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Aulas degravadas

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Direito das Coisas
Prof. Heriberto Roos Maciel 
Prova (8,0): mista, a dissertativa é com consulta GA e entrega do trabalho 25/04
a legislação, aos mapas conceituais e aos enunciados GB e entrega do trabalho 13/06
28.02.14
Sujeito
 dominação
coisa = bens corpóreos ( bens materiais) = DM (bens imateriais)
Só o que está previsto em lei é direito real.
Posse (fática) – uso das coisas, exercício do poder de fato.
Propriedade (jurídica) – tem o direito jurídico de posse, mas não o direito de fato (art.1228):
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
§ 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
§ 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente.
TEORIA DE DIREITOS REAIS
Teoria clássica ou realista – Clóvis Beviláqua e Maria Helena Diniz
Teoria personalista – Caio Mario da Silva Ferreira, Carlos Alberto Bitar e Arnoldo Wald
Teoria monista-objetiva ou impersonalista – não vingou
CLASSIFICAÇÃO: TEORIA GERAL DOS DIREITOS REAIS – MAPA 1
MP 220/2001 EC 32 
 
14.03.14 
Teoria subjetiva da posse – Frederi Calfon Savigny – corpo, elemento objetivo, exterior da posse é a faculdade real e imediato de dispor da coisa, e elemento subjetivo está na consciência de ser dono ou na intenção de ter a coisa como sua. Então, a Teoria subjetiva da posse foi desenvolvida por Savigny como uma primeira linha de defesa da propriedade, então só o usucapiente e o proprietário, por essa teoria podiam defender a posse. O problema dessa teoria é que ela não explica a posse a distância, e também não explicava a ascendência da posse direta, enfim, situações em que o proprietário sedia a posse direta ao usuário e ele não podia defender essa posse em nome de terceiros.
Teoria objetiva da posse – Rudolf Von Ihering – ele vai para uma fase mais antiga do que a do Direito Romano – é uma posse revogável a qualquer tempo, não tem que observar o contrato, mas o possuidor tinha como recorrer ao pretos diante de uma invasão de terceiros, a isso se chamava de posse ad interdita, ou seja, proteção da posse puramente pelo exercício do poder de fato. E isso pela origem do poder possessione proteger o poder de fato sobre o bem, independente de ser o proprietário. Então, Ihering disse que o possuidor não era proprietário, mas o que lhe dava a posse não era a faculdade imediata de dispor da coisa, mas a aparência de propriedade, e isso resolve a questão da posse a distância por exemplo. Essa aparência de propriedade é para Ihering o elemento objetivo, o elemento material da posse. A grande viagem que transforma a teoria objetiva em realmente fantástica não é só a consciência de ser dono, a intenção de ter a coisa, mas como ele explica, por exemplo, o elemento subjetivo do possuidor, ora ele conscientemente sabe que não é dono e que essa posse pode ser revogável a qualquer tempo, mas ele tem a vontade de conservar a coisa, tem vontade de praticar atos que o proprietário faria, e nisso ele transforma o elemento subjetivo em quase um elemento objetivo. E por isso ele explica a posse não só do proprietário, como de quem tem o poder de fato e não tem nenhum poder jurídico sobre o bem.
A Teoria Objetiva da Posse foi, nas grandes linhas, adotada pelos códigos do século XX, nosso código de 16 seguiu essa teoria. O código de 2002 tem praticamente só Teoria Objetiva da Posse, art.1196 CC:
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Aquele que tem de fato, então não se está discutindo se o sujeito é proprietário, pode ser o sujeito que invadiu o imóvel, art.1204 do CC define a aquisição da posse:
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
A partir do momento que me comporto como se proprietário fosse. Para o chacareiro não há proteção possessória, ele é detentor da posse, pois ele segue ordens do proprietário. E a perda da posse, art.1223 do CC:
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
Não significa que a pessoa perdeu definitivamente, por isso tem a reintegração de posse, mas se a pessoa perde o poder de fato perde a posse, não importa por quanto tempo, tudo vai depender se ele se mantiver inerte diante de uma invasão e não reagir juridicamente.
Teoria Subjetiva da Posse- o código abraço em termos a teoria objetiva da posse, o usucapião, por exemplo, art.1238, Caput do CC:
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. 
“Como seu” elemento subjetivo, intenção de ser dono, teoria subjetiva da posse. O parágrafo único traz a função social da posse. Quando indago a função da posse é posse qualificada, se não indago a função social é posse simples (art.1196 do CC é posse simples). 
Lendo material virtual...
1ª dimensão da posse – função da moradia dimensões básicas
2ª dimensão da posse – função econômica da posse da posse
3ª dimensão da posse – função ambiental da posse
Em Estado é avançado e democrático quando consegue sustentar todos esses direitos fundamentais ao mesmo tempo.
Revistas as teorias objetivas, subjetivas e das funções sociais, todas previstas no Código:
Na parte do título da posse, mais teoria objetiva;
Na parte de propriedade, usucapião por exemplo, vamos ter as três teorias juntas, por exemplo, na intenção de ser dono para ter o usucapião o elemento subjetivo da posse é teoria subjetiva. Por outro lado, a aparência de propriedade é o elemento objetivo, porque aos vizinhos o usucapiente aparenta ser o proprietário. Ainda, se ele mora no imóvel vai ter o prazo do usucapião reduzido, então, é a teoria da função social;
Cuidado com esses juristas que falam que só tem uma teoria no Código Civil Brasileiro.
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
Posse direta e Posse indireta – art.1197 do CC:
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
Isso é o desmembramento da posse - Se eu sou proprietário e estou utilizando meu imóvel, sou proprietário com posse unificada, tenho a posse simples. Agora, no momento que alugo o meu imóvel, sedo contato físico com a coisa para o inquilino que passa a ter a posse direta ou imediata, e ele vai ter a faculdade direta e imediata de dispor da coisa advindo de um contrato de direito pessoal obrigacional, mas eu também posso ceder a posse, ou ter a posse cedida por um direito real, servidão de transito, por exemplo, eu cedo uma parte de terra para uma pessoa passar pela minha propriedade. Então, eu, titular de ...cedente, cedi a possedireta daquela parte de terra para o titular de...40m30s. O usufruto é outro exemplo, os tios que fazem doação de imóveis aos sobrinhos com reserva do usufruto vitalício, no momento que o tio faz a doação desse modo, o sobrinho passa a ser proprietário e possuidor indireto, mas a posse direta permanece com o tio/ doador que passa a ser o usufrutuário, ou seja o usufrutuário tem o contato com a coisa, é o que frui, o proprietário fica com o poder despido porque ele só fica com o poder de disposição.
Posse direta/imediata – contato físico direto com a coisa;
Posse indireta/mediata – não perde o poder sobre a coisa, mas tem a posse a distância.
PROVA!!!Posse direta ou indireta são sempre situações provisórias porque elas estão fundadas em um contrato de direito real obrigacional que um dia vai se extinguir.
A posse direta ou indireta é um desmembramento da posse, pois com a extinção do contrato volta a posse simplificada. Por exemplo, se a Marcela cedeu para a Thais o imóvel através de um contrato de aluguel, a Thais, inquilina, vai ter a posse direta e a Marcela a posse indireta. Isso significa dizer que se um terceiro invadir o imóvel, ambas, juntas ou separadas, podem ingressar com a reintegração de posse em face do terceiro invasor, isso facilita a defesa da posse.
Se o inquilino está em plena vigência do contrato o proprietário não pode tirá-lo sem justa causa, pois cometeria esbulho possessório, e se assim o fizer, o inquilino terá ação de reintegração em face do proprietário. Agora, se terminado o contrato e o inquilino não devolve o imóvel, passa a ter a posse precária e o proprietário vai ter em face do inquilino a ação própria da Lei das locações, se nesse caso, o proprietário entrar com ação de reintegração de posse o Juiz julga inepta a inicial.
Enunciado 76 da I Jornada de Direito Civil:
76 – Art. 1.197: O possuidor direto tem direito de defender a sua posse contra o indireto, e este, contra aquele (art. 1.197, in fine, do novo Código Civil).
Posse justa ou injusta – art. 1200 do CC:
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
A posse precária gera uma discussão, se ela pode gerar posse ou não, em outras palavras, se eu tenho um livro emprestado, eu posso alegar que tenho a posse em nome próprio? que cessou a precariedade? ou nunca vai cessar porque rompeu o abuso de confiança? O Código Civil vai dizer que cessada a violência e a clandestinidade adquire a posse, mas não fala em cessação da precariedade, vamos ter duas correntes. 
OBS.: na PROVA dissertativa devemos explicar as duas correntes
Detenção por mera tolerância ou permissão é quando sedo o uso provisório e rápido da coisa, isso é a figura do detentor. Outra figura de detenção é o servidor da pose, Art.1198 do CC:
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. 
Caput: Chamamos isso de fâmulo da posse, que mantêm aceso a chama da posse e não a do possuidor, ou seja, o caseiro do sítio não age em nome próprio, não é um possuidor, age cumprindo ordens. Então, o proprietário vai ser o possuidor e o caseiro o servidor da posse.
Detenção é uma relação de poder com o objeto sem ter a possibilidade de defender juridicamente o bem. Temos dois tipos de detenção:
Detenção por mera tolerância ou permissão – art.1208 do CC primeira parte, por exemplo, somos nós quando pegamos o livro na biblioteca, já o bibliotecário está na posição de servidor da posse, pois ele conserva o acervo de acordo com ordens normativas. 
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Servidor da posse - Raquel tem um sítio, Alex é dono do sítio do lado. Raquel tem uma piscina na divisa, Alex tem uma mata cheia de borrachudos. Raquel pede para Alex derrubar o mato, Alex, biólogo, se nega a derrubar. Raquel manda o capataz derrubar o mato e avançar a cerca, Alex entra com uma ação de reintegração de posse em face do capataz, o Capataz vai nomear a autoria o verdadeiro possuidor, Raquel, art.62 do CPC:
Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor.
A Segunda parte do art.1208 significa que cessada a violência, o invasor adquire a posse porque ele passa a exercer poder de fato em nome próprio de forma mansa, pacífica. Se ele vai conseguir transformar essa posse em propriedade pelo usucapião vai depender da inércia do possuidor que foi esbulhado, que sofreu a violência. Se esse invasor vai ter a posse por um dia, por um mês ou por um ano, vai depender de como o outro reagir. A modalidade de posse injusta “precária” não está descrita ai, não fala em cessada a precariedade. 
Uma corrente minoritária no Brasil dispõe que o art.1208 do CC não prevê a cessação da precariedade, então, disso se extrai que da precariedade não se admite posse, daquele que tinha uma posse justa, precária e não devolveu o bem. A posse precária é aquela em que houve o rompimento da confiança, o direito não coonestaria com esta situação. Então, não haveria possibilidade de haver posse por quem rompeu a confiança, interpretação literal da 2ª parte do art.1208 do CC, que dizia a mesma coisa no CC de 16, mas a diferença para 2002 é que nesse nós temos a função social da posse prevista na CFB.
Em 2002 nós temos um CC que diz que adquire-se a posse desde o momento em que exercesse em nome próprio os poderes sobre a propriedade, e ao mesmo tempo vai dizer que cessa a posse quando cessa o poder fático ainda que contra a vontade, por exemplo, se ela se recusa a devolver o imóvel alugado; ou o capataz, servidor da posse, que se nega a sair. Nesses casos o sujeito deixou de se comportar como servidor da posse, passando a agir em nome próprio. A isso a doutrina majoritária chama de FENÔMENO DA INTERVENÇÃO/INTERCESSÃO/INTERVESSÃO DA POSSE, ou seja, mudança do caráter precário da posse, quando o detentor deixa de agir em nome alheio e passa agir em nome próprio, a isso chamamos de interpretação sistemática porque o CC, ao abraçar a teoria objetiva da posse, dispõe no art.1204 que adquire-se a posse desde o momento que puder agir em nome próprio:
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. 
Se puder agir em nome próprio, não está reconhecendo a posse alheia, ao mesmo tempo, se o locatário se negou a devolver o imóvel ao locador, cessou o poder de fato do locador, segundo art. 1223 do CC, ainda que contra a vontade dele:
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
A forma involuntária de cessar uma posse é quando cessa contra a vontade do possuidor. Então, a doutrina majoritária segue essa possibilidade de que, no momento que o sujeito deixa de se comportar em nome alheio, e passa a se comportar em nome próprio ele adquire a posse.
Diante desses entendimentos vamos ter acórdãos interessantes no TJ. Tem desembargador que segue a interpretação literal, a corrente tradicional e aceita que alguém tenha uma servidão de transito por mera tolerância ou permissão por 30 anos. Agora se tu entendes que é a corrente sistemática, da função social da posse, o que ele tem é o usucapião da servidão, não a mera tolerância ou permissão. 
Nessa matéria não tem resposta certa, tem duas correntes jurídicas, uma que é tradicional, vencida pela maior parte da jurisprudência e doutrina, e a maioria dos civilistas vão pela segunda corrente, que é a sistemática, mas essa 1ª corrente acaba tendouma fundamentação legal por cochilo do legislador no art.1208 que deveria ter dito – cessada a violência e a clandestinidade, bem como outras situações possessórias na forma do art. 1204 e 1223 do CC, ou seja, tinha que ter feito remissão aos dois artigos do CC que resolvia a situação.
Os enunciados 86 e 87 diz a diferença de “justo título” e “posse justa”:
86 – Art. 1.242: A expressão “justo título” contida nos arts. 1.242 e 1.260 do CC abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade, independentemente de registro. 
87 – Art. 1.245: Considera-se também título translativo, para fins do art. 1.245 do novo Código Civil, a promessa de compra e venda devidamente quitada (arts. 1.417 e 1.418 do CC e § 6º do art. 26 da Lei n. 6.766/79). 
Posse justa - é aquela que não é precária, não é clandestina e não é violenta;
Justo título – é aquele que no campo abstrato seria apto a gerar efeito jurídico, mas no caso concreto não foi. Por exemplo: faço uma promessa de compra e venda, prometendo vender meu terreno em três anos e transmito a posse provisória, direta para o comprador, não é posse precária é provisória, até ele terminar de pagar o imóvel. Pagou os três anos, tenho o dever de passar a escritura para o comprador, pois ele pagando tudo certo, essa transferência é irretratável e irrevogável, se eu não transmito a propriedade ele pode conseguir a adjudicação compulsória ou usucapião ordinário. De qualquer modo, se o vendedor vem a falecer e os filhos não querem passar a escritura para o comprador, este tem o justo título que seria a escritura de compra e venda que não lhe foi passada, mas a promessa de compra e venda é um justo título para que ele possa conseguir a adjudicação compulsória ou o usucapião ordinário.
Posse de má fé e de boa fé – art.1201 à 1203 do CC:
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. 
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida.
Art.1201 - Por exemplo, uma pessoa usa uma identidade falsa para passar a escritura de compra e venda, enquanto o comprador não tiver o conhecimento desse fato, ele é possuidor de boa-fé porque ele ignorou o vício à aquisição do direito. Agora, já alguém que invade um imóvel a foiçada não pode alegar a boa-fé, pois a posse injusta pela violência está maculada pela ilegalidade de início, isso não quer dizer que essa posse não possa vira a ser legalizada em um outro momento.
Art.1202 – No momento que tomo conhecimento da falcatrua não posso alegar boa-fé.
Art.1203 – Se a posse foi adquira de boa-fé, ela segue presumida, se for adquirida de má-fé, esta segue presumida até que se prove o contrário. Uma corrente diz que a prova em contrário é extra jurídica, se a Constituição fala que eu posso dar a posse em função social, vai se dizer que a inércia do titular anterior ao possuidor, e ao mesmo tempo o uso social, mesmo que ele tenha invadido, ele constitucionalizou aquela posse. Então, se a invasão cumpriu com uma função social passa a ter boa-fé. Para o professor a posse de má-fé está ligada a origem do vício, a origem da posse, ele aceita que pode ter uma posse pela função social, mas não deixa de ser uma posse injusta e de má-fé na sua origem.
Tem circunstâncias que a má-fé é presumida, por exemplo: o testamenteiro adquirir bens dos herdeiros. A regra é a boa-fé, mas tem situações que o próprio direito presume a má-fé. 
O art.1224 do CC nos traz a situação, por exemplo, do sujeito que entra com a família em uma casa na praia do Quintão à noite e o proprietário mora em Porto Alegre, no dia seguinte, que o sujeito toma chimarrão na varanda, as crianças brincam pelo pátio, em princípio, pela teoria objetiva da posse, os invasores tornam pública essa situação para os vizinhos, mas será que isso permanece posse clandestina, só porque o proprietário não tomou conhecimento?
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
Ai teve um cochilo do Código, pois o art.1196 diz:
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
É possuidor todo aquele que exercer de fato os poderes sobre a propriedade, o 1204 vai dizer que se adquire a posse desde o momento que puder exercer de fato os poderes inerentes a propriedade, deixou de ser clandestina, o 1223 vai dizer que o proprietário perdeu a posse porque cessou, mesmo que contra a vontade, o poder sobre o bem. Ai vem o art.1224 e diz uma pérola, pois pegaram um dispositivo do código de 16 e simplesmente transcreveram na integra, o proprietário não vai perder a posse enquanto não tiver tomado o conhecimento. Isto é um artigo que diz respeito a realidade das pessoas em 1916, com 10% na cidade e os demais 80% no campo, em que tomar conhecimento do esbulho possessório demorava bastante, e a pessoa que invadia não dava a publicidade porque geralmente era um lugar ermo.
Posse nova e posse velha – não há previsão no Código de 2002. O professor coloca que o dispositivo está no art. 924 do CPC:
Art. 924. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da seção seguinte, quando intentado dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho; passado esse prazo, será ordinário, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
O prazo da posse velha e da posse nova vem do Direito Português, então nesse sentido, posse nova é aquela intentada em um ano e um dia e a velha é a que passa de um ano e um dia. 
Posse Nova - Quando entramos com a ação de reintegração de posse e o invasor tem a posse nova, invadiu dentro de um ano e um dia, pedimos ao Juiz negar a delegação de posse, na verdade para se presumir a verossimilhança da posse anterior e desqualificar a posse do invasor. O Código de 2002 não trouxe esse conceito porque em 1916 era previsto a posse velha e a posse nova porque não tínhamos um Código de Processo Civil nacional. 
Reintegração é quando sofre o esbulho possessório;
Manutenção é quando sofre turbação.
Exemplo: o Alex sofreu uma invasão em 14/03/14, vai entrar com a ação de reintegração de posse da área invadida contra Raquel, pois sofreu esbulho possessório, mas ele entra com a ação em 20/03/15, passou mais de um ano e um dia. Então, a Raquel (ou o Alex)???1h37m não vai ter direito a reintegração de posse em liminar porque o esbulhador já tem posse velha dessa área, e não vai seguir o rito das possessórias e sim vai seguir uma ação possessória de rito comum. 
No entanto, se o Alex entrar com a ação de reintegração de posse antes de 15/03/14 (prazo de direito processual não se conta o dia a quo, se conta o dia ad quem) terá o direito em liminar, e segue o rito especial das possessórias.
O que faz o procedimento de reintegração de posse ser especial é a fase de concessão de liminar, depois volta para o rito comum ordinário.
Só posso entrar com ação de reintegração de posse se eu tinha posse de fato anterior, se compro um imóvel já invadido não vou entrar com reintegração, mas com pedido de emissão na posse.
Posse individual – exerce a posse sozinho;
Posse comum/composse/compossessão – duas ou mais pessoas exercem a posse comunitariamente, art.1199 do CC:
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
Na composse tenho que ter pluralidade de pessoas, duas ou mais pessoas, por exemplo, marido e mulher naconstância do casamento são compossuidores.
 21.03.14 
Composse - também é chamada de posse comum e de compossessão. Para que eu tenha a composse preciso ter dois ou mais sujeitos exercendo a posse sobre o mesmo objeto ou coisa indivisa.
Composse “pró indiviso” (tipo ideal porque é prevista no Código Civil) – todos dispõe do bem de forma que um não exclui dos outros, ou seja, o objeto não está dividido juridicamente nem faticamente, todos exercem o ato possessório sob o objeto de forma igual - é a disposição do artigo 1199 do CC:
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
 Ou seja, dois ou mais indivíduos com posse sobre o mesmo bem, por exemplo, o marido e a mulher na constância do casamento exercem composse sobre o imóvel que residem. Não importa o regime de bens ela tem a composse, pois posse é poder de fato, não de direito.
Essa composse com poderes de fato uns dos outros, em que todos exercem simultaneamente a posse de fato é chamada de posse do tipo ideal, ou pro indiviso, art.1199 do CC. Se eu digo que todos são possuidores ao mesmo tempo, por exemplo, a Camila compra um sítio em São Francisco de Paula de 1milhão com mais três colegas. Camila entra com cota metade 500 mil (1/2), Marcela entra com 250 mil (1/4) e as outras duas entram com 125 mil (1/8) cada uma, a escritura pública vai constar a fração da propriedade de cada uma, são coproprietárias. Independentemente da fração de propriedade, se elas construírem uma casa, enquanto elas exercerem atos possessórios conjuntos de forma que umas não excluem das outras, elas exercem uma composse do tipo “pró indiviso” sobre essa área toda, independentemente da propriedade, porque posse é poder de fato. Isso é importante porque se alguém invadir esse imóvel praticando o esbulho possessório, qualquer uma delas, por serem copossuidoras, estarão legitimadas a defender a posse de toda a área.
Composse “pró diviso” – o objeto não está dividido juridicamente, mas os compossuidores dividem faticamente o objeto, cada um exerce os atos possessórios sobre a sua fatia do objeto - é quando os compossuidores, de forma amigável, dividem faticamente o bem, mas juridicamente permanece indiviso. Cada um, em comum acordo com os outros, identifica a sua parte (fração) da propriedade e demarca com cerca, tendo cada um sua posse organizada, ou seja, dividida amigavelmente e faticamente, só não dividiram juridicamente porque a burocracia de gerar novas matriculas seria onerosa. Nesse caso, cada um passa a ter posse individual, sendo cada um legitimado para defender a posse apenas da sua parte. No registro de imóveis a área continua sendo uma só, mas faticamente foi dividida em várias posses.
Sob o ponto de vista temporal a composse pode ser duradoura/indefinida no tempo/ perpétua ou temporária. 
Posse indefinida no tempo: A posse exercida sobra as áreas comuns de condomínio e edifícios como playground; piscina; salão de festas; etc. estas são composses do tipo “pro indiviso” porque todos fruem dessas áreas, e ao mesmo tempo exercem uma composse permanente/indefinida no tempo/ duradoura que só termina se terminar o edifício.
Posse Temporária: São todas aquelas composses que pelo contrato, pela natureza do poder de fato exercido pelos possuidores, se extingue no tempo razoável, ou rápido. Por exemplo: o marido e a mulher na constância do casamento a composse se extingue, ou pelo divórcio ou pela morte de um dos cônjuges. 
Quando vai se adquirir um imóvel pertencente a mais de uma pessoa podemos estabelecer clausula para que, por exemplo, o condomínio permaneça indiviso por 5 anos, prorrogáveis por mais 5. A regra é que se qualquer um deles quiser vender ou dividir, nas regras de propriedade, pode pedir a venda judicial se não comportar divisão. Por exemplo: se tem municípios que tem lotes urbanos de 150 metros quadrados e eu tenho um terreno com 800 m quadrados junto com + 7 pessoas, não vou poder dividir de forma equânime por 8, então vou ter que vender. A regra é que a maioria das composses são temporárias.
O espólio do de cujus, juridicamente, até a partilha compõe um único bem. Porém, não quer dizer que os herdeiros sempre vão exercer a composse do tipo “pró indiviso” sobre o espólio, será assim se tiver um administrador administrando os bens do espólio e dividir os ganhos de forma equânime entre os herdeiros até a partilha. Agora, pode acontecer que os dois filhos do de cujus acertam no esboço do plano de partilha a divisão dos bens, tendo a composse do tipo “pró diviso” até a partilha definitiva dos bens. 
Na PROVA!!!!! o professor vai dar um exemplo e vai pedir para identificar se tem uma composse do tipo “pró diviso” ou “pró indiviso”, e se é duradoura ou temporária. 
Para que eu tenha a composse é necessário que eu tenha dois ou mais sujeitos exercendo atos possessórios sobre o mesmo objeto. Na duas, posse “pró indiviso” e posse “pró diviso”, o objeto não está dividido juridicamente, mas numa o objeto está dividido faticamente, na outra não. 
O que distingue a “pró indiviso” da “pró divisa” é que, na “pró indiviso” todos exercem atos possessórios de forma simultânea, todos tem acesso ao bem sem haver apropriação fática por um deles, está é a chamada composse ideal porque é descrita no CC, no art.1199. Na “pró diviso” cada um localiza sua posse e exerce faticamente poderes sobre a fatia daquele objeto, mas o objeto juridicamente continua único, indiviso. 
Por exemplo, se o copossuidor do tipo “pro diviso” não estiver presente para defender a sua posse, os demais copossuidores só poderão defender a posse dele se tiverem procuração. Outra situação, se o copossuidor do tipo “pro diviso” morre, os filhos que permanecerem na posse da área, poderão entrar com pedido de usucapião, porque a posse exclusiva daquela área, de forma mansa, tranquila e incontestável pode gerar usucapião.
Sentença de usucapião é declaratória e constitutiva – declara uma posse qualificada no tempo pré existente, ao mesmo tempo constitui a propriedade, porque só se constitui a propriedade no Brasil com o registro do título, nesse caso o registro da sentença.
O copossuidor pode embargar em relação a ações que dizem respeito ao imóvel, pois ele tem interesses a serem tutelados, ele não quer que o objeto seja agravado para que possa usucapir no futuro. Se entrar com o usucapião qualquer credor que conste na matrícula do imóvel que transforma o bem em litigioso deve ser citado também. Só não sou obrigado a citar quem não consta no Registro de Imóveis com qualquer ação reipersecutória. Por exemplo, quando entro com ação de nulidade de escritura pública de compra e venda, estou atacando um negócio jurídico, mas tenho que entrar com uma cautelar pernotativa para que eu averbe que a coisa está litigiosa, ou seja, para que se pernote a margem do Registro de Imóveis de que na _ Vara Cível de _aquele bem está sendo objeto de disputa, e que pode repercutir sobre aquele imóvel. Se eu não fizer isso não tem como os terceiros saberem que estou litigando. Se tiver registro de ação reipersecutória, todas as pessoas envolvidas nessa ação deverão também ser citadas, como interessados, em uma ação de usucapião. 
Reipersecutória- que repercute sobre a coisa
Se mais de uma pessoa tem a propriedade, mas apenas um tem a posse, esse pode usucapir no futuro.
AQUISIÇÃO DA POSSE
Aquisição da posse de modo original – é quando há aquisição da posse por ato unilateral, sem haver preocupação com a situação fática ou jurídica do bem.
Mas a outras situações sobre a aquisição do bem, por exemplo, quando em um lago deserto jogo o anzol e pesco um papa-terra, pesco um res nulli, ou seja, algo que não é de ninguém. Dessa forma, adquiro a posse originária sobre o peixe, pois não havia posse anterior. Outro exemplo, alguém joga um radinho de pilha em bom estado na lixeira, ou seja, abandona a posse, cessa a posse sobre a coisa, quem encontra o radinhoadquire a posse de modo originário.
Aquisição da posse de modo derivado (entre vivos e causa mortis) – é quando há aquisição por transmissão da posse, dessa forma significa bilateralidade, por exemplo, na tradição, quando eu acerto o preço de um objeto e faço a entrega. Nesse caso, a entrega significa a transmissão do poder de fato.
Também pode-se transmitir a posse em razão da morte, pela sucessão, os herdeiros continuam a posse com as mesmas qualidade e defeitos.
Em 1916 as grandes linhas do CC foram traçadas por Clóvis Beviláqua, e ele se perfilhava pela Teoria Objetiva da Posse, mas Conselheiro Barrado seguia a Teoria Subjetiva da Posse, essa teoria preocupa-se em defender o proprietário ou o usucapiente, ou seja, vê a posse como um primeira linha de defesa da propriedade. Se dependesse de Beviláqua, só pela apreensão da coisa seria modo originário de obtenção da posse.
O art.1204 do CC (vide acima) é a teoria objetiva da posse, era isso que Beviláqua queria escrever no CC de 16 sem essas achisses de como adquirir a posse, ou seja, o sujeito não tem como prever todas as situações de como adquirir a posse, mas sabe que vai adquirir posse desde o momento que puder exercer faticamente os poderes sobre a propriedade. Isso é compatível só com a apreensão da coisa, as outras duas são manobras da Teoria Objetiva da coisa que foram absolutamente abolidas pelo novo CC.
Esbulho – ato de praticar um esbulho, de adentrar em um imóvel, no sentido de ocupação. O legislador, no novo CC, Reproduziu na forma de aquisição originária o termo ocupação no art.1263 do CC:
Art. 1.263. Quem se assenhorear (tornar-se dono) de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa (proibida) por lei.
Então, o cara que acha o radinho de pilha está adquirindo uma coisa abandonada. Nesse artigo, copiaram o Código de 16 até no termo “quem se assenhorar”, para logo adquirir a propriedade quando adquiri a posse de modo também originário. Então, o termo ocupação leva a esse terceiro sentido jurídico de grande confusão. O que o legislador deveria ter colocado no CC, “aquisição originária de coisa abandonada”. E não chamar isso de ocupação, mas está escrito “forma de aquisição de propriedade originária, ocupação”.
O professor não vai dizer que ocupamos um radinho de pilha. Se ele der na PROVA!!! Um exemplo: Jorge joga o radinho de pilha na lixeira, Celso encontra o radinho de pilha funcionando na lixeira e leva embora. De que forma Jorge perdeu a posse, e de que forma Celso adquiriu a posse? Celso adquiriu de modo originário (porque ninguém negociou o objeto, ele foi abandonado) pela apreensão ao apanhar o objeto e usá-lo, e adquiriu a posse porque desde de o momento que passou a exercer o poder de fato, diz o art.1204 do CC, adquire-se posse. 
Tradição real X tradição ficta
Ou a tradição é real, ou seja, ou entrego o objeto da posse, acertei o preço. Por exemplo, transmito a posse dessa bolsa para a Elisângela, ela adquiriu a posse de modo derivado, tradição efetiva real e concreta, porque transmiti a posse da própria coisa efetivamente. Todas as outras formas de transmissão são na verdade fictas. 
Na tradição ficta, ou seja, na tradição que eu não entrego a coisa, que é uma ficção jurídica a entrega do objeto. Dentro da tradição ficta encaixa-se a aquisição simbólica; a consensual e a constituto possessório.
Então, tradição real é a entrega efetiva do próprio objeto da posse. A simbólica, consensual e o constituto possessório são fictas porque são presumidas pelo direito.
A tradição da posse de forma simbólica (modalidade ficta) é quando um objeto representa o bem, por exemplo, em vez de transmitir o objeto concreto da posse, o automóvel; o apartamento, transmito a chave que, objeto que simboliza a coisa
A tradição da posse de forma consensual (tradicion longa mano, ou breve mano modalidade ficta) é a transmissão de uma longa extensão de terra, por exemplo, quando o sujeito demonstra de um ponto de terra a outro a área de terra que está transmitindo. Alguns doutrinadores dão como exemplo de tradição longa mano a procuração passada para alguém para transmitir o objeto a um novo possuidor, no entanto, isso não é tradição longa mano, isso é adquirir posse por representante procurador, isso é quanto a figura do possuidor e não quanto ao ato de transmissão da posse. 
A tradicio breve mano é exatamente o contrário do constituto possessório. Nas duas situações aparentemente, aos olhos dos demais não há alteração, aquela relação possessória é como se permanece a mesma.
A tradição pelo constituto possessório (modalidade ficta). Por exemplo, Maria é proprietária do imóvel, João é inquilino, Maria tem a posse indireta, João a posse direta, se Maria quiser transmitir a posse definitiva para João não será necessário que João saia do imóvel, retirando seus pertences para receber a posse definitiva. Então, a constituto possessório é uma transmissão ficta porque é naquela em que o transmitente da posse demite-se dela (posse indireta), e o adquirente da posse converte sua posse direta em posse simples, depois se ele vai adquirir a propriedade o problema é dele, essa nova posse em nada altera a situação frente o mundo exterior. 
Ditando *:
A tradicio breve mano é uma forma derivada e consensual de transmissão da posse na qual o transmitente demite-se da posse (indireta), do poder de fato que até então exercia sobre o objeto, e o adquirente consolida sua posse direta em posse simples. Exemplo: transmissão da posse entre locador e locatário *.
Exemplo de constituto possessório – eu resolvo doar meu imóvel para a sobrinha, porém prevejo cláusula de reserva de usufruto vitalício. Até então eu tinha a posse simples, no momento que eu doo com essa reserva, me demito da posse simples e passo a ter somente a posse direta, a partir de então, constituo a posse indireta para a nova proprietária do imóvel. Isso também acontece com alienação fiduciária, quando financio um automóvel com contrato, passo a exercer a posse direta e constituo a posse indireta ao banco, tanto é assim que se eu não pagar o banco entra com busca e apreensão, fundado no seu direito de posse, art.1361 do CC:
Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.
§ 2º Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa.
Posse simples e unificada é quando exerço a posse sem desmembramento da posse. No momento que eu exerço poder de fato sobre o objeto sem ceder esse poder, eu exerço posse simples. Agora, no momento que eu desmembro essa posse e cedo o poder para alguém, por exemplo, por comodato; locação; etc. estou desmembrando a posse direta em direta e indireta.
Então, o contistuto possessório é uma forma derivada e ficta de transmissão da posse, na qual o transmitente demite-se da posse simples, passando a exercer só a posse direta, transmitindo ao adquirente, constituindo a posso indireta ao adquirente, por isso que é constituto possessório, sem qualquer alteração para o mundo exterior. 
O constituto possessório é importante porque no caso de invasão de terceiros, tanto o nu proprietário como o usufrutuário podem defender a posse. O constituto possessório é, por exemplo, a base da reintegração de posse dos bancos; do sistema financeiro de habitação.
O art.23 da Lei 9.514/97, que dispõe sobre o sistema financeiro imobiliário, assim prevê:
Art. 23. Constitui-se a propriedade fiduciária de coisa imóvel mediante registro, no competente Registro de Imóveis, do contrato que lhe serve de título.
 Parágrafo único. Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o fiduciante possuidor direto e o fiduciário possuidor indireto da coisa imóvel.
Nos contratos atuais somos proprietários da casa imprópria, porque não somos proprietários somos só adquirentes, transmitimos a propriedade para o banco,e constituímos a posse indireta para o banco, ou seja, ficamos morando durante anos no imóvel que é do banco.
O novo CC prevê o constituto possessório no art.1267 do CC:
Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.
Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico.
O CC é compatível com todas as transmissões reais ou ficta da posse, o pressuposto para transmitir a posse é que eu exerça poder de fato sobre o bem, assim, posso fictamente ceder esse poder. Então, se adquire a propriedade de bem imóvel com a entrega, com a tradição da coisa, mas eu posso fazer a entrega pelo constituto possessório, ou seja, continuar tendo a posse direta e constituir a posse indireta.
ACESSÃO (acender/somar) – se enquadra em qualquer posse derivada, é mais uma classificação da posse. Significa possibilidade de somar a posse no tempo, ou seja, a possibilidade de somar minha posse a do antecessor. A acessão pode se dar pela transmissão de atos entre vivos, ou transmissão causa mortis, arts. 1206 e 1207 do CC:
 
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
Art. 1.206 - se o possuidor possuía posse injusta e de má fé, o sucessor vai continuar com a posse nessas mesmas condições, com os mesmos vícios e qualidades, isso significa que ele só vai poder entrar com usucapião extraordinário.
Art.1.207 – sucessor singular é a transmissão da posse por ato entre vivos, é a acessão pela união, ou seja, unir a posse. Por exemplo, se eu vendo os direitos possessórios para a Thais, e faço a transmissão da posse provisória, entrego a chave do apartamento, ela está adquirindo a posse pela tradição ficta simbólica, ao mesmo tempo ela está na faculdade de unir a minha posse com a dela, ou seja, ela está adquirindo a posse pela união também. Então, se eu tenho a posse por 3 anos, ela pode somar com a posse de 7 anos dela para adquirir os 10 anos que dá direito ao usucapião.
Agora, quando eu tenho herdeiros necessários, ou seja, descendentes; cônjuge ou ascendentes, só posso dispor de 50% dos meus bens. Posso dispor a metade dos bens, mas além disso posso deixar um bem específico para alguém. O problema é que os filhos vão continuar a posse de má-fé. 
Armando Valti sustenta que a adquirente que teve o legado, por exemplo, de um apartamento que foi adquirido com posse de má-fé, ela tem o justo título, ou seja, ela não sabia da origem da posse duvidosa. Então, nesse caso, a partir da aquisição do legado a adquirente passa a contar com a posse originária, com a faculdade de unir a posse ao antecessor, fica com a possiblidade de usucapir antes dos filhos. O professor, assim como a maioria dos doutrinadores entende que não importa que o legado seja um bem do patrimônio de outro destacado, ele integra a sucessão universal, até a partilha um legado é uma deixa de um morto, mas que integra a sucessão universal, e o legatário não pode ter uma condição jurídica melhor do que a do próprio herdeiro necessário. Então, o professor entende que sucessão singular é só por ato entre vivos, sucessão universal é herança da qual o legado faz parte, então a adquirente do legado vai ter a mesma sucessão dos filhos para poder constituir direitos, para usucapir por exemplo. É que Armando Valtti interpreta sucessão singular como sendo um bem (legado) do morto especifico, o professor, assim como outros doutrinadores, interpreta sucessão singular como sendo transmissão de um bem específico por ato entre vivos, não existe sucessão singular de bem de herança, espólio é um todo até a partilha. 
28.03.14 
A Franciele deve ingressar com a ação de reintegração de posse contra o Luciano, pois este é o possuidor, mas se Franciele ingressar contra Gabriel, quem praticou o esbulho possessório em nome de Luciano (Gabriel adquiriu a posse de modo originária, pois não negociou com Franciele), este vai nomear a autoria Luciano, o verdadeiro possuidor. Gabriel que praticou o esbulho a três meses, possui a posse nova, e contra posse nova (esbulho em menos de ano dia, critério temporal) cabe reintegração liminar. Por isso se vê notícia com frequência de sem terras que invadem fazenda X, duas semanas depois é publicado que o fazendeiro ganhou mandado liminar de reintegração de posse, pois o esbulho estava em menos de ano dia. A liminar, de natureza possessória, tem a mesma natureza de uma tutela antecipatória específica. 
Para o professor são necessários apenas dois requisitos para se ter uma tutela antecipatória: a verossimilhança do direito, ou seja, uma carga probatória durante o processo que permita antecipar os efeitos da sentença; e perigo na mora da prestação jurisdicional. 
Hoje, a jurisprudência que está alinhada ao Direito Civil Constitucionalizado, o CPC só diz em provar a sua posse e a posse anterior, exige que a posse seja funcionalizada, uma posse que tenha uma função social econômica; de moradia; ou ambiental, constitucionalmente. 
Por isso que, por exemplo, em Passo Fundo um Juiz não deu uma liminar em uma reintegração de posse, porque entendeu que o proprietário não provou sua posse anterior com função social, só que esse Juiz, em nome de uma carga ideológica fortíssima, atropelou o CPC e o próprio direito material. Ele podia ter se conduzido pelos princípios constitucionais da posse funcionalizada, mas sem atropelar o processo, e dois desembargadores também atropelaram o processo, porque por dois a um foi mantido a decisão do Juiz. 
OBS.: o professor disse que ia explicar o porquê dessa posição dele em relação a decisão do Juiz, não explicou!!!
Toda a posse adquirida de modo originário é feita por ato unilateral de apreensão, sem qualquer preocupação do esbulhador com a situação fática ou jurídica do bem. Como adquire-se a posse, art.1204 do CC (vide acima).
Adquire-se a posse desde o momento que for possível, de fato, exercer poderes inerentes a propriedade, então adquire de modo originário pela apreensão, e adquire-se pela figura do terceiro sem procuração, o capataz (detentor servidor da posse alheia). Nem todo detentor é servidor da posse, mas todo servidor é detentor. O artigo que fala sobre servidor e detentor é o 1198 do CC (vide acima).
PERDA DA POSSE
Se dependesse de Clóvis Beviláqua, já lá em 1916, ele teria posto só um artigo para a perda da posse, ele teria feito um artigo idêntico ao artigo 1.223 (vide acima). Se eu adquiro a posse desde o momento que eu puder em nome próprio exercer faticamente os poderes da propriedade, eu perco a posse quando sessa, tanto voluntariamente quando entrego um bem, pela tradição por exemplo, quanto involuntariamente, mesmo que contra a minha vontade, por exemplo, a Franciele não queria que fosse invadido a propriedade dela, mas alguém praticou o esbulho possessório e a desapossou, afastou-a fisicamente do poder de fato sobre o imóvel. 
Se dependesse de CB ele teria feito só isso, mas Conselho Barrado, fiel seguidor da Teoria Objetiva da posse, para ele a posse era a primeira linha de defesa da propriedade, então para era legitimado a defender a posse o proprietário ou o usucapiente. Logo, ele tentou elencar de que forma o sujeito podia perder o direito sobre a propriedade. Não dá para se prever como o sujeito vai perder o poder de fato sobre o bem, mas ele tentou associar a perda da posse a perda de direitos, então, por exemplo, prescrição e tantas outras situações que ele tentou associar posse (fato) a direito (propriedade).
 Vamos ver quais são as principais formas de perda da posse, que são compatíveis com o novo CC:
1ª Corrente – relembrandoa história do radinho de pilha, quem achou o radinho adquiriu a posse de modo originário pela apreensão do objeto. Adquiriu de modo originário porque o sujeito que pegou o radinho pouco se importava com a situação fática ou jurídica do radinho. Bom, e o cara que perdeu a posse, perdeu a posse porque cessou o poder de fato voluntariamente pelo abandono, porque pelo abandono? Como tu demonstra que foi abandonado um objeto móvel? Com o afastamento físico da coisa, e com ânimo definitivo. Isso se enquadra na perda da posse de forma voluntária, art.1223 do CC (vide acima).
O problema é, a perda da posse por abandono em relação a imóveis, tu não tem como jogar a coisa fora, então, como tu te afasta fisicamente da coisa? Como tu prova o abandono? A definição que encontramos no Silvio Venosa e outros tantos, é a de que perde-se a posse pelo abandono de imóveis pelo não uso prolongado no tempo. No entanto, qual é esse tempo? Vamos ver que não tem uma linha sobre critério temporal nos artigos da posse, principalmente porque só temos dois artigos sobre perda da posse, 1223 e 1224. 
Então, nós temos 3 critérios, já vimos que não temos um critério temporal, e o professor já disse que deixará usarmos na prova dissertativa o Código não comentado, mapas conceituais e as jornadas de direito civil. Algumas das jornadas de direito civil tem critério temporal. O primeiro critério temporal é o que o professor segue, então, eu retiro o critério da perda da posse a partir da perda da propriedade pelo abandono, e o critério para a perda da propriedade pelo abandono, art.1.276 do CC:
Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições.
§ 1o O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União, onde quer que ele se localize. 
§ 2o Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais. 
PRESTEM ATENÇÃO!!! Não confundam posse com propriedade. Na ausência de um critério temporal de perda da posse pelo abandono, eu retiro como critério interpretativo sistemático, o da perda da propriedade pelo abandono, ou seja, eu retiro o critério temporal da perda da posse pelo abandono, a partir da perda da propriedade pelo abandono.
§ 1º - aqui nós temos o seguinte critério temporal: não praticar atos possessórios por 10 anos consecutivos, e o imóvel está abandonado. Se for imóvel rural ou urbano a União arrecada. É nesse momento que surge o critério temporal.
§ 2º - se o sujeito teoricamente não paga três anos consecutivos de IPTU e deixa o terreno ao leo o Município vai poder arrecadar, mas se estiver outro invasor, vai ser aplicado a função da posse ao invasor e sanção de perda a quem se manteve inerte. Porém aqui o que estamos analisando é que temos o critério temporal por três anos. Então, esse critério sistemático é que se aplica, ou seja, estará caracterizado o abandono da posse quando o possuidor deixar de praticar atos possessórios, atos de conservação durante três anos consecutivos.
OBSERVAÇÃO!! Não confundam isso com pagar tributos, porque pagar IPTU o fato gerador é a propriedade, mas não adianta pagar IPTU ou ITR se não praticar atos possessórios, porque o sujeito que estiver em cima da terra vai poder usucapir igual, porque o requisito para o usucapião é posse.
Critério do professor: Interpretação sistemática - apanhar o critério temporal de três anos do abandono da propriedade e coloca-los a serviço da posse.
2ª Corrente – aplica-se o prazo da parte geral do CC quando não há outro prazo. Quando a lei não coloca outro prazo a parte geral adota o prazo de 10 anos, art. 205:
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
 Para nós aqui é decadência do direito potestativo que deixamos de exercer. Então, na verdade é um prazo decadencial de 10 anos pelo qual eu tenho o abandono da posse. O reforço argumentativo que os doutrinadores usam é o da servidão, por exemplo, se Luciano não tivesse uma boa vizinhança com Franciele e tivesse contratado por escritura pública e registra no registro de imóveis uma servidão de transito. A decadência do direito de usar essa servidão vai caracterizar-se após 10 anos de não uso contínuo, art.1389, III do CC:
Art. 1.389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção:
III - pelo não uso, durante dez anos contínuos.
Essa decadência não é automática, é necessário juntar provas ao processo do não uso dessa servidão por 10 anos consecutivos.
Só que a servidão é uma utilidade, aqui na verdade é uma perda do direito real de servidão fundada num critério temporal específico de uma utilidade. Então, esse critério não é exatamente ligado ao fato posse com todas as suas extensões, porque aqui é uma utilidade específica, mas o professor aceita esse argumento como um argumento razoável.
3ª Corrente - para o professor a mais ingrata porque não estabelece um prazo único. Na primeira aula vimos que “os direitos reais conservam-se mesmo com a inércia do titular, até que surja melhor direito em proveito de outrem”, e vimos que nos direitos obrigacionais os prazos são curtos, usamos como exemplo o cheque. Então, vimos que nos direitos reais os prazos são mais dilargados no tempo e nos direitos obrigacionais os prazos são mais curtos. 
Diante disso, essa corrente diz que só estará caracterizado o abandono da posse se surgir direito em proveito de outrem, por exemplo, se eu tenho um imóvel de 250m quadrados, terei perdido a posse quando o sujeito conseguiu o usucapião constitucional urbano, art.1.240 do CC:
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Então, por essa corrente eu só vou perder a posse dessa área pelo abandono, quando surgir o direito de usucapião do invasor. Se esse imóvel tivesse 500m quadrados, seria o art.1.238:
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
Então, se eu tenho um imóvel de 500m quadrados e um sujeito invade, mora, tem posse com função social, terei então caracterizado o abandono da posse em 10 anos porque surgiu o direito dele de usucapir em 10 anos.
Então, esse é um critério totalmente variável, pois não tem um critério único, associa-se as vezes um as vezes outro. 
Pergunta da Thais: no quarto ano que o invasor está na área, o proprietário entra com a ação de reintegração de posse, o que o Juiz deveria julgar? Pela corrente do professor, improcedência, pois caracterizaria o abandono da posse, então vai acontecer que tendo sido julgado improcedente a reintegração na posse o invasor vai ficar mais um ano na posse e poderá usucapir.
Perda da posse pela perda da própria coisa – exemplo da perda da aliança nas águas do mar. Então a perda significa o afastamento involuntário do objeto da posse de forma definitiva. Se tu perde um objeto e continua procurando, ainda não perdeu a posse, agora a partir do momento que desistir de procurar perdeua posse.
Perda da posse pela destruição da coisa – é quando o objeto perde suas características para a qual ele subsistia, por exemplo, o carro que deu perda total. A destruição deve ser total, a parcial há a possibilidade de ele voltar a apresentar as mesmas características anteriores.
Perda da posse pela inalienabilidade– exemplo das pílulas de farinha, que por força de decisão judicial os lotes foram retirados de mercado, passando as farmácias a terem a impossibilidade física e jurídica da posse. Então, também se perde a poder sobre o objeto de forma involuntária em face de uma decisão administrativa ou judicial.
Perda da posse pelo constituto possessório – nós já vimos que se alguém está adquirindo o constituto possessório alguém está perdendo o constituto possessório, por exemplo, quando alguém adquiri um automóvel financiado, a partir do contrato ele se torna um devedor fiduciante com posse direta, ou seja, é o possuidor direto, mas ele demite-se da posse plena, constitui a posse indireta para o banco (proprietário fiduciário possuidor indireto). Então, o comprador está perdendo a posse unificada, permanecendo com a posse contratual, constituindo a posse para o banco. 
PROVA!!!Se no final o comprador (adquirente) pagar todas as prestações o banco (transmitente) fará a transmissão da posse pela tradição ficta tradicio breve mano, ou seja, o banco demite-se da posse indireta e transmite a posse plena ao comprador. 
Perda da posse pela decadência – perde-se a posse pela decadência não pela prescrição, ou seja, quando o sujeito deixa de utilizar por 10 anos consecutivos a servidão de trânsito, abandonou a posse, ele decai do direito, porque é um direito potestativo, pois ele não dependia de ninguém, só dele para exercer poderes de fato. Quando temos direitos potestativos, ou seja, direitos que exercemos sem a dependência de outros, se deixamos de exercê-los temos prazos decadenciais. 
Perda da posse pela posse de outro – quando sofro um esbulho possessório, por ato violento, por ato clandestino ou por ato precário eu perco a posse pela posse de outrem. Se eu perdi essa posse por um dia, por um mês ou por um ano, depende de como eu reagi material e processualmente (vamos ver em efeitos da posse). No exemplo anterior, a Franciele perdeu a posse pela posse do Luciano, o verdadeiro possuidor, já que Gabriel apenas praticou atos materiais de agressão a posse em nome do verdadeiro possuidor, pois Gabriel era o servidor da posse de Luciano.
Só que o artigo 1.224 (vide acima) é absolutamente incongruente, porque ele é uma cópia do art.522 do CC de 16, só tem uma coisa que ele é melhor, se o proprietário não presenciasse o esbulho o esbulhador teria agido sorrateiro, na calada da noite, seria uma posse injusta obtida pela clandestinidade na sua origem, ou não presenciar o esbulho é não estar presente a invasão. Então, o Código anterior diz que só perde a posse o ausente, ai já começaram a confundir, pois tem dois conceitos de ausentes no Direito Civil: pode ser quem não presenciou o ato de agressão material da posse, ou pode ser, no Direito das Sucessões, aquele que desapareceu do domicilio sem deixar vestígios. Então, para não fazer essa confusão o art.1.224 do CC usou a expressão “não estar presente no esbulho possessório”, isso foi a única coisa que melhorou, no mais não deveria existir esse artigo porque em 16 esse artigo tinha sentido, era 10% da população urbana e 90% rural. Nesse tempo tinha como se dizer que o sujeito não tinha como tomar conhecimento que sofreu um esbulho possessório, então ele não perdia a posse porque não tinha conhecimento do esbulho, mas em época de comunicação instantânea qualquer vizinho pode avisar sobre o esbulho. Além disso, esse artigo é incompatível com o art.1.223, pois ainda que eu não tenha presenciado o esbulho, perdi contra minha vontade a posse, sendo que no dia seguinte a praticar o esbulho o invasor adquiri a posse segundo o art.1204, pois no dia seguinte ele sentou na área à tomar chimarrão e liberou os filhos a brincar no pátio, sendo assim tornou pública a posse, adquirindo-a em detrimento do proprietário que a perdeu por um dia, por um mês, por um ano, etc. depende da sua reação material ou processual.
 E mais o art.927 do CPC prevê os requisitos para a ação possessória:
Art. 927 - Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a perda da posse, na ação de reintegração.
Este é o rito especial das ações possessórias naquela em que eu deixei o esbulhador permanecer em no máximo ano dia, se eu deixar mais de ano dia vai para o leito do procedimento comum ordinário. Esse rito só é especial porque tem uma fase liminar de concessão de manutenção ou concessão de reintegração de posse, depois dessa fase ele volta para o rito ordinário,
I – eu tenho que ter exercido poder de fato anterior, porque se eu comprar um imóvel já invadido, não tenho posse anterior. Então, não vou entrar com ação possessória vou ter de entrar com outro tipo de ação que vamos estudar depois;
II – TURBAÇÃO é um ato que molesta...1:01:17. Eu não perdi a posse, mas o cara já derrubou o moerão, já começou a me turbar, então eu vou buscar judicialmente um mandado de manutenção na posse, que o Juiz me assegure manter-me na posse, então vou ter que provar que eu continuo exercendo a posse, só que sofri uma turbação, que pode decorrer de uma questão fática ou uma questão judicial ou administrativa. ESBULHO é o desapossamento, o ato que me tirou o poder de fato. Nesse caso vou entrar com reintegração de posse, ou seja, vou me restituir do poder de fato;
III – essa data é importante porque vai mostrar se o esbulho ou a turbação é de menos de ano dia, garantindo direito a liminar ao possuidor com posse velha, ou é de mais de ano dia, tendo o possuidor com posse velha apenas o direito a uma ação ordinária de reintegração ou manutenção de posse, pode até ele vir a requerer tutela antecipatória pelo art.273 do CPC, no entanto, dificilmente algum Juiz vai conceder.
IV – então, se eu tenho que provar ao Juiz que eu perdi a posse, como vou dizer que eu não perdi, então o art.1204 é incompatível com o art.1223. Eu fui desapossado, perdi a posse, então mesmo que eu não tenha sofrido o esbulho lá na praia vou ter que provar na ação que eu perdi a posse para outrem.
Resumo: perde-se a posse pela cessação dos poderes de fato sobre o objeto, embora contra a vontade. Nós vimos aqui as principais formas de perda da posse, não que não possam existir outras, o próprio art.1.223 é rico porque ele não situa como podemos perder a posse, ele só diz eu perco a posse voluntária ou involuntariamente quando cessar o poder de fato sobre o objeto.
Vimos os critérios sobre a perda da posse pelo abandono de móvel, para móvel é fácil, agora para imóvel é que é o problema, são três critérios. EM PROVA DISSERTATIVA!!o professor pede para explicar os três critérios, ou dá uma situação, por exemplo, fulano adquiriu a propriedade por usucapião, ou já tem prazo de usucapião... 
OBS.: não coloquem “juntei jurisprudências”, pois só podemos falar em jurisprudência no plural se estamos comparando nacional com estrangeira, porque o termo jurisprudências significa conjunto de decisões em determinado sentido jurídico, que pode ser predominante em um sentido e minoritário em outro. Podemos usar “juntei uma decisão”, que pode ser de 1º ou segundo grau, ou ainda, “um julgado”; “um aresto”; “uma ementa de um aresto”; “uma ementa jurisprudencial”; etc. Quando quiserem fazer um destaque de uma parte do voto do relator ou do voto vencido, falem em “excerto do voto” ou “passagem do voto”.
Retiro o critério da perda da posse pelo abandono....
Perde-se a posse por decadência – exemplo servidão
Perder a posse por posse de outrem- é quando sofre esbulho possessório.
EFEITO DA POSSE
Quais são as consequências jurídicas o fato de sermos possuidoresdo boa, ou de má-fé.
Primeiro efeito é a possibilidade de defender a posse, são de duas maneiras:
1ª – estou sofrendo um esbulho possessório, ou seja, alguém está praticando um ato de agressão material para obter a posse do meu imóvel, eu posso reagir e tentar correr o sujeito. Isto é a legitima defesa da posse no cível, art. 1.210, §1º:
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
O 1.210 é o direito de ação posto no CC, ou seja, está dizendo que eu tenho direito de ser mantido na posse se sofrer turbação, ou restituído, reintegrado na posse se sofrer esbulho possessório. Ou ainda, diante de uma ameaça iminente de turbação ou esbulho o Juiz colocar um mandado proibitivo (ação de interdito proibitório). Interdito proibitório é uma espécie de ação possessória.
São ações possessórias: Ação de manutenção de posse; Ação de reintegração de posse e Ação de interdito proibitório, que chamamos de interditos proibitórios, ações possessórias típicas. As outras também protegem a posse, mas não são possessórias. Falamos em interditos possessórios porque vimos na teoria objetiva da posse, lá do Direito Romano, quando tinha a proteção da posse chamada pelo pretor que protegia a posse de “ad interdita”, ou seja, a proteção da posse, pura e simplesmente, protegendo o fato de estar exercendo poder sobre bem. A expressão posse ad interdita gerou a expressão interditos possessórios. Quando alguém fala que ingressou com um interdito possessório quer dizer que ingressou com uma ação possessória.
Entre as três ações possessórias existe a fungibilidade ou conversibilidade de recebimento da ação, ou seja, se entro com ação de manutenção de posse, e descrevi um esbulho, o Juiz vai dizer “recebo a presente como ação de reintegração de posse”. O que eu não posso é entrar com uma possessória e era no caso um imóvel invadido e eu tinha que entrar com emissão de posse, ou seja, eu tinha que entrar com uma ação para começar a exercer a posse fundada no meu direito de proprietário. Nesses casos o Juiz julga inepta a inicial.
 § 1º - começa a dizer como podemos começar a manejar esse direito. Os requisitos da legitima defesa no crime (meios moderados; suficientes; razoáveis; logo depois) são aplicáveis na legitima defesa material da posse, ou seja, não é correr o sujeito a bala uma semana depois, se for assim, vou responder processo pela prática de exercício arbitrário pelas próprias razões no mínimo.
 A forma mais correta, quando o esbulho é recente, é entrar com ação de reintegração de posse com interdito liminar.
 O direito da percepção dos frutos e produtos é o ato que transforma a posse no ato de propriedade dos frutos, ou seja, em que circunstancias a gente se torna proprietário dos frutos.
Os frutos pode ser naturais – aqueles que se reproduzem pela própria ação da natureza, animais e vegetais; os frutos podem ser industriais – aqueles obtidos pela ação do homem sobre a natureza, que vai desde manufaturas até produtos tecnológicos de última geração; e os frutos podem ser civis – aqueles que podem ser obtidos pelo rendimento da coisa por dívida, por exemplo, aluguel; juros.
Fruto percebido é o que já foi colhido, agora fruto percepiendo é aqueles que deveriam ter sido colhidos, mas não foram por culpa do possuidor, art.1.214 à 1.216 do CC:
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. 
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. 
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
1.214 caput – se tenho arrendamento rural e estou no prazo do contrato, enquanto permanecer a vigência do contrato, sou possuidor de boa-fé de posse justa, então, eu tenho direito de colher os frutos;
Parágrafo único – com antecipação porque, por exemplo, o laranjal só ia amadurecer daqui a 15 dias, só que como o contrato vai terminar hoje antecipo a colheita. Se faço isso terei que indenizar ou devolver os frutos ao possuidor anterior, porém vou poder deduzir, ou ser indenizado, os gastos que tive com a manutenção, por exemplo, com adubo; formicida; etc.
1.216 – de má-fé, o invasor por exemplo, só tem direito a ser indenizado pelas despesas pelo seu custeio, isso em homenagem ao princípio do enriquecimento sem causa, nem direito a fruto algum. 
Benfeitorias, o próprio conceito depende das espécies de bem feitorias que se vai tratar. Então, bem feitoria pode ser necessária – é toda obra ou despesa necessária a conservação da coisa; bem feitoria útil – é aquela que aumenta a vida útil da coisa; e a bem feitoria voluptuária – é aquela de mero embelezamento. 
Então, como fica o possuidor de boa e o de má-fé frente as bem feitorias, mas antes vamos ver que o direito de retenção é o direito de permanecer com o objeto da posse, não devolvê-lo enquanto não for indenizado, ai veremos quem tem direito a retenção, e em que circunstancia tem direito de não devolver até ser indenizado.  
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. 
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Art.1.219 - No aluguel por exemplo, o locatário não vai poder pedir indenização pelas bem feitorias úteis ou voluptuárias se não pediu autorização para o proprietário, agora, as indispensáveis não é necessário autorização e o proprietário tem que indenizar.
Art.1.220 1ª parte – porque essas se o proprietário estivesse na posse da coisa também ia fazê-lo, o cano ia estourar igual, então ele teria que arcar com essa despesa. Então, em nome do princípio do enriquecimento sem causa, a bem feitoria necessária é a única que o possuidor de má-fé tem direito.
Art.1.220 2ª parte – então o possuidor de má-fé não tem o direito de retenção em espécie alguma de bem feitoria.
 Ler o material sobre as distinções entre bem feitorias; acessões e pertenças. Pertenças é um conceito que vem do Direito Romano, não está no Código de 16, a chaminé, o cano de bronze da lareira nas casas antigas, pelo Código de 16 era uma acessão móvel que aderia ao imóvel. No CC atual o sujeito pode oferecer para o processo de execução como penhora o cano de bronze da lareira, porque é uma pertença, ou seja, uma parte do objeto que pode ser destacada e negociada.
04.04.14
Responsabilidade civil pela perda ou deterioração da coisa em poder do possuidor de boa, ou de má-fé, arts. 1.210
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
§ 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade,ou de outro direito sobre a coisa.
Caput – direito de ação, uma reintegração ou manutenção de posse, quer dizer o CC apontando o direito de ação.
Parágrafos 1º e 2º - o conteúdo da posse sobre o ponte vista material, legitima defesa §1º. 
O § 2º - se o professor colocar na PROVA!! Qual o significado do §2º do art.1.210 do CC? Nós assumimos a teoria objetiva da posse no código de 2002, nós assumimos que uma coisa é o direito de ser investido na posse fundada no título jurídico. Ai eu vou ter uma ação reivindicatória, agora, quando discuto poder de fato sobre objeto estou no plano ius possessione, noutras palavras, o que este artigo está a dizer é que não se confunda posse com propriedade, ou qualquer outro direito real, quando eu estou discutindo se eu tenho direito a ser restituído na coisa, eu tenho que ter posse anterior, se eu peço para o Juiz para ser mantido na posse eu tenho que provar que a minha posse está sendo turbada, mas ainda continuo exercendo posse, ou seja, é vedado não fazer essa prova, porque o Juiz não está discutindo quem tem a propriedade ou quem tem o direito sobre a coisa, tu estas discutindo em uma ação possessória quem tem poder de fato sobre o objeto. Tem dois enunciados referente esse parágrafo.
Vocês vão responder: esse parágrafo demonstra claramente que o Código Civil de 2012 fez uma separação entre o juízo possessório, ou seja, que as demandas possessórias são fundadas em poder de fato sobre o objeto (posse), e juízo reivindicatório da propriedade, ou seja, ninguém consegue vencer uma demanda possessória alegando ter a propriedade sobre a coisa.
Ius possedendi é o direito a posse fundado no meu direito real, mas isso não significa que tu estejas exercendo de fato a posse. O exercício fático da posse é o plano do ius possessiones, ou seja, o fato de possuir. 
Arts, 1217 e 1218 do CC:
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
Art.1.217 – não agir com dolo ou culpa;
Art.1.218 – ex.: cavalo puro sangue foi parar em outro aras e morreu nas mãos do possuidor de má fé. O proprietário do aras da onde foi retirado o cavalo entrou com ação indenizatória, se discutiu no sentido de o cavalo ter uma doença fatal, que ele morreria mesmo se estivesse nas mãos do proprietário, possuidor anterior. Se se comprovar que aquele bem pereceria nas mãos do possuidor anterior, é a única forma do possuidor de má-fé se livrar da indenização (clausula excludente da responsabilidade civil).
Posse conducente ao usucapião no efeito material da posse, ou seja, o fato de eu estar na posse de objeto móvel ou imóvel me dará a possibilidade de com o tempo transformar essa posse em propriedade. Não vamos ver as modalidades agora porque usucapião é um ponto específico do nosso programa de propriedade. Benedito, melhor obra no Brasil sobre usucapião.
Efeitos processuais da posse
Como se pode defender a posse em juízo
Outras ações protetivas, mas tem como principal interditos possessórios. Essa expressão...vocês lembram que a teoria objetiva da posse se inspirou no direito romano, que o colono era precarista porque tinha a posse temporária revogável a qualquer tempo, mas se tivesse uma invasão de terceiros o colono poderia pedir ao Juiz a proteção possessória, a isso se chamou de posse ad interdicta. Dai que vem a expressão interditos possessórios, quando falos essa expressão estamos falando nas ações possessórias que vem desde o direito romano, ou seja, proteger o direito de fato sobre o objeto. 
Interditos possessórios são as ações típicas, são elas: ação de manutenção de posse; ação de reintegração de posse e interdito proibitório. Interdito proibitório é um espécie de interdito possessório.
Interditos possessórios vem desde o colono romano, ele que fez a teoria objetiva da posse e se inspirou para proteger o poder de fato sobre o objeto
Observação!!! Não confundam interdito proibitório com interdito possessório.
Interdito proibitório – é a ação que é empregada quando existe a grave ameaça de haver uma eminente turbação ou esbulho. Com a ação de interdito proibitório se busca um mandado proibindo o sujeito de consumar uma turbação ou um esbulho, sob pena de multa e prova pré constituída para entrar com reintegração ou manutenção de posse. O fundamento das possessórias estão no caput do art.1.210 do CC.
Turbação ação de manutenção de posse
Esbulho reintegração de posse
Ameaça de turbação ou esbulho eminente interdito proibitório
Existe conversibilidade e fungibilidade das ações possessórias, por exemplo, entro com ação de manutenção de posse descrevendo um esbulho o Juiz vai receber a presente como reintegração de posse. Agora, se entramos com ação de reintegração de posse e descrevemos uma propriedade que já estava invadida, nesse caso o Juiz julga inepta a inicial.
Manutenção de posse – eu tenho que provar que eu continuo na posse. Turbação é todo aquele ato comissivo ou omissivo que causa embaraço, que molesta o livre exercício da posse, o uso pleno da coisa, ou seja, qualquer ato que possa reduzir o âmbito de utilização da coisa.
PROVA!!!Espécies de turbação: 
De fato – é um ato direcionado ao próprio objeto da posse, agressão material ao objeto da posse, por exemplo, abri uma picada na propriedade do vizinho, ou construí uma cerca, não estou desapossando o meu vizinho, mas pratiquei um ato de turbação;
De direito – decorre de uma ato administrativo, de uma decisão administrativa ou judicial, essa decisão administrativa ou judicial também pode ser ausência de decisão.
Positiva – é um ato;
Negativa – é uma omissão.
Direta – quando está diretamente relacionada ao objeto da posse; 
Indireta – embora direcionada fora do objeto da posse recai sobre ele, as vezes não se consegue distinguir se é uma ameaça de turbação, ou se já é uma turbação direta. Exemplo, Gabriel e Edgar são vizinhos em uma cidade pequena, chega ao ponto que o Edgar desisti das brigas, se muda e anuncia a casa para alugar. Gabriel ameaça os promitentes locatários, fazendo com que a casa acabe não sendo alugada. Nesse caso já não é uma turbação ou esbulho, já é uma ameaça direta porque está fora do objeto da posse, já está reduzindo a situação econômica do bem, já está causando embaraço ao exercício da posse, já é uma turbação direta, já cabe ação de proteção de posse. Só ocaso concreto vai te dizer se é uma ameaça de turbação ou esbulho ou é uma ameaça.
Então, se eu derrubar um moerão do meu vizinho é uma turbação de fato, positiva, direta.
Outra situação – quero fazer uma ampliação da casa, protocolo pedido na prefeitura, passa os dias e nada da decisão, essa ausência é uma turbação negativa de direito, pois é uma omissão da autoridade, e é diretamente relacionada ao objeto da posse. 
Agora, se protocolei o pedido de acordo com todas as exigências legais, e mesmo assim tive o meu pedido indeferido, caracteriza-se uma turbação positiva de direito relacionada diretamente ao objeto da posse.
A turbação quando é de direito, por decisão administrativa, primeiramente se tenta desembargar o obra, ou seja, retomar a construção com medidas administrativas, se não for possível ajuíza uma ação de manutenção de posse. 
Turbação – eu continuo a exercer posse, continuo a exercer poder sobre o objeto móvel ou imóvel, mas estou sofrendo um embaraço com a redução do animus de utilização do meu bem.
Esbulho – é desapossamento 
Principais requisitos da ações possessórias no Código Processo Civil
Art. 3ºJE:
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
Isso significa que se vocês tiverem uma discussão de uma possessória

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