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CASO 7 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL MATIAS, brasileiro, solteiro, profissão, portador da cédula de identidade nº, inscrito no CPF sob o nº, residente e domiciliado na rua (qualificação do endereço do autor da ação), vem por meio de seu advogado, à presença de Vossa Excelência, requerer o RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, com fulcro no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I – Dos Fatos: Conforme consta do auto de prisão em flagrante, em anexo, o requerente foi preso ilegalmente no dia 15/11/2016, em razão da suposta prática do crime de Receptação art. 180, CP, ocorrido no dia 15/11/2016 por volta das 22 horas, sem que houvesse sido perseguido em circunstâncias que fizessem presumir ser ele o autor da prática delitiva, muito menos foi encontrado, logo depois da prática do crime, em seu poder quaisquer instrumentos, armas ou objetos que o ligassem a tal prática delitiva. O Requerente foi detido quando se encontrava tranquilamente quando conduzia o veículo automotor, marca Volkswagen, modelo Gol, placa XYX0611, pela Av. Brasil, quando foi abordado por uma guarnição da Policia Militar 02 dias depois do delito ter sido cometido, não foi preso durante a prática do delito, nem quando ele tinha acabado de ser cometido. O indiciado foi preso em flagrante por suspeitas dos policiais, alegando que o veículo em que se encontrara seria produto de crime. Diante de tais fatos, chega-se ao direito. II – Do Direito: Excelência, não há motivos para a manutenção da prisão do Requerente. Com efeito, a prisão em flagrante imposta não atendeu às exigências legais. Sabe-se que referida modalidade de prisão só pode ser imposta diante das hipóteses previstas no art. 302 do Código de Processo Penal: “Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I – está cometendo a infração penal; II – acaba de cometê-la; III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.”. Conforme verificado no caso em apreço, não ocorreu estado de flagrância, tendo em vista que Requerente foi detido 02 dias depois do delito ter sido cometido, sem que houvesse qualquer perseguição. Não houve nexo entre o momento da prisão e a prática do delito. O Requerente não foi encontrado logo depois da prática de uma infração penal, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que fizessem presumir ser ele o seu autor. Restando afastado o requisito temporal. Sendo assim, não caracterizada qualquer das hipóteses previstas no artigo 302, do Código de Processo Penal, não pode subsistir a prisão efetuada pela autoridade policial como sendo em flagrante delito. É inevitável reconhecer-se a arbitrariedade da prisão que pesa contra o Requente. O que paira contra o mesmo, até o presente momento, é uma mera suspeita da prática de um delito, porém sem nenhuma evidência concreta da realidade da autoria. Patente, portanto, a ilegalidade da prisão em flagrante. A esse propósito importante destacarmos o entendimento jurisprudencial externado pelo Egrégio Tribunal Regional de Justiça/RS, a seguir transcrita: RGL Nº 70054985924 (N° CNJ: 0223219-97.2013.8.21.7000) 2013/CRIME HABEAS CORPUS. PRISÃO EM FLAGRANTE POR RECEPTAÇÃO E ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR. ART. 580, DO CPP. PRISÃO PREVENTIVA REVOGADA. O paciente foi denunciado pelos crimes de receptação, formação de quadrilha ou bando e adulteração de sinal identificador de veículo automotor, crimes cometidos sem violência ou grave ameaça. Outros dois co-réus, nas mesmas condições do paciente, foram postos em liberdade provisória, sob condições. Decreto de prisão preventiva fundamentado na gravidade dos delitos, não apontando qualquer causa objetiva que denotasse a periculosidade do agente. Cabível a aplicação das medidas cautelares diversas da prisão. ORDEM CONCEDIDA EM PARTE, POR MAIORIA. RELATÓRIO DES. ROGÉRIO GESTA LEAL (RELATOR) Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de Carlos Leandro da Silva pelo fato de este ter sido preso em flagrante sob a acusação do cometimento dos delitos de receptação (art. 180, CP), quadrilha ou bando (art. 28, caput, do CP) e adulteração de sinal identificador de veículo automotor (art. 311, CP). Em razões, sustentou que o paciente está preso desde 15 de maio de 2013, defendendo não estarem presentes os requisitos para sua manutenção, pois se trata de medida extrema. Alegou que os outros dois co-réus obtiveram a liberdade provisória através de julgamentos da Quinta Câmara Criminal desta Corte, postulando a extensão dos efeitos ao presente feito. Por outro lado, apontou o excesso de prazo na perquirição da culpa. Requereu a concessão da liminar, expedindo imediatamente o alvará de soltura. Ao final, a confirmação do decidido. Distribuídos os autos ao eminente Desembargador Gaspar Marques Batista, indeferiu a liminar, em face da prova da materialidade e indícios suficientes de autoria, além da falta de informação da existência de trabalho lícito (fl.13). A autoridade coatora prestou informações (fls.21-7). Em parecer ministerial, a Procuradoria de Justiça opinou pela denegação da ordem. Pleiteada a reconsideração da decisão, restou indeferida (fl. 45), vindo-me os autos redistribuídos, em virtude do gozo de licença-prêmio pelo Relator. É o relatório. Por fim, em caráter subsidiário e apenas por cautela, vale ressaltar que no caso em comento não existe a possibilidade de ser decretada a prisão preventiva do requerente, inexistindo quaisquer das hipóteses que autorizariam a prisão preventiva, configurando-se evidente a impossibilidade de manutenção do requerente, no cárcere, a qualquer título. III – Do Pedido: Diante de todo o exposto, postula-se o relaxamento da prisão em flagrante imposta ao requerente, diante da flagrante ilegalidade de sua prisão, ouvido o ilustre representante do Ministério Público, determinando-se a expedição do competente alvará de soltura em seu favor, como medida da mais lídima justiça. Nesses termos, Pede e espera deferimento. São José, 24 de Maio de 2017. Nome do Advogado OAB/SC CASO 8 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR DA ...DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. ALBERTO, brasileiro, solteiro, advogado, nº OAB 12323/RJ, com escritório na rua das Flores, nº 123, bairro Jardins, CEP 68907-654, vem, com base no art. 5º, LXVIII, CRFB, e nos artigos 647/667, CPP, perante Vossa Excelência, impetrar o presente HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO Em favor do paciente MICHAEL DA SILVA, brasileiro, indicando como autoridade coatora o MM. JUIZ DA 22ªVARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL, alegando o seguinte. I-DOS FATOS MICHAEL DA SILVA foi preso em flagrante no dia 10 de julho de 2016 pela prática do crime previsto no art. 16, § único, IV da Lei 10.826/03 e art. 28 da lei 11.343/06. No auto de prisão em flagrante constavam os depoimentos dos policiais que efetuaram a prisão. Michael fora preso em razão de uma notitia criminis realizada por sua mulher Angelina afirmando que o mesmo possuía armas dentro de casa com numeração raspada e isso a assustava. Diante da informaçãoe com o consentimento de Angelina, os policiais se dirigiram a casa onde o casal residia e após uma intensa busca no imóvel, encontraram três revólveres calibre 38 com a numeração raspada, em um armário dentro do quarto. Em outro armário, os policiais encontraram 50 munições. Em seguida, encontraram um papelote contendo 0,9 decigramas de cocaína. Perguntado sobre a posse do material encontrado, MICHEL afirmou que adquirira as armas em Angra dos Reis de um amigo, e quanto à maconha, disse que era para seu uso pessoal. O auto de prisão em flagrante foi devidamente lavrado e distribuído ao juízo da 22ª Vara Criminal da Capital, onde foi requerida a sua liberdade provisória, que foi negada pelo juiz ao argumento de que se tratava de crime grave, haja vista o preso possuir 03 revólveres com numeração raspada em sua residência e em razão do depoimento da sua esposa que afirmou ser ele um homem agressivo. Não há anotações na folha de antecedentes de MICHAEL. II- DO DIREITO 2.1- DA DESNECESSIDADE DA PRISÃO EM DECORRÊNCIA DA AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA. A prisão do paciente não preenche os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal necessários para prisão preventiva. Ausentes portanto Periculum libertatis requisito da cautelar. III- DO PEDIDO Por esses motivos, o impetrante pleiteia a concessão da ordem, revogando a prisão preventiva decretada, com a consequente expedição de alvará de soltura. Espera deferimento. Rio de janeiro –RJ, 10 de julho de 2016 ___________________ Advogado Inscrição OAB nº CASO 9 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL NOME ADVOGADO, advogado inscrito na OAB sob o Nº xxx, com escritório na Rua xxx, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, impetrar ORDEM DE HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR, com fulcro no artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal e artigos 647 e 648 do Código de Processo Penal, em favor de SARAJANE, nacionalidade, acompanhante, portador da cédula de identidade nº, inscrito no CPF sob o nº, residente e domiciliado na rua xxx, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I – Dos Fatos: O delegado do Distrito Policial da Capital determinou, aos seus agentes, a prisão de todas as meretrizes que atuam na região, pois pretende restabelecer os bons costumes na cidade, como afirmou em entrevista à rádio local. O delegado do Distrito Policial da Capital determinou, aos seus agentes, a prisão de todas as meretrizes que atuam na região, pois pretende restabelecer os bons costumes na cidade, como afirmou em entrevista à rádio local. O delegado do Distrito Policial da Capital determinou, aos seus agentes, a prisão de todas as garotas de programa que atuam na região, pois pretende restabelecer os bons costumes na cidade, como afirmou em entrevista a rádio local. Algumas horas após a ordem, os agentes de polícia realizaram as primeiras prisões. Sarajane, que atua como acompanhante na localidade, passou a temer ser presa no horário em que realiza os seus encontros, razão pela qual deixou de fazê-los. II – Do Direito: No entanto, a determinação do Delegado de Polícia constitui ato ilegal, impondo à paciente restrição indevida em seu direito de ir e vir, pois como é sabido, não constitui fato típico a prostituição. Cabe também ressaltar a inconstitucionalidade do fato, por contrariar direitos,fundamentais previstos na carta magma. Como prever o art. art. 5, XV, CF/88, a locomoção dentro do território nacional é livre, quando isto não infringir a lei, ora, como já exposto anteriormente, a prostituição não constitui fato típico, desta forma não contaria nenhuma previsão legal, desta forma não há por quê o cerceamento da liberdade de Sarajane,. Ainda há a contrariedade ao disposto no art. 5º, LIV da CF. A ordem de prisão se deu a um mero capricho do delegado, que ignorou a norma e sucumbiu à sua própria vontade, sem se importar com a norma, sem seguir o devido processo legal, pois como prevê o artigo supramencionado a “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. III – Do Pedido: Ante ao exposto, é a presente impetração para requerer seja oficiada a autoridade coatora, a fim de que esta preste informações, intimando-se o membro do Ministério Público para que se manifeste, assim como a concessão da EXPEDIÇÃO DE SALVO CONDUTO em favor de SARAJANE, com o fim de que seja mantido o seu direito constitucional de liberdade de locomoção, com fundamento legal no artigo 648 do CPP. Nesses termos, Pede e espera deferimento. São José, 31 de Maio de 2017. Nome do Advogado OAB/SC CASO 10 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA __ VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DE ___ DO ESTADO ___ Autos do processo nº: ... Autor: MP Ré: Jerusa Sobrenome ... Jerusa Sobrenome ..., já qualificada nos autos da presente ação penal movida pelo Ministério Público, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado, regularmente constituído conforme procuração acostada aos autos em folhas ..., inconformado com a decisão de folhas ..., interpor, com fundamento no artigo 581, IV do CPP, o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, requerendo seja o mesmo recebido com as razões e, após apresentadas as contrarrazões ministeriais, seja feito o juízo de retratação, nos termos do art. 589 do CPP. Contudo, caso seja mantida a decisão ora atacada de fls. ..., seja o presente recurso encaminhado ao Tribunal de Justiça do Estado de ...., para regular processamento e julgamento do mérito, onde se espera a reforma da decisão impugnada. Nestes termos Pede deferimento Local / data Advogado/ OAB Egrégio Tribunal de Justiça do Estado... Colenda Câmara Criminal Eminentes Desembargadores Autos do processo nº: ... Autor: MP Ré: Jerusa Sobrenome ... Jerusa Sobrenome..., já qualificada nos autos da presente ação penal que lhe moveu o Ministério Público, vem, respeitosamente, perante esta Egrégia Corte, por seu advogado, regularmente constituído e qualificado, com procuração acostada aos autos, apresentar, com fundamento no artigo 588 do CPP, suas RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, pelos motivos de fato e de direito que abaixo seguem. I – DOS FATOS O Ministério Público ofereceu denúncia em face da acusa pela suposta prática de crime de homicídio doloso, tipificado no art. 121 do CP, com fundamento no fato de que a mesma, ao ultrapassar veículo automotor em via de mão dupla, não sinalizou com a seta luminosa vindo a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto, falecendo mesmo após a presteza do socorro diligenciado pela acusada. Diante da denúncia, e, após regular instrução criminal, o douto magistrado deste juízo, proferiu decisão de pronúncia da acusada, que, data venia, deve ser reformada conforme fundamentos abaixo aduzidos. II – DO DIREITO Em primeiro lugar, a acusada não agiu com dolo em sua conduta, uma vez que além de diligenciar socorro prestativo à vítima, o acidente ocorreu nestas circunstâncias por imprudência do motociclista que estava em alta velocidade, não sendo previsível ou não tendo assumido o risco de tal fato a acusada, cuja conduta se amolda ao crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, tipificado no art. 302 do CTB, razão pela qual, deve ser desclassificado o crime de homicídio doloso, tipificado no art. 121 caput do CP, para o supracitado crime. Nesta mesma esteira, não severifica o dolo na conduta da acusada, pois mesmo que se admita configurar o dolo eventual, este exige além da previsão do resultado, que o agente assuma o risco de ocorrência do mesmo, consoante ao art. 18, I parte final, do CP, que adotou a teoria do consentimento, não encontrando tal hipótese, contudo, suporte na realidade destes autos. Em segundo lugar, consequentemente à desclassificação de crime acima fundamentada, não é competente para julgar a acusada o Tribunal do Júri, nos termos do art. 74 §1º do CPP, havendo os autos de ser remetidos para juiz de Direito da Vara Criminal, na forma do art. 419 do CPP, que expressamente prevê esta hipótese. IV – DOS PEDIDOS Ante ao exposto requer: a) Seja conhecido o presente recurso e suas razões; b) Seja desclassificado o crime de homicídio doloso, previsto no art. 121 caput do CP, imputado na denúncia à acusada, para o crime de homicídio culposo, previsto no art. 302 do CTB; c) Seja, consequentemente, os autos remetidos ao competente Juiz de Direito de Vara Criminal da Comarca de ..., para o devido processamento e julgamento do feito, nos termos do art. 419 do CPP c/c art. 74 §1º do CPP. Nestes termos Pede deferimento Local / data Advogado/ OAB CASO 11 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DO MUNICÍPIO X PROCESSO nº BRAD NORONHA, já devidamente qualificado nos autos da ação penal n°________,, por seu advogado regularmente constituído conforme procuração em anexo as folhas ___, inconformado com a sentença proferida nas folhas ____, vem, perante a Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, o que faz tempestivamente, com base no artigo 593, I do CPP consoante razões recursais em anexo. .Requer assim que, após recebida, com as razões anexas, seja reformada a decisão impugnada em sede de juízo de retratação, nos termos do art. 589,CPP. Caso mantida a decisão, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça, onde deverá ser processado o presente recurso. Nestes termos, Pede Deferimento. Local, 25 de Março de 2017. Advogado OAB/UF RAZÕES DE APELAÇÃO APELANTE: BRAD NORONHA APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO PROCESSO nº EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA COLENDA CÂMARA CRIMINAL 1. DOS FATOS Brad Noronha foi denunciado e processado, pela prática de roubo qualificado em decorrência do emprego de arma de fogo. Durante o inquérito policial, o apelante foi reconhecido pela vítima. Em sede de instrução criminal, nem a vítima, nem as testemunhas, afirmaram ter escutado qualquer disparo de arma de fogo, mas foram uníssonas no sentido de assegurar que o réu portava arma. Não houve perícia, pois os policiais que prenderam o réu em flagrante não lograram êxito em apreender a arma. Tais policiais afirmaram em juízo que, após escutarem gritos de “pega ladrão!”, viram o réu correndo e foram ao seu encalço. Afirmaram que, durante a perseguição, os passantes apontavam para o réu, e que este jogou um objeto no córrego que passava próximo ao local dos fatos, que acreditavam ser a arma de fogo utilizada. O recorrente foi condenado a dez anos e seis meses de reclusão, por roubo com emprego de arma de fogo, tendo sido fixado o regime fechado para o cumprimento da pena. A decisão condenatória, contudo, merece ser reformada, senão vejamos. 2- DO DIREITO: 2. 1- Preliminar: A inobservância do procedimento de reconhecimento de pessoa expresso no art. 226 do CPP gera nulidade do processo, por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato, por isso mesmo, pede-se que seja reconhecida a nulidade processual, nos termos do artigo 564, IV do CPP, pois No caso em tela, o ato do reconhecimento do apelante foi realizado de forma inválida. Requer, portanto, a nulidade do processo. 2.2 - DO MÉRITO: Evidentemente que, pelo que consta dos autos, merece o Apelante ser absolvido da imputação que lhe é feita através da denúncia posto que, vítima e testemunhas afirmam não ter ouvido disparos de arma de fogo, que a propósito, não fora encontrada e periciada como meio de prova. Portanto, não há provas suficientes de tal fato. Somado ao fato de que houve nulidade no reconhecimento de pessoa, sequer pode-se falar em comprovação da autoria do crime. Indubitavelmente consta nos autos que a vítima reconheceu o acusado, ora Apelante, em procedimento totalmente impróprio e inadequado, já que „espiou‟ por um pequeno orifício da porta em direção à sala onde se encontrava o réu sendo o correto colocar o acusado em sala própria, ao lado de outras pessoas parecidas, a fim de que pudesse ser verdadeiramente, identificado pela vítima, e assim procedendo, não observou à autoridade as condições impostas pela legislação penal para o reconhecimento de pessoas, expressamente dispostas no artigo 226, II do Código de Processo Penal. Assim procedendo, incorreu inclusive, em prova ilícita, contrariando também o contido no artigo 157 do CPP. Portanto, não há como se sustentar esteja provado a autoria, imputando-lhe, não reconhecida a nulidade, a absolvição por ausência de prova da autoria. Frise-se, também, que a coleta da prova, irregular e ilícita, foi feita em sede policial, não tendo sido judicializada e, por isso mesmo, é clara a caracterização do fruto da árvore envenenada, devendo tal prova ser desentranhada do processo, pois se torna imprestável para sustentar a condenação do acusado, ora Apelante. Por outro prisma, apenas para argumentar, caso tivesse sido o agente autor de algum delito, esse não poderia ser de roubo majorado pelo emprego de arma. A arma não foi apreendida e, se ela existisse, deveria ter sido periciada posto que os policiais afirmaram ter sido a mesma jogada em um córrego. Embora exista tal afirmação, não houve qualquer empenho na busca pela suposta arma, portanto não poderia, sequer ser considerado crime de roubo, eis que não há prova, nos autos, do emprego de violência ou grave ameaça contra pessoa tampouco a comprovação da utilização de arma de fogo. Assim, se alguma condenação deva pesar sobre o ora Apelante, essa deverá se constituir pela prática de furto, mas não de roubo 3 – DOS PEDIDOS: Posto isso, venho requerer: a) A reforma da decisão proferida pelo MM. Juiz „a quo‟ para decretar a absolvição do Apelante, com fulcro no artigo 386, V do Código de Processo Penal, vez que não ficou provado que o acusado tenha concorrido para prática da infração penal. b) No caso de não ser decretada absolvição, seja declarada nula a decisão condenatória, eis que não observadas às condições impostas para o reconhecimento de pessoas, existindo omissão quanto à formalidade essencial do ato, de acordo com o previsto no artigo 226, II do CPP e artigo 564, IV do mesmo diploma legal. c) Ainda, não havendo convencimento quanto à absolvição ou à nulidade, seja o acusado, ora Apelante, beneficiado pelo princípio do in dúbio pro reo, a fim de vê-lo, no máximo, condenado por crime de furto. Por ser medida de justiça, Pede deferimento. Local, 02 de Abril de 2017. Advogado OAB/UF CASO 12 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE …. Processo nº .... George Vasconcelos Pereira, nos autos da ação penal pública que lhe move o Ministério Público, vem, por seu advogado abaixo assinado, com fulcro no art. 593, inciso III, d, CPP c/c art. 416 do CPP, inconformado da r. sentença de fls. ..., interpor perante Vossa Excelência. o presente recurso de APELAÇÃO requerendo desde já o processamento do presente recurso, com as inclusas razões. Termos em que, Pede deferimento. . 09 de Dezembro de2016. RAZÕES DA APELAÇÃO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA COLENDA CÂMARA EMÉRITOS DESEMBARGADORES RECORRENTE: GEORGE VASCONCELOS PEREIRA RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO PROCESSO nº: ... George Vasconcelos Pereira, no processo crime que lhe é movido pela Justiça Pública por infração do art. 121, § 2º, II do CP, que tramitou perante a ... Vara do Tribunal do Júri da Cidade de ..., vem, respeitosamente, por sua advogada e procuradora infra assinado (proc., fls.), apelar, da r. sentença condenatória definitiva, proferida pelo M.M. Juiz de ... da ... Vara do Tribunal do Júri da ..., que expõe a seguir: I-DOS FATOS. O recorrente foi pronunciado, na forma do art. 413 do CPP, pelo crime previsto no art. 121, § 2º, II do CP, por em tese ter matado a vítima Leônidas Malta em uma briga na saída da boite TheNight. O processo tramitou regularmente na primeira fase do procedimento, com designação de AIJ para o dia 11 novembro de 2015, tendo sido o recorrente pronunciado no dia 2 de março de 2016. Assim, o julgamento em Plenário ocorreu efetivamente no dia 9 de dezembro de 2016. Em sede de debates orais o MP sustentou a acusação nos limites da denúncia, sendo certo que ocorreu legítima defesa, conforme prevista no art. 5º, LXIII da CRFB/88. Bem como a ausência de provas nos autos que comprovassem o que fora sustentado pela acusação. Em réplica, o ilustre membro do Parquet apontou para o acusado e sustentou para os jurados que “se o acusado fosse inocente ele não teria ficado calado durante o interrogatório, que não disse nada porque não tem argumentos próprios para se defender e que, portanto, seria efetivamente o responsável pela morte da vítima, pois, afinal, quem cala consente”. A defesa reforçou seus argumentos de defesa em tréplica, contudo, o recorrente foi condenado pelo Conselho de Sentença e o Juiz Presidente fixou a reprimenda estatal em 15 anos de reclusão em regime inicialmente fechado por homicídio qualificado por motivo fútil (art.121, §2º, II, CP). II- DO DIREITO Subsidiariamente, no caso em tela, está claro a legítima defesa do réu, haja visto que o réu, foi tentar repelir eminente e injusta agressão, estando presentes os requisitos do artigo 25 do Código Penal, excluindo-se a ilicitude do fato, nos termos do artigo 23, inciso II do Código Penal. Caso Vossa Excelência não entenda deste modo, requer seja desclassificado o crime de homicídio qualificado para o crime de lesão corporal seguida de morte, nos termos do artigo 129, parágrafo 3º, de modo que o que o réu desejava era apenas lesionar a vítima e não atingir o resultado morte, remetendo-se então o processo ao juízo competente. Outrora, caso esse ainda não seja o entendimento de Vossa Excelência, requer seja desconsiderada a qualificadora do inciso II do artigo 121 do Código Penal, haja visto a ausência das situações fáticas no caso concreto, sendo que o motivo não foi fútil, mencionado no inciso II. Caso Vossa Excelência atenda a algum pedido acima, requer seja recalculada a pena do réu, levando em consideração a ausência das circunstâncias que poderiam elevar a pena do artigo 59, fixando-o a pena no mínimo legal. Posteriormente, que seja lhe atribuído o regime inicial aberto, nos termos do artigo 33, parágrafo 2º, alínea C do código de processo penal. Ainda, caso Vossa Excelência acate algum pedido acima e o mesmo se enquadre no artigo 44 do Código Penal, pede-se que a pena do réu seja substituída por restritiva de direitos, o sancionando a alguma das prestações inseridas no artigo 43 do Código de Processo Penal. III- DO PEDIDO. Pede-se e espera-se que essa Colenda Corte digne-se receber, processar, conhecer e acolher este recurso, anulando a r. sentença recorrida, nos termos da preliminar; se vencida esta, digne-se reformar totalmente a r. sentença condenatória, ordenando a expedição do alvará de soltura em favor do recorrente, contendo a cláusula se por alvará não estiver preso, como medida de inteira justiça. Cumpridas as necessárias formalidades legais, pede-se que se conheça, espera-se o provimento do presente recurso. Nesses termos, Pede deferimento. Local..., ... de ... de ... Advogado OAB/UF
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