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CCs Penal 3

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CCs Penal 3
CC1 - DOLORES, 43 anos, mãe da adolescente JANAÍNA, de 16 anos, flagra a menina, sozinha, chorando em seu quarto. Instada a explicar o motivo de sua tristeza, a jovem relata à mãe que, por duas semanas consecutivas vem sendo assediada por FELISBERTO, guarda municipal com lotação e atribuição local, prestando serviços de vigilância e ronda escolares. Segundo a adolescente, notadamente na esquina do quarteirão da escola, FELISBERTO espera sua passagem para proferir palavras como “gostosa”, “quero sair com você”, “vamos curtir um cinema” e etc. 
Indignada com o acontecido, DOLORES combina com JANAÍNA que no dia seguinte vai acompanhá-la à escola, no entanto, em uma distância razoável objetivando constatar in loco as investidas de FELISBERTO.
Dessa maneira, no dia seguinte, quando JANAÍNA chega ao quarteirão da escola já encontra FELISBERTO se aproximando dela, ocasião em que, DOLORES, vindo um pouco atrás, empunha um revólver 38 que traz consigo, disparando três tiros certeiros nas costas de FELISBERTO que vem a óbito imediatamente em decorrência das respectivas lesões. Considerando o caso aventado, realize, fundamentadamente, a adequação típica pertinente.
Resposta - Trata-se de homicídio qualificado-privilegiado, artigo 121, §§ 1º e 2º, IV, do Código Penal. Qualificado pela emboscada, e privilegiado pelo relevante valor moral.
Dolores cometeu o crime impelida por relevante valor moral, tendo em vista o assédio praticado pelo Guarda Municipal contra sua filha Janaína. Totalmente indignada, Dolores obteve comprovação dos fatos quando resolveu acompanhar a saída de sua filha da escola e presenciou Felisberto se aproximando de Janaína.
 QUETÃO OBJETIVA: 1 (c)  
CC2 - HORTÊNCIA, maior, que fora vítima de estupro perpetrado com violência real,
interrompeu ela mesma, na sua própria residência, a gravidez resultante do crime contra a
liberdade sexual, causando a destruição do produto da concepção, para o que se valeu de
meios mecânicos obstétricos diretos e de informações, que, para o abortamento, foramlhe
fornecidos pelo enfermeiro ALEXANDRINO. A gestante, em conseqüência dos
meios empregados na provocação do aborto, sofreu lesão corporal de natureza grave.
Identifique justificadamente a conduta de HORTÊNCIA e ALEXANDRINO
Resposta - Hortência é autora e Alexandrino partícipe do crime de aborto, tipificado pelo artigo 124 do Código Penal. Apesar da violência e das consequências nefastas do crime sofrido por Hortência, que levou à gravidez indesejada, o Estatuto Repressivo Pátrio é taxativo e não pune o aborto no caso de gravidez resultante de estupro, somente quando praticado por médico, conforme disposto no seu inciso II, art. 128.
                Fica afastada a possibilidade de aumento de pena previsto no art. 127 do Código Penal, haja vista que, conforme exposto, ambos os agentes incorreram no crime previsto pelo art. 126 e o mencionado aumento de pena só se dá quando da prática dos arts. 125 e 126 do Estatuto Repressivo. Alexandrino responde pelo art. 126 na forma do artigo 129.
QUETÃO OBJETIVA: 1 (c); 2 (b)  
CC3 - ERIOSVALDO convence MARIOSCLEIDE a suicidar-se pulando de um prédio de vinte
andares. A mulher, convencida, pula vindo a ter uma entorse de seu tornozelo e, por isso,
ficou quarenta dias impossibilitada de exercer suas atividades habituais. Considerando o
caso hipotético, levando em conta que MARIOSCLEIDE estava grávida de 03 (três)
meses; fato de seu conhecimento, mas não de conhecimento de ERIOSVALDO e que
nada sofreu o feto com a queda, identifique a conduta dos dois envolvidos.
Resposta: Eriosvaldo responderá pelo crime de Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio, consumado, conforme dispõe a parte final do preceito secundário do artigo 122 do Código Penal, o qual prevê pena de 1 (um) a 3 (três) anos de reclusão quando da tentativa de suicídio resulta lesão corporal grave. Apesar de, aparentemente, uma entorse de tornozelo não ser uma lesão grave, Marioscleide ficou quarenta dias impossibilitada de exercer suas atividades habituais, enquadrando, dessa forma, o resultado da tentativa de suicídio como Lesão Corporal Grave, inc. I, §3º, art. 129, do Estatuto Repressivo. A conduta de Eriosvaldo não se enquadra como participação no tipo penal previsto no artigo 126, do Código Penal, tendo em vista o seu desconhecimento da condição de gestante de Marioscleide.
                 Marioscleide não responderá por atentar contra a própria vida, uma vez que se constata total atipicidade de sua conduta. Não há previsão no Código Penal para punição de quem atenta contra a própria vida, pois se considera uma ofensa ao Princípio da Lesividade a proibição de incriminações de simples estados ou condições existenciais.
Já quanto a uma possível punição a Marioscleide por tentativa de aborto, art. 124, c/c 14, do Código Penal, há divergência doutrinária, na qual existe a corrente que considera que a gestante deve ser punida, porém outra corrente entende que não há essa possibilidade, não faz sentido levando-se em conta a concepção finalista adotada pelo Código Penal.    
QUETÃO OBJETIVA: 1 (d); 2 (d)  
CC4 - No dia 13 de outubro de 2016, no decorrer de determinada reunião social, acontecida em Copacabana, TONICO, com o nítido propósito de ofender, afirmou a diversos amigos
que ABRAVANEL, também presente à conversa, havia, dois meses antes, tentado
covardemente o suicídio, em face de banal discussão familiar. Indignado, por não ser o
fato verdadeiro, receoso das conseqüências que poderiam advir de tal afirmação no meio
social e sentindo-se moralmente ofendido, ABRAVANEL contratou os serviços
profissionais de advogado estabelecido nesta Comarca, que, tempestivamente, ofereceu
QUEIXA CRIME contra TONICO, dando-o como incurso nos artigos 138 e 139, na
forma do artigo 70, todos do Código Penal.
PERGUNTA-SE: A capitulação dada pelo advogado do querelante está correta?
Justifique a sua resposta.
Resposta: A capitulação dada pelo advogado está incorreta. A tentativa de suicídio não é tipificada como crime pelo nosso ordenamento jurídico, restando impossível, dessa forma, a ocorrência do crime de calúnia, art. 138 do Código Penal. O único crime praticado Tonico foi o de difamação, previsto no art. 139 do Estatuto Repressivo pátrio, que traz a seguinte redação: “Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa”. Sendo assim, haja vista a existência de apenas uma infração penal, fica afastada ocorrência do concurso formal perfeito, art. 70 do CP.
QUETÃO OBJETIVA: 1(b); 2 (b)
CC5 - AFRÂNIO E IDALINA são colegas de trabalho há mais de três anos; trabalham num
mesmo setor de uma grande empresa de mineração em Belo Horizonte. IDALINA é uma
jovem muito bem apresentada e vaidosa, tem como hobby tirar fotos, muitas delas,
sensuais e em locais paradisíacos. AFRÂNIO sempre soube dessa atividade de IDALINA
e já confessara ao seu amigo GILBERTO a vontade imensa de poder ter acesso às fotos
de IDALINA, no entanto sabe que se trata de um desejo insustentável. Certa ocasião,
IDALINA reclamou a AFRÂNIO que não estava bem a ponto de sair apressada de sua
mesa e dirigir-se ao banheiro. AFRÂNIO, observando que IDALINA deixara seu
computador de trabalho ligado e “aberto”, aproveitou o momento e rapidamente
conseguiu êxito em transferir algumas fotos dela para um pen drive, retornando em
seguida para seu local de trabalho sem que fosse percebido. De posse das fotos de
IDALINA, AFRÂNIO as compartilhou com GILBERTO por intermédio do Whats
App. Em menos de uma semana um número indeterminado de pessoas já havia visto as
indigitadas fotos, ocasião em que IDALINA compareceu à Delegacia Policial da
circunscrição dos fatos noticiando o acontecido e tendo o Delegado promovendo o
pertinente termo circunstanciado imputando a AFRÂNIO o crime do CP, art. 154-A –
Invasão de Dispositivo Informático.
Pergunta-se: Assiste razão ao Delegado? Justifique sua resposta.
Resposta: Não assiste razão ao Delegado. Não houve ocorrênciado crime de Invasão de Dispositivo de Informática, art. 154-A do Código Penal, pois o tipo do referido delito estabelece que a conduta se dê “mediante violação indevida de mecanismo de segurança”, o que não ocorreu de fato, tendo Afrânio aproveitado um momento de descuido da vítima para transferir as fotos do computador para um pen drive. Dessarte, no caso em questão, quando divulgou as imagens de Idalina, Afrânio infringiu o art. 139, que prevê o crime de difamação. Mas a questão é controvertida.
QUETÃO OBJETIVA: 1 (c)
CC6 - Cássio, assíduo cliente do Supermercado “Prime”, quando se encontrava promovendo
suas compras do mês, foi surpreendido pelo anúncio sonoro acerca de uma promoção
relâmpago de um renomado vinho tinto, que teria desconto de 50% de seu valor
original de R$ 500,00 (quinhentos reais). Isso para todos aqueles que conseguissem levar
o produto ao balcão de descontos para colocação do selo de abatimento do preço. No afã
de ser beneficiado pelo anunciado desconto, Cássio rapidamente se dirige ao setor
correspondente, e consegue apanhar a última garrafa disponível, colando o necessário
selo promocional. Aliviado, Cássio desvia sua atenção para a continuidade de suas
compras, mas, ao retornar do curto período em que se distanciou de seu carrinho, acaba
por constatar que alguém teria sorrateiramente dele retirado o desejado vinho com o selo
de desconto. Ao procurar a gerência e comunicar o inusitado fato, Cássio foi levado ao
recinto de monitoramento do mercado, onde, após analisar as imagens, identificou uma
senhora idosa, que, aproveitando-se da distração de Cássio, teria retirado de seu carro de
compras a última garrafa de vinho com o selo promocional, correndo ao caixa prioritário,
onde promoveu o pagamento do produto com seu cartão de débito, tomando rumo
ignorado em seguida. Comunicada do fato, a polícia consegue, com auxílio das imagens
do circuito interno e análise da fatura de compra cedida pelo supermercado, identificar a
astuta senhora como sendo Cremilda de tal, levantando-se também seu endereço.
Intimada a depor em sede policial, Cremilda, do alto de seus 73 anos, admitiu sem
remorsos todo o ocorrido, esclarecendo não ter resistido ao fato de ser aquele o último
vinho com selo de promoção, tendo consumido o produto naquele mesmo dia.
Considerando que Cássio não conseguiu levar outro vinho com abatimento do preço, e
que o supermercado nenhum prejuízo sofreu, indaga-se sobre a relevância penal da
conduta perpetrada por Cremilda.
Resposta: Quanto à conduta de Cremilda, podemos caracterizá-la como sendo um indiferente penal. A coisa “subtraída”, não obstante o fato de, no momento do fato, se encontrar no carrinho de Cássio, ainda pertencia ao supermercado. Como Cremilda realizou o pagamento da garrafa de vinho, não há que se falar no crime de furto. Cremilda apenas frustra a expectativa de direito... no entanto a questão é controvertida.
QUETÃO OBJETIVA: 1(d)
CC7 - RODINEI, sócio majoritário de uma transportadora que presta serviços para Souza Cruz,
na ausência de três motoristas, seus funcionários, que estão em auxílio doença, e por
necessidade, está fazendo a distribuição diária de cigarros junto aos fornecedores,
dirigindo veículo funcional pertencente a própria frota da transportadora. Na segunda
entrega do dia, RODINEI foi surpreendido por TALLES, 17 anos e DANILO, 28 anos e
ex-funcionário da transportadora que, por intermédio de grave ameaça exercida por arma
de fogo, subtraíram-lhe o veículo com as mercadorias e restringindo sua liberdade, vindo
a liberá-lo em local ermo, após 10 horas da referida atividade criminosa.
Identifique, fundamentadamente, a adequação típica a ser imputada ao caso aventado.
Resposta: Houve, no caso apresentado, um Roubo Triplamente Majorado, incidindo as causas especiais de aumento de pena previstas no inciso I -se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma-, II - se há o concurso de duas ou mais pessoas- e V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade-, todos do §2º, art. 157 do Código Penal.
Apenas Danilo praticou o referido crime, tendo em vista o fato de Talles, no momento do fato, ser inimputável, respondendo por ato infracional previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, conforte disposto no art. 27 do CP. Sendo mister ressaltar que para a maioria da doutrina tal fato não afasta a majorante do inciso II, §2º, art. 157 do CP.
QUETÃO OBJETIVA: 1 (b); 2 (d)
CC8 - Qual a consequência do ressarcimento integral e voluntário, antes do recebimento da
denúncia, do prejuízo sofrido pela vítima, decorrente de estelionato praticado mediante a
conduta do agente que emite cheque furtado sem provisão de fundos?
Resposta: A consequência para a mencionada situação é a diminuição de pena prevista no artigo 16 do Código Penal, que dispõe: “Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços”.
A conduta do agente que emite cheque furtado que chegou ilicitamente ao seu poder caracteriza o delito do artigo 171 “caput” do Código Penal, e não 171, § 2º, inciso VI.
                Diante disso, como o agente responde pelo crime do artigo 171 caput, o fato de ter ressarcido o prejuízo à vítima antes do recebimento da denúncia não impede a ação penal, pois, nesse caso, não incide a súmula 554 do STF, aplicável ao estelionato na modalidade de emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos, prevista no art. 171, § 2º, inciso VI, do CP.
QUETÃO OBJETIVA: 1 (b); 2 (c)
http://artigo133.blogspot.com.br/2017/09/casos-concretos-das-semanas-1-8-de_24.html
CC9 - Polícia Civil investiga estupro de menina de 9 anos em Bento Gonçalves
A criança pediu socorro para moradores no bairro Licorsul
A Polícia Civil de Bento Gonçalves investiga o suposto estupro de uma menina de 9
anos. A jovem teria pedido socorro na Rua Augusto Caprara, no bairro Licorsul, por volta
das 16h40min. Uma moradora a acolheu e a Brigada Militar (BM) foi acionada.
De acordo com relato da vítima, o crime teria sido cometido por um casal em carro
vermelho que a raptou enquanto caminhava pelo bairro Vila Nova. Os dois teriam
oferecidos doces e brinquedos para coagir a menina a entrar no veículo. Após,
procuraram um local ermo onde ambos teriam abusado da jovem.
Após o crime, os abusadores deram R$ 50 a vítima e a abandonaram no bairro Licorsul,
onde ela pediu por socorro. A menina foi encaminhada para o atendimento médico e
exames de corpo de delito.
De acordo com o Conselho Tutelar de Bento, que também foi chamado, a menina
afirmou que saiu a pé da casa da mãe com destino à casa de uma familiar, a poucos
metros de distância. Nesse curto trecho, ela foi abordada.
O resultado do exame de corpo de delito deve sair em uma semana. A criança será ouvida
no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Bento, conforme
o Conselho Tutelar.(Fonte:http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia/2017/02/policia-civilinvestiga-
estupro-de-menina-de-9-anos-em-bento-goncalves-9707752.html)
A lei 12015/2009 passou a promover os denominados crimes “contra a dignidade
sexual”, o foco não é mais como as pessoas deveriam se comportar sexualmente perante a
sociedade do século XXI, mas sim a tutela de sua dignidade sexual. Com o advento desse
Diploma Legal juntaram-se os tipos dos arts. 213 e 214 em um só dispositivo, passando o
crime de estupro a não ser mais bi-próprio, pois agora conta com os dois comportamentos
juntos, quais sejam: conjunção carnal violenta e demais atos libidinosos com violência.
Além disso o código tutela agora a dignidade sexual do vulnerável, com a expressa
revogação do dispositivo que tratava da presunção de violência, em razão dessas
situações, formam-se as seguintes indagações:
a) A figura da vulnerabilidade passou a ser absoluta ou ainda pode ser tratada como
relativa?
b) Qual é o tipo de ação penalquando se tratar de crime de estupro se da violência
resultar lesão corporal grave ou morte? (CP, art. 213 §§ 1º e 2º)
Respostas: a) Ainda há grande divergência doutrinária quanto à vulnerabilidade da vítima do tipo penal em questão, não havendo consenso se essa vulnerabilidade é relativa ou absoluta. Porém, no âmbito jurisprudencial, recentemente, o Superior Tribunal de Justiça editou súmula  firmando entendimento pela vulnerabilidade absoluta, não comportando relativizações. Vejamos: Súmula 593 do STJ: “O crime de estupro de vulnerável configura-se com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante o eventual consentimento da vítima para a prática do ato, experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente”.
                b) Ação Penal Pública Incondicionada, na forma do Parágrafo único do art. 225 do Código Penal.
QUETÃO OBJETIVA: 1 (c); 2 (a)
CC10 - Lenocínio, em sentido lato, é o fato de prestar assistência à libidinagem de outrem ou
dela tirar proveito. A nota diferencial, característica do lenocínio (em cotejo com os
demais crimes sexuais) está em que opera em torno da lascívia alheia. Lenões são aqueles
que exercem o lenocínio. São as seguintes espécies:
a) mediação para servir à lascívia de outrem (proxenetismo); b) favorecimento à
prostituição (proxenetismo); c) manutenção de casa de prostituição (proxenetismo) e d)
aproveitamento parasitário do ganho de prostitutas (rufianismo).
Considerando a introdução acima, analise o seguinte caso concreto:
ANA BELLA, 32 anos, mãe de MARVILLE, 11 anos, NAÍRA, 15 anos e ABRILINDA,
16 anos, tomou conhecimento de que APOLINÁRIO, 48 anos, pipoqueiro que trabalhava
à porta do colégio onde as três irmãs estudam, estava assediando as meninas.
As investidas de APOLINÁRIO se deram das seguintes maneiras:
1) Quanto a MARVILLE, APOLINÁRIO a assediava ofertando gratuitamente pipocas
solicitando à menor que, ao final das aulas o acompanhasse até a garagem em que ele
guardava seu carrinho de pipocas com o intuito de que a criança ficasse de ?calcinha?
para CLAUDIOBERTO, pessoa que havia pedido ao referido pipoqueiro o respectivo
serviço
2) Quanto a NAÍRA, APOLINÁRIO a induzia para que esta pudesse fazer um show
de Striptease também para CLAUDIOBERTO, cujo pedido foi para este respectivo
serviço na casa deste.
3) Quanto a ABRILINDA, APOLINÁRIO a fez uma proposta para que ela pudesse
?ganhar uns trocados?, consistente em fazer com que ela ficasse, após as aulas, duas
vezes por semana, em um determinado apartamento do centro da cidade, atendendo
sexualmente clientes que lá visitavam, em troca a jovem receberia R$ 100,00 por cada
programa.
Considerando que MARVILLE não aceitou o convite de APOLINÁRIO; considerando
que NAÍRA não era mais virgem, aceitando o convite e, depois de ficar embriagada por
exesso de vódika, CLAUDIOBERTO, aproveita a oportunidade e manteve relações
sexuais com ela; considerando que ABRILINDA também não aceitou o convite de
APOLINÁRIO e, finalmente, considerando que ANA BELLA, desde o início, já sabia
das intenções de APOLINÁRIO, no entanto, por ser apaixonada por ele, nada fez,
capitule a conduta de todos os envolvidos.
Respostas: Apolinário praticou o crime previsto no art. 218 do CP, tendo como vítima a menor Marvile, e o crime previsto no art. 218-B do CP, tendo como vítima a menor Abrilinda, ambos os crimes na forma tentada, de acordo com o inciso II do art. 14 do CP.
                Apolinário praticou também, tendo como vítima a menor Naíra, o crime previsto no art. 227 do CP.
                Claudioberto praticou o crime insculpido no art. 217-A do CP, tendo como vítima a menor Naíra.
                Já Ana Bela, mãe das vítimas, responde como autora de todos os crimes acima expostos, uma vez que era agente garante e tomou conhecimento das intenções de Apolinário, não agindo para evitar o resultado, segundo previsão do art. 13, §2º, a, do Código Penal.
QUETÃO OBJETIVA: 1 (c)
CC11 - MARIOSVALDO, 30 anos, mantém um relacionamento amoroso com SUELEN há dois
anos. Apaixonado por sua amada, MARIOSVALDO pretende casar-se com ela, no
entanto, teme que sua namorada saiba que, quando contava com 20 anos de idade, no
interior do Estado do Pará foi casado com FLORENTINA. Dessa forma, passou o tempo
do namoro inteiro omitindo seu estado civil, acreditando que na cidade do Rio de Janeiro,
onde reside, seria impossível FLORENTINA ficar sabendo de seu relacionamento de dez
anos atrás.
Nessa senda, marcaram e contraíram o matrimônio, tendo MARIOSVALDO declarado
falsamente em documentação pertinente que seu estado civil era o de “solteiro”. Em
pesquisa cartorária, descobriu-se a verdadeira história de MARIOSVALDO, sendo o fato
levado ao conhecimento do Delegado de Polícia que instaurou o pertinente Inquérito
Policial, indiciando MARIOSVALDO nos crimes de falsidade ideológica (CP, art. 299) e
Bigamia (CP, art. 234) em concurso material (CP, art. 69).
Diante do caso aventado, analise a capitulação penal da autoridade policial.
Resposta: No caso em questão, Mariosvaldo responderá somente pelo crime de Bigamia, ficando afastado o concurso de crimes, observando-se o Princípio da Consunção, tendo em vista ser o crime de falsidade ideológica meio para execução do crime de Bigamia, mais abrangente.
QUETÃO OBJETIVA: 1 (b)
CC12 - Depois de colocar gasolina sobre parte de amontoado de madeiras velhas em seu quintal
que pretendia incendiar, CÁSSIO é surpreendido no momento de atear o fogo, por uma
lufada de vento inesperada e a mecha acesa é atirada e propagada sobre o matagal vizinho
chegando ao telhado da escola pública do pequeno vilarejo. Felizmente todas as pessoas
conseguiram sair do referido prédio sem dano algum. No âmbito criminal, CÁSSIO foi
denunciado pelo Parquet pelo crime de incêndio culposo majorado (CP, art. 250 §2º c/c
§1º, II, b)
Responda fundamentadamente se:
1) Agiu corretamente o Promotor de Justiça?
2) Caso alguma pessoa (terceiro) viesse a sofrer lesão corporal influenciaria na adequação
típica?
Resposta: a) Não, o Parquet  não agiu corretamente. Por uma questão topográfica, somente se aplicam as majorantes do §1º do art. 205 do CP na hipótese de incêndio doloso, uma vez que a forma culposa encontra-se prevista no §2º do mesmo artigo. Portanto, Cássio deve responder pelo delito insculpido no art. 250, §2º, c/c art. 258, ambos do CP.
                b) A pena seria aumentada da metade, conforme previsão do art. 258 do CP
QUETÃO OBJETIVA: 1 (d)
CC13 - No final do ano letivo de 2015, alunos universitários de uma determinada Instituição de
Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro, organizaram uma passeata em favor da
liberação do uso da maconha. “Realizada a referida manifestação, agentes do setor de
inteligência da polícia civil registraram, por intermédio de fotografias e gravações,
cartazes onde se lia “fumar maconha é a melhor coisa do mundo”, “eu aperto meu
baseado e ninguém tem nada a ver com isso”, além de cânticos e exaltações a favor da
liberação do “jogo do bicho”. De todo esse material foi feito um dossiê e à guisa de peça
de informações foi enviado ao Ministério Público que, identificando alguns participantes
daquela passeata, foi imputado a eles o crime de apologia de crime ou criminoso (CP, art.
287). Esclareça, penal e fundamentadamente, a decisão do Ministério Público.
Resposta: Segundo o Supremo Tribunal Federal, a mera proposta de descriminalização de determinado ilícito penal não se confunde como ato de incitação à prática do delito nem de apologia a fato criminoso. Desse modo, está equivocada a imputação do crime de apologia de crime ou criminoso, art. 287 do CP, aos participantes da referida passeata.
QUESTÃO OBJETIVA: 1 (c)
CC14 - CARLOS ALBERTO, pessoa de notável habilidade, em sua cidade, de falsificações,
conversando com seu amigo ATANAÍDE, à mesa de um bar, disse-lhe que estava
fabricando um maquinário de falsificação absolutamente perfeita de notas deReal, sem
perceber que à mesa ao lado, TOBIAS, policial civil, ouvia toda a conversa.
Uma semana depois, por conta de uma operação policial, CARLOS ALBERTO foi preso
em flagrante delito com três maquinários, comprovados por perícia que eram destinados à
contrafação ou alteração de papel moeda, assim como de posse de uma nota de R$100,00
(cem reais), perfeitamente adulterada assemelhando-se a uma nota de R$ 10,00 (dez
reais).
Instaurado o respectivo inquérito policial, o delegado federal indiciou CARLOS
ALBERTO nos crimes de moeda falsa (CP, art. 289) e petrechos para falsificação de
moeda (CP, art. 291), em concurso material (CP, art. 69). Ainda em sede da Delegacia
Policial, NORBERTO, advogado de CARLOS ALBERTO, sustentava a ilegalidade da
mantença da prisão de seu cliente em harmonia aos Princípios da insignificância e da
lesividade.
Analise as teses do Delegado de Polícia e do Advogado.
Resposta: Não há incidência do Princípio da Insignificância, em que pese ter sido apreendida apenas uma nota, o crime em tese praticado é adequado à previsão legal inserta no art. 294 do CP, crime de petrechos para falsificação de moeda.
QUEsTÃO OBJETIVA: 1 (a)
CC15 - ADALBERTO, no interior de um supermercado, foi flagrado por um funcionário apanhando no chão um cartão de crédito/débito e, rapidamente o colocando no bolso.
Além dessa atividade, o que o funcionário do supermercado notou foi que ADALBERTO, imediatamente à apreensão aludida, saiu apressadamente do estabelecimento comercial sem nada comprar. Na verdade, ADALBERTO retornou à casa e, de posse do cartão achado, com uma habilidade de artesão, clonou perfeitamente o objeto fazendo uma perfeita falsificação. De posse do cartão por ele falsificado, ADALBERTO retorna ao supermercado objetivando fazer uso de sua contrafação.
Acontece que, dentro do supermercado, com o carrinho de compras cheio, ADALBERTO, receoso de usar o artefato falsificado, deliberadamente o quebra em diversas partes colocando os fragmentos no bolso da camisa. Ato contínuo, ADALBERTO, na fila do caixa, foi reconhecido pelo funcionário que mais cedo o flagrou achando o cartão de crédito/débito naquele supermercado, ocasião em que falou com o segurança que, abordando ADALBERTO, encontra o referido cartão em pedaços no seu bolso. Levado à delegacia policial da circunscrição, o delegado indicia ADALBERTO no crime de falsificação de documento particular na forma tentada (CP, art. 298 n/f 14, II).
Analisando o caso aventado, indaga-se se assiste razão ao delegado, justificando sua resposta.
Respostas: No caso em tela, não assiste razão ao Delegado, pois trata-se de crime instantâneo, ou seja, o delito se consuma quando o agente, efetivamente falsifica o documento particular, no todo ou em parte, ou quando altera documento particular verdadeiro, ficando afastada, dessa forma, a modalidade tentada.
                Ademais, Adalberto não tentou utilizar o produto da falsificação, o que, caso ocorre, sendo ele próprio o autor da falsificação, não se cogitaria o concurso de crimes, respondendo o autor, tão somente, pelo uso de documento particular falsificado, nos termos do art. 304 do CP.
                Diante disso, Adalberto deve ser indiciado pelo crime de falsificação de documento particular, art. 298 do CP, consumado.
QUETÃO OBJETIVA
1 – (c)
CC16 -  1b   15- c
2- d   16- d
3- d   17- c
4- c   18- b
5- d   19- b
6- c   20- c
7- a   21- d
8- d   22- d
9- a   23- b
10- e   24- d
11- c   25- c
12- c   26- e
13- d   27- d
14- e   
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