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Apostila 01 - Introdução à Parasitologia (https://www.medresumos.xyz)

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www.medresumos.xyz João Victor Ferreira Araújo ● MEDRESUMOS 2017 ● PARASITOLOGIA 
O conteúdo desta apostila é de responsabilidade de seus autores e está sobre a licença da Creative Commons 4.0 International 
 
 
 
 
 
“Um parasita inteligente é aquele que não prejudica seu hospedeiro, pois depende dele para sobreviver ” 
Profa. Dra. Andréa Marques da Silva Pires. 
 
 
A parasitologia (parasitos = para: ao lado + sitos = alimento; logos = ciência, estudo) pode ser definida como o 
ramo das ciências médicas que estuda os seres vivos que dependem obrigatoriamente de outros para sobreviver, 
conhecidos como parasitas. A abrangência dos estudos em parasitologia engloba as relações do parasita com seus 
hospedeiros, além das interações de ambos com o ambiente onde vivem: parasita x hospedeiro x ambiente.1 
 
 
 
 
HISTÓRICO 
A parasitologia, como ciência, tem seu início no século XIX, assim como várias outras ciências médicas. 
Inicialmente, a parasitologia surgiu como um ramo da história natural, sendo construída com a descoberta e posterior 
descrição de vários agentes patogênicos, responsáveis por alguns processos mórbidos, até então não atribuíveis a 
organismos externos ao indivíduo. Alguns parasitologistas ao redor do mundo começaram a descrever, além dos agentes 
patogênicos, os vetores e os mecanismos de transmissão das diversas doenças causadas pelos parasitas. No Brasil, o 
histórico da parasitologia margeia o trajeto da medicina tropical, com o constante embate entre os médicos da Sociedade 
de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e da Escola Tropicalista Baiana. Já em 1900, renomados médicos parasitologistas 
surgem no cenário brasileiro: Oswaldo Cruz e Carlos Chagas que, através de suas descobertas, impulsionaram a 
parasitologia até os dias atuais.2 
 
 
 
Curiosidade: segundo alguns estudos, Carlos Chagas foi o primeiro médico e pesquisador da história da medicina que 
descobriu sozinho o vetor (inseto conhecido como “barbeiro”), o agente etiológico (o protozoário Trypanossoma cruzi) e a 
doença causada por esse parasita, intitulada, em homenagem a ele, de Doença de Chagas.2 
www.medresumos.xyz João Victor Ferreira Araújo ● MEDRESUMOS 2017 ● PARASITOLOGIA 
O conteúdo desta apostila é de responsabilidade de seus autores e está sobre a licença da Creative Commons 4.0 International 
 
Segundo NEVES (2014), todo e qualquer ser vivo pequeno que provoque doenças em pessoas e animais é 
considerado um parasita, independente se é um vírus, bactéria, fungo, protozoário, helminto ou artrópode. Entretanto, 
ficou convencionado que em parasitologia seria dado destaque aos protozoários, helmintos e artrópodes. O autor descreve 
em sua obra algumas características desses parasitas: 
 Protozoários: organismos unicelulares representados pelas amebas, tripanossomas, leishmânias, plasmódios, 
toxoplasma. 
 Helmintos: seres pluricelulares que possuem aparelhos digestivos, reprodutor, etc.; conhecidos como vermes, 
representados por xitossomas, tênias, lombrigas, ancilóstomas. 
 Artrópodes: são os insetos e carrapatos que apresentam patas articuladas, corpo coberto de quitina e 
apresentando aparelho digestivo, reprodutor, circulatório, etc.; representados pelas moscas, mosquitos, barbeiros, 
piolhos, sarnas, carrapatos, aranhas, escorpiões. 
 
 
 
PARASITISMO 
Como já definido parasita é o ser que, de modo permanente, periódico ou ocasional, vive em outro organismo, se 
nutrindo e causando, de modo variável, algum dano ao seu hospedeiro. Alguns parasitas precisam viver o tempo todo dentro 
de seus hospedeiros aos quais estão adaptados, sob pena de morrer (parasitas obrigatórios); também existem outros que 
podem passar um tempo nos hospedeiros e outro período livres no ambiente (parasitas facultativos).1,4 Os parasitas podem 
ser classificados, de acordo com o seu comportamento biológico, da seguinte maneira:4 
 Quanto a sua maior ou menor exigência à vida parasitária: obrigatórios; facultativos; acidentais. 
 Quanto a sua maior ou menor permanência no hospedeiro: permanentes; periódicos; temporários. 
 Quanto a especificidade parasita x hospedeiro: estenotróficos; euritróficos. 
 Quanto ao número de hospedeiros necessários ao ciclo evolutivo: monoexenos; heteróxenos; autoxenos. 
 Quanto a localização habitual: cavitários; teciduais. 
 
 
PARASITAS OBRIGATÓRIOS 
É aquele incapaz de viver fora do hospedeiro, pelo menos em uma parte de sua existência. De maneira geral, os 
helmintos e protozoários são parasitas obrigatórios por não sobreviverem, em condições naturais, fora do organismo. Apesar 
de muitos serem cultivados em meios de cultura, ainda são considerados parasitas estritos. Alguns fungos são encontrados 
exclusivamente em vida parasitária, não se desenvolvendo em meios artificiais, como o Rhinosporidium seeberi, agente da 
rinosporidiose.4,5 
 
 
PARASITAS FACULTATIVOS 
São espécies de vida livre (i.e., quando não está parasitando) que, eventualmente, podem entrar em contato com 
um hospedeiro e parasitá-lo. Como exemplo tem-se larvas saprozóicas de algumas espécies de moscas. Geralmente, elas 
se nutrem de cadáveres de animais em putrefação. Essas larvas se alimentam vorazmente do exsudato e das substâncias 
resultantes da necrose tecidual e, contanto que não invadam os tecidos vivos, exercem somente ação irritativa. Em certos 
casos não seria correto considerar tais larvas como parasitas, uma vez que elas não se nutrem da matéria viva do 
hospedeiro. Sua ação como patógeno, entretanto, é notável. 3,4,5 
 
 
PARASITAS ACIDENTAIS 
Parasitam um hospedeiro diferente do seu. Diferente dos facultativos, esse tipo de parasita sobrevive de maneira 
precária no hospedeiro, dificilmente se desenvolve e fica restrito em alguma parte do corpo. Esses parasitas são pouco 
presentes no homem, mas podem ser confundidos com pseudoparasitas (pseudo = aquilo que não é verdadeiro). Ex.: 
Lagochilascaris, um parasita de felinos que raramente atinge os humanos.3,4 
 
 
PARASITAS PERMANENTES 
Tem como exigência fundamental o contato contínuo com o hospedeiro, fora do qual não se reproduzem, não 
evoluem e sobrevivem por pouco tempo. A maioria dos helmintos são considerados como parasitas permanentes na sua 
fase adulta. Exs.: Schistosoma mansoni, Taenia saginata, Enterobius vermicularis.4 
 
 
PARASITAS PERIÓDICOS 
Caracterizam-se por passar parte da sua vida como parasitas e parte no meio externo, como seres de vida livre. 
Em algumas espécies, as formas adultas vivem em seus hospedeiros e as formas larvárias são livres; em outras, as formas 
larvárias são livres e as adultas, parasitas. Exs.: Necator americanus, Ancylostoma duodenale, moscas das famílias 
Calliphoridae e Sarcophagidae. 
 
www.medresumos.xyz João Victor Ferreira Araújo ● MEDRESUMOS 2017 ● PARASITOLOGIA 
O conteúdo desta apostila é de responsabilidade de seus autores e está sobre a licença da Creative Commons 4.0 International 
 
 
PARASITAS TEMPORÁRIOS 
Em sua maioria são representados pelos artrópodes hematófagos que, de tempos em tempos, entram em contato 
com o hospedeiro para lhe sugar sangue. Podem ser parasitas temporários intermitentes quando, após o repasto sanguíneo, 
afastam-se do hospedeiro como fazem os mosquitos, os triatomíneos e as moscas hematófagas; ou são remitentes quando, 
após obter o alimento, permanecem no hospedeiro, como os piolhos da cabeça, as pulgas de cães e gatos e os carrapatos 
que se fixam na pele.4 
 
 
PARASITAS ESTERNOXENOS 
Parasitam somente uma determinada espécie de hospedeiro. Esse tipo de parasita é tão específico que, a partir de 
sua identificação, pode-se descobrir qual o seu hospedeiro. Exs.: A Taenia solium é encontrada no intestino delgado do 
homem, único hospedeiro desse parasita. Se foridentificado um Sarcoptes sobre a pele, ele será Sarcoptes scabiei, pelo 
fato de ser um parasita estenoxeno do homem.4 
 
 
PARASITAS EURIXENOS 
Diferente dos esternoxenos, os eurixenos podem infectar diferentes tipos de espécies. Ex.: o Toxoplasma gondii 
pode infectar a grande maioria dos mamíferos e até mesmo aves.4 
 
 
PARASITAS OLIGOXENOS 
Em um grau intermediário de especificidade parasita-hospedeiro, entre os parasitas estenoxenos e os eurixenos 
encontram-se os oligoxenos que podem parasitar um hospedeiro, considerado habitual, e mais um ou dois, provocando 
nesses, entretanto, infecções geralmente de curta duração. No caso dos parasitas eurixenos e oligoxenos, a doença pode 
ser transmitida entre os animais, de homem a homem, dos animais para o homem e desse para os animais. Exs.: Plasmodium 
malariae, agente da malária quartã do homem, que pode infectar o chimpanzé; Balantidium coli, que infecta o homem e o 
porco; Necator americanus, o homem, o gorila e o porco-espinho.4 
 
 
PARASITOS ESTENOTRÓFICOS 
São parasitas que têm exigência para um único tipo de alimento, podendo ser, entretanto, estenoxeno ou eurixeno. 
Os piolhos da cabeça e do corpo são estenotróficos e estenoxenos porque se nutrem exclusivamente de sangue humano. 
Os mosquitos, as moscas hematófagas e os triatomíneos são estenotróficos por se alimentarem obrigatoriamente de sangue, 
sendo, entretanto, eurixenos, uma vez que podem sugá-lo de diferentes espécies de vertebrados.4 
 
 
PARASITOS EURITRÓFICOS 
Nutrem-se das diferentes substâncias com as quais entram em contato no organismo do hospedeiro. Necator 
americanus, Enterobius vermicularis, Entamoeba histolytica e as larvas causadoras de miíases alimentam-se de todas as 
substâncias ao seu alcance no organismo, inclusive o sangue.4 
 
 
PARASITAS MONOXENOS 
São os que necessitam apenas de um único hospedeiro para completar seu ciclo biológico (mono = um), diferente 
dos heteroxenos, que possuem um hospedeiro intermediário. Podem ser obrigatórios ou facultativos; permanentes, 
periódicos ou temporários. Exs.: A. lumbicoides é esternoxeno por atingir apenas um hospedeio – os humanos – e é 
monoxeno por não necessitar de um hospedeiro intermediário. P. vivax é monoxeno por atingir apenas os humanos, mas é 
heteroxeno por necessitar de um hospedeiro intermediário, os mosquitos.3 
 
 
PARASITAS HETEROXENOS 
Necessitam de um hospedeiro intermediário para completar seu ciclo biológico. No caso de dois hospedeiros, diz-
se que o parasita é dieteroxeno e quando há três ou mais, polieteroxeno. Denomina-se hospedeiro definitivo aquele que 
abriga a forma adulta do parasito, e hospedeiro intermediário, a forma larvária ou jovem. Wuchereria bancrofti, agente da 
filariose de Bancroft, é encontrada, em sua forma adulta, nos vasos linfáticos do homem, e as formas larvárias evolutivas, 
em diferentes espécies de mosquitos. Nessa modalidade de parasitismo o homem é o hospedeiro definitivo e o mosquito, o 
intermediário. No ciclo evolutivo de certas espécies de parasitas, o homem desempenha o papel de hospedeiro intermediário 
e alguns mamíferos, de hospedeiro definitivo. Quando o parasita é um microrganismo em que uma fase do seu ciclo evolutivo 
se passa em um vertebrado e a outra em um invertebrado, é conveniente usar as expressões hospedeiro vertebrado e 
hospedeiro invertebrado, como na doença de Chagas, nas leishmanioses e na malária.3,4 
 
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PARASITAS AUTOEXENOS 
São os que desenvolvem todas as formas evolutivas num único hospedeiro. Espécies adultas podem ocupar uma 
posição no corpo do hospedeiro e as larvas, outra posição. Exs.: Hymenolepis nana e Trichinella spiralis.3 
 
 
PARASITAS CAVITÁRIOS 
Parasitas que eventualmente são encontrados no interior de cavidades naturais do organismo e no lúmen de 
órgãos, como o intestino delgado e grosso. O trato digestório humano representa a principal localização dos parasitas 
cavitários que incluem numerosas espécies. Giardia intestinalis, Entamoeba histolytica (forma patogênica), Ascaris 
lumbricoides e ancilostomídeos são alguns exemplos.4 
 
 
PARASITAS TECIDUAIS 
Também conhecidos como texturais ou textrinos, são os parasitas do sangue, lIquor, linfa e líquidos intersticiais e 
de diferentes tecidos, desde o conjuntivo até o sistema nervoso central. Para exemplificar podem ser mencionados 
Trypanosoma cruzi e as várias espécies de agentes responsáveis pela malária humana.4 
 
 
 
Observação clínica: em cirurgias não são raras as observações de parasitas em localizações estranhas às que lhe são 
peculiares, ocasionando, às vezes, graves perturbações mórbidas. Entamoeba histolytica, que em condições habituais vive 
no lúmen e na parede do intestino grosso, pode ser levada passivamente para outras regiões do corpo, como o fígado, onde 
produz a necrose amebiana. Ascaris lumbricoides, habitante do lúmen do intestino delgado, pode se insinuar no colédoco ou 
no canal de Wirsung, obstruindo-os e provocando, na primeira eventualidade, grave hepatite obstrutiva e na segunda, a não 
menos grave, pancreatite.4 
 
 
 
Os parasitas também recebem denominações especiais de acordo com a localidade que ocupam no organismo, 
quais sejam:1,3,4 
 Ectoparasitas: (ektos = fora de) são parasitas que vivem na pele. Exs.: pulgas, piolhos, sarnas, dermatófitos. 
 Endoparasitas: (endo = dentro de) parasitas que vivem dentro do corpo do hospedeiro. Caso o parasita se encontre 
no trato gastrintestinal, recebe o nome de enteroparasita. Ex.: A. lumbricoide, Sarcoptes scabiei. 
 Citoparasitas: (kytos = célula) são parasitas endocelulares, isto é, que vivem dentro de células. Exs.: plasmódios, 
agentes da malária, Toxoplasma gondii 
 Histoparasitas: (histos = tecido) parasitas que vivem dentro de tecidos, porém não são, obrigatoriamente, 
endocelulares. Exs.: Cysticercus celulose, larvas de Trichinela spiralis nos músculos e Entamoeba histoytica nos 
tecidos da parede intestinal. 
 Hemoparasitos: (haima = sangue) são parasitas que transitam ou são observados permanentemente no sangue, 
tais como as espécies de Plasmodium e os tripanossomas em sua fase sanguícola. 
 
 
 
 
 
RELAÇÕES ENTRE PARASITAS E SEUS HOSPEDEIROS 
Além do parasitismo, existem várias outras relações entre os seres vivos de espécies diferentes que nem sempre 
são prejudiciais. Como alguns livros de parasitologia falam sobre o assunto, resolvemos abordá-los na apostila:1,3 
 Forésia: associação de duas espécies em que uma delas oferece transporte a outra. Ex.: transporte de ovos da 
mosca Dermatobia hominis depositados no abdome de outras moscas ou mosquitos; o peixe-piolho (rêmora), que 
se fixa na superfície de tubarões, alimentando-se dos restos dos peixes ingeridos pelo tubarão. 
 Comensalismo: não há dependência metabólica entre espécies, isto é, um ser se alimenta independe do outro; não 
há prejuízos para ninguém. Ex.: o peixe rêmora, que se alimenta de restos deixados pelo tubarão. Perceba que não 
há disputa ou competição por alimento entre eles. 
 Mutualismo: nesse tipo de relação há vantagens para ambas as espécies envolvidas, ao contrário do parasitismo, 
em que apenas uma das espécies é beneficiada e a outra, prejudicada. A adaptação evolutiva entre essas espécies 
foi tanta que, a partir de um dado momento, uma não consegue mais viver sem a outra; são interdependentes 
(mutualismo obrigatório). Ex.: E. Coli que habita o intestino dos seres humanos, fazendo parte da microbiota normal 
do corpo, sendo importante para a síntese de algumas vitaminas. 
 
www.medresumos.xyz João Victor FerreiraAraújo ● MEDRESUMOS 2017 ● PARASITOLOGIA 
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 Protooperação: conhecido também como mutualismo facultativo, ambas 
as espécies são beneficiadas, mas são independentes uma da outra, isto 
é, conseguem sobreviver sozinhas, pois não há dependência metabólica 
entre elas. 
Ex.: as formigas pastoras protegem os pulgões contra seus predadores 
naturais e, em troca, recebem um produto adocicado resultante da 
digestão deles. 
Relação mutualista entre formigas e pulgões. 
Fonte: Google Imagens 
 
 Inquilismo: indica uma relação na qual um ser vivo usa outro para morar, porém sem prejudicá-lo. Diferente do 
comensalismo, que a relação é baseada no consumo de restos alimentares; no inquilismo é utilizada moradia, sem 
o prejuízo para seu dono atual ou antigo. 
 Predatismo: relação interespecífica (inter = entre) em que uma espécie caça e come sua presa, como um leão que 
caça e se alimenta de uma lebre. 
 Canibalismo: relação intraespecífica (intra = dentro) que acontece com seres da mesma espécie sempre que os 
indivíduos se alimentam de seus semelhantes ou de partes deles. Alguns animais que em condições habituais e 
adequadas não praticam canibalismo podem passar a praticá-lo por algum tipo de estresse intenso, como falta de 
alimento, superlotação de recintos, etc. Ex.: alguns tubarões que se alimentam dos filhotes de outros tubarões; 
coelhas paridas que, ao sentirem cheiro diferente em seus filhotes, como os deixados pelos seres humanos ao 
pagarem-nos nas mãos, comem-nos. 
 Competitivismo: como num jogo, os participantes disputam moradia e alimentos, vencendo o mais forte, o mais 
esperto ou o mais adaptado às circunstâncias que envolvem tal disputa. Num ecossistema em equilíbrio, essas 
disputas servem para regular as populações, sem que uma se apresente exageradamente numerosa em relação a 
outra. 
 Neutralismo: antagônico ao competitivismo, nesse tipo de relação os indivíduos vivem sem tomar conhecimento da 
outra espécie, de forma indiferente, alheios, sem benefícios nem prejuízos, apenas dividem o espaço físico, sem 
interagirem. 
 
AÇÕES DOS PARASITAS QUE PODEM AFETAR A SAÚDE 
Abaixo são descritas as principais ações dos parasitas que podem afetar a saúde de seus hospedeiros:1 
 Espoliação: espoliar tem o sentido de roubar, neste caso, não ter a permissão para obter determinado alimento. 
Essa é uma das principais características da relação parasitária, pois não há parasitismo sem espoliação. 
 Obstrução: os parasitas podem obstruir diversas partes do corpo humano, tendo como principais o intestino e os 
vasos sanguíneos. As obstruções podem ser parciais, totais, efêmeras, temporárias ou permanente. Dependendo do 
tipo e da gravidade, resolvem-se sozinhas ou necessitam de intervenções, como tratamento medicamentoso ou 
cirurgias. Ex.: Ascaris lumbricoides aglomerados no intestino, impedindo a passagem das fezes. 
 Irritação: irritações nos tecidos orgânicos podem acontecer por contato direto ou ingestão, com ampla gama de 
possibilidades, que vão desde substâncias encontradas nos alimentos até substâncias tóxicas de produtos de 
limpeza. Os parasitas podem gerar irritações porque produzem substâncias químicas tóxicas irritativas, ou mesmo 
por absorção, escoriação ou qualquer outra ação física direta deles sobre o tecido hospedeiro. Reações alérgicas 
em diversos locais da superfície corporal também podem aparecer nos casos de picadas de insetos parasitas 
hematófagos, como mosquitos, carrapatos, pulgas, etc. 
 
GLOSSÁRIO 
Para terminarmos com a apostila de introdução destacamos mais alguns termos recorrentes em parasitologia que 
devem ser compreendidos para o bom prosseguimento da disciplina:1,5 
 Hospedeiro Definitivo: é o que apresenta o parasita na forma adulta ou na fase de reprodução. 
 Hospedeiro Intermediário: apresenta o parasita em fase larvária ou assexuada. 
 Infecção: multiplicação de um agente infeccioso dentro de um organismo. 
 Infestação: multiplicação de um agente na superfície corporal, como piolhos, pulgas, etc. 
 Período de Incubação: período decorrente entre o tempo de infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas. 
 Portador: hospedeiro infectado que alberga o agente infeccioso, sem manifestar os sintomas, porém é capaz de 
transmiti-lo. 
 Vetor: é o organismo que transmite o parasita entre dois ou mais hospedeiros, sendo na maioria das vezes um 
artrópode. 
o Vetor Biológico: quando o parasita se multiplica ou se desenvolve no vetor. 
o Vetor Mecânico: quando parasita não se multiplica ou se desenvolve no vetor, ou seja, serve apenas de 
transporte. 
www.medresumos.xyz João Victor Ferreira Araújo ● MEDRESUMOS 2017 ● PARASITOLOGIA 
O conteúdo desta apostila é de responsabilidade de seus autores e está sobre a licença da Creative Commons 4.0 International 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
1 – ROCHA, A. PARASITOLOGIA: PARA ENFERMEIROS, VETERINÁRIOS, BIOMÉDICOS, NUTRICIONISTAS, 
FISIOTERAPEUTAS, DENTISTAS, FONAUDIÓLOGOS, MÉDICOS E DEMAIS INTERESSADOS. Rideel, 2013. 
 
2 – MASCARINI, L. M. UMA ABORDAGEM HISTÓRICA DA TRAJETÓRIA DA PARASITOLOGIA. Ciência & Saúde 
Coletiva, Brasil, v. 8, n.3, p. 809-814, 2003 
 
3 – NEVES, D. P. PARASITOLOGIA BÁSICA. Atheneu, 2014. 
 
4 – MORAES, R. G. PARASITOLOGIA & MICOLOGIA HUMANA. 5ª ed. Guanabara Koogan, 2008. 
 
5 – NEVES, D. P. PARASITOLOGIA HUMANA. 12ª ed. Atheneu, 2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Bons estudos! 😊 
Att., João Victor.

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