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Microrganismos patogénicos
Existem microrganismos que atuam de forma negativa face ao ser humano e são, por isso, denominados ou classificados como patogénicos. Contudo, estes organismos como fungos, bactérias, vírus e protozoários, não são unicamente patogénicos. Existem variados tipos destes mesmos seres que para além de não serem patogénicos, ainda protegem o ser humano e trazem diversos benefícios através da sua atividade.
1. Bactérias:
São seres unicelulares aclorofilados que possuem estrutura em forma esférica ou de bastonetes curtos de variados tamanhos, alcançando apenas, ocasionalmente, micrômetros de forma linear. Estas têm uma estrutura celular constituída por nucleoide (falso núcleo) revestido por uma membrana citoplasmática, plasmídeos, ribossomas e parede celular. A última estrutura referida (parede celular) é a estrutura que garante a proteção do organismo. No interior da membrana citoplasmática, encontra-se o compartimento que contem DNA, RNA, proteínas e pequenas moléculas.
Estes organismos reproduzem-se de forma assexuada por um processo denominado por fissão binária ou bipartição. Este processo consiste na divisão do ser (unicelular) em dois, cada um com o mesmo genoma da célula mãe. Desta forma, as bactérias conseguem dividir-se a cada 20 minutos, sendo possível por isso, atingir números populacionais equivalentes aos da população humana na Terra, em pouco menos de 11 horas. É esta a razão para estes organismos serem considerados seres tão bem preparados para as mudanças do meio. Se forem colocados numa dorna em laboratório por exemplo, uma população de bactérias evolui em poucas semanas através de mutações de seleção natural para a utilização de novos tipos de açúcares como fontes de carbono e energia. Este grau de desenvolvimento, pode apenas ser explicado pelo longo tempo que estes seres se encontram na Terra. Tendo em conta que são os mais antigos seres vivos a habitar a Terra, são também os mais evoluídos.
Na Natureza, as bactérias vivem numa enorme variedade de habitats. Podem ser encontrados na água, solo, organismos vivos maiores ou em nichos ecológicos mais inóspitos como pântanos, salinas, vulcões, fontes ácidas, etc. Também esta facilidade de viver nos mais hostis habitats existentes na Terra se deve, muito provavelmente, aos milhões de anos em que estes seres se encontram em evolução permanente.
 
2. Fungos
Durante muito tempo, na comunidade científica, os Fungos foram classificados como espécies vegetais. Apenas em 1969 foram introduzidos num reino à parte (Reino Fungi). As diferenças entre os Fungos e as espécies que pertencem ao Reino vegetal, são significativas: não sintetizam clorofila, não apresentam celulose na parede celular (à exceção de alguns fungos aquáticos) e não armazenam amido como substância de reserva. Ao compararmos com a célula animal, existem duas semelhanças: em alguns casos, a presença de quitina na parede celular e a capacidade de depositar glicogénio. O citoplasma das células fúngicas apresentam reticulo endoplasmático rugoso e mitocôndrias. Os fungos são seres eucarióticos (possuem núcleo verdadeiro). Podem possuir um só núcleo (ex. leveduras) ou serem multinucleados como podemos observar nos fungos filamentosos e ou bolores.
Os Fungos são seres “omnipresentes”, encontrando-se no solo, água, nos vegetais, nos animais e em detritos, em geral. Esta omnipresença deve-se, em grande parte, à forma de dispersão destes seres: através da força do vento.
Estrutura dos fungos:
Os fungos são seres multicelulares compostos por filamentos de células chamados hifas que se estendem numa rede de nome micélio que se alonga até à fonte de alimento, através de ramificações, realizando depois a sua absorção. As hifas podem ser septadas (com septos a dividirem as células, podendo cada célula ter um ou dois núcleos) ou asseptadas (sem septos a dividirem as células, tornando-se multinucleadas). Cada célula possui vida independente não formando tecidos verdadeiros. O micélio apresenta um aspecto filamentoso que lhe confere uma superfície com maior área, promovendo assim, uma melhor e maior absorção de nutrientes. O micélio, por vezes, organiza-se, formando corpo compactos como acontece nos cogumelos.
 
Alimentação dos fungos:
Os fungos não possuem qualquer tipo de clorofila e por isso, não têm a capacidade de realizar a fotossíntese, ou sejam não produzem o próprio alimento. Desta forma, os fungos, são seres que se alimentam de forma heterotrófica. Estes soltam em seu redor a uma substância chamada exoenzima, muito semelhante a uma enzima digestiva. Estas enzimas, digerem as moléculas orgânicas do ambiente em redor do fungos e só depois, este absorve o alimento.
Os fungos têm duas possíveis funções: decomposição e parasitismo. A diferença entre estas duas é que os parasitas se fixam a outros organismos vivos enquanto os decompositores se fixam a organismos mortos (ambos vivem dependentes dos organismos a que se fixam, alimentando-se do ser em questão). Os parasitas podem ainda ser classificados como insectívoros (alimentam-se de insectos) ou helmintivoros (alimentam-se de minhocas). Os insectívoros libertam uma substancia muito pegajosa à sua volta, onde insectos como moscas, ficam presos. Após a captura, libertam exoenzimas que vão digerir estes insectos que serão, mais tarde, absorvidos. Já os helmintivoros libertam uma substancia que serve de sedativo para as minhocas, digerindo e absorvendo o ser, da mesma forma. 
 
 
Reprodução dos fungos:
 
Os fungos reproduzem-se de duas formas distintas: sexuadamente e assexuadamente. Os processos de reprodução assexuada praticados pelos fungos são: a fragmentação, o brotamento e esporulação. A fragmentação consiste na divisão de um micélio que originará novos micélios. O Brotamento (também pode ser denominado gemulação) em que um broto se desenvolve do fungo e mais tarde se separa. Esse broto ganha vida independente. Já a esporulação é o processo de reprodução onde os organismos produzem esporos que se separam do organismo em questão e se encontrarem condições favoráveis, germinam.
 
Existe apenas um processo de reprodução sexuada praticada pelos fungos que está bastante relacionado com a produção de esporos. No ciclo reprodutivo de alguns fungos aquáticos, há a produção de gametas flagelados, que se fundem e geram zigotos que produzirão novos indivíduos. Nos fungos terrestres, existe um ciclo de reprodução no qual há produção de esporos por meiose. Desenvolvendo-se, esses esporos geram hifas haploides que posteriormente se fundem e geram novas hifas diploides, dentro dos quais ocorrerão novas meioses para a produção de mais esporos meióticos. A alternância de meiose e fusão de hifas (que se comportam como gametas) caracteriza o processo como sexuado.
 
Patogenia dos Fungos
 
A atuação negativa dos fungos face ao ser humano resume-se em infeções. Estas serão mais ou menos graves e proliferarão com maior ou menor facilidade consoante o estado do sistema imunitário do individuo em questão. Temos como exemplo os indivíduos infetados com VIH ou qualquer outro tipo de vírus causador de imunodeficiência. Este tipo de deficiências vão facilitar a ação dos fungos, podendo potenciar infeção.
 
 
3. Virus
Os vírus são seres que não possuem qualquer tipo de célula (seres acelulares) e que não apresentam qualquer tipo de actividade a não ser que parasitem uma célula hospedeira e são por isso parasitas intracelulares obrigatórios. Todos os vírus são constituídos por DNA ou RNA que se vai ligar, após a acção de parasitismo sobre a outra célula (promovido por vezes por enzimas), ao DNA ou RNA dessa célula. Os vírus penetram as células hospedeiras através do processo de endocitose. São seres completamente incapazes de se reproduzir e realizar o metabolismo, de forma autónoma. Estes necessitam de entrar em células hospedeiras, obrigando-as a produzir cópias desse mesmo vírus (forma de propagação pelo organismo afetado). Possuem uma estrutura simples: molécula de RNA ou DNA revestida por umacapsula denominada capsideo que em alguns tipos de vírus se encontra ainda envolvida por uma membrana de proteínas virais chamada envelope. Estas proteínas virais tem a função de proteção do RNA ou DNA e de se ligar aos recetores das células hospedeiras e, assim, penetrar nelas. Em alguns vírus ajudam a replicar o ácido nucleico, iniciam o programa de replicação e modificam a célula hospedeira. Após a penetração na célula hospedeira inicia-se uma relação de parasitismo. Os vírus usam o sistema de síntese das células onde se encontram hospedados induzindo a síntese de acido nucleico e de proteínas virais, atribuindo-lhes a capacidade infetar outras células.
Legenda- Virús da gripe Suina
 
4. Protozoários
São organismos unicelulares eucariontes que pertencem ao Reino Protista. Este tipo de seres habita meios aquáticos e terrestres. Ainda que existam cerca de 65 milhares de espécies conhecidas, apenas 50% destas vivem ainda hoje. Os restantes 50% foram identificados através de registos fósseis e pensa-se que muitas outras espécies estão ainda por descobrir. De todos estes milhares de espécies julga-se ainda que apenas cerca de 30 espécies atingem o ser humano. Protozoários são seres complexos, com sistemas reprodutor, digestivo, de locomoção, produção de energia, etc). Estes seres podem-se apresentar em colonias, sozinhos ou parasitando. Habitam exclusivamente ambientes húmidos ou aquáticos como o interior de alguns seres, terras húmidas, mar, rios e lagos. O modo de vida destes organismos é completamente independente, contudo, existem alguns que vivem relações de parasitismo e podem assim, causar doenças ao homem.
 Legenda- Observação do protozoários Balanditium

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