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Texto II – Direito dos Povos

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Texto II – Direito dos Povos
O Direito na Mesopotâmia
COMENTÁRIOS INTRODUTÓRIOS ACERCA DA MESOPOTÂMIA.
A Mesopotâmia localiza-se no território do atual Iraque, no vale fluvial do Eufrates e do Tigre. Foi nessa região que surgiram as civilizações urbanas responsáveis pela invenção da primeira escrita da humanidade, a escrita cuneiforme. 
Na Antiguidade, essa região foi o centro de importantes culturas, como a suméria, a babilônica e a assíria, ao longo de três milênios. Sua estrutura política básica foi a da cidade-estado, marcada pela pulverização do poder, em que cada cidade-estado disputava a hegemonia política sobre uma dada região.
ACERCA DO SISTEMA JUDICIÁRIO 
A definição do direito e o exercício da justiça na Mesopotâmia são os aspectos mais bem documentados na abundante literatura cuneiforme descoberta nos sítios arqueológicos do Oriente Próximo a partir da segunda metade do século XIX. Os textos mais prestigiosos, como o Código de Hammu-rabi ou as Leis Assírias, serviram de base aos estudos jurídicos consagrados ao direito do antigo Oriente Próximo; 
Porém, cada período histórico, assim como cada região, forneceu e continua a fornecer uma importante documentação sobre os casos judiciários e os processos, tanto através de arquivos oficiais como de privados. O sistema judiciário mesopotâmico, ao contrário da ideia comumente aceita de que ele se consistia em uma forma de "despotismo oriental", não era, necessariamente, manipulado por um poder político. 
As jurisdições locais ligadas às autoridades centrais não perderam sua independência decisória frente ao poder do rei, mesmo durante os períodos de forte centralização política, como o do império paleobabilônico. Essa autonomia local vem confirmar o gigantismo que esses impérios alcançaram a partir do Iº milênio a.C.
DOS CARGOS E FUNÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO
O estabelecimento da justiça não era uma prerrogativa exclusiva dos juízes. Diversas categorias profissionais faziam parte desse sistema, incluindo o chefe de família na sociedade patriarcal mesopotâmica. Contudo, documentos encontrados em escavações arqueológicas confirmaram a existência dos juízes, enquanto juristas profissionais. Estes eram chamados de DIKU5 , em sumério,3 e de dayyânu, em acádio, e há documentos que fazem referência a esses especialistas desde a época suméria. Os juízes eram homens letrados, que teriam freqüentado a escola de escribas4 . Sabe-se, ainda, que existia um centro de aperfeiçoamento de futuros juristas em Nippur, a cidade do direito e o centro religioso do sul mesopotâmico. Um exemplo dessa atividade no período paleobabilônico apresenta-se no §5 do Código de Hammu-rabi, segundo o qual a prevaricação do juiz deveria ser punida com a destituição do magistrado de seu cargo:
“ Se um juiz fez um julgamento, tomou uma decisão, fez exarar um documento selado e depois alterou o seu julgamento: comprovarão contra esse juiz a alteração do julgamento que fez; ele pagará, então, doze vezes a quantia reclamada nesse processo e, na assembléia, fá-lo-ão levantar-se de seu trono de juiz. Ele não voltará a sentar-se com os juízes em um processo.” (Bouzon, 2000: p.49).
O chefe de família era aquele que, desde os tempos mais antigos, dispunha de uma jurisdição doméstica que lhe dava autoridade para julgar seus dependentes tanto em questões de direito civil como de direito penal, sem, contudo, dispor de direito de vida e morte sobre tais pessoas (Cardascia, 1969: p.77-78). O Conselho de Anciãos, šîbûtum em acádio, cujo papel tornou-se bastante conhecido através da documentação proveniente da cidade de Mari e por meio do texto bíblico, também podia intervir em disputas de direito público e privado (Greengus, 2000: p.469). Os oficiais administrativos, por sua vez, recebiam atribuições judiciárias, além de suas funções principais: o governador de uma província, por exemplo, era demandado a intervir em litígios importantes que acontecessem dentro de sua circunscrição geográfica, os quais ele devia julgar em colaboração com outros dignitários ou notáveis locais. O todo formava, assim, um complexo sistema de cargos hierarquizados.
Os magistrados, qualquer que fossem suas qualificações profissionais, não eram remunerados para as funções judiciárias que exerciam. Eles recebiam presentes, šulmânu, em acádio (palavra que, literalmente, significa “saudações”), das partes requerentes, situação que levava ao surgimento de inúmeras queixas contra abusos diversos cometidos por esses notáveis. Ressaltamos, ainda, a figura do rei, o qual podia intervir, ex-officio, em todos os processos através de autos diversos. Segundo a documentação oficial, o rei parece ter sido onipresente na vida jurídica mesopotâmica, mas é importante salientarmos que sua competência se ligava prioritariamente ao direito administrativo, aos crimes de sangue e aos dossiês políticos. Acredita-se que uma forma de Ministério Público possa ter funcionado em algumas épocas. Assim, o cargo de qabbâ'um8 , acumulável com um emprego administrativo, parece ter sido criado no período paleobabilônico. O oficial ocupante desse cargo podia denunciar oficialmente, às autoridades políticas, os delitos os quais ele tivesse conhecimento dentro do quadro de suas funções regulares. O direito neoassírio conhecia também um acusador público, o bâtiqu. Apesar de os textos cuneiformes não citarem a figura do advogado, râbisum, em acádio, parece que a profissão existiu na época paleoassíria.
O advogado era nomeado pelas autoridades públicas ou recrutado por um particular. Para tanto, era redigido um contrato que especificava o salário que seria pago, bem como as obrigações do advogado em relação ao resultado final da demanda: se ele perdesse o processo, deveria reembolsar as somas já recebidas. Há indícios de que alguns advogados tenham tentado ampliar o tempo de duração do processo, pois existem registros de clientes que levaram seus advogados a justiça por estes terem agido inescrupulosamente. Outra categoria de auxiliar de justiça, bem documentada na época neo-suméria, era a constituída pelos MAŠKIM. Estes eram era uma espécie de testemunha institucional e tinham a função de relatores do processo.
O Direito Hebreu;
COMENTÁRIOS INTRODUTÓRIOS ACERCA DO POVO HEBREU
Os HEBREUS eram povos nômades da família semítica, ou seja, semitas (babilônio sírios, hebreus, fenícius, cartagineses, Árabes, assírios e egípcios), que viviam em tribos, originalmente habitando a Palestina. Eles atravessaram a Palestina, em direção ao Egito, na época em que Hamurabi reinava na Babilônia. Durante quase cinco séculos os Hebreus conviveram com egípcios: ganharam dinheiro com o comércio e cargos importantes no governo do Egito (Ex. José, filho de Jacó, foi ministro do Faraó ).
Iniciou-se, então, a fase sedentária e legislativa do reino de Israel por volta de 1400 a 1300 a .C, quando surgiu o último dos cinco livros do antigo testamento, DEUTERONÔMIO (segunda lei).Trata-se de regras religiosas e jurídicas aplicadas aos hebreus e vigorou, em parte, até a queda do reino de Judá, em 586 a.C.
O reino de Israel encontra seu apogeu em Davi (1005-966 a. C) e Salomão, seu filho (966-926 a .C). Contudo, em 721 a.C., divergências internas provocam a divisão em dois reinos: reino de Israel e reino de Judá: o primeiro foi destruído pelos Assírios; o segundo, apesar de dominado pelos Persas e Babilônicos, permanece, como já mencionamos, até 586 a.C. vale lembrar, que o Rei da Babilônia Nabucodonosor deportou o rei de Judá Joaquim para Babilônia e, em seguida, o seu exercito incendiou e destruiu o templo de Jerusalém.
CARACTERÍSTICAS
O direito hebraico é um direito religioso(Religião Monoteísta). Trata-se de um Código jurídico e religioso, onde as normas morais, religiosas e jurídicas se confundem;
Todo crime é um pecado, pelo qual o homem é responsável perante Deus, e não perante o Estado;
O Código de Hamurabi tinha um conteúdo mais jurídico, enquanto o DEUTERONÔMIO apresenta um caráter mais RELIGIOSO, emboratenha havido influências daquele neste;
Influenciou o direito romano, direito medieval, direito canônico, direito muçulmano, direito germânico e a cultura jurídica ocidental;
FONTES DO DIREITO HEBREU
A Torá também conhecida como PENTATEUCO, ou seja os 5 primeiros livros da bíblia cristã , significa LEI ESCRITA, revelada por DEUS. Trata-se da parte principal do VELHO TESTAMENTO, que compreende 5 (cinco) livros:
GÊNESIS (livro das origens);
ÊXODO (saída do Egito);
LEVÍTICO (regras religiosas sobre culto e rituais);
NÚMEROS (permanência dos hebreus no deserto 12 tribos ou clãs);
DEUTERONOMIO. (livro religioso e jurídico);
DEUTERONÔMIO. É um livro da lei, que estabelece normas de direito público, direito privado, direito de família, direito do trabalho, direito penal e processual.
A idéia central do DEUTERONÔMIO é a EXORTAÇÃO À OBEDIÊNCIA (4: 2-5); RELEMBRA O DECÁLOGO (5: 1 A 10). Moises utilizou método de persuasão semelhante ao Rei Hamurabi, como líder religioso e político.
3.3. DECÁLOGO. Ditado à Moises no Monte Sinai por Jeová, encontra-se no Êxodo (XX, 2-7) e no DEUTERONÔMIO (V, 6-18), contém, regras de caráter moral, religioso e jurídico: Tu não matarás; Tu não levantarás falso testemunho contra o teu próximo; Não cometereis adultério; Não roubaras etc..
O Direito Grego
COMENTÁRIOS INTRODUTÓRIOS ACERCA DO POVO GREGO
Na Grécia Antiga desenvolveram-se as primeiras especulações de caráter eminentemente filosófico de que se tem notícia. Sabe-se que o legado das gentes da Hélade à formação do Pensamento Ocidental é de difícil mensuração.
No campo da política, Atenas foi a responsável imediata por ter presenteado o mundo com o germe da democracia. As obras de pensadores gregos da estirpe de Platão e Aristóteles se tornaram, por assim ser, a referência intelectual para as gerações vindouras. Nesse sentido, deve-se desde logo admitir que a inquietação pelo saber marcou profundamente o espírito desta civilização.
A busca apaixonada pelo conhecimento assinalou sobremaneira a orientação cultural da nação helênica. Não por acaso, os gregos se acharam superiores aos demais povos, os quais eram rotulados de "bárbaros".
Todavia, não se deve jamais perder de vista o fato de que o universo helênico era composto por inúmeras cidades-estado (polis) independentes.
A formação do cosmopolitismo grego é o resultado direto de um processo lento e gradual de sedentarização surgido em função da desintegração dos sistemas clânicos. Do Período Micênico (1500 – 1100 a.C.), pouco se sabe, exceto que a povoação dos Balcãs coincide com a Idade do Bronze no Oriente Próximo.
Os mais antigos habitantes da Grécia foram os aqueus, cários, jônios e dórios. Estes últimos penetraram nas terras da Lacedemônia durante o final do III e inicio do II milênio antes de Cristo.
DIREITO HELÊNICO
O Direito nas cidades-estados da Grécia Antiga ainda foi muito pouco estudado no Brasil, apesar de sua inquestionável importância. Vale ressaltar que, persistem muitas lacunas sobre o tema em questão, o que gerou entre os desavisados a crença de que a atividade legislativa na Grécia Antiga tenha sido incipiente e, na percepção de alguns, até mesmo inexistente.
A principal razão a corroborar para o alastramento desta equivocada opinião consiste na exigüidade de fontes. Sabe-se que nem sempre tem sido possível contar com um conjunto de leis cuidadosamente registradas, como no caso do Código de Hamurábi, cuja estela está exposta no Louvre, ou em rolos de pergaminhos devidamente sistematizados, como ocorre com a Torah de Moisés.
As fontes para o conhecimento do Direito Helênico, de outra sorte, quase sempre se apresentam de maneira fragmentária, desconexa e não-sistematizada. Como bem destacou Gilissen, na atualidade, melhor se conhece o Direito Privado de Atenas.
Deste modo, achados arqueológicos como aquele efetivado por Frederik Hallbherr, que encontrou na cidade-estado de Gortina, na ilha de Creta, um verdadeiro "código de leis", são extremamente raros.
Assim, não havendo muitas vezes as fontes diretas, recorrer-se-á aos escritos filosóficos para se tentar reconstruir esse imenso quebra-cabeça que é o direito grego antigo.
Em função disso, torna-se praticamente impossível descartar obras da importância de A Política, de Aristóteles. O referido pensador, homem curioso por excelência, cuidou de esboçar um quadro significativo permeado por comentários sobre algumas das constituições vigentes nas principais cidades-estados gregas. Ora, como negar o valor jurídico de tal trabalho para a História do Direito?
O DIREITO ATENIENSE
Atenas foi, por certo, uma das mais importantes cidades da Antiguidade. Berço da erudição e do conhecimento, este centro cosmopolita alcançou notável desenvolvimento na Grécia Antiga.
Por suas ruas transitavam, diariamente, vários filósofos atraídos pela extremada valorização concedida ao saber. Não por acaso, aqui despontam, pela primeira vez na história da humanidade, os nítidos contornos dos ideais democráticos.
Ademais, o profícuo comércio marítimo mantido com praticamente todos os povos do Mediterrâneo permitiu a ascensão de um estado pujante e potencialmente hegemônico. A natural inclinação do país à cultura, às letras e artes fez brotar uma aristocracia bem articulada politicamente, que se fazia imitada e ditava padrões de comportamento para o mundo antigo. Em virtude disso, o Direito Ateniense é, sem dúvida alguma, aquele mais bem servido de fontes dentre todas as cidades que pontilharam a imensa Hélade.
O primeiro aspecto a chamar a atenção de qualquer interessado no estudo das leis da Grécia Antiga diz respeito ao sofisticadíssimo modelo de organização judiciária de Atenas, onde já havia tribunais com competências jurisdicionais completamente distintas.
Assim, o Areópago, nas palavras de Jardé, era o mais antigo tribunal de Atenas: de acordo com a lenda, foi instituído pela deusa Atena, por ocasião do julgamento de Orestes. Suas atribuições primitivas, mal definidas, mas muito amplas, transformaram-no numa corte de justiça e num conselho político, que exercia intensa vigilância sobre toda a cidade e suas leis. Tinha Caráter aristocrático, porque era formado por antigos arcontes, que sempre eram escolhidos entre os cidadãos das duas classes mais altas, e, porque as funções de seus membros, os AREOPAGITAS (areopagítes) eram vitalícias.
Por essas mesmas razoes é que foi particularmente visado pelas reformas dos democratas: em 462, Efialtes conseguiu tirar do Areópago todo o poder político, reduzindo as suas funções apenas às judiciárias.
Com o tempo, até essas atribuições judiciárias foram-se restringindo com a criação e desenvolvimento de outros tribunais.
No século IV, o Areópoago só conservava o julgamento dos casos de homicídios com premeditação, de incêndios e de envenenamento.
Interessante notar que este famoso tribunal ateniense continuou desenvolvendo suas atividades, ainda que reduzidas, até o século I da Era Cristã, mesmo quando a Grécia, já em franco declínio, tinha inevitavelmente sucumbido ao poderio romano e as suas cidades haviam perdido todo o seu antigo esplendor.
Tem-se notícia, inclusive, de que o apóstolo Paulo, em dado momento, fora intimado a prestar esclarecimentos às autoridades locais sobre a doutrina religiosa que pregava, a qual, segundo consta, estaria causando certos tumultos entre os cidadãos.
A mais democrática corte de Atenas, porém, foi aquela conhecida por Heliaia ou Tribunal dos Heliastas, um "júri popular composto de até 6.000 cidadãos, escolhidos por sorte, entre os que tivessem mais de trinta anos e se colocassem à disposição da cidade para exercer importantes funções", ensina o Prof. Luis Carlos de Azevedo.
Além disso, de acordo com S. C. Todd, é possível falar da existência de pelo menos mais duas cortes na cidade de Atenas, que teriam funcionado até a metade do século IV a.C.. Trata-se de um tribunal específico par apreciar causas em que pelo menos uma daspartes era estrangeira – o Xenicon Dikasterion – e também uma espécie de tribunal marítimo – o NautodikaI.
É certo, pois, que a transposição dos costumes para um direito escrito facilitou a consolidação das instituições democráticas de Atenas. Sob este prisma, o legado da cidade ao direito público de ser mensurado. Ora, o poder na sociedade ateniense, pelo menos até o final do século VIII a.C., como bem observou Claude Moussé[11], era partilhado entre uma aristocracia guerreira (que possuía o monopólio da terra) e os sacerdotes (os quais, não obstante o eventual controle de todos os assuntos relacionados à religião, também cuidavam de distribuir a justiça e aplicar o direito).
Destarte, quando a oralidade é abandonada e as leis passam a ser registradas em pedra, as comunidades ganham automática estabilidade e, naturalmente, se afastam da prática de julgamentos arbitrários e de decisões inconsistentes
O DIREITO ESPARTANO
Esparta desenvolveu-se às margens do rio Orontes, nas terras da Lacônia. Sua história começa a ser contada a partir da invasão de um povo de origem germânica, os dórios. Estes subjugam os aqueus e seus vizinhos. Inicia-se aqui a saga de uma das mais belicosas e militaristas que o mundo já conheceu.
O homem espartano, desde os sete anos de idade, ingressava no período de treinamento das forças armadas. Na juventude já era um exímio e perigoso guerreiro. As leis da cidade autorizavam o rechaço paterno às crianças portadoras de deficiências. O pai poderia também lançar o bebê de qualquer penhasco se imaginasse que a compleição física do mesmo fosse um eventual empecilho à carreira militar.
Os espartanos eram mestres no cultivo das tradições cívicas e amavam com fervor a sua pátria. Dedicavam-se até à morte no combate e tinham repugnância dos covardes e desertores. Eram xenófobos por excelência, pois se julgavam "iguais entre si", mas "superiores a qualquer outro povo da Hélade". Usavam uma longa cabeleira e bem forjados apetrechos de guerra. Uma longa capa vermelha tocava-lhes o calcanhar.
Um escudo e um elmo que protegia, além da cabeça, também os maxilares, trazia pavor aos adversários.
A coragem espartana foi imprescindível à manutenção da cultura grega. Entre os anos de 500 e 449 a.C. Esparta alia-se a Atenas, a fim de refrear a fúria do invasor nas chamadas "Guerras Médicas". Os soldados comandados pelo legendário Leônidas lutaram com ânimo redobrado contra os persas. Em 431 a.C. eclode o conflito contra Atenas. A guerra só terminaria em 404 a.C. com a vitória de uma enfraquecida e desgastada Esparta.
Quanto ao sistema político, sabe-se que Esparta tinha dois reis que provinham de duas importantes famílias aristocráticas locais: a dos Ágidas e a dos Euripôntidas. Estes, apesar de serem "reis" não possuíam irrestrita autonomia no campo da política interna e, nem tampouco, da externa.
Encontravam-se eternamente resignados a vontade superior dos aristocratas que compunham a Assembléia do Povo, chamada em Esparta de Apella ou o Conselho de Anciãos, a Gerúsia, composto apenas por vinte e oito gerontes com idade igual ou superior a sessenta anos e por dois reis. Portanto, estes dois monarcas mais se assemelhavam a chefes militares do que propriamente a monarcas.
Todavia, não tem sido possível conhecer o Direito Espartano da mesma forma que o direito de sua maior rival, Atenas. O maior desafio é a inexistência de fontes diretas, o que nos leva a buscar aquelas informações prestadas por filósofos da estirpe de Aristóteles, Xenofonte, Plutarco, Tucídides, Heródoto e Políbios. Vale dizer que o próprio Corpus Iuris Civilis, de Justiniano, já atentava para essa realidade ao ressaltar que os espartanos, ao contrário dos atenienses e romanos, preferiam "confiar à memória aquilo que observavam como lei".
Em Esparta, do contrário, não se pode falar o mesmo. Heródoto dá entender que as leis ainda estão adstritas ao universo do sagrado. Nesse contexto, o papel de Licurgo seria o de se servir de interlocutor entre o povo e uma suposta inspiração "recebida" junto ao famoso oráculo de Delfos. Este fato é bem retrato no filme 300 de esparta, na parte em que o rei Leônidas vai consultar o oraculo com fito de obter uma resposta negativa ou positiva sobre ir à guerra contra Xerxes.
Ademais, importante dizer que, o Direito nas cidades-estados da Grécia foi muito pouco estudado, apesar de sua inquestionável importância neste ramo do direito.
Mesmo que, se os diplomas estivessem reunidos, de modo a perfazer um corpo legal, nada disso chegaria ao nosso tempo, da maneira como sucedeu em Roma, onde a doutrina e constituições imperiais viram-se coligadas e compiladas a mando de Justiniano.
Referências Bibliográficas:
O Direito Hebreu:
Autor (a) Roberto Victor Pereira Ribeiro
Texto na Integra: http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=6345
Fontes bibliográficas 
A1 BOBBIO, Norberto. A era dos Direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992, p. 56-57
2 MESTERS, Carlos. O livro da Aliança na vida do povo de Deus. Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana, n. 23, 1996, p. 104-122
3 Salmos 1:3,4.
4 FONSATTI, José Carlos. Os livros históricos da Bíblia. v.8. Curitiba: Vozes, 2004, p. 46
5 MIschpat Ibri em hebraico, significa “Direito Hebraico”.
6 RENAN, Ernest. Vida de Jesus. 13. ed. São Paulo: Martin Claret, 1995, p. 153
7 Entende-se Fé pela manifestação de religiosidade e não de confiança.
8 THOMAS, Gordon. O Julgamento de Jesus Cristo: Um relato jornalístico sobre a vida e a inevitável crucificação de Jesus Cristo. Rio de Janeiro: Editora Thomas Nelson Brasil, 2007, p. 122.
9 THOMAS, Gordon. O Julgamento de Jesus Cristo: Um relato jornalístico sobre a vida e a inevitável crucificação de Jesus Cristo. Rio de Janeiro: Editora Thomas Nelson Brasil, 2007, p. 49.
10 SPEIDEL, Kurt A. O julgamento de Pilatos. São Paulo: Paulinas, 1979, p. 42
11 Levítico – terceiro livro da Torá ou Pentateuco
12 Êxodo – segundo livro da Torá ou Pentateuco
13 Deuteronômio – quinto livro da Torá ou Pentateuco
14 PALMA, Rodrigo Freitas. O Julgamento de Jesus Cristo: Aspectos histórico-juridicos. Curitiba: Juruá, 2006, p. 64
15 Eliminação – a pena de eliminação não ficou muito clara quanto à sua aplicação: se era uma pena capital ou uma exclusão social.
16 ARAÚJO, Durvalina. Julgamento de Jesus. Disponível em <www.viajuridica.com.br.>. Acesso em: 29 nov 2007.
17 Significa “Pai da Corte”.
18 BORG, Marcus J. et al. A última semana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007, p. 28.
19 JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. São Paulo: CPAD, 2005.
20 SPEIDEL, Kurt A. O julgamento de Pilatos. São Paulo: Paulinas, 1979, p. 69
21 Ibid.,1979, p. 69
22 MORAES, André Santos. Comentário e anotações sobre o processo penal de Jesu
 O Direito Grego
Autor e perfil: David Cassiano Paiva
Texto na Integra: http://www.fabelnet.com.br/unempe2/ver_artigo.php?artigo_id=45
1.         ARISTÓTELES. A Política. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
2.         ARNOUTOUGLOU, Ilias. Leis da Grécia Antiga. Trad. Odep Trindade Serra e Rosiléa Pizarro Carnélos. São Paulo: Odysseus, 2003.
3.         AZEVEDO, Luiz Carlos de. Introdução à História do Direito. 3ª ed. São Paulo: RT, 2010.
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5.         GILISSEN, John. Introdução Histórica ao Direito. 2ª ed. Trad. Maria Hespanha e L. Macaísta Malheiros. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1995. 
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7.         HERÓDOTOS. História. 2ª ed. Trad. Mário da Gama Kury. Brasília: UnB, 1988. (Coleção Biblioteca Clássica, nº 8). 
8.         JAEGER, Werner. Paidéia: a formação do homem grego. Trad. Arthur M. Parreira. São Paulo: Martins Fontes,2001. 
9.         JARDÉ, Auguste. A Grécia Antiga e a Vida Grega. Trad. Gilda Maria Reale Starzynski. São Paulo: EPU, 1977. 
10.      JUSTINIANO. Institutas do Imperador Justiniano: Manual Didático para Uso Justiniano, no ano 533 D.C. Trad. CRETELLA JR., J. e CRETELLA, Agnes. 2ª ed. São Paulo: RT, 2005. 
11.      KLABIN, Aracy Augusta Leme. História Geral do Direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. 
12.      LINARES, Julio E. Derecho Internacional Publico. Tomo I e II. 2ª ed. Ciudade de Panamá: Impresos y Diseños, 1996 (Derecho y Ciências Políticas / Textos Universitários). 
13.      LOPES, José Reinaldo de Lima. O Direito na História: Lições Introdutórias. 2ª ed. São Paulo: Maz Limonad, 2002. 
14.      MOUSSÉ, Claude. Atenas: A História de Uma Democracia. Trad. João Batista da Costa. Brasília: UnB, 1972. 
15.      PALMA, Rodrigo Freitas. O Direito Espartano. Consilium - Revista do Curso de direito do Centro Universitário Euro-Americano, nº 2, 2004. 
16.      ___________ História do Direito. 3ª ed. Brasília: R. F. PALMA, 2009. 
17.      PINHEIRO. Ralph Lopez. História Resumida do Direito. Rio de Janeiro: Thex Editora: Biblioteca da Universidade Estácio de Sá, 1995. 
18.      POLÍBIOS. História. 2ª ed. Trad. Mário da Gama Kury. Brasília: UnB, 1996. 
19.      ROMILLY, Jacqueline de. La Lois dans la Pensée Grecque. Paris: Belles Lettres, 2001.
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22.      TODD, S.C. The Shape of Athenian Law. Oxford: Clarendon Press, 1993. 
23.      TRUYOL Y SERRA, Antonio. História do Direito Internacional Público. Trad. Henrique Barillaro Ruas. Lisboa: Instituto Superior de Novas Profissões, 1996. (Coleção Estudo Geral).
 
24.      TUCÍDIDES. História da Guerra no Peloponeso. 3ª ed. Trad. Mário da Gama Kury. Brasília: UnB, 1987.
O Direito na Mesopotâmia
Autor(a):Katia Maria Paim Pozzer
Texto na Integra:    
https://www.tjrs.jus.br/export/poder_judiciario/historia/memorial_do_poder_judiciario/memorial_judiciario_gaucho/revista_justica_e_historia/issn_1676-5834/v2n3/doc/02-Katia_Pozzer.pdf
Referências bibliográficas
BIROT, M. Correspondance des gouverneurs de Qattunân. ARM 27, Paris: ERC, 1993.
BLACK, J. & GREEN, A. Gods, Demons and Symbols of Ancient Mesopotamia. London: British
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BOUZON, E. O Código de Hammurabi. Petrópolis: Vozes, 2000.
CARDASCIA, G. Les Lois Assyriennes. Paris: Éditons du CERF, 1969.
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