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Características dos Entes Federativos da União

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Características dos Entes Federativos da União 
 
Os entes da Federação (União, Estados-membros, Municípios e Distrito Federal) 
apresentam características que os identificam individualmente e também os colocam 
em patamares de semelhança, como por exemplo, o fato de todos serem 
autônomos, pois agregam a autolegislação, autogoverno, autoadministração e auto-
organização. 
 
A União, no seu caráter interno, é a pessoa jurídica de direito público. 
Internacionalmente a União representa a República Federativa do Brasil. 
 
As competências administrativas comuns da União são aquelas destinadas também 
aos outros entes da federação, são normas que estabelecem a cooperação entre os 
entes visando um equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. 
Como por exemplo: salvaguardar às leis; às instituições democráticas; promover a 
assistência pública; acesso à educação; à cultura. 
 
As competências administrativas exclusivas da União são marcadas pela 
indelegabilidade, ou seja, funções únicas e exclusivas da União como, por exemplo, 
fazer parte de organizações internacionais; fiscalizar e autorizar a produção e 
comercialização de material bélico; emitir moeda; estabelecer relações com Estados 
estrangeiros. 
 
Já as competências legislativas podem ser privativas ou concorrentes. A 
competência privativa é aquela que atribui à União a possibilidade, mediante lei 
complementar, de imputar aos Estados e ao Distrito Federal a autorização para 
legislar sobre matérias específicas. 
 
 
As competências legislativas concorrentes são aquelas em que a União, o Distrito 
Federal e os Estados legislam sobre uma mesma matéria, mas em específico a 
União deve se ater a estabelecer normas gerais, ao passo que o Distrito federal e os 
Estados ficam compelidos em editar as normas suplementares a essas normas 
gerais. 
 
 
Os Estados-membros apresentam-se como pessoas jurídicas de direito público 
interno. Podem subdividir-se, incorporar-se ou desmembrar-se entre si para se 
anexarem a outros, ou criarem novos Estados. Esse movimento deve ser 
acompanhado e autorizado diretamente pela população, através de plebiscito e do 
Congresso Nacional, por lei complementar. 
 
As competências administrativas exclusivas dos Estados são aquelas que advêm de 
um eventual resíduo, ou seja, competências que não são atribuídas aos outros entes 
da federação. 
 
As competências administrativas comuns são equivalentes a todos os entes da 
federação. 
 
As competências legislativas do Estado podem ser delegada, concorrente, 
reservada. A competência legislativa delegada é aquela cuja União, mediante lei 
complementar, permite que o Estado trate de matérias que são de responsabilidade 
da própria União. A concorrente é aquela cujo Estado, juntamente com a União e o 
Distrito Federal, legislam sobre matéria que é de interesse de ambos. A legislativa 
reservada é aquela que permite ao Estado legisla sobre matéria de seu interesse, 
desde que não seja vedado pela constituição federal. 
 
 
Os municípios são pessoas jurídicas de direito público interno. 
 
As competências legislativas do município se dão na forma exclusiva e suplementar. 
A exclusiva, como o próprio nome diz, é aquela que o próprio município desenvolve 
observando assuntos de relevância e de interesse da população, é fato que para 
que essa legislação possa ser legítima não pode ferir nenhum ordenamento 
constitucional. 
 
A competência legislativa suplementar é desenvolvida baseada no auxílio, na 
suplementação, da legislação federal e estadual no que couber e quando for 
necessário. 
 
As competências administrativas podem ser comum e privativa. A comum é a 
mesma atribuída aos outros entes federativos. Já a privativa são aquelas que se 
referem ao interesse local, devem ser detalhadas na Lei Orgânica Municipal, como 
por exemplo: limpeza urbana, cemitérios, abatedouros, licença para localização e 
funcionamento de estabelecimentos e etc. 
 
 
 
O Distrito Federal não pode ser subdividido em municípios. Possui apenas 
competência administrativa comum, ou seja, as competências que também devem 
ser observadas pelos demais entes. Sua autonomia é parcialmente tutelada pela 
União. 
 
A competência legislativa é cumulativa do Estado e dos municípios, ou seja, tudo o 
que foi tratado a respeito do Estado aplica-se ao Distrito Federal, do mesmo modo, 
tudo o que foi tratado em relação ao município no sentido de competência de 
legislar, também se aplica ao Distrito Federal. 
 
Portanto, as competências têm o que se denomina de “Princípio da predominância 
do interesse”, ou seja, à União é atribuída matérias de interesse geral, já aos 
Estados são atribuídas matérias de interesse regional; e cabe aos municípios 
tratarem de assuntos de interesse local. O que se almeja é a cooperação entre os 
membros da federação buscando a realização de interesses nacionais. Essa 
cooperação pode se dar por meio da definição de políticas públicas estabelecendo 
metas, planos e diretrizes que permitam uma atuação equilibrada, conforme a 
atribuição de cada um dos entes da federação. 
 
 
 
 
Referência 
 
 
LENZA, P. Direito constitucional esquematizado. 13 ed. rev. atual. e ampl. São 
Paulo: Saraiva, 2009.

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