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QUESTIONÁRIO DE DIREITO PENAL I VT

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UNIVERSO 
 
DIREITO PENAL I - VT (Questionário e Prova Oral) 
 
1 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO AO SUJEITO ATIVO (aqueles que podem ser praticados por qualquer pessoa, aqueles que só podem ser praticados por uma classe de pessoas e aqueles que só podem ser praticados pessoalmente, pela pessoa)? 
 
CRIME COMUM - Os crimes comuns são aqueles em que não se exige nenhuma qualidade especial do sujeito ativo, de modo que qualquer pessoa física, que completou 18 anos, pode figurar como seu autor ou partícipe. Nessa categoria, enquadram-se a maioria das infrações penais. Por exemplo: homicídio (CP, art. 121), participação em suicídio (CP, art. 122), lesão corporal (CP, art. 129), calúnia (CP, art. 138), difamação (CP, art. 139), injúria (CP, art. 140), furto (CP, art. 155), roubo (CP, art. 157), apropriação indébita (CP, art. 168), estelionato (CP, art. 171), porte ilegal de arma de fogo (Lei n. 
10.826/2003, art. 14), tráfico ilícito de drogas (Lei n. 11.343/2006, art. 33) e tantos outros. 
 
CRIME PRÓPRIO - Os crimes próprios, de sua parte, são aqueles em que a lei requer alguma qualidade ou condição especial do sujeito ativo, motivo por que somente determinadas pessoas podem cometê-los. 
 
É o caso do autoaborto ou aborto consentido (CP, art. 124), o qual só pode ser praticado pela gestante. 
 
Cite-se, ainda, o peculato (CP, art. 312), em que só o funcionário público (CP, art. 327) pode figurar como autor. 
 
 Em se tratando de crimes próprios, admite-se a participação de um terceiro, que não ostente a qualidade ou condição especial exigida no tipo. Assim, por exemplo, se uma vizinha prestar auxílio a uma gestante para que esta interrompa sua gravidez, ambas responderão pelo crime do art. 124 do CP. Isto porque a qualidade ou condição especial de natureza pessoal, que figure como elementar (isto é, indispensável ao tipo penal), comunica-se aos coautores ou partícipes do delito, nos termos do art. 30 do CP. 
 
CRIME DE MÃO PRÓPRIA – Quanto à possibilidade de coautoria, os crimes de mão própria ou atuação pessoal, estão em oposição aos crimes próprios. Os crimes de mão própria ou atuação pessoal, com relação ao concurso de pessoas, somente admitem a participação, sendo-lhes impossível a coautoria. Portanto, são aqueles que só podem ser praticados pelo agente pessoalmente, não podendo utilizar de outra pessoa. É o caso do crime de falso testemunho ou falsa perícia (CP, art. 342), falsidade ideológica de atestado médico. 
 
Tanto os crimes próprios quanto os de mão própria exigem uma qualidade ou condição especial do sujeito ativo, mas somente os crimes próprios admitem coautoria. 
 
– O QUE SÃO CRIMES DE MÃO PROPRIA? EXEMPLIFIQUE. 
 
CRIME DE MÃO PRÓPRIA - Os crimes de mão própria ou atuação pessoal, com relação ao concurso de pessoas, somente admitem a participação, sendo-lhes impossível a coautoria. Portanto, são aqueles que só podem ser praticados pelo agente pessoalmente, não podendo utilizar de outra pessoa. É o caso do crime de falso testemunho ou falsa perícia (CP, art. 342), falsidade ideológica de atestado médico. 
 
– 	COMO 	SE 	CLASSIFICAM 	OS 	CRIMES 	QUANTO 	AO 	RESULTADO 
NATURALÍSTICO (conforme a exigência ou não de resultado naturalístico para a consumação do crime)? 
 
CRIMES MATERIAIS OU DE RESULTADO: Os crimes materiais ou de resultado são aqueles em que o tipo penal descreve uma conduta e um resultado material (ou naturalístico) e exige ambos para efeito de consumação. É o caso do homicídio. O tipo penal encontra-se assim redigido: “matar alguém”. Note-se que nessa sucinta definição legal há uma conduta e um resultado descritos, pois o ato de “matar” uma pessoa envolve um comportamento com o objetivo letal e a obtenção desse resultado, como efeito da conduta do homicida. Além disso, o crime de homicídio somente se considerará consumado quando a vítima morrer. Se esta, por circunstâncias alheias à vontade do agente, sobreviver, ele responderá por homicídio tentado (CP, art. 121, c/c o art. 14, II). 
 
Grande parte das infrações penais se encaixa no grupo dos crimes materiais ou de resultado. É assim com o aborto (CP, arts. 124 a 126), com a lesão corporal (CP, art. 129), com o furto (CP, art. 155), com o roubo (CP, art. 157), com a apropriação indébita (CP, art. 168), com o estelionato (CP, art. 171) etc. 
 
[Material: Trata-se da descrição da conduta cujo resultado integra o próprio tipo penal, isto é, para a sua consumação é indispensável à produção de um resultado naturalístico separado do comportamento que o procede. A não ocorrência do resultado, caracteriza tentativa. Ex. homicídio.] 
 
CRIMES FORMAIS (ou DE INTENÇÃO ou DE CONSUMAÇÃO ANTECIPADA): Os crimes formais, de intenção ou de consumação antecipada, por sua vez, são aqueles cujo tipo penal descreve uma conduta e um resultado, contentando-se com a conduta (dirigida ao resultado) para consumação. Se o resultado naturalístico acontecer será considerado mero exaurimento, devendo o juiz utilizá-lo na fixação da pena (causa de aumento de pena). 
 
Nestes crimes, o tipo penal, ao se referir ao resultado, não o menciona como um fato que se deve consumar para fins de realização típica, mas como um simples objetivo a se perseguir. É assim, por exemplo, com o crime de sequestro qualificado pelo fim libidinoso (CP, art. 148, § 1º, V), em que a conduta descrita consiste em privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado, com fins libidinosos. Note-se que a realização do ato libidinoso pretendido pelo agente não é necessária para que o delito esteja consumado; basta que ele prive a vítima de sua liberdade de locomoção com esse propósito. Daí o nome “delitos de intenção”. No caso, o “fim libidinoso” atua como circunstância subjetiva do tipo. Outro exemplo é o crime de extorsão mediante sequestro (CP, art. 159). 
 
[Formal: O tipo penal descreve conduta + resultado naturalístico. O resultado naturalístico é dispensável, pois a consumação do crime se dá com a simples conduta. A consumação se antecipa à conduta, por isso que é chamado de “crime de consumação antecipada”. Se o resultado naturalístico acontecer será considerado mero exaurimento, devendo o juiz utilizá-lo na fixação da pena (causa de aumento de pena). Ex: art. 158 – extorsão.] 
 
DE MERA CONDUTA (ou DE SIMPLES ATIVIDADE): Os crimes de mera conduta ou de simples atividade, por derradeiro, são aqueles cujo dispositivo penal somente descreve a conduta, sem fazer qualquer alusão a resultado naturalístico. Ou seja, o resultado naturalístico não é apenas irrelevante, mas impossível. 
 
Por exemplo, o porte ilegal de arma de fogo (Lei n. 10.826/2003, art. 14), cujo tipo penal encontra-se assim redigido: “Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. É suficiente que a pessoa traga consigo a arma de fogo, sem autorização e em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, para que o delito esteja consumado. 
 
O crime de omissão de socorro (CP, art. 135) também é considerado de mera conduta (“Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”). Uma pessoa o cometerá sempre que deixar de prestar a assistência a outrem, nos termos exigidos no tipo penal, ainda que a vítima não sofra qualquer agravamento em sua condição de saúde pelo fato de não ter sido socorrida. 
 
Ex: porte ilegal de arma de fogo, omissão de socorro (CP, art. 135). 
 
[De mera conduta: Aqui o legislador descreve somente o comportamento do agente, sem se preocupar com o resultado. Ex: violação de domicílio – art. 150 do CP.] 
 
4 – O QUE DISTINGUE O CRIME MATERIAL DO CRIME FORMAL, DO PONTO DE VISTADO MOMENTO CONSUMATIVO DO CRIME? 
 
No CRIME MATERIAL, o tipo descreve uma conduta e um resultado, exigindo ambos (conduta e resultado) para efeito de consumação. 
 
No CRIME FORMAL o tipo descreve uma conduta e um resultado, mas não exige a produção do resultado para a sua consumação (contentando-se com a conduta). 
 
 
– O QUE SÃO CRIMES DE DANO? EXEMPLIFIQUE. 
 
Se o tipo penal exigir a lesão ou o dano ao bem juridicamente tutelado para que ocorra a consumação do crime, estaremos diante de um crime de dano ou de lesão. É assim com a maior parcela das infrações penais. 
 
Ex.: O homicídio, por exemplo, só se consuma com a ocisão da vida, o bem jurídico que ele tutela; a lesão corporal, com a lesão à saúde ou integridade corporal, bem tutelado na norma; o furto, com a ofensa ao patrimônio da vítima etc. 
 
[São os que se consumam com a efetiva lesão a um bem tutelado. A consumação é necessária à superveniência de um resultado material que consiste na lesão efetiva do bem jurídico, ou seja, só se consumam com a efetiva lesão do bem jurídico. Ex: Lesão corporal, Homicídio.] 
 
– O QUE SÃO CRIMES DE PERIGO? EXEMPLIFIQUE. 
 
São os crimes cuja consumação se dá quando o bem jurídico sofre um perigo (ou ameaça) de lesão. A simples exposição do bem a tal perigo já é suficiente para que a infração esteja consumada. 
 
São exemplos de crimes de perigo o art. 130 (“Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado”), o art. 131 (“Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio”), o art. 132 (“Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”), todos do CP. 
 
[Consiste na simples criação do perigo real para o bem jurídico protegido, sem produzir um dano efetivo. O elemento subjetivo nestes crimes é o dolo de perigo, cuja vontade limita-se à criação da situação de perigo, não querendo o dano, nem mesmo eventualmente. CONCRETO – Precisa ser provado. EX: Dirigir Embriagado. ABSTRATO – Presumido. EX: O abandono.] 
 
– COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO AO MOMENTO CONSUMATIVO E SEUS EFEITOS NO TEMPO? (se a consumação se dá em único momento ou se prolonga no tempo) 
 
INSTANTÂNEOS: o crime se considera consumado, de acordo com a definição contida no art. 14, I, do CP, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. A maioria dos crimes tem seu momento consumativo verificado de modo instantâneo - os chamados crimes INSTANTÂNEOS. Ex.: o furto (CP, art. 155), o roubo (CP, art. 157), o estelionato (CP, art. 171), entre outros. 
 
PERMANENTES: outros crimes, têm uma consumação que se prolonga no tempo – os chamados crimes PERMANENTES. Ex.: o sequestro (CP, art. 148), a extorsão mediante sequestro (CP, art. 159), o tráfico ilícito de drogas (Lei n. 11.343/2006, art. 33) em muitas de suas modalidades, tais como “guardar”, “ter em depósito” ou “expor à venda”. 
INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES é aquele em que a consumação ocorre instantaneamente, muito embora seus efeitos se façam sentir de modo duradouro (independente da vontade do agente). 
 
 O homicídio, por exemplo, é crime instantâneo de efeitos permanentes. Sua consumação se dá no exato instante em que a vítima perde sua vida, mas os efeitos desse crime são sentidos de modo longo e duradouro (por óbvias razões). Note-se que a prorrogação dos efeitos não depende do sujeito, mas é inerente ao fato praticado, diversamente com o que ocorre nos crimes permanentes. 
 
 
[Classificam-se em crimes instantâneos, crimes permanentes e crimes instantâneos de natureza permanente]. 
 
 
8 – O QUE SÃO CRIMES PERMANENTES? EXEMPLIFIQUE. 
 
São os crimes cuja consumação se prolonga no tempo. 
 
Ex.: o sequestro (CP, art. 148), a extorsão mediante sequestro (CP, art. 159), o tráfico ilícito de drogas (Lei n. 11.343/2006, art. 33) em muitas de suas modalidades, tais como “guardar”, “ter em depósito” ou “expor à venda”. 
 
 Nos crimes permanentes, o prazo da prescrição da pretensão punitiva somente começa a correr quando cessar a permanência (CP, art. 111, III). Assim, por exemplo, enquanto a vítima do sequestro encontra-se encarcerada, o prazo prescricional não começa a correr; isto somente se dará quando o ofendido for libertado do cativeiro. 
 
 Além disso, nos crimes permanentes, se entrar em vigor uma lei penal gravosa durante o período de permanência (isto é, enquanto prolongar-se a consumação), ela se aplicará ao fato (Súmula n. 711 do STF). 
 
 
9 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO A CONDUTA PUNÍVEL (se um fizer ou um não fizer)? Exemplifique. 
 
COMISSIVOS: Os crimes cuja conduta nuclear corresponde a uma ação (facere). 
 
É o caso, por exemplo, do homicídio (CP, art. 121), do furto (CP, art. 155), do roubo (CP, art. 157), da apropriação indébita (CP, art. 168), do estelionato (CP, art. 171), do estupro (CP, art. 213), do ato obsceno (CP, art. 233), da falsificação de remédios (CP, art. 273), do peculato (CP, art. 312), da concussão (CP, art. 316), do tráfico ilícito de drogas (Lei n. 11.343/2006, art. 33), do porte ilegal de arma de fogo (Lei n. 
10.826/2003, art. 14). 
 
OMISSIVOS: crimes cuja conduta nuclear consubstancia uma omissão (ou seja, um não fazer ou non facere). São os crimes omissivos. Nesses casos, é bom frisar, a norma violada pelo sujeito ativo tem natureza imperativa ou mandamental; é dizer, a regra ordena que as pessoas ajam de uma maneira específica, punindo criminalmente aquele que não o fizer. 
 
Omissivos PRÓPRIOS ou Puros: crimes cuja conduta nuclear é descrita no tipo penal como uma omissão (ou seja, um não fazer ou non facere), de modo que, para identificá-los, basta a leitura do dispositivo penal. 
 
Se o fato for descrito corresponder a um non facere, o crime será OMISSIVO PRÓPRIO. Como não existe o dever jurídico de agir, o omitente responde somente pela sua conduta omissiva, e não pelo resultado. 
 
Ex: omissão de socorro (CP, art. 135), omissão de notificação de doença (CP, art. 269). 
 
Omissivos IMPRÓPRIOS ou COMISSIVOS POR OMISSÃO ou Impuros: são crimes cuja conduta descrita é comissiva, praticados por meio de uma inatividade. É preciso sublinhar que, nesse caso, a punição do agente que nada fez e, com isto, deixou de impedir o resultado, depende da existência prévia de um dever jurídico de agir para evitá-lo. 
 
As hipóteses em que há, nos termos da lei penal, dever de agir para evitar resultados encontram-se descritas no art. 13, § 2º, do CP; são as seguintes: a) quem tem por lei obrigação de proteção, cuidado ou vigilância; b) quem de qualquer modo se obrigou a impedir o resultado; c) quem com sua conduta anterior criou o risco de ocorrer o resultado. 
 
Ex: Mãe que deixa de amamentar o filho que, fazendo com que ele morra de inanição; salva-vidas que, na posição de garantidor, por negligência, deixa o banhista morrer afogado. Nestes casos, eles respondem por homicídio culposo, e não por simples omissão de socorro. 
 
CRIMES DE CONDUTA MISTA: Neste caso, o tipo penal se perfaz com duas condutas, uma ação seguida de uma omissão. 
 
 Exemplo disto é o crime do art. 169, parágrafo único, II, do CP (apropriação de coisa achada), em que se pune: “quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias” (o primeiro ato é uma ação — apropriar -se da coisa achada — e o ato subsequente, necessário para a consumação, é uma omissão — deixar de restituir o bem ao dono, ao legítimo possuidor ou deixar de entregá-lo à autoridade). 
 
10 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO AO NÚMERO DE AGENTES EXIGIDOS NA DESCRIÇÃO TÍPICA? 
 
Crimes UNISSUBJETIVOS (ou monossubjetivos ou de concurso eventual): trata-se daqueles que podem ser cometidos por uma só pessoa ou por várias, em concurso de agentes (CP, art. 29). 
 
Crimes PLURISSUBJETIVOS(ou de concurso necessário): caso dos que o tipo penal exige a pluralidade de sujeitos ativos como requisito típico, isto é, a conduta descrita no verbo nuclear deve, obrigatoriamente, ser praticada por duas ou mais pessoas. 
 
■ Subdividem -se em crimes plurissubjetivos: 
 
de condutas convergentes, como a bigamia (CP, art. 235); 
de condutas paralelas, como a associação criminosa (quadrilha ou bando - CP, 
art. 288); 
de condutas contrapostas, como a rixa (CP, art. 137). 
 
 
 
– COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUE EXPÕEM A PERIGO DE DANO MAIS DE UM BEM JURÍDICO? CITE UM EXEMPLO DE CRIME COM ESTA CARACTERÍSTICA. 
São classificados como CRIMES PLURIOFENSIVOS. Ex: latrocínio (bens jurídicos: vida e o objeto do roubo). 
 
 
– CITE UM EXEMPLO DE CRIME PRÓPRIO E JUSTIFIQUE (classificação quanto ao número de agentes). 
 
Ex: autoaborto ou aborto consentido (CP, art. 124), o qual só pode ser praticado pela gestante  São aqueles crimes que a lei requer alguma qualidade ou condição especial do sujeito ativo, motivo por que somente determinadas pessoas podem cometê-los. 
 
Outros exemplos: o peculato (CP, art. 312), em que só o funcionário público (CP, art. 327) pode figurar como autor ; o estupro (CP, art. 213) sujeito ativo tem que ser homem. 
 
 
– O QUE É CRIME DE MERA CONDUTA? EXEMPLIFIQUE. 
 
CRIME DE MERA CONDUTA (ou DE SIMPLES ATIVIDADE) é o crime cujo dispositivo penal somente descreve a conduta, sem fazer qualquer alusão a resultado naturalístico. 
Ou seja, o resultado naturalístico não é apenas irrelevante, mas impossível. Ex.: omissão de socorro (CP, art. 135). 
 
 
– 	COMO 	SE 	CLASSIFICAM 	OS 	CRIMES 	OMISSIVOS? 	EXPLIQUE 	E 
EXEMPLIFIQUE. 
 
Omissivos PRÓPRIOS ou Puros: crimes cuja conduta nuclear é descrita no tipo penal como uma omissão (ou seja, um não fazer ou non facere), de modo que, para identificá-los, basta a leitura do dispositivo penal. 
 
 Se o fato for descrito corresponder a um non facere, o crime será OMISSIVO PRÓPRIO. Como não existe o dever jurídico de agir, o omitente responde somente pela sua conduta omissiva, e não pelo resultado (Trata-se de simples infração da ordem ou comando de agir, independentemente do resultado). 
 
Ex: omissão de socorro (CP, art. 135), omissão de notificação de doença (CP, art. 269). 
 
Omissivos IMPRÓPRIOS ou COMISSIVOS POR OMISSÃO ou Impuros: são crimes cuja conduta descrita é comissiva praticados por meio de uma inatividade. É preciso sublinhar que, nesse caso, a punição do agente que nada fez e, com isto, deixou de impedir o resultado, depende da existência prévia de um dever jurídico de agir para evitálo. 
 
 As hipóteses em que há, nos termos da lei penal, dever de agir para evitar resultados encontram-se descritas no art. 13, § 2º, do CP; são as seguintes: a) quem tem por lei obrigação de proteção, cuidado ou vigilância; b) quem de qualquer modo se obrigou a impedir o resultado; c) quem com sua conduta anterior criou o risco de ocorrer o resultado. 
 
Ex: Mãe que deixa de amamentar o filho que, fazendo com que ele morra de inanição; salva-vidas que, na posição de garantidor, por negligência, deixa o banhista morrer afogado. Nestes casos, eles respondem por homicídio culposo, e não por simples omissão de socorro. 
 
[Os crimes omissivos próprios quando a omissão está prevista no tipo penal (omissão de socorro art. 135). Trata-se de simples infração da ordem ou comando de agir, independentemente do resultado. Os crimes omissivos impróprios a conduta descrita é comissiva, mas o resultado ocorre porque aquele que tinha dever jurídico de impedir omite-se. O omitente responde não só pela omissão, mas também pelo resultado, salvo se não lhe puder lhe ser atribuído por dolo ou culpa. Ex. art. 13, § 2°.] 
 
15 – O QUE SÃO CRIMES INSTANTÃNEOS DE EFEITOS PERMANENTES? 
EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
O crime instantâneo de efeitos permanentes é aquele em que a consumação ocorre instantaneamente, muito embora seus efeitos se façam sentir de modo duradouro (independente da vontade do agente). 
 
 O homicídio, por exemplo, é crime instantâneo de efeitos permanentes. Sua consumação se dá no exato instante em que a vítima perde sua vida, mas os efeitos desse crime são sentidos de modo longo e duradouro (por óbvias razões). Note-se que a prorrogação dos efeitos não depende do sujeito, mas é inerente ao fato praticado, diversamente com o que ocorre nos crimes permanentes. 
 
[Ocorrem quando, consumada a infração em dado momento, os efeitos permanecem, independentemente da vontade do sujeito ativo. Na bigamia (art. 235), não é possível aos agentes desfazer o segundo casamento.] 
 
– O QUE SÃO CRIMES INSTANTÂNEOS? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
É aquele que, uma vez consumado, está encerrado, a consumação não se prolonga. Isso não quer dizer que a ação seja rápida, mas que a consumação ocorre em determinado momento e não mais prossegue. Ex: Homicídio. 
 
– O QUE É UM DELITO PUTATIVO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
Delito putativo ou imaginário (também conhecido como crime putativo) é aquele que somente ocorre na mente do sujeito. Vale dizer, ele pensa que comete um delito, mas, na verdade, não pratica ilícito penal. O agente imagina que a conduta por ele praticada constitui crime, mas, em verdade, constitui uma conduta atípica, ou seja, não há punição para o ato praticado. 
 
Exemplo: uma mulher ingere substância de efeito abortivo pretendendo interromper seu estado gravídico, porém a gravidez é somente psicológica. Não houve aborto, a não ser na mente da mulher (crime, portanto, imaginário). 
 
 
– O QUE É CRIME IMPOSSÍVEL? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
Também denominado de quase crime, tentativa inadequada ou inidônea. Ocorre quando o agente não atinge a consumação desejada por absoluta impropriedade do objeto material (ex.: efetuar disparos de arma de fogo para matar quem já morreu) ou por absoluta ineficácia do meio executório (ex.: tentar produzir a morte de uma pessoa efetuando tiros de pistola d’água). 
 
Aquele que jamais poderia ser consumado em razão da ineficácia absoluta do meio empregado ou pela impropriedade absoluta do objeto. A ineficácia do meio se caracteriza quando o instrumento utilizado não permite que o delito possa ser consumado. Por exemplo: usar um alfinete para matar uma pessoa adulta ou produzir lesões corporais mediante o mero arremesso de um travesseiro de pluma, etc. A impropriedade do objeto se caracteriza quando a conduta do agente não pode provocar nenhum resultado lesivo à vítima. Por exemplo: matar um cadáver. 
 
– O QUE É QUASE CRIME? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
É o mesmo que CRIME IMPOSSÍVEL. São os definidos no Código Penal no art. 17 (crime impossível). VIDE QUESTÃO 20. 
 
 
– COMO SE DEFINE O CRIME CONSUMADO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
Diz -se consumado o crime quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal (CP, art. 14, I). O crime consumado também é chamado de crime perfeito. 
 
 
– COMO SE DEFINE O CRIME TENTADO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
Diz -se tentado quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente (CP, art. 14, II). Também é chamado de crime imperfeito. 
 
 
– O QUE É CRIME FALHO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
Fala -se em crime falho, tentativa perfeita ou acabada quando o autor do fato realiza finaliza a execução do crime, mas não atinge a consumação do delito, por motivos alheios à sua vontade. Por exemplo, o homicida efetua vários disparos contra a vítima, esgotando a munição de seu revólver, e, ainda assim, ela sobrevive. 
 
 
– O QUE DISTINGUE A TENTATIVA PERFEITA DA IMPERFEITA? 
 
Tanto na tentativa perfeita quanto na imperfeita, não há a consumação do crime por motivos alheios à vontade do agente, porém na tentativa perfeita, o agente realiza a execução do crime e na imperfeita o agente inicia mas não termina sua execução. 
 
 
– O QUE É UM CRIME UNISSUBSISTENTE? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
Os unissubsistentes são aqueles cuja conduta típica não admitequalquer fracionamento, vale dizer, o comportamento definido no verbo núcleo do tipo penal constitui -se de uma ação ou omissão indivisível. Nesses casos, ou o agente praticou o fato (e o crime consumou -se) ou nada fez (e não há qualquer fato penalmente relevante). Significa que não há “meio -termo”. Se o ato foi realizado, o crime se consumou; caso contrário, não existirá delito algum. Exemplo disto é o crime de injúria (CP, art. 140), na forma verbal. O tipo penal encontra -se assim descrito: “injuriar alguém, ofendendo -lhe a honra ou o decoro”. Quando o ato é praticado por meio verbal, consiste numa ofensa à vítima. Uma vez proferida a palavra ofensiva, a injúria estará completa e acabada. Se a ofensa não foi irrogada, não há nenhuma infração penal. 
[É a conduta praticada em um único ato. Ex.: injúria verbal.] 
 
 
– QUE É UM CRIME PLURISSUBSISTENTE? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
Os crimes plurissubsistentes (a grande maioria), de sua parte, contêm uma conduta que admite cisão (fracionamento). O comportamento descrito no verbo nuclear pode ser dividido em vários atos. O homicídio é plurissubsistente, porquanto o autor do crime pode cindir sua conduta em momentos distintos (por exemplo, sacar a arma, efetuar um disparo, aproximar-se ainda mais da vítima, efetuar outro disparo etc., até consumar seu intento letal). 
Essa classificação mostra-se relevante, na medida em que somente os crimes plurissubsistentes admitem a forma tentada (CP, art. 14, II). 
[É aquela conduta que exige mais de um ato para sua realização (fracionada). Ex: Estelionato (art. 171).] 
 
 
– O QUE É UM CRIME UNISSUBJETIVO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
Crimes unissubjetivos ou monossubjetivos. São aqueles que podem ser praticados por uma só pessoa. Os crimes de homicídio, furto, roubo e estupro, dentre inúmeros outros, têm esta natureza porque podem ser cometidos individualmente. Acontece que nada obsta a que duas ou mais pessoas se unam para perpetrar este tipo de delito, havendo, em tais casos, concurso de agentes. Assim, se duas pessoas resolvem praticar juntamente um homicídio contra determinada pessoa, ambas efetuando disparos contra a vítima, elas são coautoras (modalidade de concurso de agentes) deste crime. 
 
Considerando que os delitos que se enquadram nesta classificação podem ser praticados por uma só pessoa ou por duas ou mais em concurso, são também chamados de crimes de concurso eventual (Ex. estelionato). 
 
[Os crimes unissubjetivos (ou monossubjetivos, ou de concurso eventual) são aqueles que podem ser cometidos por apenas um sujeito, ou por várias, em concurso de agentes, portanto, admitindo-se a co-autoria e a participação. (Exemplo: estelionato).] 
 
 
– O QUE É UM CRIME PLURISSUBJETIVO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
Crimes plurissubjetivos. São aqueles que só podem ser praticados por duas ou mais pessoas em concurso, por haver expressa exigência do tipo penal nesse sentido. São mais conhecidos como crimes de concurso necessário, pois só se caracterizam se houver o concurso exigido na lei. Um exemplo é o delito de associação para o tráfico previsto no art. 35 da Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas), que pressupõe a união de pelo menos duas pessoas para a prática delitiva. Outros exemplos: crime de rixa; também o de associação criminosa e o de bigamia quando há má má-fé do cônjuge solteiro. 
 
[Os crimes plurissubjetivos (ou de concurso necessário) são aqueles que exigem dois ou mais agentes para a prática do delito em virtude de sua conceituação típica. Eles subdividem-se em três espécies de acordo com o modus operandi: 
crimes de condutas paralelas: quando há colaboração nas ações dos sujeitos (a exemplo da associação criminosa, antiga figura da quadrilha). 
crimes de condutas convergentes: onde as condutas encontram-se somente após o início da execução do delito, pois partem de pontos opostos. Ex: bigamia. 
crimes de condutas contrapostas: onde as condutas desenvolvem-se umas contra as outras. Ex: Rixa (art. 137).] 
 
 
– O QUE É CRIME DE CONCURSO NECESSÁRIO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
São aqueles que só podem ser praticados por duas ou mais pessoas em concurso, por haver expressa exigência do tipo penal nesse sentido. 
É o que exige pluralidade de sujeitos ativos. Ex: Rixa (art. 137, CP). 
 
– O QUE É CRIME DE CONCURSO EVENTUAL? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
São aqueles que podem ser praticados por uma só pessoa, mas que eventualmente podem ser praticados por duas ou mais pessoas em concurso. Aplica-se: Art. 29, caput do CP - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Ex.: Estelionato. 
 
– O QUE É CRIME DE DUPLA SUBJETIVIDADE PASSIVA? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
Os crimes de dupla subjetividade passiva são os que contêm dois sujeitos passivos materiais, como ocorre com o crime de violação de correspondência (CP, art. 151), no qual são vítimas o destinatário e o remetente. Pode-se dizer também que é aquele que, obrigatoriamente, em razão do tipo, tem pluralidade de vítimas. Podemos citar como exemplo ainda, o crime previsto no artigo 125 do referido diploma legal, abortamento provocado por terceiro, em que são vítimas a gestante e o feto. 
 
– O QUE É CRIME EXAURIDO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
O crime exaurido é uma expressão utilizada sempre que, depois da consumação, o bem jurídico sofre novo ataque ou ultimam-se as suas consequências. Assim, no crime de extorsão mediante sequestro (CP, art. 159), a privação da liberdade da vítima por tempo juridicamente relevante é suficiente para a consumação do crime. Se os sequestradores receberem a vantagem indevida, exigida como condição ou preço do resgate, diz-se que o crime está exaurido. 
No falso testemunho (CP, art. 342), a consumação ocorre quando a testemunha mente ou oculta a verdade sobre fato juridicamente relevante. Se o depoimento falso for utilizado como elemento de prova na sentença, embasando uma injustiça, diz-se que o crime se exauriu, pois produziu suas últimas consequências. 
 
[É aquele em que o agente, mesmo após atingir o resultado consumativo, continua a agredir o bem jurídico. Não caracteriza novo delito, e sim mero desdobramento de uma conduta já consumada. Influencia na dosagem da pena, porque pode agravar as consequências do crime, funcionando como circunstância judicial desfavorável. Por exemplo crime de extorsão (art.158 do CP) consuma-se com o constrangimento da vítima, porem o exaurimento do delito se da quando o agente obtém a vantagem econômica pretendida.] 
 
 
– DEFINA O CRIME DOLOSO. 
De acordo com nosso Código, “diz -se o crime doloso quando o sujeito quer ou assume o risco de produzir o resultado” (art. 18, I). Podemos dizer que o sujeito tem consciência da conduta ilícita, vontade de produzir o resultado e assume o risco de produzi-lo com sua conduta. 
Teoria da Vontade: Dolo é a vontade de realizar a conduta e produzir o resultado. 
 
Teoria do Assentimento: Dolo é a vontade de realizar a conduta, assumindo o risco pela produção do resultado. 
 
Teorias Adotadas pelo CP: O art. 18, I, do CP, diz que há crime doloso quando o agente quer o resultado (dolo direto) ou quando assume o risco de produzi-lo (dolo eventual). Na hipótese de dolo direto, o legislador adotou a teoria da vontade e, no caso de dolo eventual, consagrou-se a teoria do assentimento. 
 
- DEFINA O CRIME CULPOSO. 
 
No Crime Culposo, o agente prevê o resultado, não quer nem assume o risco de produzilo, mas a ele dá causa, nos termos do art. 18, II, do CP, por imprudência, negligência ou imperícia. 
 
– DEFINA O CRIME PRETERDOLOSO. 
O crime preterdoloso ou preterintencional é aquele em que o sujeito realiza uma conduta dolosa, sofrendo uma agravação da pena por decorrência de um resultado que não desejou, mas o produziu por imprudência, negligência ou imperícia. Cite-se como exemplo o crime de lesão corporal seguida de morte, também chamado de homicídio preterintencional (CP, art. 129, § 3º). 
 
[É apenas uma das espécies doschamados crimes qualificados pelo resultado. Estes últimos ocorrem quando o legislador, após descrever uma figura típica fundamental, acrescenta-lhe um resultado, que tem por finalidade aumentar a pena. O resultado vai além do dolo do agente. Ex: O agente desfere um soco na vítima, apenas com a intenção de agredi-lo fisicamente, porém, a vítima sofre uma hemorragia e vem a óbito.] 
 
 
35 – O QUE É CRIME QUALIFICADO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
É aquele em que ao tipo básico a lei acrescenta circunstância que agrava sua natureza, elevando os limites da pena. Não surge a formação de um novo tipo penal, mas apenas uma forma mais grave de ilícito. Chama-se homicídio qualificado, por exemplo, aquele praticado “mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe”. (art. 121, parágrafo 2º, I). 
 
Com respeito à posição topográfica dentro do próprio tipo penal, os crimes podem ser SIMPLES (são aqueles encontrados no tipo básico), PRIVILEGIADOS (encontram-se nos parágrafos da disposição e possuem penas mínimas e máximas inferiores às do tipo básico) ou QUALIFICADOS (também se encontram nos parágrafos, mas com patamares punitivos maiores em relação à forma simples). 
Observe-se a estrutura do crime de moeda falsa (CP, art. 289): 
“Art. 289. Falsificar, fabricando -a ou alterando -a, moeda metálica ou papel -moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: 
Pena — reclusão, de três a doze anos, e multa. 
(...) 
§ 2º Quem, tendo recebido de boa -fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
§ 3º É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: 
— de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; 
— de papel -moeda em quantidade superior à autorizada. 
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada”. 
 
 
– O QUE É CRIME DE FORMA LIVRE? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
Os crimes cuja ação ou omissão admitir diversas formas, vale dizer, aqueles que puderem ser praticados de modos distintos, são chamados de CRIMES DE FORMA LIVRE ou de ação livre. 
 
Ex.: o homicídio (CP, art. 121) é crime de forma livre, uma vez que existem inúmeras formas de praticá-lo (com emprego de veneno, mediante asfixia, com utilização de fogo ou explosivo, disparos de arma de fogo ou golpes de faca etc.). 
 
[É o praticado por qualquer meio de execução. Ex: O crime de homicídio (art. 121) pode ser cometido de diferentes maneiras, não prevendo a lei um modo específico de realizálo.] 
 
 
- O QUE É CRIME DE FORMA VINCULADA? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
CRIME DE FORMA VINCULADA ou ação vinculada, é aquele cuja conduta só admitir forma taxativamente descrita em lei. 
 
Ex.: O plágio ou redução a condição análoga à de escravo (CP, art. 149), que antes era crime de ação livre, tornou -se de delito de forma vinculada com a superveniência da Lei n. 10.803/2003. Compare a descrição do dispositivo antes e depois da referida lei: 
 
Antes: “Reduzir alguém a condição análoga à de escravo”. 
 
Depois: “Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando -o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”. 
 
[O tipo já descreve a maneira pela qual o crime é cometido. Ex: O curandeirismo é um crime que só pode ser realizado de uma das maneiras previstas no tipo penal (art. 284 e incisos, CP).] 
 
 
– O QUE DISTINGUE O CRIME DE AÇÃO SIMPLES DO CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA OU DE CONTEÚDO VARIADO. 
 
Crime de AÇÃO SIMPLES aquele cujo tipo penal contém apenas uma modalidade de conduta, expressa no verbo que constitui o núcleo da figura típica (aqueles que quanto à pluralidade dos verbos nucleares, possui em seu tipo penal, apenas o verbo nuclear). Ex.: furto (CP, art. 155), por exemplo, é formado apenas pelo verbo “subtrair” (para si ou para outrem coisa alheia móvel). 
Crime de AÇÃO MÚLTIPLA ou de conteúdo variado é aquele em que a lei descreve várias condutas (contém em seu tipo penal, dois ou mais verbos nucleares), que são separadas pela conjunção alternativa "ou". Assim, nestes casos, a prática de mais de uma conduta pelo agente, em relação à mesma vítima, constitui crime único. Ex.: o crime de participação em suicídio, previsto no artigo 122 do Código Penal, que ocorre quando o agente induz, instiga ou auxilia outrem a cometer suicídio. Nesta hipótese, se o agente praticar os três verbos contra a mesma vítima terá praticado apenas um delito. 
 
 
- O QUE DISTINGUE O CRIME À DISTÂNCIA DO CRIME PLURILOCAL? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
Crime a Distância: É aquele cujo iter criminis atinge o território de dois ou mais países. A estes será aplicada a lei penal brasileira sempre que alguma fração do delito tocar nosso território. Não importa se somente a conduta ocorreu no Brasil ou se apenas o resultado. Em qualquer desses casos, incidirá a lei penal pátria (CP, art. 6º). 
Com relação à competência territorial para o julgamento dos crimes à distância ou de espaço máximo, aplica-se a regra do art. 70, §§ 1º e 2º, do CPP. Quando esses delitos forem previstos em tratados ou convenções internacionais, serão de competência da Justiça Federal, como, por exemplo, o tráfico transnacional de drogas (Lei n. 11.343/2006, art. 33 c/c o art. 40, I) ou o tráfico internacional de seres humanos (CP, art. 231, e ECA, art. 239). 
Crime Plurilocal: É aquele cujo iter criminis atinge o território de mais de um foro (comarca ou seção judiciária), mas dentro do país. A competência territorial, neste caso, será firmada pelo local em que houve a consumação do crime (CPP, art. 70, caput). 
[Crime a Distância: É aquele em que a execução do crime dá-se em um país e o resultado em outro. Ex: O agente escreve uma carta injuriosa em SP e remete a seu desafeto em Paris. Aplica-se a teoria da ubiquidade, e os dois países são competentes para julgar o crime. 
 
Crime Plurilocal: É aquele em que a conduta se dá em um local e o resultado em outro, mas dentro do mesmo país. Aplica-se a teoria do resultado, e o foro competente é o do local da consumação.] 
 
 
– O QUE SÃO CRIMES PLURIOFENSIVOS? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
Crime PLURIOFENSIVO é aquele que atinge mais de um bem jurídico. Ex.: Latrocínio (CP, art. 157, § 3º). 
 
 
– O QUE É CRIME DE TIPO FECHADO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
CRIMES DO TIPO FECHADO, são aqueles que apresentam descrição completa do modelo de conduta proibida, bastando ao intérprete, na adequação do dispositivo legal ao comportamento humano, verificar a simples correspondência entre ambos. (No homicídio, a conduta dolosa já está completa e integralmente descrita). Ex.: Homicídio. 
 
– O QUE É CRIME DO TIPO ABERTO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
CRIMES DO TIPO ABERTO são aqueles cuja definição emprega termos amplos, trata-se de norma proibitiva violada pelo agente que não está claramente descrita, de modo a abarcar diversos comportamentos diferentes. A conduta típica não está completa, logo caberá ao juiz fazer uma análise valorativa do caso concreto. Crimes omissivos impróprios são exemplos, além dos crimes culposos. (No homicídio, as modalidades culposas estão apenas previstas como homicídio culposo). Ex.: “se o homicídio é culposo” (art. 121, § 3º, do CP), podendo também aqui serem tratados os crimes de tortura e abuso de autoridade, devido à dificuldade de se determinar a conduta exata a ser praticada para configuração do delito, pois no ordenamento jurídico, ainda não há uma delimitação clara destas condutas. 
 
– O QUE É NORMA PENAL EM BRANCO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
A LEI PENAL EM BRANCO é a que possui preceito primário incompleto, de modo que necessita de outra norma jurídica para se definir, comprecisão, seu alcance. Trata-se da lei cujo preceito primário é incompleto, embora o preceito secundário seja determinado. Tal lei tem de ser completada por outra, já existente ou futura, da mesma hierarquia ou de hierarquia inferior. 
Assim, v.g., o art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, que tipifica o ato de “importar, exportar, remeter, preparar, produzir, (...) entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. A conduta criminosa não se encontra descrita integralmente no dispositivo, pois este não define seu próprio objeto material, ou seja, o que se entende por “drogas”. O complemento, neste caso, encontra-se em ato administrativo elaborado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 
 
– O QUE É TENTATIVA BRANCA? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
TENTATIVA BRANCA (ou incruenta): quando o agente pratica todos os atos executórios, mas não logra êxito em causar qualquer lesão ao objeto material do crime. O objeto material não é atingido (o bem jurídico não chega a ser lesionado). 
Ex.: ocorre quando o agente pretende matar a vítima com uma faca e, na hora do golpe, a vítima consegue dominá-lo e depois escapa. 
 
– O QUE É UM CRIME CONTINUADO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
CRIME CONTINUADO: “quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro”. O conceito de crime continuado encontra -se no art. 71, caput, do Código Penal. 
 
Ex.: Se uma empregada doméstica decidir subtrair as cento e vinte peças do faqueiro de sua patroa, levando uma a cada dia, até completar o jogo, não terá cometido um só furto, mas cento e vinte (a cada dia ocorreu um furto autônomo). De ver que, nesse caso, ela pratica diversos crimes, mas somente recebe a pena de um furto, aumentada de um sexto até dois terços. 
 
Compreende uma pluralidade de atos criminosos da mesma espécie, praticados sucessivamente e sem intercorrente punição, a que a lei imprime unidade em razão de sua homogeneidade objetiva. 
 
 
– O QUE É UM CRIME HABITUAL? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
CRIME HABITUAL consiste na prática de um só crime mediante a reiteração da conduta delitiva. Essa é a principal característica da habitualidade, isto é, a reiteração de atos semelhantes não produz vários crimes, mas um só delito. 
 
Ex.: Curandeirismo, Exercício ilegal da medicina - Se uma pessoa se faz passar por médico e, de modo habitual, começa a clinicar, incorre nas penas do crime do art. 282 do CP (exercício ilegal da medicina). Saliente-se que não há um delito para cada ato praticado pelo falso médico, mas um só crime, o qual abrange todas as falsas consultas médicas por ele realizadas. 
 
Constituído de uma reiteração de atos, penalmente indiferentes, que constituem um todo, um delito apenas, traduzindo geralmente um modo ou estilo de vida. Embora a prática de um ato apenas não seja típica, o conjunto de vários, praticados com habitualidade, configurará o crime. 
 
 
– QUE É UM CRIME PROFISSIONAL? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
CRIME PROFISSIONAL: é o crime habitual cometido com finalidade lucrativa. Ex: Rufianismo (ato de tirar proveito da prostituição alheia - CP, art. 230). 
 
 
– O QUE DISTINGUE O CRIME HABITUAL DO CRIME CONTINUADO? 
 
No crime habitual, a tipificação pressupõe a reiteração de condutas. A prática de um ato isolado não constitui crime. Ex.: curandeirismo (art. 284 do CP). Na continuação delitiva, cada conduta isoladamente constitui crime, mas, em virtude de estarem presentes os requisitos legais, aplica -se uma só pena seguida de exasperação (agravamento). 
 
 
– O QUE VOCÊ ENTENDE POR CRIME DE ATIVIDADE? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
Os crimes de MERA CONDUTA OU SIMPLES ATIVIDADE, são aqueles cujo dispositivo penal somente descreve a conduta, sem fazer qualquer alusão a resultado naturalístico. 
 
Por exemplo, o porte ilegal de arma de fogo (Lei n. 10.826/2003, art. 14), cujo tipo penal encontra-se assim redigido: “Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. É suficiente que a pessoa traga consigo a arma de fogo, sem autorização e em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, para que o delito esteja consumado. 
 
É o caso do crime de omissão de socorro (CP, art. 135) também considerado de mera conduta (“Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”). Uma pessoa o cometerá sempre que deixar de prestar a assistência a outrem, nos termos exigidos no tipo penal, ainda que a vítima não sofra qualquer agravamento em sua condição de saúde pelo fato de não ter sido socorrida. 
 
 
- O QUE VOCÊ ENTENDE POR CRIME DE RESULTADO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
Os crimes materiais ou de resultado são aqueles em que o tipo penal descreve uma conduta e um resultado material (ou naturalístico) e exige ambos para efeito de consumação. 
 
É o caso do homicídio. O tipo penal encontra-se assim redigido: “matar alguém”. Note-se que nessa sucinta definição legal há uma conduta e um resultado descritos, pois o ato de “matar” uma pessoa envolve um comportamento com o objetivo letal e a obtenção desse resultado, como efeito da conduta do homicida. Além disso, o crime de homicídio somente se considerará consumado quando a vítima morrer. Se esta, por circunstâncias alheias à vontade do agente, sobreviver, ele responderá por homicídio tentado (CP, art. 121, c/c o art. 14, II). 
 
 
– O QUE SÃO CRIMES VAGOS? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
É aquele que tem por sujeito passivo (material ou eventual) for um ente sem personalidade jurídica (como a coletividade em seu pudor). É o caso do crime de ato obsceno (art. 223,CP – crimes contra a família). 
 
 
– O QUE SÃO CRIMES MULTITUDINÁRIOS? 
 
É aquele praticado por multidão em tumulto; por exemplo, uma briga generalizada entre duas torcidas de futebol, durante o jogo dos respectivos times. Quando o agente pratica o fato sob a influência de multidão em tumulto, se não foi o provocador, recebe uma atenuante na hipótese de condenação (CP, art. 65, III, e). 
 
 
– O QUE SÃO CRIMES DE SIMPLES DESOBEDIÊNCIA? 
 
CRIMES DE DESOBEDIÊNCIA (ou de perigo abstrato e perigo presumido): o perigo não está previsto como elementar, porque o legislador presume que a conduta descrita é, em si, perigosa, tornando desnecessária a demonstração concreta do risco. 
 
Ex.: Embriaguez ao volante. 
 
“Se trata de cautela reveladora de zelo do Estado em proteger adequadamente certos interesses” Fernando Capez. 
 
É o crime que se consuma com a simples realização da conduta proibida, não se exigindo qualquer afetação concreta ao bem jurídico. Consuma-se com o simples desvalor da ação. Entram nessa categoria os crimes de perigo abstrato (que são contestados atualmente diante do princípio da ofensividade). 
 
 
– O QUE SÃO CRIMES FALIMENTARES? 
 
Os crimes falimentares são aqueles tipificados nos artigos 168 a 178 da Lei de Falências (Lei n.º 11.101/05), muito embora não possuam definição específica no ordenamento jurídico brasileiro. “Os delitos falimentares são os chamados crimes do colarinho branco. Isto porque, a prática criminosa pelo empresário possui certos requintes que a distingue da delinquência comum”. 
 
São os definidos na Lei de Falência e Recuperação de Empresas (Lei n. 11.101/2005): a) fraude a credores (art. 168); b) contabilidade paralela (art. 168, § 2º); c) violação de sigilo empresarial (art. 169); d) divulgação de informações falsas(art. 170); e) indução a erro (art. 171); f) favorecimento de credores (art. 172); g) desvio, ocultação ou apropriação de bens (art. 173); h) aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens (art. 174); i) habilitação ilegal de crédito (art. 175); j) exercício ilegal de atividade (art. 176); k) violação de impedimento (art. 177); e l) omissão dos documentos contábeis obrigatórios (art. 178). 
 
De ver que, nos crimes falimentares ou falitários, a declaração da quebra ou da recuperação (judicial ou extrajudicial) é condição objetiva de punibilidade (art. 180 da Lei), de modo que, sem ela, o fato não é punível. 
 
Contudo, não é necessário que haja o trânsito em julgado da sentença declaratória de falência, ou concessiva de recuperação judicial ou extrajudicial. Já basta, desta forma, que seja uma decisão, ainda em 1.º Grau, para que se caracterize crime falimentar alguma das condutas descritas alhures; podendo, ainda, ser cabível eventual recurso. 
 
 
55 – O QUE É DELITO TRANSEUNTE? 
 
DELITOS TRANSEUNTES, são aqueles que não deixam vestígios (transeuntes ou delicta facti transeuntis). 
 
A presente classificação, que distingue as infrações penais, possui relevância se dá no plano processual penal. 
 
São crimes transeuntes, por exemplo, a calúnia (CP, art. 138), a difamação (CP, art. 139), a injúria (CP, art. 140), todos estes se praticados por meio verbal. 
 
 
 
 
 
56 – O QUE É CRIME DE RESPONSABILIDADE? 
 
Cuida-se de definição equívoca. A Constituição Federal utiliza a expressão como sinônimo de infração político-administrativa (ver, entre outros, arts. 29-A, § 2º, 60, XI, 85, 167, § 1º). 
 
Não se trata, portanto, sob tal ótica, de crimes na acepção jurídica do termo, tanto que o agente político que os praticar não fica sujeito a penas criminais, mas a um processo de impeachment, o qual pode culminar na perda do cargo e na suspensão de direitos políticos. 
 
Há quem utilize a expressão como sinônimo de crime funcional. Dizem, nesse caso, que haveria crimes de responsabilidade em sentido amplo (as infrações políticoadministrativas) e os crimes de responsabilidade em sentido estrito (crimes funcionais). 
 
Este tipo de crime é alvo de discussões, pois esta classificação suscita dúvidas no que concerne a sua interpretação. Por vezes é entendido como crimes e infrações de natureza político-administrativas não sancionadas com penas de natureza criminal. Damásio de Jesus define, em sentido amplo, “como um fato violador do dever do cargo ou da função, apenado com uma sanção criminal ou de natureza política”. Divide ainda este tipo de crime em duas espécies: próprio, que constitui delito, e impróprio, que diz respeito à infração político-administrativa. 
 
 
– COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO A CONDIÇÃO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO DO AGENTE? 
 
QUANTO À CONDIÇÃO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO DO SUJEITO ATIVO: 
 
■ CRIMES FUNCIONAIS: aqueles que só podem ser praticados por funcionários públicos. 
 
■ Crimes funcionais PRÓPRIOS: só existem quando o sujeito ativo é funcionário público. Se o ato for praticado somente por particular, o fato será penalmente atípico. 
 
■ Crimes funcionais IMPRÓPRIOS: (ou mistos): se a mesma conduta for cometida por um particular, ainda haverá delito (mas enquadrado em outro tipo penal). 
 
 
– O QUE SÃO CRIMES FUNCIONAIS? 
■ CRIMES FUNCIONAIS: São aqueles que só podem ser praticados por funcionários públicos. 
 
– DEPOIS DE PESQUISAR NA DOUTRINA, FAÇA A CLASSIFICAÇÃO DOS SEGUINTES CRIMES TIPIFICADOS NO CP E ESTEJA PREPARADO PARA EXPLICAR CADA UM DOS ASPECTOS MAIS RELEVANTES: 
59.1. Crime de homicídio – Art. 121. Matar alguém (Pena - reclusão, de seis a vinte anos): 
crime comum (qualquer pessoa pode ser o autor); 
material ou de resultado (tipo penal descreve uma conduta e um resultado naturalístico); 
instantâneo de efeitos permanentes (a consumação é instantânea, mas os efeitos são duradouros); 
crime de dano (exige lesão ao bem jurídico tutelado, nesse caso, a vida) 
comissivo (a conduta corresponde a uma ação) e omissivo (corresponde a uma abstenção); 
unissubjetivo/monossubjetivo/concurso eventual (pode ser cometido por uma só pessoa ou por várias em concurso de agentes); 
forma livre (admite qualquer forma de execução); 
ação simples (contém apenas uma modalidade de conduta em seu tipo penal); 
tipo fechado (apresenta descrição completa no tipo penal); - plurissubsistente (conduta que admite cisão) 
 
59.2. Crime de curandeirismo – Art. 284 - Exercer o curandeirismo: 
- prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; 
- usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; 
- fazendo diagnósticos: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa. 
crime comum (qualquer pessoa pode ser o autor); 
formal ou de intenção ou de consumação antecipada (a consumação dá-se pela conduta, não exigindo o resultado); 
instantâneo (a consumação ocorre num único momento); 
comissivo (a conduta corresponde a uma ação); 
unissubjetivo/monossubjetivo/concurso eventual (pode ser cometido por uma ou várias pessoas); 
forma vinculada (a conduta está descrita taxativamente na lei); 
ação simples (contém apenas uma modalidade de conduta em seu tipo penal); 
tipo fechado (apresenta descrição completa no tipo penal); 
crime habitual (reiteração da conduta delitiva); 
plurissubsistente (conduta que admite cisão) 
 
59.3. Crime de omissão de notificação de doença – Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória (Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa): 
crime próprio (condição especial de sujeito ativo: nesse caso, médico); 
formal ou de intenção ou de consumação antecipada (a consumação dá-se pela conduta, não exigindo o resultado); 
instantâneo (a consumação ocorre num único momento); 
crime de dano (exige perigo (ou ameaça) de lesão ao bem jurídico tutelado, nesse caso, a saúde pública); 
omissivo próprio (o tipo penal é descrito com uma abstenção); 
norma penal em branco (tipo penal incompleto, necessita de outra norma para completar o alcance); 
unissubjetivo/monossubjetivo/concurso eventual (pode ser cometido por uma ou várias pessoas); 
forma vinculada (conduta expressa no código penal); 
ação simples (contém apenas uma modalidade de conduta em seu tipo penal); 
norma penal em branco (tipo penal incompleto, necessita de outra norma para completar o alcance); 
não transeunte (deixa vestígio); 
unissubsistente/plurissubsistente (depende do doutrinador) 
 
59.4. Crime de peculato – Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio (Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa): 
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor 
ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. 
crime próprio (condição especial de sujeito ativo: nesse caso, servidor público); 
material ou de resultado (produz resultado naturalístico); 
instantâneo de efeitos permanentes (a consumação é instantânea, mas os efeitos são duradouros); 
crime de dano (exige lesão ao bem tutelado, nesse caso, o erário) 
comissivo (a conduta corresponde a uma ação); 
unissubjetivo/monossubjetivo/concurso eventual (pode ser cometido por uma ou várias pessoas); 
forma livre (admite qualquer forma de execução); 
ação múltipla (descreve várias condutas em seu tipo penal); 
tipo fechado (apresenta descrição completa no tipo penal). 
não transeunte (deixa vestígio) 
plurissubsistente (conduta que admite cisão) 
 
59.5. Crime de injúria – Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o 
decoro (Pena - detenção, de um a seis meses,ou multa): 
 § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
- quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; 
- no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
 § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
 § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: 
crime comum (qualquer pessoa pode ser o autor); 
formal ou de intenção ou de consumação antecipada (a consumação dá-se pela conduta, não exigindo o resultado); 
instantâneo (a consumação ocorre num único momento); 
crime de dano (exige lesão ao bem tutelado, nesse caso, a honra) 
comissivo (a conduta corresponde a uma ação); 
unissubjetivo/monossubjetivo/concurso eventual (pode ser cometido por uma ou várias pessoas); 
unissubsistente ( a conduta típica não admite qualquer fracionamento); 
forma livre (admite qualquer forma de execução); 
ação simples (contém apenas uma modalidade de conduta em seu tipo penal); 
tipo fechado (apresenta descrição completa no tipo penal). - transeunte (não deixa vestígio) 
 
59.6. Crime de furto – Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel 
(Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa): 
crime comum (qualquer pessoa pode ser o autor); 
material ou de resultado (produz resultado naturalístico); 
instantâneo de efeitos permanentes (a consumação é instantânea, mas os efeitos são duradouros); 
crime de dano (exige lesão ao bem tutelado, nesse caso, o patrimônio) 
comissivo (a conduta corresponde a uma ação); 
unissubjetivo/monossubjetivo/concurso eventual (pode ser cometido por uma ou várias pessoas); 
forma livre (admite qualquer forma de execução); 
ação simples (contém apenas uma modalidade de conduta em seu tipo penal); 
tipo fechado (apresenta descrição completa no tipo penal) 
não transeunte (deixa vestígio) 
plurissubsistente (conduta que admite cisão) 
 
59.7. Crime de paralisação de trabalho – Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa 
(Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência): 
 Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados. 
 Paralisação de trabalho de interesse coletivo 
 Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
crime próprio (condição especial de sujeito ativo: nesse caso, trabalhador de tal categoria); 
material ou de resultado (produz resultado naturalístico); 
instantâneo (a consumação ocorre num único momento); 
comissivo (a conduta corresponde a uma ação); 
forma livre (admite qualquer forma de execução); 
unissubjetivo/monossubjetivo/concurso eventual (pode ser cometido por uma ou várias pessoas); 
plurissubsistente (admite cisão: verbo nuclear pode ser dividido em vários); -não transeunte (deixa vestígio) 
 
59.8. Crime de casa de prostituição – Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente (Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa): 
crime comum (qualquer pessoa pode ser o autor); 
formal ou de intenção ou de consumação antecipada (a consumação dá-se pela conduta, não exigindo o resultado); 
permanente (a consumação prolonga-se no tempo); 
comissivo (a conduta corresponde a uma ação); 
forma livre (admite qualquer forma de execução); 
unissubjetivo/monossubjetivo/concurso eventual (pode ser cometido por uma ou várias pessoas); 
plurissubsistente (admite cisão: verbo nuclear pode ser dividido em vários); 
não transeunte (deixa vestígio) 
crime habitual (reiteração da conduta delitiva) 
 
59.9. Crime de corrupção passiva – Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa 
 § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. 
 § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
crime próprio (condição especial de sujeito ativo: nesse caso, servidor público); 
material ou de resultado (produz resultado naturalístico); 
instantâneo de efeitos permanentes (a consumação é instantânea, mas os efeitos são duradouros); 
crime de dano (exige lesão ao bem tutelado, nesse caso, a moralidade administrativa); 
comissivo (a conduta corresponde a uma ação); 
unissubjetivo/monossubjetivo/concurso eventual (pode ser cometido por uma ou várias pessoas); 
forma livre (admite qualquer forma de execução); 
ação múltipla (descreve várias condutas em seu tipo penal); 
tipo fechado (apresenta descrição completa no tipo penal). 
não transeunte (deixa vestígio) 
plurissubsistente (conduta que admite cisão) 
 
59.10. Crime de corrupção ativa – Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa 
 Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. 
crime comum (qualquer pessoa pode ser o autor); 
material ou de resultado (produz resultado naturalístico); 
instantâneo de efeitos permanentes (a consumação é instantânea, mas os efeitos são duradouros); 
crime de dano (exige lesão ao bem tutelado, nesse caso, a moralidade administrativa); 
comissivo (a conduta corresponde a uma ação); 
unissubjetivo/monossubjetivo/concurso eventual (pode ser cometido por uma ou várias pessoas); 
forma livre (admite qualquer forma de execução); 
ação múltipla (descreve várias condutas em seu tipo penal); 
tipo fechado (apresenta descrição completa no tipo penal). 
 
59.11. Crime de desobediência – Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de 
funcionário público (Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa): 
crime comum (qualquer pessoa pode ser o autor); 
formal ou de intenção ou de consumação antecipada (a consumação dá-se pela conduta, não exigindo o resultado); 
instantâneo de efeitos permanentes (a consumação é instantânea, mas os efeitos são duradouros); 
crime de dano (exige lesão ao bem tutelado, nesse caso, a administração pública) 
comissivo (a conduta corresponde a uma ação); 
unissubjetivo/monossubjetivo/concurso eventual (pode ser cometido por uma ou várias pessoas); 
forma livre (admite qualquer forma de execução); 
ação simples (contém apenas uma modalidade de conduta em seu tipo penal); 
tipo fechado (apresenta descrição completa no tipo penal). - transeunte 
 
59.12. Crime de contágio venéreo – Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 2º - Somente se procede mediante representação. 
crime comum (qualquer pessoa pode ser o autor); 
materialou de resultado (produz resultado naturalístico); 
instantâneo de efeitos permanentes (a consumação é instantânea, mas os efeitos são duradouros); 
crime de dano (exige lesão ao bem tutelado, nesse caso, a saúde) 
comissivo (a conduta corresponde a uma ação); 
unissubjetivo/monossubjetivo/concurso eventual (pode ser cometido por uma ou várias pessoas); 
forma livre (admite qualquer forma de execução); 
ação múltipla (descreve várias condutas em seu tipo penal); 
tipo fechado (apresenta descrição completa no tipo penal); 
transeunte (não deixa vestígio) 
plurissubsistente (conduta que admite cisão) 
 
 	 
PERGUNTAS DE OUTRO QUESTIONÁRIO 
 
 
12 – CITE UM EXEMPLO DE CRIME COMUM E JUSTIFIQUE (classificação quanto ao número de agentes). 
 
Ex: homicídio (CP, art. 121)  Aqueles crimes em que não se exige nenhuma qualidade especial do sujeito ativo, de modo que qualquer pessoa física, que completou 18 anos, pode figurar como seu autor ou partícipe. 
 
Outros exemplos: participação em suicídio (CP, art. 122), lesão corporal (CP, art. 129), calúnia (CP, art. 138), difamação (CP, art. 139), injúria (CP, art. 140), furto (CP, art. 155), roubo (CP, art. 157). 
 
 
16 – O QUE SÃO CRIMES INSTANTÂNEOS? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
É aquele que, uma vez consumado, está encerrado, a consumação não se prolonga. Isso não quer dizer que a ação seja rápida, mas que a consumação ocorre em determinado momento e não mais prossegue. Ex: Homicídio. 
 
 
19 – DISTINGUA O FLAGRANTE ESPERADO DO FLAGRANTE PREPARADO E APONTE AQUELE QUE É ADMITIDO NO DIREITO BRASILEIRO? 
 
Crime de Flagrante Esperado: É admitido no direito brasileiro e ocorre quando os policiais são meramente informados do local e hora de certo crime e aguardam sua concretização para efetuar a prisão do autor no momento da prática ilícita. Não se trata de delito putativo por obra do agente provocador. 
 
Crime de Flagrante Preparado: É também chamado de flagrante provocado, e ocorre quando o agente, policial ou terceiro, conhecido como provocador, induz o autor à prática do crime, viciando a sua vontade, e, logo em seguida, o prende em flagrante. Portanto, seria alguém que, de forma insidiosa (sorrateira), provoca o agente à prática de um crime, ao mesmo tempo em que toma providências para que o mesmo não se consuma. Não é aceito no direito brasileiro. 
 
 
34 – O QUE DISTINGUE O CRIME CONSUMADO DO CRIME EXAURIDO? 
 
Crime Consumado: Ato que já reuniu todos os elementos da definição legal de um crime. Crime Exaurido: É aquele em que o agente, mesmo após atingir o resultado consumativo, continua a agredir o bem jurídico. Não caracteriza novo delito, e sim mero desdobramento de uma conduta já consumada. Influencia na dosagem da pena, por poder agravar as consequências do crime, funcionando como circunstância judicial desfavorável. 
 
 
 
 
44 – QUAIS SÃO AS HIPÓTESES LEGAIS DENOMINADAS “QUASE CRIME”? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
 
O art. 17 do Código Penal contém o QUASE CRIME (ou “crime impossível” ou “tentativa inidônea”, ou “tentativa inadequada”) que, baseado na noção realística de crime, proclama a impunidade da tentativa quando, ao se pôr em prática o plano delituoso, vê-se impossível a consumação, em face da absoluta ineficácia do meio empregado ou da absoluta impropriedade do objeto material. 
 
Assim, temos as duas hipóteses, ou condições: 
 
CRIME IMPOSSÍVEL POR ABSOLUTA INEFICÁCIA DO MEIO - a absoluta ineficácia do meio se traduz na impossibilidade do instrumento utilizado consumar o delito de qualquer forma. São exemplos deste tipo: usar um alfinete ou palito de dente para matar uma pessoa adulta ou querer produzir lesões corporais mediante o mero arremesso de um travesseiro de pluma, utilizar arma de fogo inapta a disparar projéteis, falsificação grosseira de dinheiro, etc). 
 
CRIME IMPOSSÍVEL POR ABSOLUTA IMPROPRIEDADE DO OBJETO - ocorre quando a conduta do agente não é capaz provocar qualquer resultado lesivo à vítima. Ou seja, quando a pessoa ou coisa sobre as quais recai a conduta do agente, são absolutamente inidôneas (impróprias) à produção de algum resultado lesivo. Exs.: ação destinada a matar cadáver, furtar quem não tem bem algum, ingerir substância abortiva sem estar grávida, comprar talco pensando ser cocaína. 
 
 
45 – COMO SE CLASSIFICA O CRIME DE HOMICÍDIO DO PONTO DE VISTA DO RESULTADO NATURALÍSTICO? 
 
O resultado naturalístico ou material, segundo clássica definição, corresponde à modificação no mundo exterior provocada pela conduta; isto é, aquilo que se modificou no mundo fenomênico em decorrência do comportamento praticado pelo sujeito ativo. No homicídio, por exemplo, o resultado material é a morte, traduzida por um corpo sem vida, que surge como decorrência do comportamento do homicida. 
 
 
50 - COMO SE CLASSIFICA O CRIME DE HOMICÍDIO DO PONTO DE VISTA DO MOMENTO CONSUMATIVO? 
O crime se considera consumado, de acordo com a definição contida no art. 14, I, do CP, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. A maioria dos crimes tem seu momento consumativo verificado de modo instantâneo; outros têm uma consumação que se prolonga no tempo. O homicídio, por exemplo, é um crime instantâneo porque a morte ocorre no momento certo sem continuidade temporal. 
 
 
– COMO SE CLASSIFICA O CRIME DE HOMICÍDIO DO PONTO DE VISTA DO NÚMERO DE AGENTES EXIGIDO PELA DESCRIÇÃO TÍPICA? 
Trata de crime monossubjetivo (de concurso eventual), ou seja, pode ser praticado por um só agente, de modo que é possível que haja a participação e a coautoria – concurso de agentes ou de pessoas. 
 
 
– COMO SE CLASSIFICA O CRIME DE HOMICÍDIO DO PONTO DE VISTA DA NATUREZA DO COMPORTAMENTO NUCLEAR? (se admite ou não qualquer meio executório). 
 
O homicídio (CP, art. 121) é crime de forma livre, uma vez que existem inúmeras formas de praticá-lo (com emprego de veneno, mediante asfixia, com utilização de fogo ou explosivo, disparos de arma de fogo ou golpes de faca etc.). 
 
 
– COMO SE CLASSIFICA O CRIME DE HOMICÍDIO DO PONTO DE VISTA DO NÚMERO DE VERBOS NUCLEARES? 
 
No que concerne à pluralidade de verbos nucleares, os crimes podem ser de ação simples (quando possuírem apenas um verbo nuclear) ou de ação múltipla (se possuírem dois ou mais). O homicídio possui apenas um verbo que é matar alguém (art. 121), sendo, portanto, de ação simples. 
 
 
– CITE UMA SITUAÇÃO QUE EXEMPLIFIQUE UMA CONDUTA CULPOSA, E 
JUSTIFIQUE (a justificativa é a parte mais importante). 
 
Crime culposo é o resultante da inobservância do cuidado necessário do agente, o qual não intenta nem assume o risco do resultado típico, porém a ele dá causa por imprudência, negligência e imperícia. Ou seja, é um agir descuidado que acaba por gerar um resultado ilícito não desejável, porém previsível. Ocorre crime culposo, por exemplo, quando o motorista, trafegando por via pública em alta velocidade, agindo com imprudência, atropela um pedestre que circulava pelo local. 
 
 
– O QUE É CRIME DE OPINIÃO? DÉ UM EXEMPLO. 
 
Abrange todas as infrações penais decorrentes do abuso de liberdade do pensamento. Não importa o meio pelo qual seja praticado (por palavras, pela imprensa ou qualquer outro veículo de comunicação). Como exemplo há o caso do crime de injúria – art. 140. 
 
60 – LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 312 E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO O AGENTE ATIVO. JUSTIFIQUE. 
É classificado em crime próprio em que a lei requer alguma qualidade ou condição especial do sujeito ativo, motivo por que somente determinadas pessoas podem cometêlo. É o caso do peculato (CP, art. 312), em que só o funcionário público pode cometê-lo. 61 - LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 175 E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO O AGENTE ATIVO. JUSTIFIQUE. 
É classificado em crime próprio porque somente quem possui a condição de comerciante ou comerciário pode praticá-lo. 
 
– LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 341 E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO AO SUJEITO ATIVO. JUSTIFIQUE. 
Este tipo penal pode ser qualquer pessoa, desdeque não tenha sido autor, coautor ou partícipe; se estiver em qualquer dessas situações poderá ser beneficiado com a atenuante genérica da "confissão". 
 
- LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 320 E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO AO TIPO DE CONDUTA (se positiva ou negativa). 
Pune-se o Funcionário Público que deixa, por indulgência (tolerância, clemência, perdão), de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo. Trata-se de crime negativo por ser uma omissão. 
 
– COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO A ADMISSÃO OU NÃO DE FRACIONAMENTO DA CONDUTA? 
Crime unissubsistente é aquele que é realizado por ato único, não sendo admitido o fracionamento da conduta, como, por exemplo, no desacato (artigo 331 do Código Penal Brasileiro) praticado verbalmente. 
 
– LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 124 E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO A POSSIBILIDADE OU NÃO DE FRACIONAMENTO DA CONDUTA? 
Crime plurissubsistente é aquele cuja ação é representada por vários atos, ou seja, a conduta é um processo executivo composto por fases que podem ser fracionadas, e, por isso, admite a tentativa. 
 
– LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 140 (MODALIDADE VERBAL) E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO A POSSIBILIDADE OU NÃO DE FRACIONAMENTO DA CONDUTA (da conduta ser praticada em vários atos ou não). 
É um delito Unissubsistente, pois é realizado por ato único, não sendo admitido o fracionamento da conduta. 
 
– LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 284, I E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO AO MODO PELO QUAL A CONDUTA DEVE SER PRATICADA. 
A conduta deve ser praticada através da ação do agente, isto é, conduta positiva de praticar os verbos do inciso I. 
 
70 - LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 121 E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO AO MODO PELO QUAL A CONDUTA DEVE SER PRATICADA (fazer ou não fazer). 
A conduta no caso do homicídio pode ser por ação ou omissão. 
 
72 – LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 210 E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO AO SUJEITO PASSIVO. 
Quanto ao sujeito passivo, é a coletividade, entidade sem personalidade jurídica, a família e os amigos do morto. 
 
– COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO À OBJETIVIDADE JURÍDICA (se protegem um ou vários bens jurídicos)? 
É o bem ou interesse que a lei penal visa proteger quando incrimina determinada conduta. Por exemplo: no furto, o patrimônio. 
 
– COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO AO ITER CRIMINIS? 
Utilizada no direito penal para se referir ao processo de evolução do delito, ou seja, descrevendo as etapas que se sucederam desde o momento em que surgiu a ideia do delito até a sua consumação. 
 
 
 
 
 
http://cadernoparaconcurseiros.blogspot.com.br/2011/12/teoria-geral-do-crimeclassificacao-dos.html

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