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Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 1 1. Indivíduo e Sociedade ▪ Ciências Sociais: fazem parte do grupo de saberes intitulado Ciências Humanas e apresentam métodos próprios de investigação dos fenômenos que analisam. Tem como objeto de estudo a sociedade em suas dimensões sociológicas, antropológicas e políticas: A. Sociologia: estuda o homem e o universo sociocultural, analisando as inter- relações entre os diversos fenômenos sociais. A vida social é analisada a partir de diferentes perspectivas teóricas, notadamente as que têm como base conceitual os estudos desenvolvidos por Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. A partir dessas matrizes teóricas, estudam-se os fatos sociais, as ações sociais, as classes sociais, as relações sociais, as relações de trabalho, as relações econômicas, as instituições religiosas, os movimentos sociais etc. B. Antropologia: privilegiam-se os aspectos culturais do comportamento de grupos e comunidades. Questões cruciais para o entendimento da vida em grupo, como alteridade, diversidade cultural, etnocentrismo e relativismo cultural são tratadas por essa ciência, que em seus primórdios estudava povos e grupos geográfica e culturalmente distantes dos povos ocidentais. C. Ciência Política: analisa as questões ligadas às instituições políticas. Conceitos de poder, autoridade e dominação são estudados por esta ciência. Analisam-se assim as diferenças entre povo, nação e governo, bem como o papel do Estado como instituição legitimamente reconhecida como a detentora do monopólio da dominação e do controle de determinado território. As Ciências Sociais lidam não apenas com o que se chama de realidade, com fatos exteriores aos homens, mas igualmente com as interpretações que são feitas sobre a realidade. Por estudar a ação dos homens em sociedade, de seus símbolos, sua linguagem, seus valores e cultura, das aspirações que os animam e das alterações que sofrem, as Ciências Sociais constituem ferramenta importante para o desenvolvimento da compreensão crítico-reflexiva da realidade. Cada vez mais as Ciências Sociais são utilizadas em diversos campos da atividade humana: campanhas publicitárias, campanhas eleitorais, elaboração de políticas públicas, programação de redes de rádio e televisão etc. ▪ Temas de trabalhos de cientistas sociais: Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 2 > Deslocamentos de pessoas e grupos motivados pelo processo de globalização da economia, que intensificou os fluxos migratórios em todo o planeta; > Trocas culturais proporcionadas pelo estabelecimento de uma “sociedade em rede”; > Novos modelos de família e conjugalidade; > Novas configurações no campo religioso. Esses trabalhos são utilizados frequentemente como fonte de reflexão por governos, sociedade civil e indivíduos que buscam desenvolver sua capacidade de compreensão dos acontecimentos e planejamento de ações com vistas à atuação na vida social. ▪ Papel do indivíduo na sociedade: A. Perspectiva socioantropológica: Não existem sociedades sem indivíduos e os indivíduos só se tornam verdadeiramente humanos por meio da socialização, processo pelo qual você se torna um membro ativo da sociedade em que nasceu. B. Ralph Linton (“O indivíduo, a cultura e a sociedade”): em circunstâncias normais, quanto mais perfeito seu condicionamento e consequente integração na estrutura social, tanto mais efetiva sua contribuição para o funcionamento uniforme do todo e mais segura sua recompensa. Ser Solitário: tenta proteger a sua própria existência e a daqueles que lhe são próximos, satisfazer os seus desejos pessoais e desenvolver as suas capacidades inatas. Ser Social: procura ganhar o reconhecimento e afeição dos seus semelhantes, partilhar os seus prazeres, confortá-los nas suas tristezas e melhorar as suas condições de vida. (Albert Einstein em seu artigo “Porquê o Socialismo?”) 2. Objeto e Método das Ciências Sociais ▪ Ciências Naturais: estudam fatos simples, eventos que presumivelmente têm causas simples e são facilmente isoláveis, recorrentes e sincrônicos. Tais fatos podem ser vistos, isolados e reproduzidos dentro de condições de controle razoáveis, num laboratório. Alcança-se a objetividade científica e as descobertas possibilitam o desenvolvimento de novas tecnologias. ▪ Objeto de estudo das Ciências Sociais: Relações que os homens estabelecem entre si vivendo em sociedade. O homem nas relações intersubjetivas, os Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 3 fenômenos sociais, ou seja, eventos com determinações complicadas e que podem ocorrer em ambientes diferenciados, fazendo com que toda análise de fenômenos dessa natureza seja parcial, subjetiva. ▪ Especificidades das Ciências Sociais: A. Lidam com a realidade e com as interpretações que são feitas sobre a realidade. B. As percepções são variadas, porquanto históricas apresentadas de modo descritivo e narrativo, nunca na forma de uma experiência. C. O resultado prático é visto em livros, romances, arte, teatro, novelas, onde tais ideias podem ser aplicadas para produzir modificações no comportamento das pessoas – nos sistemas de valores. Os fatos sociais são irreproduzíveis em condições controladas e, por isso, quase sempre fazem parte do passado. ▪ Objetivos das Ciências Sociais: Responder e/ou compreender questões sobre a realidade social, econômica ou cultural; Construir uma visão social da qual seja possível entender e criticar a realidade com a finalidade de melhoria da vida. ▪ Imaginação sociológica: O indivíduo consegue estabelecer conexões entre sua experiência pessoal e a sociedade em que vive. Ou seja, os indivíduos só podem compreender sua existência social percebendo-se parte de um contexto histórico- cultural determinado. Ao observar os fenômenos sociais, somos levados a enfrentar nossa própria posição, nossos valores, nossa visão de mundo que interfere na nossa pesquisa. Nossa fala, nossos gestos, nossa modo de ser e de agir revelam o tipo de socialização que tivemos e influencia em nossa visão de mundo. ▪ Processo de Socialização: O processo de socialização e aprendizado lapida o ser biológico em ser social. Problemas sociais: Designam algo que atinge um grupo, ou uma categoria de indivíduos. É uma situação que afeta um número significativo de pessoas. Problemas sociológicos: Objeto de estudo da Sociologia. Observação sistemática dos fenômenos sociais. 3. A Análise Antropológica da Cultura ▪ Antropologia: Estudo das diferentes culturas do homem, os diversos grupos Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 4 sociais, culturais ou étnicos e as transformações ocorridas em função da interação entre os grupos.▪ Conceito Antropológico de Cultura: “é todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade”, Edward Tylor, primeiro antropólogo a sistematizar o conceito de cultura, em Primitive Culture. ▪ Definições usuais para Cultura: 1. Modo de vida global de um grupo, expresso nas atividades sociais, linguagem, arte e trabalho intelectual. 2. Ordem global social de grupos ligada à perspectiva dos estilos de arte e trabalho intelectual. 3. Conjunto de regras que nos diz como o mundo pode e deve ser classificado. ▪ Diversidade Cultural: multiplicidade de formas de vida. ▪ Crítica ao determinismo geográfico: Teoria desenvolvida por geógrafos que afirmava que as diferenças do ambiente condicionam a diversidade cultural. O homem é resultado do meio cultural. Não basta a natureza criar pessoas inteligentes, se estas não obtiverem educação para desenvolverem suas aptidões. ▪ Surgimento da Cultura: Na visão antropológica de Lévi-Strauss, a cultura surge no momento em que o homem convencionou a primeira regra. Neste caso, trata-se da proibição do incesto, que ocorre na maior parte das sociedades humanas. ▪ O olhar eurocêntrico sobre a cultura: > Toda construção científica nasce na Europa. A reflexão teórico-científica sobre a humanidade se iniciou neste ambiente e nesta perspectiva. Logo, a noção de ser humano de referência para todas as Ciências Humanas e Sociais é a do homem europeu e da sociedade europeia. > A partir dos esforços de conquista de outros continentes, os europeus “encontraram-se” com “seres” diferentes o suficiente para causarem estranhamento, mas “parecidos” o suficiente para produzirem o seguinte incômodo: serão estes seres “humanos”? > A relação com agrupamentos humanos de localidades até então desconhecidas como as que hoje denominamos África, América, Austrália, fizeram com que os europeus se questionassem sobre as características peculiares ao humano e as Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 5 razões de tanta diferença entre os componentes de uma mesma espécie. ▪ “Antropologia de gabinete”: Até os fins do século XIX, parte dos antropólogos escrevia sobre as sociedades não ocidentais, não europeias sem nunca ter estado nelas. Estudavam culturas “exóticas” buscando descrever seus hábitos, costumes e sua forma de ver o mundo (cosmovisão). No entanto, eles não iam ao campo; não eram os antropólogos que experimentavam diretamente o dia a dia dos grupos “selvagens”. Enviavam viajantes, pessoas comuns que eram deslocadas para essas “tribos” e ali ficavam por um certo tempo, registrando tudo que viam e ouviam, a fim de entregar este material aos antropólogos para analisarem estes relatos, desenvolvendo suas teorias sobre as diferentes culturas. Na segunda metade do século XIX a “antropologia de gabinete” é questionada. Afinal, como falar sobre uma cultura que nunca se viu? Como descrever eventos que nunca se vivenciou? ▪ Método Antropológico (Etnografia): > Estudo de Campo > Investigação de costumes culturais > Encontro intercultural. ▪ A prática etnográfica: Segundo François Laplantine (Aprender Antropologia), a prática etnográfica consiste em “impregnar-se dos temas de uma sociedade, de seus ideais, de suas angústias. O etnógrafo é aquele que deve ser capaz de viver nele mesmo a tendência principal da cultura que estuda”. Na prática etnográfica, que é a metodologia característica da antropologia até os dias de hoje, o próprio antropólogo vai ao campo, entra no grupo, vivencia esta cultura diferente, deixa-se fazer parte deste dia a dia, registra esta vivência, retorna para sua própria cultura e finaliza seu trabalho de escrita que é o registro final desta experiência. ▪ Etnocentrismo: Geralmente estabelecemos a nossa cultura como o padrão, a norma. Assim tudo que é diferente é concebido como estranho, e mesmo errado. Tal postura é o que denominamos etnocentrismo. Segundo Everardo Rocha (O que é Etnocentrismo) trata-se da “visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc.“. > Roberto da Matta (Você tem cultura?) demonstra que “antes de cogitar se Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 6 “aceitamos” ou não esta outra forma de ver o mundo, a Antropologia nos convida a compreendê-la, e verificar que ao seu jeito uma outra vida é vivida, segundo outros modelos de pensamento e de costumes. O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. ▪ Antropologia Contemporânea: Tem focado o estudo do “outro” (outros povos, suas crenças e costumes). Enfoca o sentido político de mostrar que diferenças culturais não significam inferioridade nem justificam a dominação. ▪ Relativismo Cultural: É a postura, privilegiada pela Antropologia contemporânea, de buscar compreender a lógica da vida do outro. Parte do pressuposto de que cada cultura se expressa de forma diferente. Dessa forma, trata-se de pregar que a atividade humana individual deve ser interpretada em contexto, nos termos da cultura em que está inserida. 4. Ciência Política ▪ Segundo Marilena Chauí, em Filosofia (2000), o conceito de estado de natureza tem a função de explicar a situação pré-social na qual os indivíduos existem isoladamente. Duas foram as principais concepções do estado de natureza: 1. Concepção de Hobbes (século XVII): Em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos ou “o homem lobo do homem”. Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para se protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. Essas duas atitudes são inúteis, pois sempre haverá alguém mais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas. A vida não tem garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é a do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar. 2. Concepção de Rousseau (século XVIII): Em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a Natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, pelo grito e pelo canto, numa língua generosa e benevolente. Esse estado de felicidade original, no qual os Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 7 humanos existem sob a forma do bom selvagem inocente, termina quando alguém cerca um terreno e diz: "É meu". A divisão entre o meu e o teu, isto é, a propriedadeprivada, dá origem ao estado de sociedade, que corresponde, agora, ao estado de natureza hobbesiano da guerra de todos contra todos. Para fazer cessar esse estado de vida ameaçador e ameaçado, os humanos decidem passar à sociedade civil, isto é, ao Estado Civil, criando o poder político e as leis. A passagem do estado de natureza à sociedade civil se dá por meio de um contrato social, pelo qual os indivíduos renunciam à liberdade natural e à posse natural de bens, riquezas e armas e concordam em transferir a um terceiro – o soberano – o poder para criar e aplicar as leis – tornando-se autoridade política. O contrato social funda a soberania. ▪ John Locke e a teoria Liberal: O Estado existe a partir do contrato social. Tem as funções que Hobbes lhe atribui, mas sua principal finalidade é garantir o direito da propriedade. Dessa maneira, a burguesia se vê inteiramente legitimada perante a realiza e a nobreza e, mais do que isso, surge como superior a elas, uma vez que o burguês acredita que é proprietário graças ao seu próprio trabalho, enquanto reis e nobres são parasitas da sociedade. ▪ Formas de Dominação Legítima em Max Weber: A dominação deve ser entendida como uma probabilidade de mando e de legitimidade deste mando. A crença é condição fundamental para que a relação entre aquele que manda (domina) e aquele que obedece (dominado) se realize. Portanto, não é toda e qualquer relação de poder que é legitimada, é preciso que aquele que obedece acredite voluntariamente naquele que tem poder de mando. > Weber define os três tipos puros de dominação como: 1. Dominação racional-legal: Exercida dentro de um quadro administrativo composto de regras e leis escritas que devem ser seguidas por todos, não havendo privilégios pessoais. Ela é apoiada na crença de uma “legitimidade de ordens estatuídas e nos direitos de mando dos chamados a exercer autoridade legal”. Esta é baseada em relações impessoais e os funcionários são incorporados ao quadro administrativo, através de um contrato, não por suas características pessoais, mas por sua competência técnica. Eles são livres, sendo que suas obrigações se limitam aos deveres e objetivos de seus cargos que estão dispostos dentro de uma Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 8 hierarquia administrativa e suas competências são rigorosamente fixadas. Realizam seu trabalho e em troca recebem um salário fixo e regular que varia conforme a responsabilidade do cargo. Há possibilidade de fazer carreira. A dominação burocrática é puramente técnica, com o objetivo de atingir o mais alto grau de eficiência. 2. Dominação tradicional: Repousa na crença das tradições, costumes que existem desde outros tempos. É a legitimidade na crença dos indivíduos nas ordens e poderes senhoriais tradicionais. A autoridade é exercida e legitimada pela tradição e por normas escritas. O quadro administrativo pode ser recrutado não pela competência técnica, mas por vínculos pessoais e laços de fidelidade. As tarefas não estão claramente definidas, como na dominação racional, e os privilégios e deveres encontram-se sujeitos a modificações de acordo com a vontade do governante. Há outros tipos de dominação tradicional que são: o patriarcalismo, onde o poder é exercício segundo regras fixas de sucessão; e o patrimonialismo ou gerontocracia, que é a autoridade exercida pelos mais velhos, em idade, sendo os melhores conhecedores da tradição sagrada. 3. Dominação Carismática: Pode ser caracterizada pelo seu caráter de tipo extrordinário e irracional. individíduos carismáticos, enviados por Deus para o cumprimento de uma “missão”, reconhecido como um líder por seus seguidores e, assim a autoridade é legitimada. ▪ Relação Estado-sociedade na Concepção Marxista: Segundo Marx e Engels (A ideologia Alemã, 1987), o Estado é a forma na qual os indivíduos de uma classe dominante fazem valer seus interesses comuns e na qual se resume toda a sociedade civil de uma época. Segue-se que todas as instituições comuns são mediadas pelo Estado e adquirem através dele uma forma política. Daí a ilusão de que a lei se baseia na vontade e, mais ainda, na vontade destacada de sua base real – na vontade livre. Da mesma forma, o direito é reduzido novamente à lei. > Marx afirma que o aparelho jurídico do Estado, nesse tipo de sociedade, tem como objetivo: A. Organizar e justiiccar a dominação da burguesia sobre o proletariado. B. Favorecer os negócios da classe dominante. Dessa forma, para Marx, não existe Estado representativo do conjunto da sociedade. Seu papel é o representante dos interesses da burguesia. Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 9 5. Sociologia e Antropologia ▪ Revolução Industrial e neocolonialismo: > Marcou o século XIX e projetou consequências nos séculos XX e XXI; > Desenvolvimento industrial e científico; > A indústria cresceu e vieram as crises de produção/consumo, solucionadas com o neocolonialismo ou imperialismo, no século XIX. > A América escapou desse colonialismo porque se tornara independente pouco antes, porém, se não foi dominada politicamente pela Europa e pelos EUA, o foi economicamente. > A África e a Ásia foram o cenário onde atuou uma infinidade de cientistas e religiosos que assumiram o fardo do homem branco. ▪ Cientificismo e Darwinismo Social: > As teses de Darwin foram discutidas em todo o meio científico e o liberalismo econômico adotou o pressuposto da competição (seleção natural). Ao defender a propriedade privada, o liberalismo postula que todo homem compete em igualdade no acesso à propriedade; aquele que não conquista, não o faz porque é vicioso ou preguiçoso; tese que ainda interessa à manutenção do domínio da classe burguesa. > Darwinismo Social: As sociedades se modificam e se desenvolvem como os seres vivos. As transformações nas sociedades representam a passagem de um estágio inferior para outro superior, onde o organismo social se mostra mais evoluído, adaptado e complexo. > Foi nesse cenário de constantes conflitos sociais, políticos, econômicos e religiosos, cenário pela industrialização e pelo cientificismo, que a Antropologia e a Sociologia produziram suas primeiras explicações. ▪ Evolucionismo Social: Os evolucionistas formaram a primeira escola antropológica, tendo como paradigma principal a sistematização do conhecimento acumulado sobre os “povos primitivos” e o predomínio do trabalho de gabinete. Defendiam a ideia de que a historia da Humanidade se dava através de um processo evolutivo que ia da selvageria à civilização, passando pela barbárie. Utilizam o método comparativo, em que tomavam como parâmetro a sociedade europeia doo século XIX para descrever e classificar formas culturais de outros povos, em uma postura que se mostrava extremamente etnocêntrica. Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 10 ▪ Positivismo: Diretriz filosófica criada por Augusto Comte na segunda metade do século XIX, o tema central de sua obraé a Lei dos Três Estados, em que ele divide a evolução histórica e cultural da humanidade em três fases, de acordo com o seu desenvolvimento; a classificação e a hierarquização das ciências, da mais simples até a mais complexa; e a reforma da sociedade, com mudanças intelectuais, morais e políticas destinadas principalmente a restabelecer a ordem na sociedade industrial. ▪ Estágios de Desenvolvimento Intelectual: A. Teológico: O universo era explicado em termos de deuses, demônios e seres mitológicos. B. Metafísico: A realidade era explicada em termos de abstrações como a essência, existência, substância e acidente. C. Positivo: Explicações somente poderiam ser baseadas em leis científicas descobertas através da experimentação, observação ou lógica. Comte procurou completar o estágio positivo ao criar a mais complexa de todas: a Sociologia como ciência. Para reformar a sociedade, Comte propôs: > Reconhecer a existência de princípios reguladores; > Estudar os processos e estrutura social; > Reconhecer a existência de dois movimentos: estático (fator de permanência e harmonia) e dinâmico (fator de progresso). ▪ A análise comtiana propõe: a negação da luta de classes (harmonia entres as classes sociais), a necessidade de um Estado forte, centralizador, mantenedor da ontem. 6. Análise Sociológica – Durkheim ▪ Émile Durkheim: Criado da Escola Sociológica Francesa, define o objeto da sociologia como fatos sociais e atribui-lhe um método de investigação: a análise objetiva dos fatos sociais, que deveriam ser estudados como “coisas” (relação de objetividade do investigador com o objeto estudado). ▪ Fatos sociais: “Maneira de agir, pensar e sentir que apresentam as características marcante de existir fora da consciência individual”. (Durkheim, As Regras do Método Sociológico): Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 11 A. Fato social normal: É normal o fato que não extrapola os limites dos acontecimentos mais gerais de uma determinada sociedade e que refletem os valores e as condutas aceitas pela maior parte da população. O crime é um fato social normal, pois pode ser entendido como necessário (útil) para a sociedade. B. Fato social patológico: Todo fato que extrapola os limites aceitos pela consciência coletiva vigente em uma sociedade, é o comportamento tido como desviante. ▪ Consciência coletiva ou comum: “Conjunto de crenças e de sentimentos comuns entre os membros de uma mesma sociedade” (Durkheim, Da Divisão do Trabalho Social). ▪ Divisão do Trabalho Social: Organização da sociedade em diferentes funções, exercidas pelos indivíduos ou grupos de indivíduos. 7. Análise Sociológica: Max Weber ▪ O método compreensivo de Max Weber: Procura compreender a sociedade como um agregado de indivíduos que possuem suas motivações próprias. Ao mesmo tempo, o estatuto de realidade objetiva é mudado para uma concepção menos determinista de sociedade, segundo a qual a realidade é um fenômeno compósito. Para compreender a sociedade, é preciso entender as redes de significações estabelecidads pelos indivíduos em suas ações e relações sociais. ▪ Objeto da sociologia: para Weber, é o sentido da ação social, que deve ser buscado pela apreensão da totalidade de significados e valores atribuídos pelos indivíduos. A ação social é determinada por mais de uma causa, sendo que cada causa tem importância variada sobre a determinada ação. ▪ Tarefa do sociólogo: “Pesquisa os sentidos e os significados recíprocos que orientam os indivíduos na maioria de suas ações e que configuram as relações sociais”. ▪ Tipos de ação: Weber, preocupado com o valor que cada indivíduo atribui à sua ação, procurou elaborar uma tipologia para compreender as características particulares, definindo quatro tipos de ação: Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 12 1. Ação racional com relação a fins: Motivada por fins objetivos, ou seja, para atingir seus fins, o indivíduo planeja e executa seus planos, utilizando-se dos meios que considera mais adequada para atingir seus objetivos. Ex. Racionalidade econômica capitalista. 2. Ação racional com relação a valores: Motivada por crenças em valores morais, religiosos, políticos etc. O que importa para o indivíduo é seguir os princípios que mais lhe são caros, não importando o resultado de sua conduta. Ex. Agente que abrem mão de vantagens financeira em função da preservação ambiental. 3. Ação afetiva: Guiada por uma conduta emocional. Ex. Crimes passionais. 4. Ação tradicional: Guiada pela tradição, costumes arraigados que fazem com que os indivíduos ajam em função deles. Ex. Hábito de saudarmos as pessoas com expressões como “bom dia” e “fique com Deus”, independentemente de termos grande afinidade com elas ou mesmo alguma fé. ▪ Relação Social: Estabelece-se quando os agentes partilham o sentido de suas ações e agem reciprocamente de acordo com certas expectativas que possuem do outro. 8. Análise Sociológica: Karl Marx ▪ Materialismo histórico: Refere-se à teoria filosófica preocupada em destacar a importância dos seres objetivos (os homens) como elementos constitutivos da realidade do mundo. Este é o método de análise social marxista, segundo o qual, as relações materiais que os homens estabelecem entre si e o modo como produzem seus meios de vida formam a base de todas as suas relações. ▪ Dialética: Modo de pensarmos as contradições da realidade, as diferenças sociais e, consequentemente, a transformação permanente da realidade – a realidade dialética. Princípios básicos da dialética: > Tudo se relaciona; > Tudo se transforma; > Mudanças qualitativas; > Luta dos contrários. ▪ Modo de produção: O entendimento da realidade da vida só é possível à medida que conhecemos o modo de produção da sociedade – modo de produção é aqui Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 13 entendido como a maneira pela qual os homens obtêm seus meios de existência material. Não é a consciência que determina a vida material, mas a vida material que determina a consciência. Na história, podemos distinguir pelo menos cinco grandes modos de produção: > Primitivo > Regime asiático > Escravatura > Servidão (Feudal) > Capitalista ▪ Luta de classes: Confronto entre duas classes antagônicas quando lutam por seus interesses de classe (Aranha e Martins). No modo de produção capitalista, a relação antagônica e faz entre o burguês, que é o detentor dos meios de produção, e o proletariado que nada possui e só vive porque vende sua força de trabalho. Na perspectiva materialista da história, a luta de classes se relaciona diretamente à mudança social, à superação dialética das contradições existentes. ▪ Ideologia: Conjunto de proposições existentes com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, construindo uma hegemonia daquela classe, tornando-se uma verdade absoluta e natural. (Chauí)▪ Alienação: É originada na vida econômica. O bem produzido não pertence ao trabalhador. Não é mais o operário que projeta o trabalho. Há separação entre planejamento e execução, entre pensar e agir. Tem-se como consequência um saber mecânico e fragmentado. ▪ Práxis: É um conceito central no pensamento de Marx. A práxis não se confunde com a prática. A práxis é a união da interpretação da realidade (teoria – conhecimento científico) à prática (realização efetiva, atividade), em outras palavras, é a ação consciente do sujeito na transformação de si mesmo e do mundo que o cerca. É através da práxis que se dá o combate à alienação. 9. Globalização, desigualdades e exclusão social ▪ Globalização: “Intensificação de relações sociais mundiais que unem localidades distantes de tal modo que os acontecimentos locais são condicionados por eventos que acontecem a muitas milhas de distância e vice-versa”. Giddens ▪ Homogeneização cultural: Stuart Hall (Identidade cultural na pós-modernidade) apresenta três posições contrárias ao sentimento de homogeneização global: Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 14 1. Juntamente com a tendência à homogeneização global, acontece uma fascinação com a diferença e com a mercantilização da etnia e da “alteridade” (Kevin Robin); 2. A globalização é desigualmente distribuída pelo mundo, entre regiões e estratos da população nas regiões = “geometria do poder” da globalização (Doreen Massey); 3. A globalização continua sendo um fenômeno essencialmente ocidental = afeta de forma desigual os diversos espaços geográficos do globo (Kevin Robin). ▪ Consequências da globalização cultural: A. Juntamente com a globalização há um reforço das identidades locais; B. A globalização é um processo desigual, com sua própria “geometria de poder”; C. As identidades culturais estão sendo relativizadas, apesar de reterem aspectos da dominação global: migração, legal e ilegal, de enormes contingentes de pessoas da periferia para os centros, principalmente das antigas colônias para as potências europeias. Esta formação de “enclaves” étnicos minoritários no interior dos estados-nação do Ocidente leva a uma “pluralização” de culturas nacionais e de identidades nacionais, tendo como consequência o surgimento de manifestações de xenofobia em várias partes do mundo. ▪ Redes Sociais: Segundo Manuel Castells (A era da informação: economia, sociedade e cultura) o mundo contemporâneo globalizado constitui uma “sociedade em rede” e estas redes constituem a nova morfologia social de nossa sociedade e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura. Tudo isso porque elas são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou objetos de desempenho). Nesse contexto, a rede é um instrumento apropriado para: A. a economia capitalista voltada para a inovação, globalização e concentração descentralizada; B. o trabalho, trabalhadores e empresas voltadas para a flexibilidade e adaptalidade; C. uma cultura de desconstrução e reconstrução contínuas; D. uma política destinada ao processamento instantâneo de novos valores e humores públicos; Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 15 E. uma organização social que vise a suplantação do espaço e invalidação do tempo. ▪ Desigualdade social: As novas desigualdades sociais produzidas por esta estrutura de classe têm sido amplamente reconhecidas, mesmo pelas agências multilaterais que têm liderado este modelo de globalização, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. É hoje evidente que a iniquidade da distribuição da riqueza mundial se agravou nas duas últimas décadas: 54 dos 84 países menos desenvolvidos viram o seu PNB per capita decrescer nos anos 1980; em 14 deles a diminuição rondou os 35%. ▪ Desigualdade, pobreza e exclusão social no Brasil: Tem sua origem no processo de colonização. Ao longo dos anos, apesar de conquistas sociais como o fim do regime escravista, a marginalização histórica dos setores mais baixos da escala social brasileira permaneceu, a despeito dos avanços verificados nas duas últimas décadas. A desigualdade também se expressa nos grandes centros urbanos, onde populações desassistidas vivem pelas ruas, e nas periferias das grandes e médias cidades brasileiras, um expressivo número de pessoas vive em subocupações ― as favelas, localidades em que se registra uma alto índice de criminalidade, decorrente da ausência ou ineficiência do poder público, e da ação de grupos que passam a exercer autoridade sobre a população, como traficantes e milícias. 10. Novos padrões morais e culturais ▪ Grupo étnico designa uma população que: A. se perpetua principalmente por meio biológicos; B. compartilha de valores culturais fundamentais; C. compõe um campo de comunicação e interação; D. tem um grupo de membros que se identifica e é identificado por outros como constituinte de uma categoria distinguível de outras. ▪ O ser indígena: Percebe-se um movimento para fora dos limites físicos e culturais da aldeia, ao mesmo tempo em que tal movimento reflete a busca da identidade indígena por dois grupos sociais: a própria comunidade indígena e alguns setores urbanos de classe média e alta. Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 16 ▪ Novos padrões familiares: O final da década de 1960 e início da década de 1970 são marcos fundamentais nas transformações dos papéis femininos e masculinos na sociedade brasileira e, consequentemente, da concepção de família (Miriam Goldenberg em “Novas famílias nas camadas médias urbanas”). Na atualidade, já não há um ‘modelo ocidental’ de família, há vários (Segalen). Avaliando o Aprendizado 1. As Ciências Sociais se dividem em três ciências específicas: A Sociologia, a Antropologia e a Ciência Política. Cada ciência social específica aborda distintos aspectos da realidade social. Essa realidade social é repartida conforme as diferenças existentes entre os diversos aspectos que a compõem. Esses aspectos constituem aos objetos das três ciências. Assinale a alternativa que expressa corretamente qual aspecto da realidade cada ciência social toma por objeto. a) O uso cultural do twitter pelos indivíduos de uma sociedade é objeto da Ciência Política; o uso do twitter como fato social é objeto da Antropologia; o uso do twitter para uma campanha eleitoral é objeto da Sociologia. b) O uso cultural do twitter pelos indivíduos de uma sociedade é objeto da Ciência Política; o uso do twitter como fato social é objeto da Sociologia; o uso do twitter para uma campanha eleitoral é objeto da Antropologia. c) O uso do twitter para uma campanha eleitoral é objeto da Sociologia; o uso cultural do twitter pelos indivíduosde uma sociedade é objeto da Ciência Política; o uso do twitter como fato social é objeto da Antropologia. d) O uso cultural do twitter pelos indivíduos de uma sociedade é objeto da Antropologia; o uso do twitter para uma campanha eleitoral é objeto da Ciência Política; o uso do twitter como fato social é objeto da Sociologia. e) O uso cultural do twitter pelos indivíduos de uma sociedade é objeto da Antropologia; o uso do twitter como fato social é objeto da Ciência Política; o uso do twitter para uma campanha eleitoral é objeto da Sociologia. 2. FOLHAPRESS/JC - 13/03/2013 - Opinião Econômica - Marx "A problemática que ele (Karl Marx) colocou - o que é o homem e como pode realizar plenamente a sua humanidade diante dos constrangimentos que lhe impõe a organização da sociedade - é eterna." Delfim Netto, economista. A problemática colocada por Marx nos remete a qual tema central na análise das ciências sociais? a) O da relação indivíduo-sociedade. b) O do instinto de sobrevivência. c) O da relação família-sociedade. d) O da objetividade do conhecimento. e) O da subjetividade do conhecimento. 3. Observe a frase: "NÃO SE NASCE MULHER, TORNA-SE MULHER." A partir de tão conhecida frase de Simone de Beauvoir e dos conhecimentos acerca do modo como as Ciências Sociais abordam a questão do comportamento de gênero, assinale a alternativa correta sob o ponto de vista sócioantropológico: a) Ser mulher é um comportamento apreendido através de um processo de socialização. b) Ser mulher é uma criação extremamente cultural, mas ser homem é um dado somente natural. c) Homens são mais fortes fisicamente que mulheres; portanto, é natural a relação de poder instituído e construído numa sociedade entre os sexos. d) A diferenciação de papéis sociais entre homens e mulheres baseia-se em critérios puramente biológicos. e) Partindo da ideia de que a diferenciação entre os sexos é biológica, o movimento feminista enquanto fenômeno. 4. "... Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar nossa gratidão concordamos que os nobres de Virginia nos enviem alguns de seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos deles, homens". Nesse trecho de uma carta resposta ao Governo americano os indígenas mostram que: a) a cultura aprendida por outros povos é mais significativa. b) são agradecidos ao Governo e valoram a cultura americana. Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 17 c) educar é transmitir os valores, os conhecimentos, as técnicas e o modo de viver do grupo. d) a sociedade transmite as novas gerações a valorização pela cultura de outros povos. 5. Estadão - 24/02/2013 22:28 "Torcedor corintiano confessa ter disparado sinalizador São Paulo - O torcedor corintiano H.A.M., de 17 anos, confessou neste domingo ter sido o autor do disparo do sinalizador que provocou a morte do boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada na última quarta- feira, durante o jogo entre Corinthians e San José, em Oruro, na Bolívia." A violência juvenil é um fenômeno mundial que preocupa as autoridades responsáveis. Observando o caso de H.A.M. e outros similares somos levados a nos perguntar se é o homem faz a sociedade ou se é a sociedade que faz o homem? Quais das respostas a seguir são coerentes com a visão das ciências sociais: I - Na realidade não existe esse abismo entre os indivíduos e a sociedade, ou seja, o homem faz a sociedade e a sociedade faz o homem. II - Toda sociedade humana consiste em indivíduos distintos e todo indivíduo humano só se humaniza ao aprender a agir, falar e sentir o convívio com outros. III - Na realidade a violência expressa os instintos selvagens do indivíduo humano, que não dependem da sociedade, mas sim de uma herança genética agressiva. a) As respostas I, II e III são coerentes com a visão das ciências sociais. b) As respostas não são coerentes com a visão das ciências sociais. c) As respostas I e III são coerentes com a visão das ciências sociais. d) As respostas II e III são coerentes com a visão das ciências sociais. e) As respostas I e II são coerentes com a visão das ciências sociais. 6. "A antropologia é uma disciplina criada a partir da expansão do capitalismo europeu, quando este entra em contato com povos étnica e culturalmente diferentes e com os quais teve que manter contato em razão de necessidades políticas e econômicas. Assim é que a antropologia sempre trabalhou com a lógica do distanciamento, distanciamento entre pesquisador e pesquisado, distanciamento entre civilizações e culturas, distanciamento no tempo e no espaço entre o europeu e o não-europeu. Ocorre que a história e a crescente internacionalização do capitalismo promoveram o contínuo encurtamento dessas distâncias". (COSTA, C. . 2005, p. 17) Para o encurtamento das distâncias culturais e geográficas que levaram a antropologia a repensar seu objeto podem ser assinalados os seguintes fatos, EXCETO: a) A universalização do cristianismo. b) A universalização do estado-nação. c) A universalização da cultura de massas. d) A universalização da indústria. e) A universalização dos meios de comunicação. 7. Analise as afirmativas e escolha uma das opções: I- Os fatos sociais são irreproduzíveis em condições controladas e, por isso, quase sempre fazem parte do passado. II - Os fatos sociais são eventos a rigor históricos e apresentados de modo descritivo e narrativo, nunca na forma de uma experiência. III - Os fatos sociais alcançam a objetividade científica e podem ser reproduzidos em ambiente controlado. a) As afirmativas I e II estão corretas. b) Apenas a afirmativa II está correta. c) Apenas a afirmativa I está correta. d) Nenhuma das afirmativas está correta e) Todas as afirmativas estão corretas. 8. Quais as áreas que formam o conjunto de disciplinas das Ciências Sociais? a) Ciência Política, Ciência das Mídias e Antropologia. b) Biologia, Química e Física. c) Antropologia, Sociologia e Astronomia. d) Astronomia, Física e Biologia. e) Ciência Política, Sociologia e Antropologia. 9. O positivismo de Comte compreende três estados de desenvolvimento da sociedade. Quanto ao positivismo comteano, há gradações entre um estado e outro. A opção que apresenta corretamente a posição do filósofo é: a) Para Augusto Comte, o estado positivo não está voltado para a investigação científica, superando o estado teológico e o metafísico. b) Para Augusto Comte, o estado teológico seria aquele aplicado à pesquisa científica, sendo, portanto, considerado pelo filósofo o estado mais importante. c) Para Augusto Comte, o estado mais importante a ser alcançado é o metafísico. d) Para Augusto Comte, o estado positivo está voltado para a investigação científica, superando o Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 18 estado teológico e o metafísico. e) Para Augusto Comte, o estado metafísico trata do estado mais importante porque trata das causas primeiras. 10. Consumo de carne vermelha traz benefícios ao organismo Wilson Rondô Fonte: http://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/13169-consumo-de-carne-vermelha-traz- beneficios-ao-organismo (...) Ela (a carne vermelha) também contém todos os aminoácidosessenciais ao corpo humano, além de ser rica em ferro, zinco, e vitaminas do complexo B, principalmente a vitamina B12 - indispensável para o funcionamento das células nervosas do corpo humano. O texto acima apresenta uma visão relativa: a) às Ciências Tecnológicas. b) às Ciências Naturais. c) às Ciências Exatas. d) às Ciências Sociais. e) às Ciências Filosóficas. 11. Considerando as diferenças básicas existentes entre as ciências sociais e as ciências naturais, no que se refere aos seus objetos e métodos, podemos afirmar que: a) As ciências sociais tratam de fatos ou fenômenos complexos, facilmente isoláveis, recorrentes e que podem ser reproduzidos em laboratório. b) As ciências sociais estudam fenômenos complexos, que ocorrem em situações não controladas e em ambientes diferenciados, fazendo com que toda análise de fenômenos dessa natureza seja subjetiva. c) As ciências sociais estudam fenômenos de causas simples, o que torna o método objetivo o mais apropriado para esse tipo de investigação. d) As ciências naturais estudam fenômenos simples e exigem um afastamento entre investigador e objeto investigado, sendo a análise subjetiva a indicada para esse tipo de observação. e) As ciências naturais tratam de fenômenos complexos, facilmente observáveis, que permitem classificação e, portanto, o método mais indicado é o subjetivo. 12. A investigação quantitativa tem como campo de práticas e objetivos trazer à luz dados, indicadores e tendências observáveis. Deve ser utilizada para abarcar, do ponto de vista social, grandes aglomerados de dados, de conjuntos demográficos, por exemplo, classificando-os e tornando-os inteligíveis por meio de varáveis. A investigação qualitativa trabalha com valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões. Adequa-se aprofundar a complexidade dos fenômenos, fatos e processos particulares e específicos de grupos mais ou menos delimitados em extensão e capazes de serem abrangidos intensamente. MINAYO, M. C.; SANCHES, O. Quantitativo-Qualitativo: oposição ou complementaridade? Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 9 (3): 239-262, jul/set 1993. (com adaptações) As Ciências Sociais dispõem de métodos quantitativos e qualitativos, descritos sinteticamente no texto acima. Considerando essas definições, analise as afirmações que se seguem. I. Os métodos qualitativos e quantitativos não podem ser empregados em uma mesma pesquisa. II. Os métodos quantitativos são mais científicos que os qualitativos. III. Os métodos qualitativos são utilizados em estudos de caso ou contextos delimitados. IV. Métodos quantitativos e qualitativos não são mutuamente excludentes. É correto apenas o que se afirma em: a) I e III. b) III e IV. c) II e III. d) I e II. e) II e IV. 13. Sobre a sociologia, como ciência que investiga as relações humanas em sociedade, é CORRETO afirmar que: a) A sociologia é o estudo da vida social humana, dos grupos humanos e das sociedades. O objeto de estudo é restrito à análise de algumas situações sociais específicas. b) A sociologia é o estudo da vida social humana, dos grupos humanos e das sociedades. O objeto de estudo são os grupos sociais, a divisão da sociedade em classes, a mobilidade social , bem como os processos de cooperação, competição e conflito na sociedade. c) A sociologia é o estudo da vida social humana, dos grupos humanos e das sociedades. O objeto de estudo é o comportamento dos indivíduos como seres sociais e não sociais. d) A sociologia é o estudo da vida social humana, dos grupos humanos e das sociedades. O objetivo é estudar as relações sociais e as formas de associação, não considerando as interações que ocorrem na vida em sociedade. e) A sociologia é o estudo da vida social humana, dos grupos humanos e das sociedades. O objetivo da sociologia é apresentar visões particulares de mundo dos sociólogos. Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 19 14. O processo de socialização pode ser definido como: a) Um conjunto de interações humanas através do qual indivíduo adquire aptidões que lhe permitem ser um membro da sociedade. b) Um conjunto de relações de trabalho que definem o formato da divisão da riqueza social produzido pelos homens. c) Um conjunto de laços afetivos construídos a partir da solidariedade orgânica. d) Um conjunto de ações que dão identidade aos grupos sociais no interior da sociedade capitalista. e) Um conjunto de transformações que permitem aos homens sair do estado de selvageria para o estado de anomia. 15. Com base na perspectiva das ciências sociais, analise as proposições apresentadas: I - Existe uma relação dialógica entre o indivíduo e a sociedade, pois, desde o nascimento, o indivíduo sofre a influência da sociedade e da cultura. II - A socialização é um conceito central deste campo do conhecimento, pois os humanos se tornam seres sociais através da educação. III - Os padrões sociais e as inter-relações entre os seres humanos são variáveis e suscetíveis de mudanças no tempo e no espaço. IV - Diferentemente dos demais animais, o processo de vida dos seres humanos não é guiado por instintos hereditários rígidos. Estão corretas as afirmativas: a) I, II, IV. b) I e II e III. c) todas. d) II e IV. e) II, III e IV. 16. A perspectiva sócio-antropológica aponta para uma relação dialógica entre indivíduo e sociedade porque não existem sociedades sem indivíduos e os indivíduos só se tornam verdadeiramente humanos por meio do processo de socialização. Assinale a opção correta de acordo com o enunciado: a) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. b) Tanto a primeira asserção quanto a segunda são proposições falsas. c) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é justificativa correta da primeira. d) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. e) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. 17. A Revolução Industrial e a Revolução Francesa representaram a consolidação da sociedade capitalista moderna. a) A Revolução Industrial representou a prosperidade de todos os indivíduos, deixou de existir pobres a partir do advento da sociedade capitalista. b) A Revolução Industrial representou a distribuição de propriedade das indústrias entre os trabalhadores. c) A Revolução Industrial representou a união da sociedade em duas classes sociais: servo e burguesia. d) A Revolução Industrial teve como consequência uma série de transformações sociais, entre elas houve um aumento assustador da prostituição, do suicídio, do alcoolismo, do infanticídio, da criminalidade, da violência, desemprego e da miséria. e) A Revolução Industrial representou a divisão da sociedade em duas classes sociais: servo e burguesia. 18. Vários cientistas sociais enfatizam as diferenças metodológicas entre as ciências naturais e as ciências sociais. Com base nesta afirmação, examine as proposições apresentadas. I - As ciências naturais estudam fenômenos simples e as ciências sociais estudam fenômenos complexos. II - Os fenômenos sociais não podem ser analisados fora do contexto em que foram originalmente produzidos. III - O pesquisador não tem como reproduzir os fenômenos sociais em laboratórios de pesquisa. IV - A interpretação não é parte do trabalho do cientista social, pois toda ciênciaé objetiva e neutra. Estão corretas as afirmativas: a) Todas. Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 20 b) II, III e IV. c) I, II, IV. d) I e II e III. e) II e IV. 19. As Ciências Naturais produzem "leis científicas", isto é, argumentos que estabelecem uma relação causal única, universal e invariável entre dois fenômenos porque estudam "fatos simples", no sentido de que estuda fenômenos que são isoláveis, recorrentes e sincrônicos. A matéria prima das ciências naturais, portanto, é todo o conjunto de fatos que se repetem e têm uma constância sistêmica, já que podem ser vistos, isolados e, assim, reproduzidos dentro de condições de controle razoáveis, num laboratório. Já as Ciências Sociais estudam: a) Fenômenos simples, cuja determinação é pouco variada. b) Eventos com determinações simples e que não mudam seu significado de acordo com o ator. c) Eventos complexos que podem ser isolados e reproduzidos dentro de condições de controle, num laboratório. d) Fenômenos que são isoláveis, recorrentes e assincrônicos. e) Fenômenos complexos, situados em múltiplos planos de causalidade. 20. Aprendemos que existem formas diferentes de compreensão do mundo: a visão do senso comum ou o conhecimento científico. Nesse sentido, marque a única opção verdadeira. a) O senso comum depende de juízos científicos a respeito das coisas, com envolvimento das emoções e dos valores de quem observa. b) O senso comum não depende de juízos pessoais a respeito das coisas, com envolvimento das emoções e dos valores de quem observa. c) O senso comum depende tanto de juízos científicos como de juízos pessoais a respeito das coisas, não importando o grau de envolvimento das emoções e dos valores de quem observa. d) O senso comum depende de juízos pessoais a respeito das coisas, com envolvimento das emoções e dos valores de quem observa. e) O senso comum depende de juízos científicos a respeito das coisas, sem envolvimento das emoções e dos valores de quem observa. 21. Desde a Revolução industrial, e se observarmos a atual realidade brasileira, um aspecto aparece como objeto de constante reflexão da parte da sociologia: a) O fato de que tanto a revolução industrial, quanto a revolução científica tornaram possível com seus avanços solucionar os mais graves problemas sociais. b) O fato de que ainda que a revolução industrial tenha avançado, não ofereceu um avanço de fato no que diz respeito ao progresso científico. c) Todas as afirmativas são complementares d) O fato de que ainda que a revolução científica tenha avançado com a evolução industrial, não ofereceu uma solução justa aos problemas sociais ocasionados. e) O senso comum depende de juízos científicos a respeito das coisas, sem envolvimento das emoções e dos valores de quem observa. 22. Leia um trecho do depoimento de posse do ministro da cultura do governo de Luís Inácio Lula da Silva, Gilberto Gil e responda o que está sendo solicitado: "Os vínculos entre o conceito erudito de "folclore" e a discriminação cultural são mais do que estreitos. São íntimos. "Folclore" é tudo aquilo que não se enquadrando, por sua antiguidade, no panorama da cultura de massa é produzido por gente inculta, por "primitivos contemporâneos", como uma espécie de enclave simbólico, historicamente atrasado, no mundo atual. Os ensinamentos de Lina Bo Bardi me preveniram definitivamente contra essa armadilha. Não existe "folclore" o que existe é cultura". (Gilberto Gil, Pronunciamento do discurso de posse como ministro da cultura, 2003). I. Ao estreitar os vínculos entre o conceito erudito de "folclore" e a questão da discriminação cultural, observa-se que o conceito de cultura é tomado como diversificado, apresentando-se como a soma dos nossos atos, gestos e jeitos. II. Ao utilizar a palavra "folclore" está-se referindo a uma armadilha etnocêntrica que tende a definir como negativos e atrasados tudo que vem da cultura popular. III. A palavra "folclore" é tomada no discurso de posse de Gilberto Gil como algo relevante e salutar para ratificar a homogeneidade cultural brasileira e seus ritos populares. IV. Ao afirmar que não existe folclore e, sim, cultura, Gilberto Gil retifica um conceito antigo e preconceituoso frente às manifestações de cunho popular. Assinale a alternativa CORRETA, após análise das assertivas de I a IV: a) Estão corretas apenas as assertivas I e IV. b) Estão incorretas apenas as assertivas III e IV. c) Está incorreta apenas a assertiva III. Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 21 d) estão corretas apenas as assertivas I, II e III. e) todas as assertivas estão corretas. 23. Antropologicamente podemos definir cultura como: a) Aspecto homogeneizante das expressões de povos diferentes. b) Manifestação tipicamente humana marcada pela multiplicidade de expressões. c) Aspecto que aproxima humanos de sua ancestralidade biológica. d) Museus e outras formas de retenção de memória dos grupos dominantes. e) Função de base eminentemente orgânica 24. "Enunciado de maneira menos formal, etnocentrismo é o hábito de cada grupo de tomar como certa a superioridade de sua cultura"; "Todas as sociedades conhecidas são etnocêntricas"; "A maioria dos grupos, senão todos, dentro de uma sociedade, também é etnocêntrica"; "Embora o etnocentrismo seja parcialmente uma questão de hábito é também um produto de cultivo deliberado e inconsciente. A tal ponto somos treinados para sermos etnocêntricos que dificilmente qualquer pessoa consegue deixar de sê-lo". Fonte: HORTON, P. B. & HUNT, C. L. Sociologia. Tradução de Auriphebo Berrance Simões. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982. p. 46-47. Com base nessas informações e nos conhecimentos sobre o tema, considera-se etnocêntrica a seguinte alternativa: a) Acredito fervorosamente em minha religião. b) Os heterossexuais possuem um padrão moral superior aos gays, pois podem constituir família. c) O crescimento do PIB argentino tem sido muito superior ao do brasileiro nos últimos quatro anos. d) Não gosto de música sertaneja e de pagode. e) A produtividade da mão-de-obra haitiana é inferior à da chilena. 25. Marque a alternativa correta a partir da perspectiva antropológica: Ao ouvirmos uma afirmativa do tipo: "a família de João é maluca. Ele ficou doente e ao invés de eles procurarem um médico, foram a um Centro Espírita, fazer uma consulta com a Vovó Maria Conga. Que horror! Que falta de civilização”: a) Este é um exemplo claro de relativismo cultural, porque o autor da frase reconhece, sem estabelecer hierarquias, o saber do outro. b) Este é um exemplo claro de uma postura tolerante em relação ao outro. c) Existem pessoas, como a que expressou essa frase, que revelam em suas atitudes a preocupação com a saúde da população. d) Quem usa uma afirmativa deste tipo está certo, uma vez que atitudes deste tipo, como a realizada pela família de João, podem acabar matando as pessoas. e) Este é um exemplo claro de etnocentrismo, porque o autor da frase não reconhece, estabelecendo hierarquia, o saber do outro. 26. "O entendimento do significado da cultura, da relatividade dos hábitos, costumes e valores e da sua transitoriedade poderão tornar o ser humano maistolerante, pois aquilo que julgamos certo ou errado, justo ou injusto, bom ou ruim pode ter diferentes significados em outros lugares, e num outro momento" (DIAS, 2005) . Uma atitude contrária a esta tendência é denominada de: a) Difusão Cultural. b) Etnocentrismo. c) Relativismo Cultural. d) Diversidade Cultural. e) Darwinismo Social. 27. Na segunda metade do século XIX a "antropologia de gabinete" é questionada. Afinal, como falar sobre uma cultura que nunca se viu? Como descrever eventos que nunca se vivenciou? Com esses questionamentos nasce uma nova pratica na antropologia que tem características próprias das Ciências Sociais e é chamada de: a) Etnocêntrica. b) Etnográfica. c) Estudo de caso. d) Relativista. e) Antropologia de Gabinete. 28. "Na guerra de todos os homens contra todos os homens não pode existir o conceito de injustiça. E assim como Rousseau, Hobbes também não atribui a esse estado noções de bem e mal e justiça e injustiça. Isso se deve ao fato de que ainda não havia lei e, sem um parâmetro a seguir, não há como se falar em injusto. Também, não existe para Hobbes a distinção de propriedade neste estado, nem tampouco a concepção do meu e teu, a cada homem só pertencia aquilo que ele era capaz de conquistar Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 22 e por quanto tempo ele fosse capaz de conservar." www.marilia.unesp.br/filogênese O texto se refere ao que Hobbes denominou de: a) Estado de Sociedade. b) Estado Pré- social. c) Estado de Natureza. d) Estado Civil. e) Estado do homem lobo do homem. 29. SOBRE O CONTRATO SOCIAL E O ESTADO DE NATUREZA E SOCIEDADE EM HOBBES E ROUSSEAU, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA: a) O CONTRATO SOCIAL VISA MANTER OS PODERES DOS MAIS FORTES. b) NO ESTADO DE NATUREZA De HOBBES O HOMEM É VISTO COMO "O BOM SELVAGEM" QUE É PURO E INOCENTE. c) HOBBES E ROUSSEAU ACREDITAVAM QUE A PROPRIEDADE PRIVADA ERA UM DIREITO DIVINO. d) O ESTADO DE NATUREZA EM ROUSSEAU EQUIVALE AO ESTADO DE SOCIEDADE EM HOBBES. e) TANTO NO ESTADO DE NATUREZA EM HOBBES COMO NO ESTADO DE SOCIEDADE EM ROUSSEAU O HOMEM É VISTO COMO UM SER VIOLENTO QUE VIVE EM PERMANENTE ESTADO BELICOSO. 30. É importante ressaltar que "crenças" transmitidas por profetas, sobre o reconhecimento que pessoalmente alcançam os heróis e os demagogos, durante as guerras e revoluções, nas ruas e nas tribunas, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres invioláveis que lhes são devidos pelos governados, corresponde a um tipo de dominação. A obediência a uma pessoa se dá devido às suas qualidades pessoais. Segundo Weber estamos nos referindo a: a) Dominação Tradicional. b) Dominação Carismática. c) Dominação Instável. d) Dominação Legal. e) Dominação Cultural. 31. No contexto do pensamento de John Locke, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas, assinalando a alternativa correta. Com a teoria liberal, a burguesia se vê inteiramente legitimada perante a realeza e a nobreza e, mais do que isso, surge como superior a elas, uma vez que o burguês acredita que é proprietário graças ao seu próprio trabalho, enquanto reis e nobres são parasitas da sociedade. Porque Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, deu-lhe o mundo para que nele reinasse e, ao expulsá-lo do Paraíso, não lhe retirou o domínio do mundo, mas lhe disse que o teria com o suor de seu rosto. Por todos esses motivos, Deus instituiu, no momento da criação do mundo e do homem, o direito à propriedade privada como fruto legítimo do trabalho. Por isso, de origem divina, ela é um direito natural. a) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas. b) As duas são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. c) A primeira é uma proposição falsa, e a segunda, verdadeira. d) A primeira é uma proposição verdadeira, e a segunda, falsa. e) As duas são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. 32. De acordo com Renato Janine Ribeiro (Hobbes: o medo e a esperança in WEFFORT, Francisco. Os clássicos da política, Ed. Ática), o homem em estado de natureza de Hobbes não é um selvagem, mas sim o mesmo homem que vive em sociedade, sendo que a natureza deste homem não mudaria conforme o tempo, ou a história, ou a vida social, ao mesmo tempo em que este homem hobbesiano é o indivíduo que, mais que a fortuna, almeja a honra. Assim, no que se refere à natureza humana, sob a ótica hobbesiana, podemos afirmar que: I - Tal concepção desempenha papel secundário na maneira como Hobbes constrói / propõe uma explicação para a superação do estado de natureza e para o surgimento da sociedade política. II - A maneira como Hobbes entende a natureza humana encontra-se claramente referenciada à concepção aristotélica do homem como uma criatura que já nasceria apta para a vida em sociedade. III - Em virtude do egoísmo que caracterizaria a natureza humana, não seria a boa vontade recíproca que os homens demonstrariam uns em relação aos outros que estaria na origem das sociedades mais importantes e mais duradouras, mas sim o medo recíproco que os homens teriam uns em relação aos outros. Após analisar cada uma das afirmativas acima (verificando se elas estão CORRETAS ou ERRADAS), Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 23 assinale, dentre as alternativas apresentadas abaixo, a que melhor reflete o pensamento de Hobbes: a) Somente a afirmativa III está CORRETA. b) Somente a afirmativa II está ERRADA. c) Todas as afirmativas estão ERRADAS. d) Somente a afirmativa I está CORRETA. e) Todas as afirmativas estão CORRETAS. 33. Segundo John Locke, qual a principal finalidade do Estado? a) Constituir elementos para a preservação do Estado de Guerra. b) Favorecer o estado de felicidade original. c) Garantir o direito natural da propriedade. d) Defender a hegemonia da sociedade civil. e) Possibilitar estratégias de contenção da luta de classes. 34. "Na verdade, a sociologia, desde o seu início, sempre foi algo mais do que uma mera tentativa de reflexão sobre a sociedade moderna. Suas explicações sempre contiveram intenções práticas, um forte desejo de interferir no rumo desta civilização". (MARTINS, Carlos Benedito. O que é sociologia. São Paulo, 2001, p. 8). Qual característica do pensamento sociológico clássico está presente na citação acima? a) A falta de cientificidade dos primeiros autores, compromissados que estavam com a atividade política. b) A preocupação em buscar soluções para os problemas sociais da época, como o pauperismo, por exemplo. c) A proximidade entre a sociologia e a filosofia, pois a vida social sempre foi uma preocupação dos filósofos. d) O pouco interesse dos primeiros teóricos da sociologia pelos problemas sociais presentes no mundo capitalista. e) A proximidade entre a sociologia e o senso comum, pois todas as pessoas formulam explicações para a vida social. 35. O positivismo foi uma diretriz filosófica criada por Comte em meados do século XIX. Assinale a única característica abaixo que NÃO PERTENCE ao positivismo comtiano: a) A classificação e hierarquização das ciências, da mais simples até a mais complexa. b) A defesa da reforma da sociedade, com mudançasintelectuais, morais e políticas destinadas principalmente a restabelecer a ordem na sociedade capitalista industrial. c) A Lei dos Três Estados, em que ele divide a evolução histórica e cultural da humanidade em três fases, de acordo com seu desenvolvimento. d) A aproximação com o tradicional foi especialmente forte em Comte, que apostava na possibilidade do conhecimento metafísico, considerado por ele uma forma de pesquisa fundamental e necessária. e) Defendia uma "sociocracia" dirigida por cientistas para a unificação, conformidade e progresso de toda a humanidade. 36. O ORGANICISMO CONSISTE EM: a) A EVOLUÇÃO DA MORFOLOGIA SOCIAL. b) A CRENÇA DE QUE A RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE AS DIVERSAS PARTES QUE COMPÕEM A SOCIEDADE É SEMELHANTE À RELAÇÃO QUE GUARDAM ENTRE SI OS ÓRGÃOS DE UM ORGANISMO VIVO. c) A PRIMEIRA CORRENTE TEÓRICA SISTEMATIZADA DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO. d) A APLICAÇÃO DAS IDEIAS EVOLUCIONISTAS ÀS SOCIEDADES. e) A CRENÇA DE QUE OS ORGANISMOS DOS INDIVÍDUOS DETERMINAM SUA CULTURA. 37. Comte dedicou-se ao estudo da Sociologia, palavra que criou para descrever a Ciência da Sociedade. Em sua proposta teórica ele afirma que a evolução histórica e cultural da sociedade passou por três estágios ou estados. São eles: a) Dialético, positivo e racional. b) Teológico, metafísico e positivo. c) Racional, metafísico e dialético. d) Positivo, racional e teleológico. e) Metafísicos, ideológico e positivo. 38. Augusto Comte é considerado o criador do termo sociologia e um dos fundadores de uma nova corrente de pensamento social, o Positivismo, e uma nova ciência social, a Sociologia. Quais as correntes de pensamento que influenciaram o Positivismo de Comte? I. Formalismo; II. Cientificismo; III. Darwinismo Social; IV. Organicismo; Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 24 V. Funcionalismo. Marque a alternativa correta: a) II, III, IV b) I,III,IV c) I,II,III d) I, IV, V e) III, IV, V 39. O surgimento da Sociologia foi decorrente da necessidade de: a) Observar, medir e comprovar as regras que tornassem possível, através da razão, prever os fenômenos sociais. b) Manter a interpretação dogmática da realidade como patrimônio de um restrito círculo sacerdotal. c) Considerar os fenômenos sociais como propriedade exclusiva da forças mitológicas. d) Condicionar o indivíduo, através de valores simbólicos, a agir e pensar conforme os ensinamentos prescritos pelos deuses. e) Manter uma estrutura de pensamento mítica para a explicar as origens da hmanidade. 40. O conceito de sociedade desenvolvido na Sociologia dá ênfase à: a) noção de indivíduo como o vetor mais forte na relação indivíduo-sociedade. b) inexistência de uma qualidade específica dos fenômenos sociais que os diferencie daqueles de ordem individual. c) ideia de que a vida social é resultado da intervenção de forças divinas. d) força do fato social na constituição do indivíduo, definindo modos de pensar, agir e sentir. e) ideia de que a sociedade se resume ao somatório das ações individuais. 41. Leia atentamente o texto abaixo: "O sistema de sinais que me sirvo, para exprimir pensamentos, o sistema de moedas que emprego para pagar dívidas (...) funcionam independentemente do uso que delas faço. (..) Estamos, pois, diante de maneiras de pensar e agir que apresentam a propriedade marcante de existir fora das consciências individuais. (..)" Extraído de RODRIGUES, J.A. (org.); FERNANDES, F. (coord.). Émile Durkheim: Sociologia. 9. ed. São Paulo: Ática, 2006. p. 47. No texto acima, Durkheim se refere: a) à solidariedade orgânica. b) à solidariedade mecânica. c) à consciência individual. d) à consciência coletiva. e) ao fato social. 42. Leia o fragmento abaixo e, em seguida, faça o que se pede: Ao final do século XIX, no período de formação da Sociologia enquanto ciência, Émile Durkheim preocupava-se em criar regras para o método sociológico, garantindo-lhe um status de saber científico, assim como as demais áreas do conhecimento, a exemplo da biologia, da química, entre outras. Contudo, tão importante quanto definir o método era definir o objeto de estudo. Assim, segundo Durkheim, à sociologia caberia estudar somente os "fatos sociais", e estes consistiriam em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção sobre este mesmo indivíduo. (http://www.brasilescola.com/sociologia/durkheim-fato-social.htm) A partir dos estudos teóricos realizados sobre o conceito de Fato Social, marque a única opção correta: a) o fato social possui como única característica a coercitividade social, que consiste em sua capacidade de se impor sobre as consciências individuais. b) apesar da coercitividade do fato social, permanece uma certa margem de liberdade para as consciências individuais se manifestarem e o contradizerem, sujeitando o desvio às sanções respectivas. c) além da coercitividade, o fato social se caracteriza por permitir uma grande margem de liberdade para as consciências individuais se manifestarem e o contradizerem, sem sofrerem sanções sociais. d) a generalidade do fato social consiste em permitir uma grande margem de liberdade para as consciências individuais se manifestarem e o contradizerem, sem sofrerem sanções sociais. e) diante da força coercitiva do fato social, não há possibilidade das consciências individuais se manifestarem. Portanto, o fato social é processo estático e a imobilidade social é inevitável. 43. O conceito usado por Emile Durkheim para explicar a coesão social na sociedade moderna, caracterizada pelo individualismo é o de: a) cooperação social. b) sistema orgânico. Apostila de Fundamentos das Ciências Sociais 2014 Aluna Monica, 1º período de Gestão de Recursos Humanos, Estácio EAD. 25 c) solidariedade orgânica. d) norma social. e) solidariedade mecânica. 44. Segundo a teoria de Èmile Durkheim, anomia seria: a) A interdependência oriunda da divisão do trabalho social. b) A ausência de regras sociais em situações extraordinárias como nas guerras. c) Uma conduta humana baseada em sentimentos irracionais e não planejados. d) A ação do movimento estático e do movimento dinâmico de determinada sociedade. e) Maneiras de ser, agir e pensar de acordo com o que se considera normal em uma sociedade. 45. Durkheim parte do princípio que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou Humano porque se tornou sociável, ou seja, foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste. A este processo de aprendizagem, Durkheim chamou deSocialização, a consciência coletiva seria então formada durante a nossa socialização e seria composta por tudo aquilo que habita nossas mentes e que serve para nos orientar como devemos ser, sentir e nos comportar. E esse tudo ele chamou de Fatos Sociais, e disse que esses eram os verdadeiros objetos de estudo da Sociologia. Segundo Durkheim são características do fato social: a) A exterioridade, a coercitividade e a particularidade. b) A interioridade, a coercitividade e a particularidade. c) A diversidade, a comunicabilidade e a socialização. d) A exterioridade, a coercitividade e a generalidade. e) A interioridade, a coercitividade
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