) e de alimentos in natura. Os principais fatores climáticos que exercem influência no desenvolvimento do gergelim são: temperatura, precipitação, luminosidade e altitude. As temperaturas ideais para o crescimento e desenvolvimento da planta situam-se entre 25°C e 30°C, inclusive para a germinação das sementes. Temperaturas abaixo de 20°C provocam atraso na germinação e no desenvolvimento da planta e abaixo de 10°C todo o metabolismo fica paralisado, levando à morte da planta. Temperaturas superiores a 40°C causam abortamento de flores e não enchimento de grãos. Temperaturasmédias de 27°C favorecem o crescimento vegetativo e a maturação dos frutos. A qualidade das sementes e do óleo pode ser afetada por quedas de temperatura. A planta de gergelim possui resistência estomática bastante elevada à falta de umidade, o que faz com que transpire menos nos períodos críticos e resista mais à seca. Seu sistema radicular pivotante, com raízes secundárias que chegam a alcançar um metro de profundidade possibilita o acesso à água em camadas mais profundas do solo. A exigência hídrica da cultura está mais diretamente relacionada à distribuição do que à quantidade total de chuvas durante o período vegetativo da planta. O gergelim, em função do seu sistema radicular bem profundo, é bastante tolerante à seca. A umidade do solo é benéfica para a floração e frutificação, sendo que chuvas intensas e frequentes provocam queda das flores e acamamento das plantas. A cultura requer de 160 a 180 mm de água nos primeiros 30 dias após a germinação e um acumulo superior a 250 mm 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os dados coletados no site da UNEMAT, campus de Alta Floresta, onde se foi extraído os dados referentes à temperatura média e precipitação no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017, Alta Floresta teve uma média de temperatura em torno de 25.4°C e uma pluviosidade anual de 2281 mm. Sendo constatado também que nos meses entre junho, julho e agosto ocorre o menor índice de pluviosidade da região, tendo em julho e agosto a maior variância de temperatura que foi de 17° a 36,51°C. Figura 1. Temperatura mínima, média e máxima. Figura 2. Quantidade média de chuva -100 0 100 200 300 400 500 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ m m Média de Precipitação em Alta Floresta (2013 - 2017) 4 CONCLUSÃO Diante o exposto, pode-se concluir que as três espécies que foram analisadas são todas aptas ao seu cultivo nessa região, visto que Alta Floresta possui média de temperatura e precipitação satisfatória para as produções dessas culturas. 5 REFERÊNCIAS Campus Alta Floresta. Dados Climáticos. http://altafloresta.unemat.br/index.php/servicos/downloads Acesso em: 09 de Abril de 2018. Ceplac. Seringueira. http://www.ceplac.gov.br/radar/seringueira.htm Acesso em 28 de Abril de 2018. Coletânea 2-2011/01. Trabalho de Conclusão de Curso Bacharelado em Engenharia Florestal. Alta Floresta – MT. 2011.01 MALHEIROS Antônio Francisco; HIGUCHI Niro; SANTOS Joaquim. Análise estrutural da floresta tropical úmida do município de Alta Floresta, Mato Grosso, Brasil. http://www.scielo.br/pdf/aa/v39n3/v39n3a08.pdf Acesso em 25 de Abril de 2018. Ministério da Agricultura. Agricultura, Pecuária e Abastecimento. http://www.agricultura.gov.br/assuntos/riscos-seguro/risco- agropecuario/portarias/safra-vigente/mato-grosso Acesso em 25 de Abril de 2018.
Compartilhar