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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ...ª VARA DO TRABALHO DE PETRÓPOLIS – RJ MARCELA, nacionalidade, estado civil, doméstica, data de nascimento, inscrita no RG n° xxx e no CPF n° xxx, portadora da CTPS n° xxx série xxx RJ, inscrita no PIS sob o n° xxx, nome da mãe, endereço eletrônico, residente e domiciliada no endereço..., Bairro, Petrópolis - RJ, CEP: xxx vem por seu advogado infra-assinado, procuração anexa, endereço eletrônico, com endereço profissional..., Bairro, Petrópolis - RJ, CEP: xxx, onde recebe intimações, com fulcro no artigo 840 §1º, da CLT c/c art. 319 do CPC, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA Pelo rito sumaríssimo art. 852-a da CLT em face da FAMÍLIA SILVA, brasileira, estado civil, profissão, pessoa física de direito privado/público, inscrito (a) no RG n° xxx e no CPF n° xxx, endereço eletrônico, endereço..., Bairro, Petrópolis - RJ, CEP: 00.000-000, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA Cumpre salientar que, a Reclamante não possui condições financeiras de arcar com custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 790, § 3º, CLT. DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA Cumpre ressaltar inicialmente que o STF, por meio das ADIns 2139-7 e 216-5, declarou inconstitucional a obrigatoriedade de passagem do empregado pela Comissão de Conciliação Prévia motivo pelo qual acessa a autora diretamente a via judiciária nos termos do art. 625-D, § 3º da CLT. Sendo assim, a Reclamante não deseja a conciliação prévia. DO CONTRATO DE TRABALHO E DAS HORAS EXTRAS A parte reclamante foi contratada no dia 25/06/2016 a título de experiência para a família da Reclamada de segunda-feira à sexta-feira, das 7:00h às 16:00h com 30 (trinta) minutos de intervalo, por 45 (quarenta e cinco) dias. De acordo com a lei vigente o direito do autor encontra-se fundamentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 150, de 01/06/2015 que, dispõe sobre o contrato de trabalho doméstico. Cumpre ratificar que, de acordo com o art. 5, § 2º da lei 150/15 quando não prorrogado o contrato e a parte reclamante der continuidade aos serviços após o decurso previamente estabelecido, o mesmo passa a vigorar por prazo indeterminado. Além disso, o art. 13 da lei 150/15 dispõe que é obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos, o que não existiu. Por fim, de acordo com o art. 13º da lei 150/15 e súmula 437 TST a reclamante terá direito a 30 (trinta) minutos de horas extras diárias que foram suprimidas do seu horário de almoço diário. DO AVISO PRÉVIO Ao término da experiência a reclamante continuou trabalhando até o dia 25/09/2016, data em que teve baixa em sua CTPS nao sendo-lhe apresentado o aviso prévio. Todavia de acordo com o artigo 487, II da CLT, nos contratos por prazo indeterminado, quando se é dispensado sem justa causa, é obrigatório o aviso prévio com no mínimo 30 (trinta) dias de antecedência, vez que a Reclamante recebia sua importância mensalmente. Fato é que, o reclamado o dispensou sem aviso prévio, todavia a Reclamante tem direito a receber tal importância referente ao mesmo. DO DESVIO DE FUNÇÃO E DO ADICIONAL DE VIAGEM A parte reclamante viajou por 4 (quatro) dias úteis para Gramado-RS com a família da Reclamada, tendo neste período trabalhado como babá de 8:00 h às 17:00 h com 1:00 h de almoço. Tendo em vista os artigos 442, 468 e 468 caput da CLT o contrato de trabalho é um acordo tácito ou expresso que corresponde a relação de emprego, ou seja, nos contratos individuais só é lícita a alteração das funções laborativas desde que o consentimento seja mútuo e não cause prejuízos ao empregado sob pena de nulidade da cláusula. Todavia não há que se falar em alteração unilateral a determinação do empregador para que o empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando assim, o exercício da função de confiança. O art. 11 da lei 150/15, versa em relação ao empregado responsável por acompanhar o empregador prestando serviços em viagem, serão consideradas apenas as horas efetivamente trabalhadas no período, podendo ser compensadas as horas extraordinárias em outro dia, observado o art. 2º. LEI No 7.418, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1985. Art. 11. Em relação ao empregado responsável por acompanhar o empregador prestando serviços em viagem, serão consideradas apenas as horas efetivamente trabalhadas no período, podendo ser compensadas as horas extraordinárias em outro dia, observado o art. 2o. § 1o O acompanhamento do empregador pelo empregado em viagem será condicionado à prévia existência de acordo escrito entre as partes. § 2o A remuneração-hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) superior ao valor do salário-hora normal. § 3o O disposto no § 2o deste artigo poderá ser, mediante acordo, convertido em acréscimo no banco de horas, a ser utilizado a critério do empregado. Art. 12. É obrigatório o registro do horário de trabalho do empregado doméstico por qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo. Fato é que tendo em vista a hipossuficiência da reclamante e o medo de perder o emprego aceitou fazer a viagem com a reclamada, porém não recebeu a importância que corresponde ao adicional. DOS DESCONTOS DE VALE-TRANSPORTE E VALE ALIMENTAÇÃO Cabe ressaltar que, era descontado de seu salário 10% (dez por cento) referente a vale transporte, além de sua cota-parte do INSS e 25% (vinte e cinco por cento) referente ao vale alimentação, vez que era consumida no emprego. De acordo com o art. 20. O empregado doméstico é segurado obrigatório da Previdência Social, sendo-lhe devidas, na forma da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, as prestações nela arroladas, atendido o disposto nesta Lei e observadas as características especiais do trabalho doméstico. Além disso, de acordo com o art. 18 da lei 150/15 é vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia e de acordo com o art. 4º, § ú da lei 7418/85 o empregador participará dos gastos de deslocamento do trabalhador com a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% (seis por cento) de seu salário básico. Sendo assim, a parte reclamante terá direito a devolução de 25% (vinte e cinco por cento) e 4% (quatro por cento) referente aos errôneos descontos de alimentação e vale transporte respectivamente. DAS IMPORTÂNCIAS RECEBIDAS É de suma importância esclarecer que, no dia 25/09/2016 fora dispensada, recebeu férias proporcionais de 3/12 avos acrescidas de 1/3 e 13° (décimo terceiro) salário proporcional de 3/12 avos. Requer que seja julgado procedente todos os pedidos narrados nesta exordial. Nesse sentido segue o entendimento jurisdicional. TRF-3 - APELAÇÃO CÍVEL AMS 8279 SP 0008279-71.2009.4.03.6100 (TRF-3) Data de publicação: 02/07/2013 Ementa: PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO LEGAL - AVISO PRÉVIO INDENIZADO - NATUREZA INDENIZATÓRIA - IMPOSSIBILIDADE DE SER BASE DE CÁLCULO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA I - O aviso prévio indenizado não compõe a base de cálculo das contribuições previdenciária, ante a sua natureza remuneratória. II - Ausente previsão legal, não poderia o Executivo, mediante simples decreto, força a integração do aviso prévio indenizado à base de cálculo das contribuições previdenciária. III - Precedentes jurisprudenciais. IV - Agravo legal improvido. A doutrina também vem corroborando este entendimento conforme abaixo: Ensina neste contexto a Lei das Consolidações trabalhistas – CLT que: O aviso prévio é dado ao empregador quando o mesmo decide rescindir o contrato, assim o avisoprévio é considerado uma maneira de notificar o empregado ou empregador da sua saída do serviço, o que garante que a empresa possa procurar outro funcionário e também uma nova colocação no mercado de trabalho para o empregado. De acordo com a Constituição Federal, é necessário dar o aviso prévio com antecedência de 30 dias, desta forma, tanto o trabalhador quanto o empregador podem optar pelo aviso prévio trabalhado ou indenizado. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: a) Que seja a Reclamada notificada para comparecer a audiência a ser designada por este juízo, oportunidade em que deverá oferecer contestação a presente, sob pena de revelia e confissão da matéria de fato, esperando ao final ver julgados procedentes os pedidos formulados nesta ação. b) Que seja deferido o pedido de gratuidade de justiça pleiteada no preâmbulo desta exordial; c) Que seja deferido o pedido referente a não comissão de conciliação prévia; d) Que a Reclamada seja condenada reconhecer o Contrato de Trabalho como por prazo indeterminado de acordo com o art. 5º da lei 150/15; e) Que seja concedido o valor referente aos 30 (trinta) minutos por dia trabalhado referente às horas extras corrigido monetariamente; f) Que seja concedido o valor referente ao aviso prévio indenizado corrigido monetariamente; g) Que seja deferido o pedido de desvio de função para que o juízo possa estabelecer o valor a ser pago referente aos dias trabalhados em que a reclamante exerceu função diversa a estabelecida em contrato, corrigido monetariamente; g.1) Subsidiariamente em sendo concedido o pedido de desvio de função, vossa excelência cumule os valores com o adicional referente a viagem realizada pela reclamante corrigido monetariamente; h) Que seja concedido o pedido para que a reclamada realize a devolução dos valores cobrados de forma errônea referentes ao vale-transporte e ao vale alimentação, corrigidos monetariamente; i) Que sejam deferidos todos os pedidos acima narrados. DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial documental superveniente e testemunhal. DO VALOR DA CAUSA Dá-se a presente o valor de R$ 9.377,77 (nove mil trezentos e setenta e sete reais e setenta e sete centavos) corrigido monetariamente. Nestes Termos, P. deferimento. Local e data. Nome do Advogado OAB nº
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