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metodologia cientifica unidade 3

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Daisy Libório e Lucimara Terra
Metodologia
científica
Sumário
CAPÍTULO 3 – Método Científico .....................................................................................05
Introdução ....................................................................................................................05
3.1 Definir a amostra e as implicações éticas ....................................................................05
3.1.1 O método científico e as amostras ....................................................................05
3.1.2 Plágio, erro e fraude científica ..........................................................................07
3.1.3 Segurança das amostras e dos dados coletados ..................................................11
3.2 Definir a coleta de dados ..........................................................................................12
3.2.1 Coleta bibliográfica .........................................................................................12
3.2.2 Coleta documental ..........................................................................................13
3.2.3 Questionário ..................................................................................................13
3.2.4 Entrevista ........................................................................................................15
3.2.5 Observação ....................................................................................................15
3.3 Compreender o processo de análise de dados .............................................................16
3.3.1 Análise dos dados ...........................................................................................16
3.4 Abordar as noções de estatísticas para o pesquisador ..................................................19
3.4.1 O que é Estatística? .........................................................................................19
3.4.2 Termos comuns à Estatística ..............................................................................19
Síntese ..........................................................................................................................23
Referências Bibliográficas ................................................................................................24
03
Capítulo 3 
05
Introdução
O trabalho científico-acadêmico é uma oportunidade para o pesquisador aprimorar seus conhe-
cimentos. Para ter um bom alcance na comunidade científica, o trabalho deve, entre outras coi-
sas, ser escrito conforme as boas práticas de redação técnica, considerando a metodologia mais 
assertiva à área do conhecimento em que se insere e a normatização vigente. No nosso caso, a 
normatização é elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Além disso, para ter relevância, ele precisa ser divulgado na comunidade científica – afinal, um 
trabalho acadêmico não serve apenas para que o pesquisador obtenha nota ou grau junto à 
instituição na qual estuda; ele serve também para contribuir com o avanço de sua área. Dessa 
forma, quando iniciar a sua produção, tenha em mente a sua contribuição para determinada 
questão científica.
Mas como é estabelecido o método científico? Como coletar dados, apresentar resultados e 
tirar o melhor proveito das informações? Este capítulo é dedicado ao processo de captação e 
análise de dados, considerando as implicações éticas e as noções estatísticas. Agora, iremos 
compreender melhor os aspectos relativos à fundamentação teórico-metodológica do processo 
de pesquisa.
Faça um bom estudo!
3.1 Definir a amostra e as implicações éticas
Você deve compreender que as amostras e o processo de coleta de dados têm uma organização 
própria, conforme a abordagem escolhida pelo pesquisador. Ao aplicar o método, o cientista 
deve considerar ainda algumas implicações éticas quanto à veracidade das informações e quan-
to ao tratamento conferido aos participantes desse processo. Veremos alguns conceitos de amos-
tra científica e as implicações éticas de dados e resultados apresentados pela pesquisa.
3.1.1 O método científico e as amostras
Não se faz uma pesquisa científica de qualquer forma. Assim como as citações, por exemplo, que 
seguem uma normatização e uma lógica própria e implícita à pesquisa, a forma como coletamos 
os dados e os direcionamentos desse processo também são estabelecidos por regras – sendo 
estas éticas e técnicas.
Eco (1977) afirma que o método científico complementa o trabalho científico, e o pesquisador 
deve, antes de tudo, aprender a colocar suas ideias em ordem, a fim de organizar os dados obti-
dos. O método científico específico torna-se essencial para garantir o alcance do que foi inicial-
mente planejado na pesquisa. Ele serve, portanto, para garantir que os objetivos sejam atendidos.
Método Científico
06 Laureate- International Universities
Metodologia científica
Figura 1 – Tenha em mente os objetivos da sua pesquisa ao coletar amostras e informações.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Quando for a campo, por exemplo, é importante que você, o pesquisador, saiba o que procura, 
que tipos de dados pretende inserir no seu material científico, quais os participantes, os materiais 
e os contextos da pesquisa, como serão armazenados os dados e as amostras e, posteriormente, 
como serão tabulados e apresentados para a apreciação dos interessados no tema. Faça um 
roteiro, se precisar, seguindo as instruções aprendidas nesta disciplina.
Uma amostra científica é um dado ou um conjunto de dados que comprovem ou não as hipóteses 
da pesquisa. É uma pequena fatia do objeto de estudo, para que o pesquisador consiga compro-
var suas ideias e fundamentar seu trabalho. A amostra é uma pequena parte de uma “popula-
ção”, ou seja, do objeto de pesquisa; segundo Marconi e Lakatos (2009, p. 75) “é uma parcela 
conveniente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo”. É aquilo que 
você, como pesquisador, irá encontrar em sua coleta sistematizada de dados.
Pitta e Castro (2006, p. 243) afirmam que o pesquisador deve ter uma visão holística (ou seja, 
do todo) quando empreende uma pesquisa científica, considerando o tipo de estudo, o local de 
atuação, os sujeitos envolvidos, o tipo e o critério de amostra, os procedimentos, os recursos, as 
variáveis e o método:
No projeto de pesquisa, é preciso ter cuidado especial em vários itens: 1) tipo de estudo – 
deve ser utilizado o melhor tipo de estudo para responder à pergunta de pesquisa; 2) local 
– onde estão os sujeitos da pesquisa; 3) amostra (critérios de inclusão, critérios de exclusão, 
amostragem, consentimento livre e esclarecido) – deve ser descrita com critérios objetivos, 
que representem com acuidade o universo de pacientes; 4) procedimentos – intervenção, 
teste, exposição, se necessário; 5) variáveis (variável primária, variáveis secundárias, dados 
complementares) – deve ser definida cada variável (como, quem) e quando será quantificada; 
6) método estatístico (cálculo do tamanho da amostra, análise estatística) – devem ser descritos 
os critérios para a definição do tamanho da amostra a ser estudada e quais serão os testes 
estatísticos a serem utilizados (PITTA; CASTRO, 2006, p. 243).
Diante disso, lembre-se de repassar suas estratégias de pesquisa quando chegar à fase de coleta. 
Se preferir, converse com o seu orientador para descobrir as contingências do tema escolhido e 
os pontos mais relevantes a serem constatados.
07
3.1.2 Plágio, erro e fraude científica
Ao realizar a coleta de dados, tanto o pesquisador quanto os eventuais participantes da pesquisa 
devem estar comprometidos com o processo. Os dados e as amostras devem ser coletados e 
registrados com o máximo cuidado, e o pesquisador deve estar ciente de evitar generalizações 
ou de supor dados, sem que sejam devidamentelevantados por um processo seguro. Muitas 
vezes, por exemplo, no anseio de encontrar um resultado favorável, o pesquisador pode produzir 
distorções nos resultados, o que configura fraude científica. Ou, ao não encontrar resultados e 
soluções em tempo hábil, ele pode ser induzido a obtê-los em pesquisas já realizadas, sem dar 
o devido tratamento analítico, o que caracteriza o plágio. De maneira geral, as três vertentes 
de problemas com a pesquisa – plágio, erro e fraude –, por meio de resultados apresentados, 
indicam que nem toda atitude é correta em termos de ciência.
O plágio se caracteriza pela publicação ou pela apropriação de ideias de outra pessoa sem que 
sejam dados os créditos de autoria. É mais comum na prática escrita, mas também pode ocorrer 
em apresentações. O plágio, segundo Krokoscz (2011), envolve o plagiador, o autor plagiado e 
o leitor que terá acesso ao material, e que também poderá ser prejudicado pela prática.
Figura 2 – O plágio é uma falta grave do pesquisador em relação à comunidade científica.
Fonte: Shutterstock, 2015.
O plágio é uma ocorrência nefasta para a comunidade acadêmica, uma prática inadmissível que 
traz descrédito não apenas para o indivíduo que o pratica, mas também para a instituição que 
ele representa.
Embora o plágio seja previsto como infração pela Lei dos Direitos Autorais (Lei 9.610/1998) 
com enquadramento descrito no Código Penal (Artigo 184), no ambiente universitário, o plágio 
é uma forma de desacato da integridade acadêmica que escapa da responsabilização judicial 
(KROKOSCZ, 2011, p. 1).
08 Laureate- International Universities
Metodologia científica
Será que apenas o pesquisador que cometeu o plágio é responsável por esse aconteci-
mento? Conforme Krokoscz (2011), o evento do plágio é responsabilidade de todos os 
envolvidos na instituição educacional: alunos, professores/orientadores, gestores e, tam-
bém, comunidade científica. Isso porque, segundo o autor, tem ocorrido uma grande ba-
nalização dos casos por parte da mídia e da comunidade científica – em âmbito mundial.
NÓS QUEREMOS SABER!
O erro, por sua vez, acontece quando o pesquisador apresenta dados incorretos, tendo consci-
ência disso ou não. Caso tenha consciência da natureza errônea das informações, ou seja, esteja 
propositalmente manipulando indicadores e resultados, o pesquisador poderá ser responsabili-
zado por fraude.
Lembre-se de que os dados coletados devem ser testados; é seu dever garantir que o texto final e 
os argumentos que ele contém fiquem o mais embasado possível. Dessa forma, antes de você en-
tregar o seu material para avaliação e validação, utilize recursos científicos para testar mais uma 
vez as suposições que constam em sua pesquisa. É responsabilidade do pesquisador publicar 
resultados que possam ser comprovados cientificamente. Imagine que um pesquisador da área 
médica divulgasse um estudo sobre a cura de alguma doença sem a comprovação adequada 
pelos métodos científicos. Quantas pessoas poderiam ser impactadas por isso?
A fraude científica, por fim, ocorre quando os propósitos da ciência são desviados para interes-
ses pessoais. Por exemplo, um pesquisador ou um grupo de pesquisa que ganha notoriedade a 
partir de uma divulgação inventada e até criminosa. Não há erro ou plágio, mas a criação de 
uma teoria inteira ou de um objeto de estudo inédito, que não procede em sua veracidade. Há 
impressionantes histórias, mundialmente conhecidas, sobre pesquisadores que inventaram elos 
perdidos, culturas sociais inteiras, elementos químicos e outros supostos feitos que, de verídicos, 
nada tinham – casos que se caracterizaram como grandes escândalos, inclusive, erroneamente 
sustentados pelas instituições que os apoiavam.
CASO
Na década de 1970, o governo filipino divulgou a descoberta de uma nova tribo, até então 
isolada, que ainda reproduzia os moldes pré-históricos em seu território. O evento foi divulgado 
por emissoras de televisão e revistas como a National Geographic e a BBC. A suposta tribo era 
chamada de Tasaday, e seus habitantes viviam na ilha de Mindanao. Não demorou para que 
antropólogos e outros cientistas sociais se deslocassem em massa para tal ilha, a fim de estudar e 
compreender os hábitos desse povo que permanecia isolado por mais de dois mil anos, segundo 
o governo filipino. Imagine poder estudar os primórdios da civilização in loco e ter contato com 
um povo que sequer conhecia a agricultura. Muitos detalhes de sua cultura, como alimentação, 
rituais e linguagem, foram revelados e impactaram o mundo. 
Tempos depois, a verdade veio à tona: a tribo foi uma invenção do governo filipino, então sob 
a tirania de Ferdinand Marcos. Só após ele deixar o poder, em 1986, foi possível descobrir que 
a tribo era uma farsa: os membros da Tasaday usavam jeans e camisetas e não morava em ca-
vernas – exceto quando encenavam ser uma tribo pré-histórica. O caso ficou tão conhecido que 
virou filme em 1998, A Tribo dos Krippendorf. Esse foi um dos casos de fraude científica mais 
conhecidos de toda a história (apud ANAZ, s/d.)
09
Cada vez mais, a comunidade acadêmica tem sido surpreendida por casos de conduta improce-
dente e antiética dos pesquisadores. Em contrapartida, muitas entidades têm publicizado esses 
casos e seus autores, para evitar que esse tipo de prática se repita. Atualmente, as ocorrências, 
sobretudo, de plágio, que são mais comuns, podem ser facilmente descobertas com o auxílio de 
programas eletrônicos antiplágio, que também constatam similaridades.
O artigo Abordagem do plágio nas três melhores universidades de cada um dos cinco 
continentes e do Brasil, de Marcelo Krokoscz (2011), é um estudo que mostra a ques-
tão do plágio mais a fundo – tema ainda pouco estudado no Brasil. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v16n48/v16n48a11.pdf>.
NÃO DEIXE DE LER...
É preciso estar atento: muitas vezes, o estudante, quando está produzindo um trabalho acadêmico, 
busca uma referência, mas se esquece de dar o devido crédito. Mesmo que não haja a intenção, 
obviamente, a prática é considerada plágio e poderá ser contestada. Por isso, é muito importante 
aprender a normatização técnica no que se refere ao padrão de referências bibliográficas, cita-
ções e metodologia científica de forma geral. Qualquer tipo de reprodução de uma obra alheia, 
sem atribuição de créditos e ou permissão, se caracteriza como plágio. 
Figura 3 – O plágio se caracteriza por uma atitude antiética.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Podemos dizer também, quanto à falta de intenção do plágio, que muitos alunos, ainda inexpe-
rientes e sem a orientação adequada, podem citar ideias sem as devidas fontes – o que é ainda 
mais comum no meio científico. O resultado muitas vezes é uma “colcha de retalhos”: um texto 
desconexo, cheio de ideias pouco desenvolvidas e abruptamente interrompidas entre um pará-
grafo e outro. 
10 Laureate- International Universities
Metodologia científica
Nesse caso, a solução é simples: antes de iniciar sua redação científica, crie um planejamento do 
que pretende escrever. Selecione a bibliografia e por etapas, ou seja, para cada seção do traba-
lho. Leia tudo antes de começar a redigir o texto. Você deve colocar no papel sua interpretação 
sobre o tema, citando as fontes, obviamente. É preciso que o pesquisador deixe impresso o seu 
parecer sobre a questão, explicando os termos implícitos sempre que possível. Assim, você terá 
um texto próprio e saberá como incluir a fundamentação teórica. Reescreva quantas vezes puder 
até aprimorar seus argumentos. 
No caso das normas da ABNT (NBR 10520:2002), se for usada uma citação direta (um trecho 
idêntico ao original ao do autor consultado) de até três linhas, deve-se colocá-la entre aspas 
duplas, identificando o autor, bem como o ano de publicação e a página. Se a citação tiver mais 
de três linhas, deve-se destacá-la em um novo parágrafo,sem aspas, com recuo de 4 cm da mar-
gem esquerda, com fonte menor que a do texto e espaçamento simples, indicando novamente o 
autor, o ano e a página. Quando você as ideias do autor pesquisado forem mescladas às do pes-
quisador que escreve, deve-se citar o autor e a data, sem necessariamente a página, já que não é 
uma citação literal. Todos os autores citados na obra devem constar na bibliografia e vice-versa.
Kokoscz (2011) cita diferentes tipos de plágio:
•	 plágio direto: trata-se da cópia literal.
•	 plágio indireto (paráfrase): refere-se à interpretação de um texto original sem indicação 
da fonte.
•	 plágio de fontes: é a reprodução de citações de outros trabalhos sem mencionar a fonte.
•	 plágio consentido (conluio): quando o pesquisador apresenta trabalhos feitos por colegas 
ou comprados – a famosa inclusão de autoria.
•	 Autoplágio: refere-se à entrega mesmo trabalho em disciplinas distintas, sem informar que 
o material já fora apresentado em outra ocasião.
Também é muito comum na comunidade acadêmica o “empréstimo de hipóteses”. Nesse caso, o 
plágio não ocorre na citação de trechos, mas na escolha da hipótese ou na aquisição de teorias. 
Muitas vezes, por obstáculos linguísticos ou pela má escolha da publicação, que não tem muita 
visibilidade, muitas ideias de boa qualidade não atingem um público maior, e são aproveitadas 
por oportunistas em outros trabalhos. Esse também é um ato de desonestidade. 
Como você acha que será a carreira de um profissional, após formado, que busca sem-
pre fazer uso das ideias alheias? Que tipo de aprendizados teve na sua experiência de 
pesquisa científica? Muitas vezes, por falta de um apreço maior das instituições pelas 
práticas de verificação e punição dos casos de plágio ou fraude, o pesquisador estu-
dante pode ter uma atitude ilícita sem ser questionado. Mas, quando precisar aplicar 
os conhecimentos adquiridos na faculdade, não terá condições de realizar um trabalho 
de excelência. Não basta saber citar os autores, inclusive; é preciso aprender a argu-
mentar sobre as teorias deles.
NÓS QUEREMOS SABER!
É importante, desde já, você estar atento às novidades de sua área, sempre com o interesse de 
desenvolver e testar novos conhecimentos de forma ética, trazendo e garantindo benefícios e 
vantagens para seu campo de pesquisa.
11
CASO
Outro caso famoso de fraude científica data do século XVIII. Os médicos britânicos, que tinham 
muita reputação naquela época, um deles até atendia o rei George, da Inglaterra, atestaram 
erroneamente uma das mais famosas e absurdas fraudes científicas de todos os tempos. Eles 
narraram o caso da mulher que deu à luz 16 coelhos. Isso mesmo: a polêmica repercutiu por 
toda a Europa na época. A mulher, que se chamava Mary Toft, ficou grávida em 1726 mas, em 
seguida, sofreu um aborto. Por motivos ainda incertos, Mary, que tinha uma verdadeira obsessão 
por coelhos, alegou ter dado à luz os animais. O evento envolveu vários cirurgiões da época. 
Por incrível que pareça, todos os pesquisadores confirmaram a história de Mary. O rei George 
solicitou que ela fosse a Londres para seu caso ser melhor analisado pelos cientistas. Com isso, 
ela acabou confessando a farsa. Mary Toft foi presa por fraude, e a comunidade médica britânica 
caiu em descrédito pela população (NAYADE, 2014).
3.1.3 Segurança das amostras e dos dados coletados
É importante dizer que o pesquisador tem uma grande responsabilidade quanto à segurança 
das amostras e dos dados coletados, que devem ficar sob sua guarda, com garantia de sigilo e 
integridade da identidade das pessoas, dos documentos e dos instrumentos envolvidos, bem das 
informações prestadas ou colhidas. Muitas vezes, quando o processo envolve pessoas e institui-
ções, é importante utilizar termos que validam o uso de imagem, áudio e informações de uma 
forma geral. 
Todos os envolvidos devem ter ciência da proposta da pesquisa, da identidade do pesquisador e 
do impacto dos dados para a comunidade científica e a sociedade como um todo. Dessa forma, 
ao estabelecer sua coleta de dados, tenha desde o primeiro momento uma atitude transparente 
e clara. 
NÃO DEIXE DE VER...
Assista à exposição do neurocientista e filósofo Sam Harris, A ciência pode responder 
questões morais, apresentada na série de conferências destinadas à divulgação de ideias 
chamadas TED (Technology, Entertainment, Design) em 2010. No vídeo, Harris fala so-
bre as relações entre as ciências e os valores humanos e também discute até que ponto 
os cientistas devem se abster de suposições morais. Disponível em: <http://www.ted.
com/talks/sam_harris_science_can_show_what_s_right?language=pt-br#t-13703>.
Em alguns casos, os personagens e as localidades não devem ser identificados por questão de 
privacidade, podendo ser referidos como “personagem 1”, “indivíduo 1”, “escola a”, “empresa 
1” etc. Esse tipo de apresentação varia conforme o tipo, a abordagem e as intenções de pesquisa.
O texto Ciência, coisa boa!, do educador brasileiro Rubem Alves (2001), traduz um 
pouco da importância e da satisfação de se fazer ciência. O texto foi publicado na obra 
Introdução às Ciências Sociais, de Nelson C. Marcelino (Editora Papiro, 2001, p. 9-16).
NÃO DEIXE DE LER...
12 Laureate- International Universities
Metodologia científica
3.2 Definir a coleta de dados
Essa é uma etapa muito importante do trabalho científico. É preciso escolher e, posteriormente, 
descrever a forma como foram coletados os dados e as informações que comprovam ou ilustram 
os argumentos. Veja algumas opções de coleta de dados a seguir.
3.2.1 Coleta bibliográfica
Toda pesquisa utiliza a coleta bibliográfica. Mas há aquelas que fazem deste o seu principal ou 
único método de coleta. Nesse caso, o pesquisador faz uma revisão crítica de diversas fontes de 
pesquisa relacionadas ao tema. Então, usa diferentes autores para fundamentar suas ideias e 
as insere no trabalho escrito conforme a padronização técnica, contextualizando cada uma das 
referências e confrontando-as sempre que possível. É aconselhável que se usem materiais e in-
formações em primeira mão, contemplando apenas as referências sobre o tema em questão, sem 
se limitar às ideias dos livros técnico-científicos, privilegiando o uso de periódicos especializados 
(SILVA, 2008).
Figura 4 – É preciso citar de forma organizada como coletou os dados de sua pesquisa.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Consulte as normas da ABNT que padronizam citações de referências sempre que ne-
cessário. Elas orientam o modo como as fontes bibliográficas devem aparecer no texto. 
O documento sobre as citações é o NBR 10520 (ABNT, 2002).
NÃO DEIXE DE LER...
13
3.2.2 Coleta documental
Esse tipo de coleta é muito usado por algumas áreas do conhecimento, como a História, por 
exemplo. Os documentos são recolhidos ou acessados em instituições como prefeituras, ONGs, 
instituições governamentais, empresas privadas, coleções particulares, institutos de pesquisa etc. 
Como toda fonte, os documentos também devem ser mencionados no texto.
Exemplo: Dados coletados nos registros acadêmicos arquivados na secretaria da Universidade 
de São Paulo (USP) – 2015.
3.2.3 Questionário
É composto por questões previamente preparadas e apresentadas por escrito às pessoas que 
fazem parte do estudo. Para construir um questionário de pesquisa, reflita sobre os objetivos do 
projeto e tente prever se as respostas podem atender aos objetivos geral e específicos. 
Figura 5 – O questionário é uma boa fonte de dados para a pesquisa científica.
Fonte: Shutterstock, 2015.
A elaboração do questionário requer algumas etapas (LABES, 1998): 
•	 Análise dos objetivos e do problema de pesquisa;
•	 Criação do questionário propriamente dito;
•	 Testagem e pré-testagem – verificar se as questões são coerentes com o projeto e se 
funcionariam como coleta de dados;
•	 Distribuiçãoe aplicação;
•	 Tabulação dos dados alcançados;
•	 Análise e interpretação dos dados.
14 Laureate- International Universities
Metodologia científica
Sobre as questões do questionário, segundo Gil (1999), podemos supor três tipos básicos: ques-
tões fechadas, questões abertas e questões relacionadas.
Questões	fechadas: nesse caso, o pesquisador deve apresentar alternativas de resposta ao en-
trevistado, que escolhe a opção que mais se aproxima da sua opinião. É preciso colocar a opção 
“outros” e orientar para que o participante escolha apenas uma alternativa. Exemplo:
Qual sua fruta preferida?
( ) maçã
( ) morango
( ) abacaxi
( ) banana
( ) jabuticaba
( ) Outra: ___________________
Questões	abertas: são aquelas em que a pergunta é seguida deum espaço para que a pessoa 
responda da forma como preferir, sem sugestão de respostas no enunciado. Esse tipo de per-
gunta demanda uma tabulação mais complexa dos dados e exige um pouco mais de tempo do 
participante. Exemplo:
O que você considera essencial em seu plano de saúde?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Questões	relacionadas: são aquelas que dependem da resposta de questões anteriores. É im-
portante que se inicie o questionário com as questões mais fáceis e impessoais. Também é reco-
mendado que não haja mais de 30 questões, preferencialmente. Exemplo:
- Você faz algum tipo de atividade física?
( ) Sim (responda a questão seguinte)
( ) Não (pule para a questão 24)
- Qual o período dedicado às atividades físicas semanalmente?
( ) 7 vezes na semana
( ) Em dias intercalados
( ) Apenas nos fins de semana
( ) Outro: _________________________
15
O questionário é aplicado antes da elaboração do material escrito de sua pesquisa. Todo ques-
tionário implicará em amostras, que devem ser organizadas, tabuladas e apresentadas no traba-
lho escrito. Veja alguns tipos de organização de amostragem, conforme Labes (1998):
•	 amostragem	causal	ou	aleatória	simples: trata-se do sorteio da amostra coletada – 
nem todos os dados são utilizados;
•	 amostragem	 probabilística: ocorre quando há possibilidade de todos os elementos 
serem usados na pesquisa ou aleatoriamente;
•	 amostragem	sistemática: é caracterizada pela ordenação dos participantes da pesquisa 
em subgrupos;
•	 amostra	proporcional	estratificada: é definida por variáveis – escolaridade, sexo, idade 
etc.
3.2.4 Entrevista
Se você quiser utilizar em sua pesquisa uma coleta de dados que atenda diretamente às pesso-
as, a fim de obter a opinião delas sobre algo, por exemplo, utilize a entrevista. De acordo com 
Dencker (2000), uma entrevista pode ser caracterizada pela interação e pela comunicação verbal 
entre o(s) participante(s) e o pesquisador, de forma organizada. Esse tipo de coleta é muito usa-
do nas pesquisas das ciências humanas e de mercado. A entrevista pode ser estruturada (com 
perguntas definidas) ou semiestruturada (quando o pesquisador tem liberdade de intervenção). 
A entrevista pode ser ainda informal (usada principalmente quando ainda há poucos conheci-
mentos por parte do pesquisador) e por	pauta (quando há poucas questões feitas diretamente 
ao participante, apenas um ordenamento conceitual).
3.2.5 Observação
A observação é usada quando há necessidade de aprofundamento em certas áreas. Há seis tipos 
de observação científica, conforme Gil (1999):
•	 Observação	 estruturada: trata-se da observação científica com estrutura organizada 
previamente.
•	 Observação	não	estruturada: refere-se à observação que não tem uma ordem específica 
para a coleta de dados.
•	 Observação	sistemática: ocorre quando há observação e descrição precisa de fenômenos 
ou testes de hipóteses, com categorias e variáveis previamente estabelecidas.
•	 Observação	simples: ocorre quando o pesquisador observa seus objetos de estudo de 
maneira espontânea, como um expectador.
•	 Observação	 participante: ocorre quando o pesquisador mantém contato direto com 
seu objeto de estudo. Nesse caso, ele vira um ator e desenvolve uma função no grupo. É 
comum entre as pesquisas antropológicas.
•	 Observação	não	participante: trata-se de quando o pesquisador não é ativo no grupo 
que pesquisa e mantém certa distância.
16 Laureate- International Universities
Metodologia científica
Figura 6 – A observação sistemática ocorre muitas vezes em laboratórios, em pesquisas sobre reações entre com-
ponentes químicos, por exemplo.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Um dos mais renomados cientistas brasileiros foi Mário Schenberg (1914-1935). Ele é 
considerado um dos maiores físicos teóricos do Brasil, com trabalhos publicados nas 
áreas de termodinâmica, mecânica estatística, relatividade geral, mecânica quântica, 
astrofísica e matemática. Além disso, foi um grande apreciador de arte, se envolvendo 
com literatura, artes plásticas e arquitetura. É reconhecido internacionalmente.
VOCÊ O CONHECE?
3.3 Compreender o processo de análise de 
dados
Com os dados e as amostras em mãos, qual é o próximo passo do pesquisador? Fazer a análise 
estruturada desses dados e cruzá-los com as demais informações estabelecidas no projeto de 
pesquisa. Nessa fase, como veremos a seguir, o pesquisador precisa discutir os dados encon-
trados e confrontá-los com os obtidos por outras fontes, ressaltando os objetivos propostos pela 
hipótese e incorporando-os a um sistema teórico-prático.
3.3.1 Análise dos dados
A análise dos dados é uma das fases mais importantes, pois é quando são apresentados os resulta-
dos e a conclusão da pesquisa. O pesquisador poderá comprovar se atingiu os objetivos propostos 
ou se suas hipóteses não foram comprovadas, o que também é válido para o trabalho científico.
Essa fase da pesquisa tem como objetivo reunir as informações de modo organizado, com a 
preocupação de responder o problema inicialmente proposto. Para isso, é preciso estabelecer 
uma relação entre os dados coletados. Você pode apresentar uma análise descritiva e geral e, 
17
em seguida, interpretar o cruzamento de dados e a relevância para as demais informações apre-
sentadas na pesquisa.
O processo de análise dos dados se dá pela ordem, pela estrutura e pelo significado dos dados, 
conforme o tipo de abordagem escolhida no projeto. O pesquisador pode considerar algumas 
premissas gerais:
•	 Transformar os dados coletados em conclusões úteis e de credibilidade;
•	 Estabelecer tópicos estruturados, processando os dados e procurando tendências, 
diferenças e variações na informação obtida;
•	 Contrapor ou validar as informações previamente estabelecidas;
•	 Descrever como processos, técnicas e ferramentas são baseados em certos pressupostos 
e investigar suas limitações.
Há muitas técnicas de análise de dados, que podem ser utilizadas em pesquisas de natureza qua-
litativa ou quantitativa. Para Trivinõs (1987, p. 137), “é possível concluir que todos os meios que 
se usam na investigação quantitativa podem ser empregados também no enfoque qualitativo”. 
Segundo ele, é o foco do pesquisador que varia nesse caso: “[...] atenção especial ao informan-
te, ao mesmo observador e às anotações de campo”, o que não ocorre na pesquisa quantitativa. 
As principais técnicas de análise de dados são a análise de conteúdo, a estatística descritiva 
univariada e a estatística multivariada.
Análise	de	conteúdo: trata-se do conjunto de técnicas de análise das comunicações, que tem 
por objetivo fundamentar a leitura e ultrapassar as incertezas, buscando informações nem sem-
pre aparentes e tirando desses conteúdos uma mensagem que possa ser discutidajunto ao leitor 
(BARDIN, 1977). 
Para isso, o pesquisador deve fazer recortes no conteúdo, extraindo os elementos que devem 
ser agrupados em categorias, com o mesmo sentido. Os atributos necessários para a análise de 
conteúdo são: objetividade, sistemática (o conteúdo deve ser organizado) e quantitativo (deve 
evidenciar os elementos significativos). Bardin (1977) ainda afirma que o conteúdo tem duas 
funções básicas: 
•	 função heurística: que aumenta a expansão da descoberta, enriquecendo a tentativa 
exploratória;
•	 função de administração da prova: em que se buscam provas pela análise para afirmação 
de uma hipótese.
Estatística	descritiva	univariada: trata-se de descrição e análise sem inferências ou conclu-
sões. Para Malhotra (2001), essas técnicas são utilizadas quando há uma única medida de cada 
elemento na amostra ou quando cada elemento e cada variável são estudados isoladamente. 
Logo, o objetivo é representar, de forma concisa, sintética e compreensível, a informação contida 
num conjunto de dados. Se o volume de dados for grande, é preciso estabelecer os dados em 
recursos como tabelas e gráficos ou, ainda, estabelecer medidas ou indicadores que represen-
tam a informação.
Estatística	multivariada: como o próprio nome sugere, trata-se de um conjunto de métodos 
estatísticos utilizados em situações em que há diversas variáveis medidas simultaneamente. Essas 
variáveis geralmente são correlacionadas, e, quanto maior o número de variáveis, mais comple-
xa se torna a análise estatística univariada (MINGOTI, 2005). De forma geral, essa técnica serve 
para simplificar a compreensão dos dados, sistematizando as informações quando o número de 
variáveis envolvidas é muito grande.
18 Laureate- International Universities
Metodologia científica
Em relação à análise de dados, Cazorla (s/d.) concebe quatro tipos distintos:
Análises	qualitativas: não dispõem de uma regra formal. Contudo, quando os dados se apre-
sentam em forma de discurso, a análise pode compreender quatro etapas:
a) preparação e descrição do material bruto;
b) redução e seleção dos dados;
c) escolha e aplicação dos modos de análise;
d) análise transversal das situações ou dos casos estudados (CAZORLA, s/d.).
Análises	quantitativas: ocorre quando o planejamento das análises é realizado em função de 
cada uma das questões ou hipóteses da pesquisa. Há ainda dois níveis de análises: as descritivas 
e as ligadas às hipóteses.
Exemplo: Para entender melhor as análises quantitativas, vamos utilizar o exemplo do ruído no 
estacionamento de um shopping center.
Para a análise qualitativa, poderíamos conversar com os usuários e funcionários para determinar 
a exposição dos mesmos ao ruído. Nesse caso, um simples questionário pode ser uma ferramenta 
interessante para determinar o quanto a exposição ao barulho pode atingir e incomodar funcio-
nários e usuários. Esse tipo de análise é usado para determinar o risco da exposição ao ruído, 
sem a utilização de equipamentos de avaliação.
A análise quantitativa tem como objetivo determinar o nível exato da exposição do ruído. Essa 
análise é feita com base em números, ou seja, é estabelecida uma quantidade numérica com 
ajuda de equipamentos, que verifica a quantidade de ruído no estacionamento ao qual funcio-
nários e usuários estão expostos.
Exemplificando:
Qualitativa = tem ligação com qualidade.
Quantitativa = tem ligação com quantidade (quantidade numérica da exposição).
Análises	descritivas: servem para descrever o comportamento de uma variável em uma popula-
ção ou amostra. Todos os dados quantitativos requerem análises descritivas, independentemente 
das hipóteses da pesquisa. 
Análises	 ligadas	 às	 hipóteses: nesse caso, cada uma das hipóteses formuladas no quadro 
conceitual deve ser verificada. Assim, no caso de dados de natureza quantitativa, essa verificação 
se faz com a ajuda de ferramentas estatísticas. A natureza da hipótese implica na escolha da 
ferramenta estatística a ser utilizada, devendo ser levados em conta os seguintes pontos: carac-
terísticas da estratégia da pesquisa, modelo e variáveis medidas.
19
3.4 Abordar as noções de estatísticas para o 
pesquisador
Você sabe como se define a Estatística? Veremos a seguir um pouco mais da importância dela no 
fazer científico, evidenciando algumas nuances desta disciplina – técnica de amostragem, distri-
buição de frequência, público-alvo e população, gráficos, tabelas e medidas, probabilidade etc.
3.4.1 O que é Estatística?
Sempre que o pesquisador precisar realizar o processamento, a interpretação e a apresentação 
de dados numéricos, pode fazer uso da Estatística. Você já deve ter visto pesquisas que apresen-
tam a opinião de pessoas sobre candidatos a algum cargo político por votação pública, opinião 
do público sobre algum produto ou serviço e, até mesmo, sobre previsão do tempo. Todos esses 
temas (e muitos outros) podem ser apurados graças ao uso de técnicas estatísticas.
Em geral, as informações estatísticas são apresentadas e analisadas a partir de recursos gráficos, 
como tabelas, mapas mentais, gráficos e outros tipos de ilustração que facilitam a interpretação 
dos dados. Para estabelecê-los, a Estatística propõe o uso de técnicas matemáticas e quantitati-
vas – o que é muito relevante para o método científico e para qualquer área de conhecimento. 
Assim, podemos definir a Estatística como um conjunto de técnicas e métodos de pesquisa que 
envolve (CARZOLA, s/d.):
•	 planejamento do experimento; 
•	 coleta dos dados; 
•	 inferência (ou seja, estimação das quantidades ainda desconhecidas e teste das hipóteses 
do pesquisador); 
•	 processamento; 
•	 análise;
•	 divulgação das informações. 
3.4.2 Termos comuns à Estatística
Já vimos algumas técnicas estatísticas bem comuns entre os trabalhos científicos – a análise do 
conteúdo, a estatística descritiva univariada e a estatística multivariada. Há ainda outras técnicas 
mais específicas nas quais o pesquisador pode se aprofundar. 
No caso da pesquisa científica, as diversas técnicas estatísticas ajudam a operacionalizar as 
hipóteses ou questões de pesquisa. Dessa forma, independentemente da técnica estatística utili-
zada, devemos considerar a seguinte relação (Figura 7):
20 Laureate- International Universities
Metodologia científica
O papel da estatística
Parâmetros
populacionais
Dados
Estimativas
Hipóteses
Amostras
Estimadores
Inferência
Estatística
Figura 7 – O papel da estatística no fazer científico.
Fonte: Carzola, s/d.
Há termos comuns que todo pesquisador que utiliza os métodos estatísticos deve conhecer. Ve-
jamos alguns deles:
POPULAÇÃO
Inferência Estatística:
- Estimação de quantidades desconhecidas
- Extrapolação dos Resultados
- Testes de hipóteses
AMOSTRA
Figura 8 – Relação entre a população, a amostra e a inferência estatística.
Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
•	 População	ou	público-alvo: define-se, a partir de um universo, um grupo específico de 
sujeitos ou fenômenos que se quer estudar com características em comum.
•	 Amostra: trata-se de um subconjunto de indivíduos da população-alvo. Para que as 
generalizações sejam válidas, as características da amostra devem ser as mesmas da 
população.
21
•	 Dados: são as informações obtidas pela amostra.
•	 Inferência: trata-se da previsão da quantidade ainda desconhecida da pesquisa.
•	 Variáveis: são as características de uma população. São divididas em dois tipos, as 
dependentes (cujos efeitos são esperados de acordo com as causas) e as independentes 
(cujos efeitos queremos medir, ou seja, as que são assinaladas às “causas” do fenômeno 
que se quer estudar). Elas variam também conforme o enfoque da pesquisa (Quadro 1):
Tipos de pesquisa
Pesquisa experimental
Pesquisa sintética
Pesquisa de desenvolvimento
Tipos de variáveisVariáveis independentes
Variáveis dependentes
As “outras” variáveis (variáveis de controle,
fator de confusão, entre outras)
Não é pertinente a classi�cação, pois as
variáveis se relacionam em rede
Não é necessário distinguir as variáveis, pois
o objetivo é estabelecer e validar uma
intervenção ou intrumento de medida de
uma construção
Quadro 1 – Tipos de variáveis estatísticas conforme a natureza da pesquisa.
Fonte: Carzola, s/d.
Distribuição	de	frequência: refere-se à representação do conjunto de dados, ou seja, quando 
os dados estão organizados em grupos ou categorias.
Probabilidade: são os dados que usamos quando determinamos resultados possíveis. Vamos 
supor, como exemplo, que você esteja estudando os problemas de aprendizagem na disciplina 
de matemática na turma X (5ª série) da escola 1. Para esse problema de pesquisa, você apontou 
duas hipóteses, que quer verificar pelos métodos estatísticos.
Hipótese	1: os problemas de aprendizagem na disciplina de matemática da turma X estão rela-
cionados à falta de situações práticas e à necessidade de exercícios complementares como tarefa.
Hipótese	2: os alunos da turma X da escola 1 não recebem acompanhamento dos pais em suas 
tarefas domésticas.
Dessa forma, temos:
•	 população: alunos da escola 1.
•	 amostra: alunos de matemática da turma X (5ª série) da escola 1.
•	 dados: informações obtidas pela pesquisa sobre o acompanhamento dos pais.
•	 inferências: quantidade de alunos com acompanhamento dos pais e sua relação com a 
compreensão dos problemas matemáticos.
•	 variáveis: características comuns dos alunos.
22 Laureate- International Universities
Metodologia científica
Para estudar o desempenho escolar da turma X na escola 1, vamos verificar quantos alunos têm 
o acompanhamento dos pais nas tarefas de casa e a relação desse fato com o bom rendimento 
escolar. A partir daí, teremos a percentagem de alunos com boas notas que são acompanhados 
e veremos se as hipóteses lançadas são comprováveis.
Pais/aluno que
não responderam à
pesquisa
Total
Alunos com
acompanhamentos
dos pais nas tarefas
Alunos sem
acompanhamentos
dos pais nas tarefas
9%
81%
38%
Alunos
53%
-
-
81%
Alunos com notas acima da média
13%
Quadro 2 – Tipos de variáveis estatísticas conforme a natureza da pesquisa.
Fonte: Carzola, s/d.
Dos 38% de alunos que são acompanhados pelos pais, 81% têm notas acima da média, o que 
poderia indicar que o acompanhamento escolar doméstico faz diferença na aprendizagem de 
matemática entre os alunos da turma X.
Dos 53% dos alunos que não são acompanhados, apenas 13% têm notas acima da média, o 
que pode indicar que a contribuição dos pais é muito relevante para melhorar o desempenho de 
aprendizagem nas aulas de matemática da turma X.
Veja que esse exemplo é bem simplório e preliminar e que muitas outras variáveis podem ser 
consideradas no caso da turma X, tais como orientação e comunicação da escola com os pais, 
por exemplo, ou maior participação deles no contexto escolar e, até mesmo, o conhecimento 
dos pais em matemática. O pesquisador deve fazer uma análise contextualizada (dentro dos pa-
râmetros que determinou para a sua pesquisa) como integral (considerando outros pontos que 
inicialmente não eram de seu conhecimento ou interesse).
NÃO DEIXE DE VER...
Para compreender melhor a estatística e aplicá-la ao seu projeto científico, não dei-
xe de acessar o conteúdo interativo Estudos Estatísticos do portal Khan Academy. 
O acesso é gratuito e está disponível em: <https://pt.khanacademy.org/math/proba-
bility/statistical-studies>.
23
Síntese
Neste capítulo, você pôde:
•	 compreender o que são as amostras científicas e como ocorre a coleta de dados em um 
processo de pesquisa;
•	 constatar a importância de se estruturar os objetivos da coleta de dados antes de iniciar a 
pesquisa propriamente dita, para torná-la mais assertiva;
•	 concluir que os dados devem evidenciar situações e soluções para os objetivos e as 
hipóteses de pesquisa – e isso o pesquisador poderá verificar na fase de análise dos dados;
•	 entender que há questões éticas quanto à coleta e à segurança dos dados, bem como à 
toda a estrutura e pertinência da pesquisa, e que o plágio, o erro e a fraude científica são 
faltas éticas graves;
•	 conferir os diferentes tipos de coleta de dados e perceber que o seu uso varia conforme a 
natureza da pesquisa, assim como ocorre com os tipos de amostragem;
•	 ver que a análise dos dados é um momento muito importante da pesquisa e é quando o 
pesquisador discute e contrapõe os dados com a fundamentação do seu trabalho e com 
as hipóteses mencionadas;
•	 perceber a importância dos métodos estatísticos para pesquisas científicas e não científicas, 
e o quanto esses métodos são essenciais para a coleta, o processamento, a interpretação 
e a apresentação de dados numéricos.
Síntese
24 Laureate- International Universities
Referências
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