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DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR)

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DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR)
Até 31.12.2007, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) era obrigatória para as companhias abertas e para as companhias fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço patrimonial, superior a R$ 1.000.000,00 (limite este atualizado pela Lei nº 9.457/97). A DOAR indica as modificações na posição financeira da companhia.
Os financiamentos estão representados pelas origens de recursos, e os investimentos pelas aplicações de recursos, sendo que o significado de recursos aqui não é simplesmente o de dinheiro, ou de disponibilidades, pois abrange um conceito mais amplo; representa capital de giro líquido que, na denominação dada pela lei, é Capital Circulante Líquido.
A partir de 01.01.2008, a DOAR foi extinta, por força da Lei 11.638/2007, sendo obrigatória para apresentação das demonstrações contábeis encerradas somente até 31.12.2007.
A DOAR indicará as modificações na posição financeira da companhia, discriminando:
1 - as origens dos recursos, agrupadas em:
a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros;
b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital;
c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado;
 2 - as aplicações de recursos agrupadas em:
a) dividendos distribuídos;
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido;
d) redução do passivo exigível a longo prazo;
 
3 - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações, representando aumento ou redução do capital circulante líquido;
 
4 - os saldos no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício.
 
ORIGENS DE RECURSOS
 
As origens de recursos são representadas pelos aumentos no Capital Circulante Líquido, e as mais comuns são:
 
a) das próprias operações, quando as receitas (que geram ingressos de capital circulante líquido) do exercício são maiores que as despesas, ou seja, resultam do lucro líquido apurado exclusivamente das operações regulares da empresa.
 
Assim, se houver lucro, teremos uma origem de recursos, se houver prejuízo, teremos uma aplicação de recursos;
 
b) dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no exercício, já que tais recursos aumentaram as disponibilidades da empresa e, conseqüentemente, seu capital circulante líquido;
 
c) de terceiros, por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo, bem como dos recursos oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, ou de transformação de Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante.
 
Os empréstimos feitos e pagáveis a curto prazo não são considerados como origem de recursos para fins dessa demonstração, pois não alteram o Capital Circulante Líquido. Nesse caso há um aumento de disponibilidades e, ao mesmo tempo, do Passivo Circulante.
 
A depreciação, amortização ou exaustão, por representarem uma recuperação de fundos, devem ser adicionadas ao lucro líquido apurado no exercício, para efeito de elaboração da demonstração das origens e aplicações de recursos.
 
APLICAÇÕES DE RECURSOS
As aplicações de recursos são representadas pela redução do Capital Circulante Líquido entre o início e o término de determinado período.
 
As aplicações de recursos mais comuns que implicam na variação do Capital Circulante Líquido são as seguintes:
 
1) Imobilizações
 
Ocorrendo a aquisição de bens para o Ativo Imobilizado, investimentos permanentes ou aplicação de recursos no Ativo Diferido, tais fatos representam aplicação de recursos e, conseqüentemente, refletem numa variação líquida negativa do Capital Circulante Líquido.
 
2) Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo
 
A amortização de empréstimos a longo prazo significa, em princípio, uma redução do passivo exigível a longo prazo e representa uma aplicação de recursos. Por outro lado, a obtenção de um novo financiamento representa uma origem de recursos.
 
Tendo em vista que o conceito de recursos é o de Capital Circulante Líquido, a mera transferência de um saldo de empréstimo do Exigível a Longo Prazo para o Passivo Circulante, por vencer no exercício seguinte, representa uma aplicação de recursos, pois reduziu o Capital Circulante Líquido.
 
c) Remuneração de dividendos:
 
A remuneração de acionistas, decorrente de dividendos, representa uma aplicação de recursos, refletindo numa variação negativa do Capital Circulante Líquido.
 
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
 
O Capital Circulante Líquido é a diferença entre o ativo circulante (disponível, contas a receber, estoques e despesas pagas antecipadamente) e o passivo circulante (fornecedores, contas a pagar e outras exigibilidades do exercício seguinte) em determinada data.
 
Quando o Ativo Circulante é maior do que o Passivo Circulante, tem-se um Capital Circulante Líquido próprio.
 
Quando o Ativo Circulante é menor do que o Passivo Circulante, tem-se um Capital Circulante Líquido negativo ou de terceiros.
 
TRANSAÇÕES QUE NÃO AFETAM O CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
 
Além das origens e aplicações relacionadas anteriormente, há inúmeros tipos de transações efetuadas que não afetam o Capital Circulante Líquido, mas são representadas como origens e aplicações simultaneamente, como por exemplo:
 
a) aquisição de bens do Ativo Permanente (Investimentos ou Imobilizado) pagáveis a Longo Prazo. Nesse caso, há uma aplicação pelo acréscimo do Ativo Permanente e, ao mesmo tempo, uma origem pelo financiamento obtido pelo acréscimo no Exigível a Longo Prazo no exercício, como se houvesse entrado um recurso que fosse imediatamente aplicado;
 
b) conversão de empréstimos de longo prazo em capital, caso em que há uma origem pelo aumento do capital e, paralelamente, uma aplicação pela redução do Exigível a Longo Prazo, como se houvesse ingresso de recurso de capital aplicado na liquidação da dívida;
 
c) integralização de Capital em bens do Ativo Permanente, situação também sem efeito sobre o Capital Circulante Líquido, mas representada na origem (aumento de capital) e na aplicação (bens do Ativo Permanente recebidos), como se houvesse essa circulação do recurso;
 
d) venda de bens do Ativo Permanente recebível a Longo Prazo, operação que também deve ser demonstrada na origem, como se fosse recebido o valor da venda e, na aplicação, como se houvesse o empréstimo sido feito para recebimento a longo prazo;
 
e) depreciação, amortização e exaustão. Tais valores, lançados como despesa do exercício, diminuem o resultado, mas não reduzem o capital circulante líquido; representam redução no Ativo Permanente e redução no Patrimônio Líquido, mas não alteram os valores de Ativo e Passivo Circulantes. Desta forma, o valor desses itens registrados no ano devem ser adicionados ao Lucro Líquido para apuração do valor efetivo dos recursos gerados pelas próprias operações;
 
f) variação nos resultados de exercícios futuros representa lucros que, pelo regime de competência, pertencem a exercícios futuros, porém, já afetaram o Capital Circulante Líquido, ou seja, se o saldo de Resultados de Exercícios Futuros tem um aumento no exercício, significa que a empresa já o recebeu, aumentando o Capital Circulante Líquido, mas sem que o tenha registrado como receita, não fazendo parte do lucro do ano. Assim, como se trata de recebimento originário pelas operações da empresa, deve ser agregado ao resultado do exercício. Se houver redução do saldo desse grupo, deve ser diminuído do Lucro Líquido;
 
g) lucro ou prejuízo registradopelo método da equivalência patrimonial para investimentos em coligadas ou controladas, esse resultado, que afeta o lucro da investidora, não afeta o seu Capital Circulante Líquido. Por isso, na apuração da origem de recursos das operações, esse valor deve ser diminuído do Lucro Líquido, se for receita; ou a ele acrescentado, se for despesa;
 
h) ajustes de exercícios anteriores; esses ajustes são registrados diretamente na conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, não afetando, portanto, o Lucro Líquido do ano. Neste caso, os ajustes são efetuados nos saldos iniciais do balanço, nas contas a que se refere, como se já houvesse sido registrado nos anos anteriores, assim sendo, as origens e aplicações de recursos do ano já ficarão expurgadas desse efeito;
 
i) variações monetárias de dívidas de longo prazo, essas despesas afetam o lucro mas, por reduzirem o Patrimônio Líquido e aumentarem o Exigível a Longo Prazo, não alteram o Capital Circulante Líquido. Devem, por isso, também ser adicionadas ao Lucro Líquido do exercício.
 
OCORRÊNCIA DE PREJUÍZO
 
Quando as operações consomem Capital Circulante Líquido, isso representa uma aplicação e, como tal, deve ser apresentado na demonstração, no grupo de aplicações, como o primeiro item do grupo. 
 
Isso ocorre quando a empresa está operando com prejuízo. Entretanto, se a empresa está com prejuízo, mas em decorrência dos ajustes citados, as operações próprias apresentam uma origem de recursos (lucro), a apresentação do prejuízo e de seus ajustes deve ser no agrupamento das origens.
 
No caso da empresa apresentar lucro, mas os ajustes evidenciarem uma aplicação de recursos (prejuízo), a apresentação do lucro e seus ajustes deve ser no agrupamento de aplicações. 
ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
1º passo: obtenção do balanço final, depois de todos os ajustes, na data de encerramento do exercício, bem como do balanço de encerramento do exercício anterior.
 
2º passo: apurar as variações dos saldos das contas, ou seja, a diferença líquida entre os mesmos. Os grupos de Exigível a Longo Prazo, Resultados de Exercícios Futuros e Patrimônio Líquido, por serem credores, devem ser indicados como negativos. 
 
3º passo: análise da composição das variações ocorridas em cada uma das contas.
EXEMPLO:
DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.2009 (em R$): 
	ORIGENS DE RECURSOS:
	 Valor R$
	Soma:
	DAS OPERAÇÕES:
	
	 
	Lucro Líquido do Exercício
	46.000,00 
	 
	Mais: Depreciação e amortização
	68.000,00
	 
	Variações monetárias de empréstimo a longo prazo
	 41.500,00 
	 
	Menos: Participação de R$ 8.000 no lucro da controlada, menos dividendos recebidos no valor de R$ 1.500
	 (6.500,00)
	 
	Lucro na venda de imobilizado
	 (29.300,00)
	 
	SOMA DAS OPERAÇÕES
	
	119.700,00 
	DOS ACIONISTAS:
	
	 
	Integralização de capital
 
	91.000,00 
	 
	SOMA DOS ACIONISTAS
	 
	91.000,00 
	DE TERCEIROS:
	 
	 
	Ingresso de novos empréstimos
	50.000,00
	 
	Baixa do imobilizado (valor de venda)
	50.000,00 
	 
	Venda de investimentos
	2.000,00 
	 
	Resgate de títulos a longo prazo
	6.000,00 
	 
	SOMA DE TERCEIROS
	
	108.000,00 
	TOTAL DAS ORIGENS
	
	318.700,00 
	APLICAÇÕES DE RECURSOS:
	 Valor R$
	Soma:
	Aquisição de imobilizado
	203.700,00 
	 
	Adições ao custo no ativo diferido
	21.000,00 
	 
	Integralização de novos investimentos
	5.500,00 
	 
	Aumento em empréstimos compulsórios
	1.000,00 
	231.200,00 
	Transferência para o passivo circulante dos empréstimos a longo prazo
	56.500,00 
	56.500,00 
	Dividendos propostos e pagos
	10.000,00 
	10.000,00 
	TOTAL DAS APLICAÇÕES
	 
	297.700,00 
	VARIAÇÃO NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
	 
	21.000,00 
 
Demonstração do Aumento no Capital Circulante Líquido (em R$): 
	Saldos em
	31.12.2008
	31.12.2009
	Variação
	Ativo Circulante
	60.000,00
	100.000,00
	40.000,00
	Passivo Circulante
	36.000,00
	55.000,00
	(19.000,00)
	Capital Circulante Líquido
	24.000,00
	45.000,00
	21.000,00
Sem pensar muito, responda  a seguinte pergunta: no curto prazo, é mais importante para uma empresa ter boas margens de lucro ou dinheiro suficiente em suas contas bancárias para suprir suas necessidades financeiras? Acertou se escolheu a segunda opção. Lucro, necessariamente, não significa dinheiro em caixa, pois parte das vendas pode ter sido feita com pagamento a prazo. Então se faz necessário conhecer todas as saídas e entradas de dinheiro nas contas da empresa. Para isso, usa-se o fluxo de caixa. 
O fluxo de caixa é uma ferramenta de grande importância, gerencialmente falando. Se estiver bem elaborado, auxiliará a direção da empresa a tomar melhores decisões no tocante aos recursos em suas contas bancárias. 
A Demonstração de Fluxo de Caixa – objeto de estudo deste artigo – é   simplesmente um instrumento capaz de exibir  onde a companhia aplicou e de onde vieram seus recursos. Isso não nos leva a lembrar da Demonstração de Origem e Aplicação dos Recursos (DOAR)? Exatamente. 
Veremos neste artigo o que vem a ser a Demonstração do Fluxo de Caixa e o porquê da não mais exigência da DOAR. Antes de começarmos, vamos entender o que é regime de caixa. 
O regime de caixa
Num passado não muito distante, a economia brasileira se via às voltas com um grande monstro chamado de inflação. Este monstro, que ainda assusta muitos, obrigava nós contadores a nos valermos de uma série de indicadores e  indexadores para corrigirmos as distorções causadas nas demonstrações contábeis. Com o controle gradual da inflação, a partir de 1994, pudemos direcionar nossa atenção profissional, além das tarefas diárias, para um melhor planejamento financeiro. 
O planejamento financeiro é simplesmente conhecermos nossas necessidades imediatas de recursos ou se poderemos aplicar algum excedente. O conceito  pode ser simples, mas a prática não o é. Onde conseguir as melhores taxas de juros nos empréstimos? Os recursos excedentes devem ser aplicados em renda fixa ou renda variável? Perguntas importantes que pedem respostas concisas. 
Todo o ordenamento contábil brasileiro gira em torno do Regime de Competência.  Ou seja, despesas e receitas devem ser reconhecidas no período em que forem incorridas ou prestados os serviços ou ainda ocorrer venda de mercadorias. Até aqui não podemos nos opor a nada, é o que está escrito e é o que cumprimos rotineiramente. No entanto, como fica o caixa (disponibilidades) no Regime de Competência? Para responder, vamos observar o seguinte exemplo:
 
Uma empresa “A” vende mercadorias para o comprador “Y”. O valor total da venda é $ 50.000. Destes, $ 25.000 são pagos à vista, sendo o restante pago a prazo em 5 parcelas de $ 5.000.
 
Desta forma:
  O Regime de Competência reconhece os $ 50.000 como entrada de recursos no período;
  O Regime de Caixa só reconhece os $ 25.000. 
 
Do exposto conclui-se que o Regime de Caixa pode ser definido como as movimentações  de entrada (receitas de vendas pagas a vista, captação de recursos no meio bancário, captação de recursos juntos a sócios) bem como as de saída (pagamentos de despesas, investimentos etc.) nas disponibilidades de uma organização. É comum atualmente as empresas possuírem sistemas de processamento de dados que administrem  as datas de recebimento e pagamento, com diversos  períodos de previsão – em média, 30 dias. 
Enquanto o fluxo de caixa, regido pelo Regime de Caixa, atende às necessidades gerenciais, o Regime de Competência contempla necessidades fiscais. 
 
DFC versus DOAR
Não, o título não apresenta um clássico futebolístico do campeonato alemão. Vamos traçar as relações entre estes dois demonstrativos. 
No apagar das luzes do ano de 2007, entrou em vigor a Lei n.º 11.638/07, que modifica alguns artigos da Lei 6.404/76 (a famosa Lei das S/As). Entre as principais mudanças mencionadas naquelaLei do final de 2007, está a adoção da Demonstração de Fluxo de Caixa em substituição à DOAR. O que teria levado o legislador brasileiro a propor tal mudança? Entre outros motivos, é , simplesmente, seguir uma tendência mundial ao usar DFC, importando-se  com outras informações nem sempre contidas na DOAR.  Nosso País era um dos poucos  que exigiam a publicação da DOAR. Então, qual a diferença básica  entre a DOAR e a DFC? Não tratam  das mesmas coisas, isto é,  onde  a empresa aplica ou resgata  recursos? Para responder  esta questão, é importante  lermos o que diz o FIPECAFI sobre o que é Capital Circulante Líquido:
“como sabemos, o Capital Circulante Líquido é representado pelo Ativo Circulante (Disponível, Contas a Receber, Investimentos Temporários, Estoques e Despesas Pagas Antecipadamente) menos o Passivo Circulante (Fornecedores, Contas a Pagar e outras exigibilidades do exercício seguinte)”. 
Como podemos ver, a DOAR é muito mais voltada para o Regime de Competência do que o Regime de Caixa.  Para entender melhor, vejamos o esquema abaixo:
 
	ATIVO
	PASSIVO
	Ativo Circulante
	Passivo Circulante
	  Disponível
	50.000
	  Fornecedores
	80.000
	  Contas a Receber
	150.000
	  Contas a pagar
	25.000
	  Investimentos temporários
	15.000
	TOTAL
	105.000
	  Estoques
	300.000
	Capital Circulante Líquido $ 410.000 
= 515.000 - 105.000 
	TOTAL
	515.000
	
 
O esquema acima mostra que o Capital Circulante Líquido  é de $ 410.000. Hipoteticamente, a situação  financeira  da empresa seria ótima. No entanto, observamos que nem todas as rubricas do Ativo Circulante  representam recursos em caixa. Na verdade, o caixa da empresa é de somente $ 50.000, as outras rubricas levariam um tempo maior para se converterem em dinheiro. Então, concluímos que a DOAR é muito mais abrangente no que se refere à posição financeira de uma empresa, não se importando somente com o caixa. 
Num mundo moderno os investidores buscam por empresas que possam lhes trazer ganhos num espaço de tempo cada vez menor. São vários os fatores que devem ser considerados, dentre eles:
Capacidade de uma empresa honrar suas obrigações; 
Estimativas futuras de recebimentos; 
Capacidade de gerar bons dividendos a seus investidores. 
 
A avaliação dos itens acima fica clara na Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC). O modelo de DFC usado no Brasil, e em boa parte do mundo, é o FAS 95, do FASB (Financial Accounting Standard Board), órgão filiado a SEC (Security Exchange Comission), a CVM dos EUA. Este modelo existe desde 1987. 
Se a DOAR se prende às informações importantes ao regime de competência, a DFC se preocupa com os valores que afetam as disponibilidades de uma empresa, algo que interessa muito mais à administração e aos investidores, no curto prazo. 
 
A estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa
Como dito a DFC empregada no Brasil seguirá o modelo FAS 95, do FASB. Este modelo é subdividido em Atividades Operacionais, Atividades de Investimentos e Atividades de Financiamentos. Analisando os valores lançados em cada um destes subgrupos, a DFC cumprirá sua finalidade, que é evidenciar  as entradas e saídas de dinheiro, demonstrando claramente sua utilização; fazer a reconciliação entre o resultado do exercício e o caixa gerado (consumido) pela empresa; além de informar todas as transações de investimento ou financiamento realizadas.
De posse destas informações básicas, vamos conhecer as características de cada um destes subgrupos:
 
Disponibilidades
O conceito aqui empregado é o mesmo usado no Balanço Patrimonial. Disponibilidades podem ser entendidas como o dinheiro parado no caixa ou investimentos de liquidez altíssima (também conhecidos como equivalentes-caixa). 
No quotidiano empresarial, para se proteger das oscilações do mercado, é comum as empresas aplicarem  sobras de caixa em investimentos que as façam manter seu poder aquisitivo. Então, são comuns os investimentos em CDBs/RDBs, em cadernetas de poupança, compra de títulos públicos etc. A este tipo de investimento, o FASB dá o nome de equivalentes-caixa. Estes investimentos não são permanentes, durando no máximo 90 dias  da data de aquisição.
Portanto, formam o grupo Disponibilidades:
Caixa; 
Depósitos bancários a vista; 
Aplicações de Alta Liquidez. 
 
Atividades Operacionais
Neste grupo serão colocados os valores referentes às atividades-fim da empresa. Aqui encontraremos o valor recebido a vista dos clientes, pagamentos a fornecedores, pagamentos ao governo relativos a impostos e multas, recebimento de prêmios de seguros. Devido Às diferenças encontradas em cada empresa, este grupo deve ser muito bem analisado para que as informações nele contidas reflitam fielmente as atividades empresariais específicas.
Valores que comporão este grupo serão relativos às seguintes atividades:
Recebimentos operacionais:
De clientes, através de vendas a vista; 
De clientes, através de vendas a prazo; 
Rendimentos de aplicações financeiras, se esta for a atividade-fim da empresa; 
Recebimento de Dividendos. 
 
Pagamentos operacionais:
Fornecedores de mercadorias ou matérias-primas; 
Salários e encargos sociais; 
Encargos financeiros; 
Tributos. 
 
Atividades de Investimentos
Para se chegar ao entendimento de qual a importância da demonstração do valor adicionado, primeiramente é necessário entender o que é o valor adicionado ou valor agregado.
Esta demonstração indica de forma clara e precisa a parte da riqueza que pertence aos sócios ou acionistas a que pertence aos demais capitalistas que financiam a entidade (capital de terceiros), a que pertence aos emprega​dos e finalmente à parte que fica com o governo.
Na Demonstração do Resultado do Exercício, à parte de terceiros (capitalistas, empregados, governo) são consideradas como despesas ou custos, porque, do ponto de vista dos proprietários, esses valores distribuídos representam redução do lucro e conseqüentemente redução da parcela que cabe a cada proprietário.
Observa-se que a Demonstração do Resultado do Exercício e a Demonstração do Valor Adicionado têm enfoques bem diferentes e objetivam fornecer informações sob distintos pontos de vista, o que as tornam complementares e imprescindíveis, pois a elaboração e divulgação de ambas atende de forma eficaz a necessidade que os usuários possuem de informações adicionais às atuais demonstrações contábeis obrigatórias.
Este grupo tem uma relação intrínseca com o Ativo Permanente do Balanço Patrimonial. As atividades de Investimentos refletem todos os valores que uma organização aplica em bens para prover suas atividades operacionais. São exemplos de entradas e saídas deste grupo:
 
Entradas:
Venda de ativos imobilizados usados na produção ou prestação de serviços; 
Recebimento de vendas de participações em outras empresas; 
Resgates de investimentos permanentes. 
 
Saídas:
Compra de ativo imobilizado; 
Pagamento no ato de aquisição de participações em outras empresas; 
Empréstimos concedidos. 
 
Atividades de Financiamentos
Uma empresa pode precisar de capital para um grande projeto ou simplesmente gerir suas atividades operacionais, capital este que pode estar indisponível. Então é comum que a direção da empresa recorra a empréstimos em entidades financeiras ou aceite a entrada de novos sócios – ou poderá emitir e negociar ações. Os valores, tais como estes mencionados, obtidos ou pagos a terceiros serão exibidos no grupo Atividades de Financiamentos. 
Lembrete: o conceito de financiamento, neste caso, é diferente do amplamente usado no mercado. Comumente é chamada de financiamento a aquisição de um bem pago por terceiros, Na Demonstração do Fluxo de Caixa, este conceito abrange tanto os recursos obtidos de terceiros quanto os recursos próprios recebidos. São transações deste grupo:
Entradas:
Vendas de ações emitidas; 
Empréstimos obtidos no mercado financeiro; 
Valores referentes à entrada de novo sócio.Saídas:
Pagamento de empréstimos bancários; 
Saída de sócio da empresa; 
Pagamento de dividendos. 
 
O modelo FAS 95
Agora que já conhecemos os grupos que compõem a DFC, vamos conhecer o modelo FAS 95, de 1987. Quando o FASB o criou, o intuito era ter uma demonstração simples que pudesse ser usada por qualquer tipo de empresa, com pouquíssimas adaptações. Eis o modelo, supostamente preenchido:
 
	 
Nome da empresa
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA, em 30/03/200X8
	ATIVIDADES OPERACIONAIS
	 Recebimentos operacionais
	XXXXXXX
	 
	 Pagamentos operacionais
	(XXXXXXX)
	 
	Caixa Líquido gerado (consumido) nas Atividades Operacionais
	XXXXXXXX
	 
	ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
	 Recebimento de venda de imobilizado
	XXXXXXX
	 
	 Compra de  microcomputadores
	(XXXXXXX)
	 
	Caixa líquido gerado (consumido) nas Atividades de Investimento
	XXXXXXX
	  
	ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
	 Recebimento de vendas de ações
	XXXXXXX
	 
	 Pagamento de dividendos
	(XXXXXXX)
	 
	Caixa líquido gerado (consumido) nas Atividades de Financiamentos 
	XXXXXXX
	CAIXA LÍQUIDO DO PERÍODO
	XXXXXXX
	SALDO INICIAL DE DISPONIBILIDADES
	XXXXXXX
	SALDO FINAL DE DISPONIBILIDADES
	XXXXXXX
 
Existem algumas considerações a fazer, baseando-se nos pronunciamentos do FASB. Suscitam algumas dúvidas sobre determinados valores e suas classificações. Como podemos classificar juros pagos,  juros e dividendos recebidos? Iudícibus, em sua obra Manual de Contabilidade, diz haver um pronunciamento do FASB que recomenda classificar no grupo Atividades Operacionais, todos os valores que transitam pela DRE. Apesar disso, aquela mesma entidade  faculta a classificação de juros pagos, juros recebidos e dividendos recebidos  no grupo Atividades de Financiamento, pois tais contas guardarem em si a idéia de custo do financiamento ou remuneração do capital investido. 
CÁLCULO E AVALIZAÇÃO DO VALOR ECONÔMICO AGREGADO
O cálculo do valor agregado pode ser feito calculando-se a diferença entre as vendas brutas (já deduzidos o valor das deduções de vendas e descontos concedidos) e o valor total dos insumos adquiridos de terceiros (custo de mercadorias, matéria prima, demais insumos consumidos, etc).
Para distribuição do valor agregado devem ser considerados os seguintes valores: mão-de-obra de terceiros; INSS e FGTS; impostos e contribuições; juros, aluguéis e outras remunerações a terceiros, e lucro liquido (inclusive a parcela não distribuída).
Para evidenciar a atuação social das empresas, além das demonstrações contábeis tradicionais, algumas têm elaborado o Balanço Social.
No Balanço Social, as entidades estarão fornecendo informações que permite ao usuário externo avaliar a profundidade e a qualidade de sua atuação social.
A DVA ou EVA é um instrumento poderoso e auxiliar do Balanço Social, pois a empresa através dessa demonstração fornece à sociedade o quanto contribui para a geração de riquezas no país e como as parcelas por ela agregadas são distribuídas pelos diversos agentes econômicos que a ajudam a efetivar a produção: trabalhadores, governo e capitais de terceiros.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
A Demonstração do Valor Adicionado pode ser apresentada da seguinte forma:
	Demonstração do Valor Adicionado
	I - Geração do Valor Adicionado - Elementos:
Receitas Operacionais e não Operacionais
(-) Custo das Mercadorias, Produtos e Serviços Vendidos.
(-) Serviços adquiridos de terceiros
(-) Materiais e Insumos, Energia, Comunicação, Propaganda, etc.
(-) Outros Valores
(=) Valor Bruto Adicionado
(-) Despesas de Depreciação, Amortização e Exaustão.
(=) Valor Adicionado Líquido
(+) Valores remunerados por terceiros (Juros, Aluguéis e outros).
(=) Valor Adicionado à Disposição da Empresa
II - Distribuição do Valor Adicionado Remuneração do Trabalho
Remuneração do Governo (Impostos e Contribuições).
Remuneração do Capital de Terceiros (Juros, Aluguéis, etc.) 
Remuneração do Capital Próprio (Dividendos e Lucros Retidos) 
Outros
(=) Total do Valor Distribuído (igual ao total gerado)
EXEMPLOS:�
Exemplo l:
Suponha-se que determinada empresa que não tenha empregados (os próprios sócios efetuam o trabalho) apresente a seguinte demonstração do resultado do exercício:
Receita de Venda................................................................... 	R$ 100.000,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas .................................... 	R$ (30.000.00)
(=) Lucro............................................................................... 	R$ 70.000,00
Nesse exemplo hipotético e simplificado, a Demonstração do Valor Adicionado pode ser representada da seguinte forma:
	Geração do Valor Adicionado
	Receita de Vendas ...............................................................R$ 100.000,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas ...................................R$ (30.000.00)
(=) Valor Adicionado...........................................................R$ 70.000,00
	Distribuição do Valor Adicionado
	Lucros Retidos.................................................................... R$ 70.000,00
Exemplo 2:
Imagine neste momento, num exemplo um pouco mais realista, que para obter o resultado acima a empresa tenha incorrido e/ou desembolsado os seguintes valores:
a) Impostos incidentes sobre vendas no valor de ...................R$ 21.000,00
b) Despesas de Salários dos empregados ..............................R$ 9.000,00
c) Encargos Sociais sobre os Salários ....................................R$ 3.000,00
(=) Total....................................................................................R$ 33.000,00
A Demonstração do Resultado seria apresentada da seguinte forma:
Receita de Bruta Vendas .......................................................R$ 100.000,00
(-) Impostos Incidentes sobre Vendas....................................R$ (21.000,00)
(=) Receita Operacional Líquida ...........................................R$ 79.000,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas......................................R$ (30.000,00)
(=) Lucro Operacional Bruto..................................................R$ 49.000,00
(-) Despesas Operacionais:
 Despesas de Salários..............R$ 9.000,00
 Encargos Sociais ....................R$ 3.000,00 .....................R$ 12.000,00
(=) Lucro Líquido do Exercício .............................................R$ 37.000,00
Por sua vez, a Demonstração do Valor Adicionado seria representada da seguinte forma:
	Geração do Valor Adicionado
	Receita de Vendas ................................................................R$ 100.000,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas ....................................R$ (30.000,00)
(=) Valor Adicionado............................................................R$ 70.000,00
	Distribuição do Valor Adicionado
	Remuneração do trabalho ....................................................R$ 9.000,00
Encargos Sociais...................................................................R$ 3.000,00
Governo (impostos) .............................................................R$ 21.000,00
Lucros Retidos......................................................................R$ 37.000.00
(=) Valor total ..........................................................................R$ 70.000,00
Exemplo 3:
Adicione as seguintes despesas aos dados fornecidos no exemplo anterior:
Serviços contratados de terceiros .....................................R$ 2.000,00
Materiais, Energia, Telefone.............................................R$ 3.000,00
Propaganda e Publicidade ................................................R$ 5.000,00
(=) Total............................................................................R$ 10.000,00
Nessa hipótese, o% lucrolíquido do exercício seria de R$ 27.000,00, ou seja, (R$ 37.000,00 - R$ 10.000,00), e a Demonstração do Valor Adicionado seria representada da seguinte forma:
	Geração do Valor Adicionado
	
Receita de Vendas ..............................................................................	R$ 100.000,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas ..................................................	R$ (30.000,00)
(-) Serviços contratados de terceiros ..................................................	R$ (2.000,00)
(-) Materiais, Energia, Telefone .........................................................	R$ (3.000,00)
(-) Propaganda e Publicidade...............................................................	R$ (5.000,00)
(=)Valor Adicionado............................................................................	R$ 60.000,00
� Exemplos extraídos do livro de Contabilidade Avançada de Silvério das Neves e Paulo E. V. Viceconti págs. 307-309.

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