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Direito Constitucional 1 Caso Concreto do Plano de Aula 1: O sentido sociológico da Constituição como uma folha de papel, cuja verdadeira característica está na organização dos fatores reais do poder em uma dada sociedade, contrasta com a visão da força normativa da Constituição, segundo a qual a Constituição não se pode submeter à vontade dos poderes constituídos e ao império dos fatos e das circunstâncias. A Constituição espraia sua força normativa por sobre o ordenamento jurídico, e todos os atos estatais que com ela contrastem expõem-se à censura jurídica do Poder Judiciário. Julgue de maneira fundamentada a questão. (CESPE) Resposta: A primeira Constituição, referida como folha de papel, é a de Ferdinand Lassale, o qual expõe uma concepção sociológica da Constituição em sua obra A Essência da Constituição. Já Konrad Hesse aborda a idéia de força normativa da constituição, como se esta tivesse uma vontade de viger, ou seja, não é apenas condicionada pelos fatores reais de poder, mas também condiciona estes. Ou seja, as afrontas constitucionais devem ser corrigidas pelo judiciário. E, para finalizar, a questão, ao afirmar que a Constituição é uma força normativa de caráter superior a todo o ordenamento jurídico, materializa, nessa linha de pensamento, a teoria de kelsen sobre o papel da Constituição em um ordenamento jurídico. Para Lassale, a Constituição escrita, para ser boa e duradoura, deve refletir, necessariamente, os fatores reais de poder existentes na sociedade, pois, um eventual conflito entre o texto escrito e a Constituição real, ou seja, a soma dos fatores reais de poder que regem uma nação fará com que, mais cedo ou mais tarde, a Constituição folha de papel seja rasgada e arrastada pelas verdadeiras forças vigentes no país, num determinado momento de sua história. Noutras palavras, a Constituição formal seria revogada pela Constituição real. Mais tarde, Konrad Hesse, contrapondo-se ao posicionamento de Lassale, lança as bases da teoria que se intitulou de Força Normativa da Constituição. Sem desprezar a importância das forças sócio-políticas para a criação e sustentação da Constituição jurídica (folha de papel para Lassale), Hesse sugere a existência de um condicionamento recíproco entre a Lei Fundamental e a realidade político-social subjacente. De fato a Constituição jurídica não pode ser reduzida a uma fotografia da realidade. Além de obedecer e traduzir a constante mutação social, é necessário que esta seja um dever ser, isto é, aponte na direção de um horizonte onde prevaleça maior justiça social. Lassalle admitia a possibilidade da Constituição escrita se transformar, ela mesma, em mais um fator real de poder. “Não desconheceis também o processo que se segue para transformar esses escritos (Constituição de papel) em fatores reais de poder, transformando-os desta maneira em fatores jurídicos.” (Lassalle) Sentido Sociológico (Lassale) > A CF é fato social, soma dos fatores reais de poder, todo e qualquer Estado tem. Sentido Político (Carl Schimit) > A CF é uma decisão política fundamental, mostra a vontade do titular. Sentido Jurídico (Kelsen) > A CF é norma jurídica pura.
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