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8.232 DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). A T L A S D O E S P O R T E N O B R A S I L . RIO DE JANEIRO: CONFEF, 2006 Definição A natação é um esporte aquático que tem como objetivo imediato, para o atleta, vencer uma determinada distância em meio líquido no menor tempo possível. As distâncias oficiais na competição dos Jogos Olímpicos para os nados são as seguintes: provas individuais, nado livre feminino e masculino – 50m, 100m, 200m e 400m, nado livre feminino 800m e nado livre masculino 1500m, nado costas feminino e masculino – 100m e 200m, nado peito feminino e masculino – 100m e 200m, nado borboleta femini- no e masculino – 100m e 200m, nado medley feminino e masculino – 200m e 400m. Provas de revezamento também nos Jogos Olím- picos, categorias feminina e masculina: 4 x 100m nado livre, 4 x 200m nado livre e 4 x 100m - 4 nados. Origem Desde seus primórdios, o homem se identifica com o meio aquático. A mais antiga ilustração da arte de nadar foi descoberta no mural de uma caverna na Líbia e estima-se que tenha 9000 anos. Um hieróglifo egípcio descoberto pelo historiador alemão do esporte Carl Diem, datado da Sexta Dinastia Egípcia, 2.500 a.C., mostra um ser humano desempenhando o nado crawl. Isto sugere que há quase 4.500 anos já se nadava por esta técnica. Além disso, as principais correntes explicativas sobre a etiologia das espécies, independente das divergências, possuem entre si um significativo grau de consen- so sobre o fato de que a origem da vida animal se deu no meio líquido. Segundo Platão, “cidadão educado é aquele que sabe ler e nadar”, o que indica que a natação situou-se no berço da cultura ocidental. No Brasil, as primeiras notícias das práticas natatórias vêm do século XVI, concernente aos indígenas, que a usavam como meio de sobrevivência e de socialização. A natação esportiva teve início no país no século XIX. Ao final deste período e início do século XX, pelas poucas piscinas existentes, o ensino da natação era reali- zado em cochos, isto é, flutuadores formados por pranchões de ma- deira sustentados por tambores. Nos cem anos seguintes, tais condi- ções se aperfeiçoaram tornando a modalidade a segunda preferên- cia esportiva da população brasileira. 1877 Primeiro Campeonato de Natação na Inglaterra, registrando- se para a distância de 100 jardas (91 metros) o tempo de 1m 16s 6. 1881 Registros de jornais citam a travessia da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro-RJ, que aconteceu em disputa realizada entre um jovem de Niterói – RJ, Joaquim Antonio Souza de 19 anos, e um relojoeiro alemão Theodor John de 50 anos, com largada na Ponta da Armação – Niterói e chegada na Praça 15 de Novembro – Rio de Janeiro (as duas cidades ocupam posições opostas na mesma baía). Estas travessias repetiram-se outras vezes pelos nadadores cita- dos e outros, que aderiram à manifestação esportiva. 1885 A primeira piscina brasileira é construída às margens do rio Guaíba, Porto Alegre –RS, a qual se deu o nome de Badeanstalf, ou também basenho, pela Sociedade Ginástica Deutsher Turnverein, usando-se o sistema de pontões. Esta instalação foi construída com a colaboração dos associados, mediante cotas sociais. A pisci- na foi destruída por um incêndio ocorrido nos armazéns da estrada de ferro de suas imediações, em fins de 1916. A Sociedade de Ginástica construiu uma nova piscina em sua sede social, em 1953. 1895 Neste ano, dois clubes de Niterói, junto a outros clubes do Rio de Janeiro, fundaram a União de Regatas Fluminense, depois denominada Conselho Superior de Regatas. Desta entidade origi- nou-se a Federação Brasileira das Sociedades de Remo, sediada no Rio de Janeiro, entidade dirigente dos esportes aquáticos e náuticos, abrangendo as associações filiadas da então capital do Natação VERÔNICA PÉRISSÉ NOLASCO, ROBERTO DE CARVALHO PÁVEL E RICARDO DE MOURA Swimming According to newspapers of the early 1880s, the first competition of swimming as a sport in Brazil took place in Rio de Janeiro in 1881 and the first swimming pool was inaugurated in Porto Alegre-RS in 1885. Ten years later (1895), the first federation of aquatics (rowing and swimming) was founded putting together clubs from Rio de Janeiro-RJ and from Niterói- RJ. Swimming competitions became common in the country after 1897 with the predominance of long distance swimming in seas and rivers. Swimming competitions started in clubs in the 1920s, with great expansion in the 1940s and 1950s, covering then the whole country. Today swimming is the second national sport in Brazil coming right after soccer in popular preference. This can be observed in the number of leisure and competition swimming pools: approximately 1,300,000, including 8,381 of public use and 1,480 for competitions. Brazil has twice as many swimming pools as France and Spain (leading European countries in number of swimming pools) combined. Only the United States has more swimming pools than Brazil: 7.6 as many. This infrastructure, which generates 46,000 jobs, not including teachers, technicians, administrators, etc., has grown between 4% and 7% a year since 1999. There are 63,000 athletes registered in the 27 state federations affiliated to the Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (Brazilian Confederation of Aquatics – CBDA). Brazil has today at least 11 million swimmers, not including the millions who enjoy the 8,500 km of sea beaches and the extensive Brazilian river network. país – Rio de Janeiro, e de Niterói. As competições eram organiza- das pela Federação porém promovidas pelos clubes filiados. 1896 Primeiros Jogos Olímpicos da era moderna (Atenas, Grécia), restabelecidos pelo Barão Pierre de Coubertin, incluindo, em seu programa oficial, provas de natação. 1897 A partir deste ano surgiu o evento que se tornou tradicional, com o nome de “Travessia da Guanabara”. Até o ano de 1943 foram realizadas dezesseis provas desta Travessia, com percurso de 4.100m tendo início na Ilha de Boa Viagem – Niterói, e chegada na Praia de Santa Luzia – Rio de Janeiro. Em São Paulo, no mesmo período, as competições aquáticas situavam-se em Santos e nas águas do rio Tietê . Realizada pela Liga de Natação do RS a primeira prova desta modalidade em “distância longa” no rio Guaíba, Porto Alegre-RS, partindo da rua Hoffmann até a piscina “basenho” da SOGIPA. 1898 Neste período ocorre uma prova na distância de 1.500 metros no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, Fortaleza Villegaignon, vencida por José Guimarães. Logo após a fundação do Clube de Regatas Icaraí em Niterói-RJ, nadadores participaram de uma prova da “Travessia da Guanabara” que foi vencida por Jaime Vieira Mesquita acompanhado de Celso Mafra, ambos fundadores do Clube. Décadas de 1910 e 1920 As competições no rio e no mar prevaleceram neste período, e por falta de piscinas, eram comuns as provas de travessias. Nos demais estados do Brasil além do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, havia travessias no Rio Negro - AM, rio Capibaribe-PE, e Baía de Todos os Santos-BA. Conforme as piscinas foram sendo construídas , as travessias dimi- nuíram em número e importância. 1907 Fundação da Federação Paulista das Sociedades de Remo, responsável pela organização e superintendência dos esportes aquáticos – de remo, natação, saltos ornamentais e pólo aquático. 1908 Organizam-se as primeiras provas internacionais de nata- ção da América do Sul, apenas para homens. O nadador Abraão Saliture, nadador brasileiro de grande prestígio, à época, vence, na Argentina, provas de 100m e 500m de nado livre. 1914 Funda-se o Comitê Olímpico Nacional, antecessor do Comi- tê Olímpico Brasileiro-COB, que promoveu o comparecimento de representantes brasileiros da natação, polo aquático e saltos orna- mentais nos Jogos Olímpicos de 1920 em Antuérpia, Bélgica. 1915 No Rio de Janeiro foi instituída uma competição pela Fede- ração Brasileira das Sociedades de Remo,com a denominação de Campeonato de Natação do Rio de Janeiro. Disputado pela primei- ra vez em 19 de dezembro deste ano, constava de uma prova de 600 metros, nado livre, para todas as classes. Este Campeonato foi vencido pelo Clube de Natação e Regatas com o nadador Eugênio Fernandes Vieira, que fez o tempo de 11min 19s. Neste ano é criada a Liga de Esportes da Marinha – LEM, que se concentrava prioritariamente na Natação e Pólo Aquático. 1916 Fundada a Confederação Brasileira de Desportos – CBD, que reuniu todas as Federações esportivas nacionais então existentes. 1919 Inauguração do Parque Aquático do Fluminense Futebol Clube no Rio de Janeiro, modelo deste tipo de instalação no país. Em São Paulo é publicado o “Código de Natação” pela Federação Paulista das Sociedades de Remo, que regulamentava os “concur- sos aquáticos” e não considerava a presença de mulheres atletas. Entretanto, em 15 de novembro deste ano, Blanche Pironnet Be- zerra, pioneira na natação brasileira, venceu 6 homens na prova de “500m rio abaixo”, nadando no rio Tietê em São Paulo (ver capítulo seguinte deste Atlas). 1922 O Governo Federal constrói uma piscina na Praia Vermelha – Urca – RJ, para sediar as provas internacionais de natação pro- gramadas para os Jogos Olímpicos Sul-Americanos, comemorati- vos do centenário da Independência do Brasil, organizados pela CBD. Nesta ocasião, outra pioneira da natação em público – Violeta Coelho Neto – participou da competição. Violeta era filha do renomado poeta Coelho Neto que se tornou uma espécie de patrono intelectual da prática esportiva em sua época. 1923 Primeiro Campeonato Paulista de Natação com a tradicional prova de 1500m nado livre para homens. No Rio de Janeiro acontece o Campeonato Brasileiro de Natação realizado pela Confederação Brasileira de Desportos. Nadaram o revezamento pelo Clube de Regatas Icaraí – Niterói, com destaque para Scylla de Souza Ribeiro, Luiz Jardim de Araújo e Hugo Mariz de Figueiredo entre outros. 1924 O semanário “São Paulo Esportivo” instituiu a Travessia de São Paulo a Nado, prova disputada nas águas do rio Tietê num percurso de 5.500 metros. Esta Travessia foi assumida em 1935 pelo jornal “A Gazeta Esportiva” com a participação de nadadores de vários estados. Entre eles, João Havelange do Rio de Janeiro, vencedor nos anos de 1935, 1936 e 1943, que se tornou posterior- mente presidente da CBD e no plano internacional, presidente da Federação Internacional de Futebol Association–FIFA e membro do Comitê Olímpico Internacional-COI. 1926 É construída a primeira piscina do Brasil a possuir água clorada e comprimento de 33 metros (medida muito comum nas piscinas da Europa), no Clube Atlético Paulistano, sendo inaugura- da em 3 de outubro deste ano. Contudo, essa piscina pouco contri- buiu para o desenvolvimento da natação oficial, pois tinha sua utilidade voltada para uso exclusivo dos associados, não sendo partilhada com os treinamentos e as competições. 1929 Fundada a CONSANAT – Confederação Sul-Americana de Natação que realizou os primeiros Campeonatos Sul-Americanos de Natação para homens, na cidade de Santiago, Chile. 1930 Primeira piscina regulamentar do país, com medidas oficiais para competições de natação. Em São Paulo, capital de SP, na sede da Associação Atlética de São Paulo, localizada às margens do rio Tietê, inaugurou-se esta instalação de 25 metros de comprimento por 12 metros de largura, com o auxílio dos sócios daquela entidade. Suas acomodações para audiência podiam comportar até 2.500 pes- soas. Nesta data, passam a constar da programação oficial, provas dos nados de peito e de costas, e páreos para as diversas distâncias. Cada uma delas passa a ter seu campeão individual. 1931 Realização do Campeonato de Natação de Rio de Janeiro pela primeira vez com várias provas e com o sistema de contagem de pontos, sendo vencido pelo Clube de Regatas Gragoatá – Niterói, com 39 pontos. Ocorre a reestruturação do Parque Aquático do Fluminense Futebol Clube, cuja piscina passa a ter medidas oficiais com o objetivo de se impulsionar a natação carioca. Neste ano, o Clube Excursionista e Sportivo, de Porto Alegre - RS, inaugura a primeira piscina do estado para a prática de natação e saltos orna- mentais. Dois anos depois, ainda em Porto Alegre - RS, o Grêmio Náutico Gaúcho também constrói sua piscina. DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). A T L A S D O E S P O R T E N O B R A S I L . RIO DE JANEIRO: CONFEF, 2006 8.233 1932 Fundação da Federação Paulista de Natação. A partir de então, a natação, como modalidade esportiva, consegue a sua eman- cipação, e passa a ter uma Federação especializada. O Brasil se representa nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em provas da moda- lidade, com Maria Lenk constituindo a única presença feminina. 1933 Neste ano a “Travessia de São Paulo a Nado” reune cerca de cinquenta mil pessoas às margens do rio Tietê, audiência de destaque mesmo nos dias presentes. Maria Lenk foi campeã na categoria feminina e 20ª colocada na classificação geral, entre 870 atletas participantes. Publicam-se nos jornais comentários de Jú- lio Havelange, os quais retratam a situação da natação brasileira à época: “Não temos piscinas adequadas em quantidade suficien- te(...). Impõe-se, pois, a construção de piscinas em todos os bair- ros(...). Deveria forçosamente haver um programa escolar oficial, obrigando as municipalidades a construir piscinas higiênicas(...). Antes da CBD, vivia-se aqui um mundo de ilusões. Qualquer rapaz que fazia um tempo razoável pensava ter chegado ao apogeu(..). Veis a dura realidade! Em nada nos salientamos(...). Se não ti- véssemos ido a Los Angeles, estaríamos aqui nas mesmas condi- ções erradas, enganando-nos a nós mesmos”. 1935 Pela primeira vez a mulher participa de Campeonatos Sul- Americanos, com destaque para Maria Lenk, vencedora das provas de peito, costas e revezamento. Nesta ocasião, a Liga de Esportes da Marinha que participava ativamente das competições, através do Comandante Paulo Meira e Dr. Heriberto Paiva contrata Takashiro Saito – famoso técnico japonês – pelo período de 10 meses. Saito, durante o tempo que permaneceu no Brasil, lançou, em condições permanentes, as bases do treinamento sistematiza- do da escola japonesa. Para efeito de difusão de conhecimentos, este técnico escreveu um livro, publicado em português, sob o título “Como vencer na Natação”. 1936 Jogos Olímpicos de Berlim, com a participação de cinco nadadoras brasileiras, destacando-se Maria Lenk e Piedade Coutinho, a primeira por utilizar o “butterfly”, estilo inédito entre as mulheres; a segunda, por se classificar aos 16 anos, em 5º e 8º lugar nos 400 e 100 metros nado livre, respectivamente, melhor colocação de uma nadadora brasileira em Jogos Olímpicos até hoje. Este ano também marcou o início do trabalho realizado por treinadores nacionais de alta qualificação pelo Clube de Regatas Icaraí. Entre eles, sucederam-se Tobias de Melo Machado, Gastão Mariz de Figueiredo, Maurício de Andrade Bekenn e Álvaro Tatto. Nesta ocasião Niterói ainda não possuía piscina em seus clubes e o treinamento era realizado na Praia de Icaraí, no sistema de pranchões. 1938 Funda-se a Liga de Remo do Rio de Janeiro e a Liga de Natação do Rio de Janeiro, e acompanhando São Paulo, o Rio emancipa sua natação por meio de uma organização autônoma. 1939 Neste ano a atleta Maria Lenk quebra, no Rio de Janeiro, o recorde mundial das provas 200m nado de peito / 200m nado borboleta e 400m nado de peito / 400m nado borboleta. 1940 É construída a primeira piscina em Niterói – RJ, no Estádio Caio Martins. 1941 É construído o Estádio do Pacaembu em São Paulo – SP, com piscina olímpica no complexo desportivo. 1942 O Grêmio Náutico União – Porto Alegre – RS, inaugura sua piscina de 25m. Na época, foi considerada a melhor piscina do estado para realização de competições de natação, póloaquático e saltos ornamentais. 1944 É suspensa a “Travessia de São Paulo a Nado”, em razão da poluição do rio Tietê. 1945 O Clube de Regatas Icaraí patrocina na piscina do Estádio Caio Martins, o Primeiro Concurso Oficial da Temporada, pela Federação Metropolitana de Natação sediada no Rio de Janeiro. Década de 1950 Expansão da construção de piscinas em todo o Brasil. No plano da organização esportiva nacional aparecem os primeiros sinais da exaustão da CBD no lidar com todas as moda- lidades esportivas. Depois dos Jogos Olímpicos de Berlim-1936, a CBD começou a cuidar especialmente do futebol, em detrimento da natação e dos demais esportes amadores, criando assim suces- sivos conflitos de interesse. 1952 Tetsuo Okamoto conquista nas Olimpíadas de Helsinque a medalha de bronze para o Brasil, nos 1500m nado livre. Inaugura- ção da Água Branca-SP, primeira piscina aquecida do Brasil, com 25m e utilizada para competições oficiais até hoje. Foi fundada a Federação Internacional de Natação de Longa Distância-FINLD já que a Federação Internacional de Natação Amadora-FINA não se interessava por esta modalidade. Mais tarde, na década de 1980, com a mudança dos critérios de amadorismo pelo Comitê Olímpico Internacional, a FINA incorporou a FINLD e passou a supervisionar os Campeonatos Mundiais em águas abertas. 1953 O Clube Vasco da Gama, do Rio de Janeiro-RJ, inaugura o melhor conjunto aquático do país. Campeões mundiais america- nos, japoneses e franceses, participam da inauguração. Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais lideram a natação no país, e o Brasil, cada vez mais, amplia seus domínios na América do Sul. 1959 Abílio Couto, primeiro brasileiro a fazer travessia em mar aberto, na época recordista da travessia no sentido Inglaterra – França (de Dover a Pais du Calais), ida e volta sem interrupções – 38 horas. 1960 Manoel dos Santos conquista para o Brasil, nas Olimpíadas de Roma, a medalha de bronze nos 100m nado livre. É criada a Confederação Brasileira de Natação-CBN, como órgão gestor dos desportos aquáticos. 1961 Manoel dos Santos bate o recorde mundial dos 100m nado livre, no Rio de Janeiro. 1967 Criação da Associação Brasileira de Técnicos de Natação- ABTN, hoje ABTDA – Associação Brasileira dos Técnicos de Des- portos Aquáticos - acompanhando a nomenclatura atual da Confe- deração da modalidade – tendo como seu primeiro presidente o prof. Roberto Pável, que juntamente com os demais treinadores da época, transformam a organização da natação brasileira. Pável e seus colegas, preocupados com o maior desenvolvimento deste esporte, incrementam a passagem do treinamento empírico para o trabalho com bases científicas. 1968 José Silvio Fiolo bate o recorde mundial dos 100m nado de peito no Rio de Janeiro. Década de 1970 Acentuou-se a realização de Campeonatos Brasileiros sob o comando da Confederação Brasileira de Nata- ção-CBN com a participação de clubes de todo o país com desta- que, nesta fase, para os clubes do Rio de Janeiro que venceram a maioria dos títulos disputados. O Brasil foi tri campeão de Copas Latinas, ganhando de potências como França, Itália, e Espanha, fato que nunca mais se repetiu. Falece em desastre aéreo, em 1973, o maior incentivador da natação brasileira – Júlio DeLamare, criador do Departamento de Esportes da Rede Globo de Televisão e de iniciativas voluntárias de desenvolvimento do esporte. 1973-1976 Primeira Copa Latina, competição criada com intuito de aprimorar talentos, proporcionando ao Brasil confrontos com países mais desenvolvidos na natação, posto que o Sul-Americano já fôra vencido pelo Brasil, inclusive com sua equipe B; em 1975, 3ª. Copa Latina quando o Brasil sagrou-se campeão; 1976, 4ª. Copa Latina, quando o Brasil é novamente campeão. Década de 1980 Primeiros patrocínios na natação do Brasil, dando início à profissionalização da natação. Surgem nesta época o Projeto Mesbla e o Projeto Kibon, ambos de impacto na renova- ção do esporte. A natação foi um dos últimos esportes importantes do país a se profissionalizar. 1980 Medalha de bronze para o Brasil no revezamento 4 x 200m livre nas Olimpíadas de Moscou. Nadaram o revezamento os atle- tas Jorge Fernandes, Marcus Mattioli, Cyro Delgado e Djan Ma- druga. 1982 Ricardo Prado vence a prova de 400m nado medley no Campeonato Mundial de Guayaquil, conquistando a medalha de ouro e batendo o recorde mundial desta prova. 1984 Ricardo Prado conquista a medalha de prata nas Olimpíadas de Los Angeles na prova de 400m nado medley. É fundada a Associação Brasileira de Masters, tendo, como seu primeiro presidente, Sylvio Kelly dos Santos. Através da natação de masters, surge uma nova tendência de expansão da modalidade em dimensões nacionais. 1988 Coaracy Nunes Filho assume a CBN, tornando-a represen- tativa de todos os esportes aquáticos. A entidade passa então a se chamar Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos-CBDA. Assume a Supervisão Técnica da CBDA, o prof. Ricardo Moura que estabelece a prioridade até hoje mantida junto ao conselho de treinadores da entidade, de orientar o desenvolvimento da natação brasileira, por meio de congressos, clínicas e outras iniciativas de aperfeiçoamento técnico coletivo. 1990 Os patrocínios se solidificam facilitando a manutenção dos treinamentos e conseqüente busca de melhores resultados em even- tos internacionais. 1991 A CBDA, através de sua direção, fecha um contrato decisivo com a Empresa Brasileira de Correios para maior desenvolvimento dos esportes aquáticos. 1992 O nadador Gustavo Borges conquista a medalha de prata na prova de 100m nado livre nos Jogos Olímpicos de Barcelona. 1993 Gustavo Borges bate o recorde mundial dos 100m nado livre, em Santos-SP. Nesta mesma competição o Brasil bate o recorde mundial com o revezamento 4x100m nado livre para ho- mens, nadando a prova Fernando Scherer, Teófilo Ferreira, J.C.Souza Jr. e Gustavo Borges. Ainda neste ano em Palma de Mallorca, o Brasil vence e registra novo recorde do revezamento 4x100m nado livre para homens, com a mesma equipe. Nesta competição, Fernando Scherer torna-se campeão mundial dos 100m nado livre. 1995 O Brasil realiza o Campeonato Mundial de piscina de 25m, em piscinas construídas pela CBDA na praia de Copacabana, com grande repercussão na comunidade internacional esportiva. Nesta ocasião, nossa equipe sagra-se vice-campeã mundial. A natação foi escolhida o “esporte do ano” pelo COB, e o atleta Fernando Scherer recebeu o prêmio de “esportista do ano”. Ainda este ano, o Brasil conquista 16 medalhas nos Jogos Pan Americanos de Mar Del Plata, constituindo-se na modalidade com o maior número de medalhas conquistadas nas edições destes Jogos. 1996 Nos Jogos Olímpicos de Atlanta, medalha de bronze para o nadador Gustavo Borges nos 100m nado livre, e medalha de bronze para Fernando Scherer nos 50m nado livre. Ainda neste evento Gustavo Borges conquistou a medalha de prata nos 200m nado livre. Em Atlanta, o Brasil marcou sua participação feminina em final olímpica com a atleta Gabrielle Rose. 1998 Recorde mundial do revezamento 4x100m nado livre para homens, batido no Rio de Janeiro, com os atletas Fernando Scherer, Alexandre Massura, Carlos Jayme e Gustavo Borges. A partir des- te ano o Brasil realiza a 1a. Copa do Mundo no Rio de Janeiro e desde então, torna-se sede das Copas do Mundo de Natação. 1999 O Brasil conquista 15 medalhas nos Jogos Pan America- nos de Winnipeg e Fernando Scherer torna-se o atleta com maior número de medalhas conquistadas – total de quatro - em uma só edição dos Jogos. 2000 Medalha de bronze nas Olimpíadas de Sidney para o revezamento 4x100m nado livre masculino. Nadaram esta prova os atletas Fernando Scherer, Gustavo Borges, Carlos Jayme e Edvaldo Valério. No Mundial de Masters – Munique, Gastão Mariz Figueiredo – categoria de mais de 90 anos, e Maria Lenk – categoria de mais de85 anos, trazem para o Brasil, cada um, 7 medalhas de ouro comprovando a nova filosofia de saúde e qualidade de vida sempre. 2003 Conquista de 21 medalhas nos Jogos Pan Americanos de Santo Domingo - DOM, sendo a modalidade esportiva que conquistou maior número de medalhas em todas as edições dos Jogos Pan Americanos. Situação Atual A natação brasileira inicia o século XXI man- tendo seu legado de um dos esportes pioneiros do país e uma de suas principais práticas esportivas de lazer e de competição. Já no “Diagnóstico da Educação Física e Desporto no Brasil” (DaCosta, 1971), com dados coletados em 1969, a natação aparecia como a segunda atividade esportiva do país praticada em clubes (23% do total de praticantes), considerando o futebol como a primeira (30%). Pesquisas de opinião realizadas nos anos de 1990 e de 2000, suge- rem que a natação melhorou sua posição nas preferências da popu- lação brasileira (ver mapa adiante). Mais precisamente, havia no 8.234 DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). A T L A S D O E S P O R T E N O B R A S I L . RIO DE JANEIRO: CONFEF, 2006 Número de nadadores federados por estado (n=63.627), 2003 Number of athletes registered with state federations (n=63.627), 2003 1994 Em pesquisa da INTERSCIENCE, a natação surge com um dos esportes mais relacionados à percepção de vigor, juventude, dinamismo e saúde. Significados associados à natação (em %): • saudável 84% • mais energia 61% • maior identificação 53% • mais jovem 42% • excitante 41% • toda empresa deveria apoiar 41% • maior vigor 39% • dinâmico 32% • mais moderno 28% • sofisticação 22% 1995 O sucesso da natação foi confirmado em pesquisa da empre- sa Marketing e Comunicação Institucional (MCI), encomendada pelo Ministério Extraordinário dos Esportes. A consulta da MCI foi realizada de 26 de Dezembro de 1995 a 05 de Janeiro de 1996, apontando a natação como o esporte preferido do povo brasileiro. 1995 Outra pesquisa do jornal O Estado de São Paulo, realizada em novembro deste ano, apontou vários dados favoráveis à nata- ção. No levantamento, a atuação brasileira no campeonato Mundi- al de Piscina Curta, realizado no Rio de Janeiro em 1995, foi con- siderado o Fato Esportivo do Ano, indicado por 29% dos cronistas esportivos, superando até mesmo a volta de Oscar Schmidt ao basquete brasileiro e o vice-campeonato mundial conquistado pelo vôlei feminino. 1996 Em abril, o mesmo jornal O Estado de São Paulo, publicou o resultado de outra pesquisa: dentre todos os entrevistados, meta- de praticava algum esporte e destes 26,7% preferiam a natação, ficando somente atrás do futebol, praticado por 43,3% das pessoas ouvidas. Perguntados sobre quais esportes iriam acompanhar nos Jogos Olímpicos deste ano, 86,1% dos entrevistados responderam natação, que ficou atrás do futebol, indicado por 94,7% das pesso- as. Quando perguntados em quais modalidades esperavam meda- lhas, 83,1% dos entrevistados responderam natação, contra 90,4% das expectativas no futebol. 2000 Em entrevista feita pelo jornal O Globo, do Rio de Janeiro- RJ, para os Jogos Olímpicos de Sydney, quanto aos esportes que mais expectativas traziam com relação à conquista de medalhas, a natação ficou em primeiro lugar com 33%. Dados da opinião pública brasileira com relação à natação Brazilian public opinion surveys related to swimming 345 236 278 725 705 1.120 386 904 1.660 4.300 927 1.547 25.000 10.053 609 4.695 1.202 826 320 1.300 466 788 798 211 2.959 943 324 Resultados internacionais – destaques International results - features Resultados nos Jogos Olímpicos: 1924 a 1988: 4 medalhas 1992 a 2000: 5 medalhas Recordes Mundiais: 1939 a 1990: 5 recordes – 1 recorde a cada 10,2 anos. 1988 a 2000: 4 recordes – 1 recorde a cada 3 anos. × Brasil, em 2003, 27 Federações filiadas à CBDA e aproximada- mente 63.000 atletas federados - representando 3,5 vezes mais do que em 1970 – coerente com a disponibilidade de 1480 piscinas no país dentro dos padrões técnicos adequados à competição. No nível municipal, somam-se 7761 piscinas descobertas e 620 cober- tas de variados tamanhos e condições, e de uso coletivo pertencen- tes a diversas entidades (levantamento correspondente a 27% do total de municípios da Federação). Hoje, o país detém a hegemonia da natação no continente sul-americano como também nível técni- co mundial, em algumas provas masculinas. Segundo dados de pesquisas realizadas pela Associação Nacio- nal dos Fabricantes e Construtores de Piscinas e Produtos Afins- ANAPP, o Brasil possuía, também em 2003, 1.300.000 piscinas para a prática esportiva e de lazer, o que sugere uma ordem de grandeza mínima de onze milhões de pessoas com acesso à natação, sem contabilizar praticantes em praias e rios do país. Em adição a estas cifras há 2,1 mil lojas de equipamentos para piscinas. O setor possui 200 indústrias e gera 6.000 empregos diretos e seu faturamento em 2001 foi de novecentos milhões de reais (9 % a mais do que em 2000) e, em 2002, de 1 bilhão de reais, representando uma expansão de 5% em relação a 2001 (em 2003 houve redução para 4%); a cifra de crescimento em 1999 foi de 7%, e em 2000 também de 7%. O tamanho estimado da região Sudeste é de 40% do mercado nacional de produtos de piscinas, seguindo-se as regiões Norte 5%; Nordeste 15%; Sul 20% e Centro-Oeste 20%. Em conjunto, o parque de piscinas do Brasil somente é superado pelo dos EUA (7.6 vezes maior), correspondendo porém ao dobro do tamanho da Espanha e da França, detentoras das primeiras colocações na Europa. A esti- mativa de emprego gerado por este parque, em termos de con- servação e limpeza das piscinas como também da construção é precária devido à informalidade destas atividades, contudo uma ordem de grandeza de 40 mil trabalhadores nestes setores é aceitável como ponto de partida. No seu todo, os empregos gerados pela prática de natação no Brasil, excluindo-se profes- sores, técnicos, monitores, gerentes etc, situa-se na base preli- minar de 46 mil postos de trabalho. Fontes Rodrigues, Kaumer, Associação Nacional dos Fabrican- tes e Construtores de Piscinas e Produtos Afins-ANAPP. 2003; Basilone, José Netto. Natação, Treinamento para todos. 2000; CBDA – 2003; COB – Comitê Olímpico Brasileiro. 2001; Colwin, Cecil M. Nadando para o século XXI. 2000; Carlive, Forbes. Natacion. 1963; Devide, Fabiano. História das Mulheres na Na- tação Brasileira no século XX – Jun/2003; Introdução à Moderna Ciência do Treinamento Desportivo – Lamartine DaCosta, 1968; Diagnóstico da Educação Física e Desportos no Brasil. Lamartine DaCosta, Fename-DEF/MEC.1971; Lenk, Maria. Natação. Edi- tora Melhoramentos. 1958; Lenk, Maria. Braçadas e abraços. 1986; Lenk, Maria. Natação Olímpica. 1965; Roberto de Carvalho Pável. Tese de Livre Docência, UGF. 1992; Supiciche, Aníbal. Natacion. 1961; Tietê: O Rio do Esporte – Henrique Nicolini – 2001 – SP – Brasil; Vaz, Alceu V. Anotações próprias, 2000; Mazo, Janice, Capítulo do Atlas do Esporte POA – RS. 2003; Cantarino Filho, Mário Ribeiro, Capítulo do Atlas do Esporte Niterói – RJ. 2003. Piscinas no Brasil, 2003 / Swimming pools in Brazil, 2003 DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). A T L A S D O E S P O R T E N O B R A S I L . RIO DE JANEIRO: CONFEF, 2006 8.235 A história da natação tem se encontrado e reencontrado com as práticas e competições em águas abertas desde os seus primórdios. Nas origens, a natação somente era praticada em locais de águas abertas: rios, lagoas, enseadas, baías e mesmo em mar aberto. O advento das piscinas é bem recente. As primeiras piscinas eram constituídas por pontões em rios ou à beira de atracadouros e portos, ou seja, com água corrente natural. As piscinas como conhecemos são mais recentes e tiveram impulso efetivo há cerca de sessenta, cinqüenta anospassados, de tal maneira que se criou uma espécie de preconceito com a prática de natação em águas abertas. Passou a ser moderno praticar natação em tanques fechados com água tratada e mais transparente. No passado, as provas em águas abertas eram mais feitos épicos, individuais que tinham predominantemente o caráter de desafio do que competição como conhecemos hoje. Há um mito da Antiguidade Grega que confirma tal interpretação: Leandro, um guerreiro grego, afastado de sua amada, a sacerdotisa Hero, fazia uma travessia a nado pelo Estreito de Dardanelos, que separa a Ásia de Europa, com cerca de 1.300 metros e, ao anoitecer e antes de clarear o dia, retornava. Sua amada iluminava com uma tocha, do alto de uma colina, orientando a sua rota. Séculos mais tarde (em 1830 aproximadamente) o inglês Lord Byron, um filósofo, poeta e esportista fez ele mesmo a tal travessia resgatando a lenda como realidade. O mito do herói também ressurgia em comandantes militares dedicados à natação como o Imperador Romamo Julio César, ou mais recentemente o líder comunista Chinês Mao Tse Tung, que demonstraram suas habilidades nadando longos trechos em Natação em águas abertas / Open water swimming Alceu Vernieri Vaz e Arnaldo Fernandes travessia. Em tempos contemporâneos a travessia mais famosa é a do Canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França. Em 1875, o inglês Matthew Webb pela primeira vez conseguiu com êxito vencer a travessia no tempo de 21 horas utilizando nado peito clássico. O crawl não era conhecido até então. Em 1911, Thomas Burgess, franco-inglês, fez em 13 horas; Gertrudes Ederle, dos EUA, primeira mulher em 1926, com 14 horas e 31 minutos; e o primeiro brasileiro Abílio Couto, em 1959, foi recordista na época no sentido Inglaterra - França (de Dover a Pais du Calais) e ida e volta sem parar em 38 horas (distância em linha reta: 35 km; temperatura da água: 15º na sua melhor época, em agosto). No Brasil, as travessias competitivas, como conhecemos hoje, tiveram o máximo de popularidade na década de 1930. Assim aconteceu com as provas tradicionais do rio Tietê, em São Paulo- SP; a da Enseada do Botafogo, no Rio de Janeiro-RJ; a do Rio Negro em Manaus-AM; a do Rio Capibaribe, no Recife-PE; a da Baia de Todos os Santos em Salvador-BA; e a de Rio Grande (São José do Norte a Rio Grande) no RS. Destas, as primeiras deixaram de ser realizadas alguns anos mais tarde pelo surgimento da poluição e devido ao crescimento desordenado das grandes cidades. Subsistem a de Manaus, Salvador e a de Rio Grande, no Rio Grande do Sul (a mais antiga do sul do Brasil, tendo mais de sessenta realizações). Vítimas da urbanização intensiva das grandes cidades brasileiras e da expansão da construção de piscinas, a partir dos anos de 1950, estas provas foram perdendo sua importância ou desaparecendo. A ênfase deslocou-se para a natação de distâncias mais curtas. Em 1952, como a FINA não demonstrava interesse nas provas em águas abertas, um grupo de nadadores amadores e profissionais fundaram a Federação Internacional de Natação de Longa Distância-FINLD. Esta federação aceitava os nadadores profissionais uma vez que a FINA era irredutível quanto ao espírito amadorístico não admitindo qualquer tipo de prêmio. Durante vários anos foram realizados os campeonatos mundiais supervisionados por esta Federação de natação alternativa com prêmios em dinheiro inclusive. Mais recentemente com as mudanças dos critérios do amadorismo pelo COI, a FINA incorporou a FINLD e passou a supervisionar os campeonatos mundiais. Existe hoje a intenção de incluir as provas de águas abertas nos Jogos Olímpicos. A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos-CBDA supervisiona os campeonatos de águas abertas desde o inicio da década de 1990. Hoje os campeonatos mundiais de natação tem cinco modalidades: águas abertas (5.000 e 10.000 metros), nado sincronizado, natação, pólo-aquático e saltos ornamentais. Enfim, as competições em águas abertas indicam um retorno à natureza e acompanhou a mudança filosófica que transformou o mundo nos últimos trinta anos com preocupação em aspectos ambientais e equilíbrio do homem com a natureza. No Brasil, o fato a destacar é o resgate da tradição que registra competições de travessias há mais de um século (a primeira é de 1898, na distância de 1.500 metros, no RJ). No RS, já havia uma piscina de águas correntes desde 1885, no Rio Guaíba, em Porto Alegre. E além das travessias de Rio Grande, cidade ao sul de Porto Alegre, houve também este tipo de competição no próprio rio Guaíba, próximo ao porto. Esta herança teve continuidade no RS com maratonas aquáticas de Torres, nos anos de 1970, e de Tapes, nos anos de 1980 (ver seção “Esporte de Praia” neste Atlas). Números da natação federada no Brasil, 2003 Swimming in Brazil, 2003 – Federations, clubs and athletes O centro de excelência esportiva da CBDA está sendo erguido em Rio das Ostras, cidade da Região dos Lagos no estado do RJ, para entrar em operação em 2006 - a tempo de servir como local de aclimatação para equipes que participarão dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007. O projeto tem um custo de R$20 milhões e foi idealizado pelo presidente CBDA - Coaracy Nunes Filho, com o apoio financeiro do Prefeito de Rio das Ostras - Alcebíades Sabino, que definiu como fonte de recursos para manutenção do Projeto, a exploração de 40 lojas que serão construídas em shopping que fará parte do complexo esportivo. O complexo de 100 mil metros quadrados será formado por uma piscina olímpica, acompanhada de um tanque de saltos ornamentais com arquibancada para seis mil lugares; uma piscina de nado sincronizado (25 m x 20m x 3m); outra para a prática do pólo aquático (33m x 25m x 3m); uma piscina de aquecimento junto ao parque aquático principal (25m x 20m x 3m); e por fim uma piscina de 25m x 20m e profundidade de 1,30m para a prática de natação para a terceira idade e pessoas portadoras de necessidades especiais. Além disso, haverá alojamento com 100 quartos duplos para os atletas em treinamento no centro. Cidade da Natação em Rio das Ostras-RJ, 2006 The Swimming City in Rio das Ostras-RJ, 2006
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