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1 Noções de Contabilidade

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL I
PROFESSOR: GERLIS DE SOUZA BRITO
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
1. CONCEITO DE CONTABILIDADE
A Contabilidade surgiu basicamente, da necessidade de organizar os dados patrimoniais, econômicos e financeiros de uma determinada unidade econômica e administrativa, que pode ser uma empresa, o governo ou uma pessoa física, enfim, uma entidade.
Dentro desse enfoque, vários são os conceitos de Contabilidade. A Contabilidade Teórica estabelece regras e princípios fundamentais a serem observados pelos contabilistas, com o objetivo de padronizar procedimentos. Nesse sentido, atribui-se à mesma invariavelmente, o condão de ciência. Não se trata de uma ciência exata, como a Matemática. Outrora, quando ainda sedimentados os princípios que a regem, chamavam-na inclusive de arte. Entretanto, hoje, ela deve ser entendida, sempre, como ciência, como esclarece a RESOLUÇÃO do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) nº 774/94.
2. A CONTABILIDADE COMO CONHECIMENTO
2.1. A Contabilidade como Ciência Social
A Contabilidade possui objeto próprio — o Patrimônio das Entidades — e consiste em conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as condições de generalidade, certeza e busca das causas, em nível qualitativo semelhante às demais Ciências Socais. A Resolução alicerça-se na premissa de que a Contabilidade é uma Ciência Social com plena fundamentação epistemológica. Por conseqüência, todas as demais classificações — método, conjunto de procedimentos, técnica, sistema, arte, para citarmos as mais correntes — referem-se a simples facetas ou aspectos da Contabilidade, usualmente concernentes à sua aplicação prática, na solução de questões concretas.
Dentro desse contexto, Hilário Franco já a conceituava com os seguintes dizeres:
“Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nele ocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua composição e variação, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial”.
Por seu turno, o Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade ocorrido no Rio de Janeiro em 1924, definiu o que se chama de conceito oficial de contabilidade:
“A Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativos à administração econômica”.
Na tentativa de entender este conceito de Contabilidade, iremos decompô-los nos seus núcleos verbais, que são: registrar, controlar e orientar, atribuindo-lhes a devida função, teremos a aplicação dos próprios objetivos da Contabilidade. Assim, as funções de registro, controle e orientação/informação podem ser detalhadas como segue:
	REGISTRO - Para que haja o controle e a orientação, os fatos devem ser evidenciados por algum meio; o meio utilizado em contabilidade é o registro daqueles fatos.
	CONTROLE - A função de controle é de suma importância, haja vista a necessidade da salvaguarda de ativos, principalmente quando se trata de entidades comerciais, que estão em constante competição para conquista de mercado.
O controle visa, também, ao acompanhamento do planejamento, pois não bastam bons planos se, no momento da execução, abandonam-se todos os critérios científicos empregados na sua elaboração, sendo necessário um controle rigoroso para a sua eficaz execução.
	ORIENTAÇAO - Por meio dos relatórios contábeis é comunicada a situação da entidade. Estes relatórios, utilizados adequadamente, servirão de parâmetros (orientação) para um criterioso e adequado planejamento, bem como para verificar e acompanhar se o que foi planejado esta sendo executado, e se as metas traçadas estão sendo atingidas.
Poder-se-ia dizer que temos aí toda a essência da Contabilidade, isto é, os meios e os fins, pois o fim da Contabilidade é a prestação de informações úteis, e isto será possível somente mediante registros e controles permanentes, que possam evidenciar as mutações patrimoniais, tanto as qualitativas quanto as quantitativas.
A Contabilidade Geral, objeto do nosso estudo, visa a fornecer os elementos necessários à correta aplicação dos Princípios que norteiam a matéria, de acordo com as definições acima. Já os demais ramos aplicam-se a determinadas áreas ou setores econômicos específicos, como indústrias (Contabilidade de Custos), bancos (Contabilidade Bancária) ou Governo (Contabilidade Pública). De acordo com o que foi estudado, podemos enunciar o seguinte conceito para a Contabilidade:
	CONTABILIDADE
Ciência econômico-administrativa que utiliza metodologia própria para registrar, analisar e controlar os aspectos relativos ao patrimônio das entidades, com o objetivo de fornecer informações aos agentes interessados para subsidiar a tomada de decisões.
3. OBJETIVOS DA CONTABILIDADE
É possível afirmar que a finalidade (ou objetivo) da Contabilidade é fornecer informações de cunho econômico-administrativo aos mais diversos usuários, Estas informações tornam possível a avaliação da situação econômica e financeira e dão subsídios para a tomada de decisões dentro da entidade. Sendo assim, por meio da Contabilidade, o diretor de uma empresa reúne condições de avaliar os recursos à sua disposição, se houve lucro ou prejuízo no período, determinar o custo da produção etc, Por isso, essas informações devem ser as mais amplas possíveis, evidenciando todos os aspectos relevantes, tanto quantitativos quanto qualitativos, que possam interferir no patrimônio das entidades (aziendas).
Para atingir este objetivo, as empresas devem priorizar a evidenciação de todas as informações que possibilitem o controle e a tomada de decisões por parte de seus usuários, Ainda neste contexto de bem informar, deve a Contabilidade, se for necessário, guiar-se pela essência ao invés da forma.
4. OBJETO, CAMPO DE APLICAÇÃO E USUÁRIOS DA CONTABILIDADE.
4.1. Objeto
Para chegarmos ao objeto da Contabilidade, basta encontrarmos a resposta à seguinte pergunta: registrar e controlar o quê? A resposta é o Patrimônio das aziendas, pois o objeto da Contabilidade ê o Patrimônio das entidades, sejam elas com fins lucrativos ou não. Por Patrimônio entende-se o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade, ou seja, os elementos e/ou meios necessários à existência e à consecução das suas finalidades, Este conceito será mais discutido adiante.
4.2. Campo de aplicação
O campo de aplicação ou campo de atuação da Contabilidade compreende todas as entidades que tenham um patrimônio a ser avaliado, que seriam as aziendas. A palavra azienda representa o sistema organizado que visa a atingir um fim qualquer sob gestão do homem. Denota-se que o conceito de azienda é mais amplo do que o conceito de empresa, pois a azienda engloba todos os tipos de entidades, comerciais ou filantrópicas (sem fins lucrativos), públicas ou privadas de pessoas físicas ou jurídicas, legalmente constituídas ou não, isto é, aziendas são as instituições e as empresas, enquanto que o conceito de empresas envolve apenas a atividade lucrativa.
São aziendas: a casa de comércio, a indústria, a prefeitura, as empresas de transporte, os hospitais, o governo, a pessoa natural e seu patrimônio, o clube, a igreja etc., porque em todas elas há um patrimônio e uma finalidade a ser atingida, e, para isto, lá existem pessoas, gerindo as atividades, que se cercaram de elementos materiais próprios para que o fim seja atingido. Resumindo, o conceito de azienda compreende o patrimônio e a gestão das entidades. Apesar desta vasta aplicação, nosso estudo será direcionado principalmente à Contabilidade aplicada às empresas.
4.3. Usuários
Os usuários da Contabilidade são todas as pessoas (físicas ou jurídicas) interessadas de alguma forma nas informações prestadas por ela, Os usuários podem ser internos (sócios, acionistas e administradores) ou externos, dependendo do seu vínculocom a empresa. São eles:
• a pessoa física, que possui interesse no controle do seu próprio patrimônio;
• os acionistas, sócios ou proprietários de pessoas jurídicas — tanto os sócios/acionistas controladores (majoritários) quanto os não controladores (não majoritários) utilizarão as informações contábeis para avaliar seus investimentos. Os sócios não controladores, inclusive, se utilizam das demonstrações contábeis como meio de fiscalizar a atuação dos sócios majoritários. As pessoas jurídicas podem ser públicas ou privadas, com ou sem finalidade lucrativa, regularmente constituídas ou não. Sempre haverá o interesse dos seus proprietários pelas informações contábeis a respeito das mesmas;
• administradores e diretores das empresas — são os responsáveis pela tomada de decisão dentro da entidade. Necessitam ter o conhecimento do que ocorreu com o patrimônio e de como está sua situação no momento; 
• financiadores de recursos (credores), ou seja, os emprestadores de dinheiro, que se interessam pelo fluxo financeiro do tomador de recursos e também pelas garantias oferecidas;
• o governo — com base na contabilidade das empresas, impõe tributação às mesmas e realiza análise global da economia do país;
• concorrentes;
• especuladores.
4.4 Funções da Contabilidade
Conforme foi visto anteriormente, a Contabilidade tem funções de controle (Contabilidade Financeira) e planejamento (Contabilidade Gerencial). Através do controle do patrimônio (FUNÇÃO ADMINISTRATIVA) e apuração do rédito (ou resultado, lucro ou prejuízo) das aziendas (FUNCÃO ECONÔMICA), a Contabilidade presta informações às pessoas (usuários) que tenham interesse em avaliar a situação patrimonial e o desempenho destas entidades, permitindo conhecer as fontes de financiamento e as aplicações de recursos existentes.
O controle patrimonial (função econômica) ocorre tanto no aspecto qualitativo (identificação dos itens do patrimônio), quanto no aspecto quantitativo (valoração dos diversos componentes do patrimônio em termos monetários).
5. TÉCNICAS CONTÁBEIS
Para a perfeita aplicação das funções de registrar, controlar e orientar, a Contabilidade vale-se de técnicas, que são os conhecimentos práticos da ciência contábil, ou seja, consistem em um conjunto de procedimentos utilizados para registrar, controlar e orientar com relação aos itens patrimoniais. Técnica contábil é, portanto, a aplicação prática da ciência — CONTABILIDADE. São expressas em número de quatro:
• escrituração;
• demonstrações contábeis;
• análise de balanço;
• auditoria.
5.1. Escrituração
É o registro dos fatos que influenciam o patrimônio de uma entidade. Deve ser feito em ordem cronológica (dia, mês e ano) e em grupos de fatos homogêneos, de modo que possam identificar um determinado componente patrimonial.
O art. 177 da Lei n 6404/76 (Lei das S.A.) afirma que a escrituração das empresas deve manter registros permanentes em obediência à legislação comercial, aos preceitos da referida Lei e aos princípios contábeis geralmente aceitos (a serem tratados adiante). Somente desta forma, obedecendo aos princípios, é que estaremos diante da Contabilidade concebida cientificamente. Além disso, os métodos de escrituração deverão ser uniformes no tempo. O Novo Código Civil (Lei n 10406/2002) também tratou sobre a escrituração das empresas.
5.2. Demonstrações Contábeis
São relatórios, organizados sinteticamente, onde se resumem as informações contábeis de forma metódica, atendendo cada um a uma finalidade específica, evidenciando os fatos patrimoniais e a situação da empresa, elaborados ao final de um determinado período de tempo. As demonstrações contábeis obrigatórias, segundo a Lei n 6.404/1976 (Lei das SJA.), são:
• BALANÇO PATRIMONIAL
• DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
• DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS
• DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
• DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
• DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA), se companhia aberta.
Conforme disposto no § 2 do art. 186 da Lei das S/A, a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados fica dispensada se a empresa elaborar a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, que incluirá aquela.
É de se estabelecer, por ora, que os demonstrativos são organizados de forma sintética, pois representam, em sua essência, um resumo da escrituração contábil.
5.3. Auditoria
É a técnica contábil que tem por objetivo a verificação ou revisão de registros, demonstrações e procedimentos adotados para a escrituração, visando a avaliar a adequação e a veracidade das situações memorizadas e expostas. É um exame sistemático e racional, que está organizado, metodologicamente, para produzir opiniões sobre as situações patrimoniais, financeiras, de resultado, de produtividade, de risco, de legalidade, de economicidade, de eficácia, em suma, de todos os aspectos da vida patrimonial. De maneira sintética, utiliza-se a auditoria contábil (não confundir com auditoria fiscal) para proceder à revisão de tudo aquilo que foi realizado na Contabilidade da empresa, verificando se a escrita obedece aos princípios contábeis, se cumpre os preceitos legais e se está baseada em documentos idôneos.
5.4. Análise de Balanço
É a técnica que utiliza métodos e processos científicos (estatísticos) na de composição, comparação e interpretação do conteúdo das demonstrações contábeis, para a obtenção de informações analíticas, ou seja, mais detalhadas, com o objetivo de avaliar a situação patrimonial e financeira da empresa. Vejam que a análise não se limita ao Balanço Patrimonial, estendendo-se também às outras demonstrações contábeis. Por isso, a denominação mais adequada é Análise das Demonstrações Financeiras ou Contábeis.
É oportuno que chamemos a atenção ao fato de que a Auditoria e a Análise de Balanços, a par de serem técnicas contábeis, são, também, especializações (ramos) da Contabilidade.

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