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Direito do Trabalho semana 1

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Direito do Trabalho I – CCJ 0024 – 2018.1
Introdução ao Direito do Trabalho
ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL:
A história do Direito do Trabalho no Brasil, tem origem com o término da escravidão que perdurou até o final do século XIX, a escravidão não é uma forma de trabalho é forma de servidão, no final desse período existiam leis que regulavam as relações de servidão e não de trabalho. 
Com a abolição da escravidão (1888) surge a necessidade de mão de obra assalariada e os trabalhadores nessas industrias em sua maioria eram imigrantes de origem européia que tinham uma tradição sindicalista e começam a surgir demandas por normas de proteção legal para definir as regras das relações de trabalho. 
O Direito do Trabalho é o resultado dos fatos, dos valores e sua implicação, da pressão social clamando pela proteção ao trabalhador que resultou em normas jurídicas que se deu o nome de Direito do Trabalho.
Linha do tempo :
 A Constituição de 1891 – Definiu o trabalho como uma prática livre e remunerada – O trabalhador é que escolhe trabalhar ou não; criança abaixo de 12 anos não podia trabalhar em fábricas nem outras atividades podia mas a jornada diária era de 7 horas.
1917 – Surge a primeira tentativa de criar um Código de Leis do Trabalho foi criado o Departamento Nacional do Trabalho Justiça do Trabalho.
Em 1925- Surgiu o direito ampliado de férias remuneradas de 15 dias para trabalhadores de comércio, indústria e bancos. As férias representam um fator determinante para se analisar o direito trabalhista de um país, pois são um indicativo de que as leis buscam beneficiar o lado mais fraco de uma relação trabalhista.
GETÚLIO VARGAS E AS LEIS TRABALHISTAS:
Tomou posse em 1930 -O cenário mundial passava por um momento econômico delicado o Brasil também (Revolução de 1930 foi um movimento armado liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, que culminou com o golpe de Estado, o Golpe de 1930, que depôs o presidente da república Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha).
Os trabalhadores estavam insatisfeitos os empresários também, Getúlio para acalmar essas classes precisava gerar emprego e nacioalizar principalmente nas indutrias de base( metalurgia e minérios) 
Ao tomar o governo em 1930 – um período delicado da economia mundial – e preocupar-se com a nacionalização de diversas indústrias de base (como a metalurgia e extração de recursos naturais), buscando gerar empregos, Vargas precisava gerar uma solução que acalmasse os ânimos dos trabalhadores insatisfeitos e dos empresários, também preocupados com o cenário. Vargas criou o primeiro Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (1934) ,colocando as leis trabalhistas com nível de impotância constitucional .
DIREITO DO TRABALHO CONCEITUAÇÃO → É o conjunto de normas legais que regulam as relações de trabalho entre empregados e empregadores garantindo as condições sociais básicas do trabalhador.
OIT – Organização Internacional do Trabalho   é responsável pela formulação e aplicação das normas internacionais do trabalho (convenções e recomendações) As convenções, uma vez ratificadas por decisão soberana de um país, passam a fazer parte de seu ordenamento jurídico. O Brasil está entre os membros fundadores da OIT e participa da Conferência Internacional do Trabalho desde sua primeira reunião. 
 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE /88- PRINCÍPIOS art 1º CF - Princípio da dignidade da pessoa humana → Se é digna qualquer pessoa humana, também o é o trabalhador, por ser uma pessoa humana. É a dignidade da pessoa humana do trabalhador que faz prevalecer os seus direitos, busca propiciar melhores condições de vida ao empregado. Na dignidade humana se valoriza o trabalho humano; na igualdade ou não-discriminação se combatem as desigualdades 
O Direito Individual X Direito Coletivo :
O Direito do Trabalho individual – art 7º ao 11 
Direito Coletivodo Trabalho- É conceituado como sendo  o “segmento do Direito do Trabalho que regula a organziação sindical, a negociação coletiva e os instrumentos normativos decorrentes, a representação dos trabalhadores na empresa e a greve”.
Art 8º CF/88 - A CF/88 garante o princípio da Liberdade Sindical→O direito do trabalhadore e do empregador se associar, livremente, a um sindicato 
Princípio da unicidade sindical →é a proibição, por lei, da existência de mais de um sindicato na mesma base de atuação  
DIREITO DO TRABALHO E DEMAIS RAMOS DO DIREITO
NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DO TRABALHO :
Teoria de Direito Público -que ponderam que nas relações de trabalho, a livre manifestação da vontade das partes é substituída pela do Estado que intervém na relação jurídica entre empregador e empregado, por meio de leis imperativas e irrenunciáveis, como ensina seu precursor Arnaldo Sussekind. 
Teoria do Direito Social -segundo a qual o interesse coletivo da sociedade prevalece sobre o privado, perfazendo-se o ordenamento trabalhista com a finalidade de se proteger o empregado socialmente mais fraco, predominando, portanto o interesse social. 
para efeito de concurso a natureza do Direito do Trabalho é privada- Teoria de Direito Privado- estabelece a raiz do Direito de Trabalho encontra-se no Direito Civil, nas locações de serviços. Entendem os defensores desta teoria, que embora existam normas cogentes sobre a matéria, estas não afastam a natureza privada da relação jurídica, haja vista que os contratantes (empregador e empregado) são livres para estipular as regras de seu pacto de emprego, restando claro que a maioria das normas da CLT são de natureza privada. 
PRINCÍPIOS GERAIS E CONSTITUCIONAIS
Princípio da proteção -Também denominado de principio mais favorável, tem por finalidade equilibrar a desigualdade que resulta da superioridade econômica do empregador em relação ao empregado. 
Pode-se dizer que o princípio da proteção desmembra-se em: a) in dúbio pro operário, no qual se traduz, no caso de dúvida, que deve ser aplicada a regra mais favorável ao empregado. 
b) aplicação da norma mais favorável; e divide-se em: • Princípio da elaboração da norma mais favorável (as novas leis devem dispor no sentido de favorecer e melhorar a condição social do trabalhador); 
 • Princípio da hierarquia ( havendo duas ou mais normas disciplinando a mesma matéria, aplica-se a que for mais benéfica ao trabalhador, independentemente da escala hierárquica das normas):
 • Princípio de interpretação da norma mais favorável (havendo obscuridades no texto legal, prevalece a interpretação mais favorável ao trabalhador). 
Princípio da igualdade →Art. 5º - também chamado de princípio da isonomia, possui ampla relevância no ordenamento constitucional positivo pátrio e comparado, posto que assume o papel de afastar todo tipo de discriminação e tratamento desigual aos cidadãos que se encontram numa mesma situação fática.
Princípio da não-discriminação – ANTES de entender o que é não -discriminação é preciso entender o que é discriminação, que é a conduta pela qual nega-se à pessoa tratamento compatível com o padrão jurídico assentado para a situação concreta por ela vivenciada. A causa da discriminação pode ser preconceito ( desqualifica a pessoa em virtude de uma característica, de um grupo ou segmento mais amplo de indivíduos (cor, raça, sexo, nacionalidade, riqueza, etc.)
Princípio da Irrenunciabilidade dos direitos -Por esta regra o trabalhador não poderá renunciar aos direitos trabalhistas previstos em lei. No caso de haver renúncia pelo trabalhador, esta será nula de pleno direito (art. 9° da CLT): 
Princípio da Continuidade da Relação de Emprego Em regra, os contratos de trabalho são pactuados por tempo indeterminado, havendo exceções: contrato por tempo determinado etrabalho temporário 
Princípio da primazia da realidade. No Direito do Trabalho, os documentos oriundos de uma relação de trabalho não têm grande importância, uma vez que só prevalecerão se estiverem em concordância com a realidade dos fatos. Ou seja, os fatos reais são mais importantes do que os documentos assinados pelo trabalhador. O princípio da primazia da realidade norteia o contrato de trabalho, não só na sua formação, como também durante toda a execução do pacto. Função social do direito trabalho
Princípio da Razoabilidade Parte-se do pressuposto de que o homem aja razoavelmente, com bom senso, e não arbitrariamente. 
Princípio da boa-fé -corresponde à convicção de que empregado e empregador agirão sempre com honestidade e lealdade, durante o pacto laboral. 
DOS DIREITOS SOCIAIS -Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança,a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Fontes do Direito : são “os meios pelos quais se formam ou se estabelecem as normas jurídicas. É tudo o que dá origem, que produz o direito”. 
As fontes materiais são os fatos sociais, políticos e econômicos que fazem nascer a regra jurídica. Ou seja, fonte material é o acontecimento que inspira o legislador a editar a lei. São todas as influências externas, em determinado momento, que levam à formação das normas jurídicas.  exemplos: movimentos sociais, ecológicos, princípios ideológicos, necessidades locais, regionais, nacionais, forma de governo, riqueza econômica, crises econômicas, etc. As fontes materiais sintetizam o conhecimento, para criação da norma jurídica
As fontes formais são justamente aquelas que têm a forma do Direito; que vestem a regra jurídica, conferindo-lhe o aspecto de Direito Positivo , as fontes formais são retratadas nas normas jurídicas.
As fontes do Direito podem ser heterônomas ou autônomas. Heterônomas são as impostas por agentes externos (Constituição, leis, etc.). Autônomas são as elaboradas pelos próprios interessados (costume, convenção e acordos coletivos
Origem as fontes podem ser: estatais (leis, sentença normativa, etc.); extraestatais, quando emanada dos grupos e não do estado (regulamento de empresa, contrato de trabalho, etc.); profissionais, são estabelecidas pelos trabalhadores e empregadores interessados (convenção e acordo coletivo de trabalho). Quanto à vontade das pessoas as fontes podem ser: voluntárias (contrato de trabalho, convenção e acordo, etc.) e imperativas, (Constituição, leis, etc.).
As fontes dividem-se em diretas ou imediatas e indiretas ou mediatas. São fontes formais diretas do Direito do Trabalho a Constituição, as leis em geral (incluindo decretos, portarias, regulamentos, instruções, etc.), os costumes, as sentenças normativas, os acordos e convenções coletivas, os regulamentos de empresa e os contratos de trabalho. 
A lei é fonte formal por excelência. O termo deriva do verbo latino ligare, sintetizando aquilo que liga, aquilo que vincula, aquilo que obriga. O Direito tem como fonte básica a lei, ela é a norma geral e abstrata emanada do poder competente e provida de força obrigatória.
A lei é um elemento vital para a própria manutenção da ordem social, constituindo-se em fonte primordial do Direito. Por intermédio deste preceito o Direito atua como fonte reguladora dos comportamentos em sociedade, impondo regras e sanções. No Brasil, a lei trabalhista revela-se na Constituição, na Consolidação das Leis do trabalho e na legislação esparsa. 
As normas trabalhistas são classificadas como normas de ordem pública, que podem ser: 
A) absolutas: são as que não podem ser derrogadas por convenção das partes, pois prepondera o interesse público sobre o individual (Medicina do Trabalho, fiscalização trabalhista, salário-mínimo, férias, repouso semanal remunerado);
B) relativas: são as que podem ser flexibilizadas (possibilidade de redução do salário por meio de convenção ou acordo coletivo, art. 7º VI CF; compensação e redução de jornada de trabalho, 7º XIII CF; aumento das jornadas nos turnos ininterruptos de revezamento, art. 7º XIV CF); 
C) dispositivas: são aquelas em que o Estado tutela as regras, mas as partes podem estabelecer outras, sempre acima do mínimo abrigado pelo Estado (adicional de horas-extras acima de 50%, etc.); 
D) autônomas individuais ou coletivas: são aquelas em que o Estado não interfere, estabelecendo regras de conduta (convenção e acordo coletivo). 
PRINCÍPIOS GERAIS E CONSTITUCIONAIS
Princípio da proteção -Também denominado de principio mais favorável, tem por finalidade equilibrar a desigualdade que resulta da superioridade econômica do empregador em relação ao empregado. 
Pode-se dizer que o princípio da proteção desmembra-se em: a) in dúbio pro operário, no qual se traduz, no caso de dúvida, que deve ser aplicada a regra mais favorável ao empregado. 
b) aplicação da norma mais favorável; e divide-se em: • Princípio da elaboração da norma mais favorável (as novas leis devem dispor no sentido de favorecer e melhorar a condição social do trabalhador); 
 • Princípio da hierarquia ( havendo duas ou mais normas disciplinando a mesma matéria, aplica-se a que for mais benéfica ao trabalhador, independentemente da escala hierárquica das normas):
 • Princípio de interpretação da norma mais favorável (havendo obscuridades no texto legal, prevalece a interpretação mais favorável ao trabalhador). 
Princípio da igualdade →Art. 5º - também chamado de princípio da isonomia, possui ampla relevância no ordenamento constitucional positivo pátrio e comparado, posto que assume o papel de afastar todo tipo de discriminação e tratamento desigual aos cidadãos que se encontram numa mesma situação fática.
Princípio da não-discriminação – ANTES de entender o que é não -discriminação é preciso entender o que é discriminação, que é a conduta pela qual nega-se à pessoa tratamento compatível com o padrão jurídico assentado para a situação concreta por ela vivenciada. A causa da discriminação pode ser preconceito ( desqualifica a pessoa em virtude de uma característica, de um grupo ou segmento mais amplo de indivíduos (cor, raça, sexo, nacionalidade, riqueza, etc.)
Princípio da Irrenunciabilidade dos direitos -Por esta regra o trabalhador não poderá renunciar aos direitos trabalhistas previstos em lei. No caso de haver renúncia pelo trabalhador, esta será nula de pleno direito (art. 9° da CLT): 
Princípio da Continuidade da Relação de Emprego Em regra, os contratos de trabalho são pactuados por tempo indeterminado, havendo exceções: contrato por tempo determinado e trabalho temporário 
Princípio da primazia da realidade. No Direito do Trabalho, os documentos oriundos de uma relação de trabalho não têm grande importância, uma vez que só prevalecerão se estiverem em concordância com a realidade dos fatos. Ou seja, os fatos reais são mais importantes do que os documentos assinados pelo trabalhador. O princípio da primazia da realidade norteia o contrato de trabalho, não só na sua formação, como também durante toda a execução do pacto. Função social do direito trabalho
Princípio da Razoabilidade Parte-se do pressuposto de que o homem aja razoavelmente, com bom senso, e não arbitrariamente. 
Princípio da boa-fé -corresponde à convicção de que empregado e empregador agirão sempre com honestidade e lealdade, durante o pacto laboral. 
DOS DIREITOS SOCIAIS -Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança,a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Fontes do Direito : são “os meios pelos quais se formam ou se estabelecem as normas jurídicas. É tudo o que dá origem, que produz o direito”. 
Fontes do Direito do Trabalho→Todos os acontecimentos sociais, econômicos e financeiros  são fatos e atos que dão origem ao sistema trabalhista. 
Do ponto de vista material- O Direito do Trabalho tem origem em motivos políticos, sociais e econômicos que são fundamentais para a construção de uma sociedade. 
Do ponto de vista formal- O Direito do Trabalho se baseia em princípios e regras que se exteriorizam ao mundo por normas jurídicas. 
Para a Ciência Jurídica : As fontes – São os meios pelos quais se formam as normas jurídicas 
As fontes do Direito do Trabalho podem ser ●obrigatórias Devem ser cumpridas por todas as pessoas são obrigatória porque tem caráter imperativo- Fonte formal
 ●ou não obrigatórias são facultativas  fonte material. 
Fonte material – São os sociais, economômicos políticos é o que inspira o legislador a editar lei , são os acontecimentos que antecedem a elaboração da lei positivada nas fontes formais . exemplos: movimentos sociais, ecológicos, princípios ideológicos, necessidades locais, regionais, nacionais, forma de governo, riqueza econômica, crises econômicas, etc. As fontes materiais sintetizam o conhecimento, para criação da norma jurídica.As fontes materiais são responsáveis pelo surgimento ou pela alteração das normas e são de observância facultativa, ou seja, não obrigatórias. 
As fontes materiais do Direito do Trabalho encontram fundamento na Teoria Tridimensional do Direito - fato, valor e norma (Miguel Reale). De acordo com essa teoria o fato influencia no surgimento de uma fonte material. 
As fontes formais são justamente aquelas que têm a forma do Direito; são as regras jurídicas, conferindo ao Direito do Trabalho o aspecto de Direito Positivo , as fontes formais são retratadas nas normas jurídicas.
As fontes do Direito podem ser a) formais heterônomas → são as impostas por agentes externos (Constituição, leis, etc.).
 b) formais Autônomas →são as elaboradas pelas partes interessadas em criar a norma jurídica Ex. Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo de  Trabalho Usos e Costumes.
Hierarquia das Fontes Formais: A CF está acima de qualquer lei, mas no Direito do Trabalho prevalece o princípio da norma mais favorável ao trabalhador, ainda que esta norma seja de hierarquia inferior ao texto constitucional.

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