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MODIFICAÇÕES QUE A GRAVIDEZ IMPÕE AO ORGANISMO Enfª. Carolina Guizardi Polido ÚTERO Antes da gravidez • Órgão pequeno, 7 cm de comprimento • Peso 50g • Quase sólido, capacidade 40 ml Na gravidez a termo (próximo da 40ª semana) • Comprimento 30 a 35 cm • Peso 1000g • Capacidade 4000 - 5000 ml ÚTERO • Órgão intrapélvico até 12 semanas de gestação • Entre 20 a 22 semanas está na altura de cicatriz umbilical • Por volta de 36 semanas ocupa o gradeado intercostal • Conforme cresce, restringe o intestino ao abdome superior • Ao crescer sai do ambiente anatômico “protegido” e torna-se vulnerável ao trauma • Líquido amniótico protege feto de traumas externos CORPO DO ÚTERO Termo da gravidez • Paredes uterinas afinam, chegando a 5mm de espessura • Contrações perceptíveis • Aumento da vascularização • Edema (estrógeno e progesterona provocam a retenção de H2O) • Hipertrofia e hiperplasia das glândulas cervicais =>coloração arroxeada, afrouxamento, tampão mucoso COLO UTERINO Coloração arroxeada - intensa vascularização Consistência amolecida - embebição gravídica Hiperplasia glandular - eversão da mucosa endocervical (ectopia) Edema (estrógeno e progesterona provocam a retenção de H2O) Hipertrofia e hiperplasia das glândulas cervicais Glândulas hipertrofiadas – secreção do tampão mucoso Formação do tampão mucoso Não gestante Gestante CIRCULAÇÃO UTERINA Vasos sangüíneos aumentam em tamanho e número Aumento do suprimento sangüíneo uterino 20 a 40 vezes Causas: diminuição da Resistência Vascular e Aumento na Concentração de Estrógenos e Progesterona LIGAMENTO UTERINOS Alongam-se e hipertrofiam-se estabilização uterina Contraem-se sempre que o útero se contrai dor do ligamento redondo No trabalho de parto, sua contração, simultânea à do músculo uterino e da parede abdominal, ajudam a empurrar o feto para diante (Puxo Involuntário) TUBAS E OVÁRIOS O útero em crescimento provoca a saída das tubas e ovários da pelve Pela tração, eixo longitudinal fica quase vertical Grande aumento na vascularização Ausência de ovulação VAGINA Aumento da vascularização sinal de Chadwick Hipertrofia muscular Descarga vaginal intensa ph aumenta: 3,8 – 5,4 => Recorrência do corrimento VULVA E PERÍNEO Edema Vascularização aumentada Hipertrofia da pele e músculos Afrouxamento dos tecidos conjuntivos ALTERAÇÕES VULVARES NA GRAVIDEZ ALTERAÇÕES NAS MAMAS • Aumento de tamanho desenvolvimento alveolar (P) desenvolvimento ductal (E) • Aumento na vascularização (Rede de Haller ) • Aumento nas glândulas de Montgomery • Mamilos e aréolas ficam mais escuras ALTERAÇÕES NAS MAMAS • Aparecimento da aréola externa – linha secundária (sinal de Hunter) • Aparecimento do colostro • Aparecimento de estrias => sensação de dor, formigamento e peso nas mamas ALTERAÇÕES NO ABDÔMEN • Útero: estende-se gradualmente para a cavidade abdominal • Final da gravidez: fundo uterino exerce pressão contra o diafragma • Estômago e fígado: ocupam pequena parte da cavidade abdominal • Intestinos: acima, dos lados e por traz do útero Gestação inicial Gestação de termo Gestação de termo ALTERAÇÕES NAS GL. ENDÓCRINAS Em geral, durante a gravidez, há aumento na produção hormonal da maioria das glândulas endócrinas A placenta também apresenta função endócrina HORMÔNIOS PLACENTÁRIOS Protéicos gonadotrofina coriônica (HCG), somatotrofina coriônica e tirotropina coriônica Gonadotrofina Coriônica: manutenção do corpo lúteo e diferenciação sexual Tirotropina Coriônica: deve participar do aumento da atividade tireoidiana e do tamanho da glândula tiróide observado na gravidez Somatotrofina Coriônica ou Lactogênio Placentário: estimulação da lactação e do crescimento fetal (Metabolismo de carboidratos: promove a secreção de insulina e diminui sua eficácia periférica; Ácidos graxos: promove o aumento do uso materno, com consequente diminuição no uso de carboidratos; Proteínas: reduz o uso materno, aumentando a disponibilidade para o feto) HORMÔNIOS PLACENTÁRIOS Esteróides estrógeno e progesterona o Progesterona: Efeito calmante sobre a musculatura lisa (Diminuição das contrações miometriais; lentidão do esvaziamento estomacal, regurgitação e pirose; constipação); Efeito sobre o SNC (sonolência); Efeitos metabólicos (armazenamento de gordura; influência no catabolismo protéico); Aumento na excreção de sódio; Efeitos sobre a mama Estrógeno: Controla o crescimento e a função uterina; Provoca a vasodilatação no miométrio, com aumento do fluxo sanguíneo; Efeitos sobre a mama ALTERAÇÕES NAS GLS ENDÓCRINAS Glândula Tireóide Vascularização aumentada Hiperplasia e aumento de volume Aumento na concentração sérica de T3 e T4, embora a atividade hormonal permaneça normal (T3/T4 + Albumina = Reserva) ALTERAÇÕES NAS GLS ENDÓCRINAS Glândulas Paratireóides Hiperplasia, sugerindo aumento na produção hormonal Participação no metabolismo do cálcio Prostaglandinas Efeito estimulante sobre a contratilidade do miométrio ALTERAÇÕES NAS GLS ENDÓCRINAS Prolactina Participa do crescimento e desenvolvimento das mamas na gravidez Prepara as mamas para início da lactação Também atua na manutenção da lactação ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES Hipervolemia Volume sanguíneo aumenta, em média, de 30 a 40% (cerca de 1 a 1,5 litro) Preenche o sistema vascular uterino (aumentado) e a capacidade venosa expandida das pernas Protege mãe/feto do retorno venoso deficiente dos membros inferiores Fornece o fluxo sanguíneo adequado para o útero, feto e tecidos maternos em mutação, acomodando a perda sanguínea no nascimento Ocorre a partir do 1º trimestre de gestação e é principalmente marcado pelo aumento de plasma e aumento, porém desproporcional , de eritrócitos (20%), com conseqüente queda do hematócrito => anemia fisiológica materna Anemia (ferropriva) Ht < 34% Hb < 11 g/dl de sangue Uso profilático de ferro (60mg/d de Fe elementar) Coração: Posição: para cima, à esquerda Tamanho: discreta hipertrofia e dilatação Frequência cardíaca: aumenta entre 10 a 15 batimentos por minuto Alterações no volume sanguíneo e FC = DC (30% a 50% - 6 a 7 l/min) No intraparto o esvaziamento e contração do útero faz com que 1000ml de sangue retorne para o circulação sistêmica PN mulher perde 500ml de sangue Cesárea perde 1000ml de sangue Pressão Arterial no 1o e 2o trimestres, aumentando gradativamente até o termo (vasodilatação) PA = DC x R FCxVS o Alterações na resistência vascular ocorre por fatores mecânicos e hormonais o Elevação dos níveis de progesterona, estrógeno e prostagladina => vasodilatação o Aumentos regionais do fluxo sanguíneo: útero, pele, rins, mamas e trato alimentar o Lago sanguíneo aumentado hipotensão postural/desmaio o A pressão venosa nas pernas é elevada, devido a compressão do útero sobre as principais veias abdominais e pélvicas Síndrome da Hipotensão Supina x Repouso em DLE Edema MMII aumento na pressão venosa e estagnação de sangue resultam em edema e maior incidência de trombose e varizes (inclusive vulvar) e hemorróidas Edema gravitacional e edema oculto ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS o Ingurgitamento capilar de todo trato respiratório respiraçãonasal difícil, mudanças na voz o Diafragma eleva-se 4 cm o Pulmões: 4 cm mais curtos e largos o Costelas “se abrem” *Consequência: circunferência do tórax 5 a 7cm maior o Metabolismo e consumo de O2 aumentam em torno de 20% o Aumento na profundidade dos movimentos respiratórios, aumentando o volume respiratório em 50% (ação progesterona => estimulante centro respiratório) o A frequência respiratória tem discreto aumento o Diminui o volume de ar residual, resultando numa mistura gasosa mais eficiente, porem isso predispõe gestante a ter uma atelectasia em caso de alguma patologia respiratória o Dispneia ocorre em 60% das gestantes e a razão ainda é obscura (ação da progesterona sobre o centro respiratório?, mudanças anatômicas?) ALTERAÇÕES RENAIS o Visam responder às maiores demandas metabólicas e circulatórias da mãe e excreção dos resíduos fetais oMudanças anatômicas incluem: • pequeno aumento de tamanho • dilatação dos ureteres, com freqüente acotovelamento e retenção urinária • infecções; elevação da bexiga o Fluxo sanguíneo renal aumenta em torno de 30% e a filtração glomerular em 50% o Eleva a depuração de substâncias como creatinina e ureia que atinge menores níveis séricos o O acúmulo de líquidos na forma de edema, que ocorre no período diurno, faz com que a produção urinária, durante o dia, no final da gravidez seja menor o A reabsorção tubular de glicose não é tão intensa quanto à filtração glicosúria o Proteinúria é sinal doença renal, infecção do trato urinário ou pré-eclâmpsia/eclâmpsia ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS E METABÓLICAS o Modificações visam melhorar a absorção de nutrientes para o fornecimento ao concepto o Aumento do apetite e sede o Diminuição do peristaltismo – lentidão da digestão o Constipação intestinal - reabsorção de água o Pressão abdominal causada pelo crescimento uterino facilita o refluxo gastroesofágico oPredisposição para regurgitação passiva e aspiração, principalmente quando sob anestesia geral oEstado diabetogênico: resistência a insulina oNíveis glicêmicos em jejum maternos e hepáticos diminuem devido a constante transferência de glicose para o feto o Jejum materno de mais de 12 horas => feto em risco de cetonemia ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS Hematócrito diminui– efeito da hemodiluição do volume plasmático aumentado Leucócito eleva-se Aumento dos fatores de coagulação – inibem a coagulação Fibrinogênio aumenta Hipercoagulabilidade + estase venosa + trauma paredes venosas = tromboembolismo ALTERAÇÕES DE PELE Hiperpigmentação na face: cloasma gravídico Mamas: hiperpigmentação da aréola (1aria e 2aria) Abdome: hiperpigmentação da Linha Alba > Linha Nigra Eritema palmar Aumento da pilificação (lanugem) DOR NA GESTAÇÃO o Antes de 20 semanas: repouso, hiperidratação oral e hioscina o A partir de 20 semanas: descartar Falso Trabalho de Parto: contrações rítmicas e regulares, sem modificação cervical. Repouso, investigar infecção urinária e vaginose bacteriana. Persistindo as contrações, encaminhar. HIPEREMESE GRAVÍDICA Vômitos de difícil tratamento, que podem acarretar: alteração no balanço hidroeletrolítico, perda de peso ( 5%), cetose e lesões hepáticas, renal e retiniana Incidência: variada, mas em declínio Principais fatores etiológicos: Fatores mecânicos: distensão ou deslocamento do útero reflexos que levam ao vômito Fatores funcionais: disfunção gástrica, representada por taquigastria ou bradigastria, consequente às mudanças hormonais Fatores endócrinos: especialmente HCG e Progesterona Fatores psicológicos GUIA ALIMENTAR PARA GESTANTES – 1º Trimestre • Fracionamento: 6 refeições; • Porções pequenas; • Separar sólidos e líquidos; • Reduzir irritantes da mucosa oral e esofagiana; • Evitar alimentos com gordura visível; • Adotar técnicas de preparo sem óleo ou manteiga; • Evitar frituras, empanados e pastelaria; • Evitar doces concentrados; • Evitar extremos de Tº. GUIA ALIMENTAR PARA GESTANTES – 2º e 3º Trimestre • Evitar grande quantidade de alimento de uma vez; • Preferir tempero suave, pouco irritante; • Evitar calorias sem micronutrientes; • Realizar atividades físicas e relaxantes (caminhar); • Permanecer em pé, andando ou sentada bem ereta pelo menos 1 hora após a refeição; • Comer devagar, mastigar bastante, roupas largas.
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