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1 A perspectiva do desenvolvimento ecologicamente sustentável: Ideologia é o conjunto de proposições existentes com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, construindo uma hegemonia daquela classe, tornando-se uma verdade absoluta e natural. Dessa forma, a manutenção da ordem social requer menor uso da violência. A ideologia torna-se um dos instrumentos da reprodução do status quo e da própria sociedade. O vencedor ou poderoso é transformado em único sujeito da história não só porque impediu que houvesse a história dos vencidos (ao serem derrotados, os vencidos perderam o direito à história), mas simplesmente porque sua ação histórica consiste em eliminar fisicamente os vencidos ou, então, se precisa do trabalho deles, elimina sua memória, fazendo com que lembrem apenas dos feitos dos vencedores. Não é, assim, por exemplo, que os estudantes negros ficam sabendo que a Abolição foi um feito da Princesa Isabel? As lutas dos escravos estão sem registro e tudo que delas sabemos está registrado pelos senhores brancos. Não há direito à memória para o negro. Nem para o índio. Nem para os camponeses. Nem para os operários (Chauí, Marilena. O que é ideologia, São Paulo, Ed. Brasiliense, pg. 81). Uma característica marcante do modo de produção capitalista é que neste modelo civilizatório “os dominados pensam com a cabeça dos dominadores (Rodrigues, Alberto Tosi. Sociologia da Educação, pg. 47)”, ou seja, a visão de mundo da classe dominante é assumida pela classe dominada como se fosse a sua própria. A Ecologia Política: A ecologia política estuda os conflitos ecológicos distributivos. Por distribuição ecológica são entendidos os padrões sociais, espaciais e temporais de acesso aos benefícios obtidos dos recursos naturais e aos serviços proporcionados pelo ambiente como um sistema de suporte da vida. Os determinantes da distribuição ecológica são em alguns casos naturais, como o clima, topografia, padrões pluviométricos, jazidas de minerais e a qualidade do solo. No entanto, também são claramente sociais, culturais, econômicos, políticos e tecnológicos. Em parte a ecologia política se superpõe à economia política, que na tradição clássica corresponde ao estudo dos conflitos relacionados à distribuição econômica. Por exemplo, existem grupos do meio urbano, tão pobres e detendo tão pouco poder que não dispõem de condições para adquirir ou dispor de água potável em contextos urbanos. Do mesmo modo, muitos outros conflitos ecológicos distributivos situam-se fora da esfera do mercado, levando os economistas ortodoxos a disfarçarem estas situações com o uso de expressões como “externalidades” ou “falhas do mercado” (Alier, Joan Martínez. O ecologismo dos pobres, pg. 115). Para saber mais sobre o tema, ver: ALIER, Joan Martínez. O Ecologismo dos Pobres. Editora Contexto. São Paulo. 2007. ALTIVATER, E. O Preço da Riqueza, Ed. UNESP, São Paulo, 1995.
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