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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE QUÍMICA DEPARTAMENTO DE FÍSICO-QUÍMICA LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL EXPERIMENTO: DETERMINAÇÃO DA ENERGIA DE ATIVAÇÃO DE UMA REAÇÃO QUÍMICA PROFESSORA: PEDRO ALIJÓ DATA DE REALIZAÇÃO DA PRÁTICA: 26/05/2017 DATA DE ENTREGA DO RELATÓRIO: 09/06/2017 COMPONENTES DO GRUPO: CAROLINE REIS DIOGO DUARTE RAFAELA NEPOMUCENO VICTOR PONTES SUMÁRIO I. INTRODUÇÃO TEÓRICA II. OBJETIVO III. METODOLOGIA IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES V. CONCLUSÕES VI. BIBLIOGRAFIA I. INTRODUÇÃO TEÓRICA O cientista Arrhenius foi o primeiro a perceber a relação da constante de velocidade com a temperatura, formulando então a expressão: k = A.𝑒 −𝐸𝑎 𝑅.𝑇 onde K é a constante cinética; Ea é a energia de ativação; A é o fator pré- exponencial; R é a constante dos gases (8,314 J.K-1.mol-1 ) e T é a temperatura absoluta, sendo possível perceber que a constante de velocidade é função da energia de ativação e da temperatura. Linearizando a expressão anterior, obtêm-se: ln k = ln A – 𝐸𝑎 𝑅 . 1 𝑇 onde ln A é o coeficiente linear e – 𝑬𝒂 𝑹 é o coeficiente angular, sendo possível observar que quanto maior a energia de ativação, maior a inclinação, acarretando em uma elevada sensibilidade em relação a temperatura. Para transformar reagentes em produtos têm-se uma situação intermediária que é a formação do complexo ativado. Essa etapa depende das colisões moleculares e da diferença de energia, quando o complexo ativado tem uma energia máxima que está associada a formação do complexo ativado, sendo essa energia denominada energia de ativação. No experimento, tem-se a oxirredução entre o persulfato e o iodeto: S2O82- + 2I- ↔ 2 SO42- + I2 Ao inserir iodeto em excesso, obtêm-se uma reação de pseudo primeira ordem em relação aos íons persulfato, possibilitando determinar a constante cinética da reação pela equação: ln [S2O82-]0 – ln [S2O82-]t = k.t onde os índices 0 e t indicam, respectivamente, a concentração de persulfato inicial e após um tempo t. Ao aplicar-se a função logaritmo neperiano a equação anterior, tem-se que: ln(ln [S2O82-]0) – ln(ln [S2O82-]t)= ln k + ln t Fazendo a substituição na expressão linearizada de Arrhenius, obtém-se uma nova equação: ln t = 𝐸𝑎 𝑅.𝑇 – ln A + ln(ln [S2O82-]0) – ln(ln [S2O82-]t) Analisando a nova equação gerada e sabendo-se do fato de que A e R são constantes, bem como [S2O82-]0 e [S2O82-]t, é possível observar que há uma relação linear entre o logaritmo neperiano de t (tempo) e o inverso da temperatura. Ou seja: ln t = 𝐸𝑎 𝑅.𝑇 ∴ (ln t).T = 𝐸𝑎 𝑅 ∴ ln 𝑡 1 𝑇⁄ = 𝐸𝑎 𝑅 Aplicando-se a mudança de base (e em um logaritmo natural) para a base decimal, tem-se que: ln t = loget loget = log 𝑡 log 𝑒 Como log e é aproximadamente 0,43, tem-se: loget = log 𝑡 0,43 = 1 0,43 . log t = 2,3.log t Substituindo obtém-se a expressão que será utilizada para a determinação da energia de ativação. 2,3.log 𝑡 1 𝑇⁄ = 𝐸𝑎 𝑅 ∴ log 𝑡 1 𝑇⁄ = 𝐸𝑎 2,3.𝑅 II. OBJETIVO O objetivo da prática é determinar a energia de ativação da reação de oxirredução entre S2O82- e o I-. III. METODOLOGIA Materiais e reagentes utilizados: - 4 erlenmeyers de 125 mL; - 2 pipetas de 20 mL; - 1 pipeta de 10 mL; - Cronômetro (celular); - 1 termômetro (0-100ºC); - 1 banho termostático; - 150 mL de KI 0,5 mol/L; - 100 mL de Na2S2O3 0,01 mol/L; - 150 mL de K2S2O8 0,02 mol/L; - Solução de amido 1%; - Gelo. . Colocou-se em um erlenmeyer de 10 mL de solução de KI e 5 mL de solução de Na2S2O3 e, em um segundo erlenmeyer, 10 mL de K2S2O8 e 1 mL de solução de amido. Sob temperatura ambiente (24ºC), misturou-se as soluções dos dois erlenmeyers e, com pronto acionamento do cronometro e sob constante agitação, mediu-se o tempo que levou para que a solução atingisse a coloração azul. O procedimento foi repetido, agora com os erlenmeyers em banho termostático, em temperaturas diferentes (vide tabela), respeitando o tempo de 10 minutos referente ao equilíbrio da temperatura. Ao final, obteve-se uma relação entre temperatura e tempo de reação. IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após o processo descrito acima, foi possível montar uma tabela com os valores das temperaturas em que as reações ocorreram, bem como o tempo nas quais as mesmas sucederam. Temperatura (ºC) Temperatura (K) Tempo final (min) Tempo final (s) 24 297,15 03:22:82 202 30 303,15 02:25:13 145 35 308,15 01:59:75 119 40 313,15 01:37:81 97 45 318,15 01:06:89 66 Tabela: Temperatura (em Celsius e Kelvin) e tempo (em minutos e segundos) da reação de oxirredução entre S2O8 2- e o I-. Com os dados tabelados montou-se um gráfico de logaritmo do tempo gasto para que a solução adquirisse uma coloração azul em função do inverso da temperatura absoluta. Sabendo-se que [d (log t)/d (1/T)]=Ea/(2,3.R) (como já fora comprovado) e que a equação da reta do gráfico é dada por log (t) = 2079,7. 1 𝑇 – 4,6875, foi possível determinar a energia de ativação (Ea) através do coeficiente angular da reta obtida graficamente. Com isso, sabendo-se que a constante universal dos gases R é, aproximadamente, 8,314 J/mol.K: 𝐸𝑎 (2,3).(8,314) = 2079,7 .·. Ea = 39,77 kJ/mol V. CONCLUSÕES Portanto, ao colocar I- em excesso foi possível garantir que a reação fosse de primeira ordem em relação ao persulfato, enquanto a adição de tiossulfato de sódio foi responsável pela regeneração do iodeto oxidado na oxirredução. Quando todo tiossulfato em solução foi consumido, a solução adquiriu coloração azul devido à complexação de I2⬆ com a goma de amido, marcando o fim da reação. y = 2079,7x - 4,6875 R² = 0,9824 0 0,5 1 1,5 2 2,5 0,0031 0,00315 0,0032 0,00325 0,0033 0,00335 0,0034 lo g (t ) 1/T (K-1) Gráfico log(t) x (1/T) E, com os tempos obtidos ao se alcançar o tom azulado, verificou-se que o aumento da temperatura tornou a reação mais rápida, uma vez que aumentava a energia cinética das moléculas, que colidiam mais umas com as outras. Assim, o aumento da temperatura foi responsável por fornecer às moléculas energia. Quanto maior T, maior o calor fornecido sendo convertido em energia cinética, sendo então necessário um tempo menor para que estas alcançassem o complexo ativado e transpusessem a barreira energética, que é a energia de ativação. Desse modo, com os dados experimentais foi viável a construção do gráfico log(t) x (1/T), onde, por meio do coeficiente angular da equação de reta obtida, a energia de ativação da reação foi determinada: Ea = 39,77 kJ/mol. VI. BIBLIOGRAFIA ➢ Roteiro “Práticas de Físico-Química Experimental II”, Rio de Janeiro, pág 11. ➢ http://www.geocities.ws/ramos.bruno/academic/arrhenius.pdf ➢ http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/carlad/materiais/09_Ci netica.pdf
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