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Relações entre Morfologia e Sintaxe na Língua Portuguesa

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PORTUGUÊS
Aluno(a):__________________________________________________
 Pólo:______________________ Turma:_____ Data: ____/____/____
 Professor(a):_______________________________________________
AMAZONAS/2016
DISCIPLINA:
LÍNGUA PORTUGUESA- SINTÁTICA SEMÂNTICA E ASPECTOS DA GRAMÁTICA NORMATIVA.
EMENTA: Relações entre as funções sintáticas e semânticas na oração. Análise morfológica, paradigmática e sintagmática na oração. Aspectos da gramática da língua portuguesa – uso e aplicação no cotidiano.
OBJETIVO DA DISCIPLINA:
Compreender o imbricamento entre Morfologia e Sintaxe – Morfossintaxe.
Compreender as relações e funções sintáticas.
Distinguir análise morfológica e análise sintática.
Distinguir relações paradigmáticas e sintagmáticas.
Empregar adequadamente algumas regras da gramática normativa.
PLANO DE ESTUDOS
Este estudo esta organizado em três tópicos, sendo que, em cada um deles você encontrará atividades para melhor compreensão das informações apresentadas.
TÓPICO 1
MORFOSSINTAXE: RELAÇÕES E FUNÇÕES SINTÁTICAS
1 INTRODUÇÃO
	Neste tópico, estudaremos como a Morfologia e a Sintaxe se imbrica, isto é, as relações e funções sintáticas de cada termo.
2 MORFOSSINTAXE
2.1 A ESCOLHA E A COMBINAÇÃO DAS PALAVRAS
	As palavras de nossa língua são divididas em classes gramaticais, conforme suas utilidades ou características específicas. Por exemplo, as palavras servem para nomear seres (substantivos), indicar qualidade (adjetivo), indicar quantidade (numeral), expressar uma ação (verbo), servir como elemento de ligação (conjunção) etc. Cada uma dessas palavras, além de pertencer a uma dada classe gramatical, também desempenha uma dada função na oração. Por exemplo, um substantivo pode exercer a função de sujeito. Vejamos na seguinte sentença: Pedro foi atropelado. Do ponto de vista morfológico (classe de palavra), o vocábulo “Pedro” é um substantivo próprio e do ponto de vista sintático é um sujeito simples.
	Na verdade, ao utilizarmos a língua falada ou escrita, selecionamos as palavras (relação paradigmática), ou seja, escolhemos entre as classes de palavras existentes aquelas que são mais adequadas ao que desejamos comunicar. Podemos combinar as palavras de acordo com a função que queremos dar a cada uma delas ( relação sintagmática).
	No decorrer de nossos estudos, referiremos sobre as funções que uma palavra ou termo pode exercer em uma oração e também entre as orações e parágrafos de um texto.
	Quando analisamos a que classe gramatical pertencem às palavras de determinada frase, estamos realizando sua análise morfológica. A morfologia é a parte da gramática que estuda a classificação, estrutura, formação e flexão das palavras, observando-as isoladamente.
	Quando dividimos uma oração em partes para estudar as diferentes funções que as palavras podem desempenhar na oração de um texto, estamos realizando uma análise sintática.
	A parte da gramática que estuda as relações e combinações existentes entre as palavras de um enunciado recebe o nome de sintaxe.
2.1.1 Sintagma / Paradigma
	Para Saussure, tudo na sincronia se prende a dois eixos: o associativo (= paradigmático) e o sintático.
	As relações sintagmáticas baseiam-se no caráter linear do signo linguístico, “que exclui a possibilidade de pronunciar dois elementos ao mesmo tempo” (p. 142). A língua é formada de elementos que se sucedem um após outro, linearmente, isto é, “na cadeia da fala” (p. 142). À relação entre esses elementos, Saussure (p. 42) chama de sintagma: O sintagma se compõe sempre de duas ou mais unidades consecutivas: Deus é bom; se fizer bom tempo, sairemos etc.
	Colocado na cadeia sintagmática, um termo passa a ter valor em virtude do contraste que estabelece com aquele que o precede e sucede, “ou a ambas”, visto que um termo não pode aparecer ao mesmo tempo que outro, em virtude do seu caráter linear. Em “hoje fez calor”, por exemplo, não podemos pronunciar a sílaba je antes da sílaba ho, nem ho ao mesmo tempo que je; lor antes de ca, ou ca simultaneamente com lor é impossível. É essa cadeia fônica que faz com que se estabeleçam relações sintagmáticas entre os elementos que compõem. Como a relação sintagmática se estabelece em função de presença dos termos precedente e subsequente no discurso, Saussure a chama também de relação in praesentia.
	Por outro lado, fora do discurso, isto é, fora do plano sintagmático, se em “Hoje fez calor”, dizemos hoje pensando opô-lo ao lado advérbio, ontem, por exemplo, ou fez em oposição a faz, e calor a frio, estabelecendo uma relação paradigmática associativa ou in absentia, porque os termos ontem, faz frio não estão presentes no discurso. São elementos que se encontram na nossa memória de falante “numa série mnemônica virtual”, conforme esclarece Saussure na pág. 143, do Curso de Linguística Geral.
	O paradigma é, assim, uma espécie de “banco de reserva” da língua, um conjunto de unidades suscetíveis de aparecer um mesmo contexto. Desse modo, as unidades do paradigma se opõem, pois uma exclui a outra: se uma está presente, as outras estão ausentes. É a chamada oposição distintiva, que estabelece a diferença entre signos como gado e gato ou entre formas verbais como estudava e estudarão formados respectivamente a partir da oposição sonoridade / não sonoridade e pretérito imperfeito / mais que perfeito. A noção de paradigma suscita, pois, a ideia de relação entre unidades alternativas. É uma espécie de reserva virtual da língua.
	Define-se o sintagma como “a combinação de formas mínimas uma unidade linguística superior”. Trata-se, portanto, de relações (relação = dependência, função) de modo que o que existe, em essência, a reciprocidade, a coexistência ou solidariedade entre os elementos presente na cadeia da fala. Essas relações sintagmáticas ou de reciprocidade existem, a nosso ver, em todos os planos da língua: fônico, mórfico e sintático, ao contrário do que deixa entrever a definição do próprio Saussure, que nos induz a conceder o sintagma apenas nos planos mórfico e sintático. Sendo assim, o sintático. Sendo assim, o sintagma, em sentido lato, é toda e qualquer combinação de unidades linguística na sequência de sons da fala, a serviço da rede de relações da língua. Por exemplo, no plano fônico, a relação entre uma vogal e uma semivogal para formar o ditongo (ai /ay/); no nível mórfico, a própria palavra, seus constituintes imediatos, é um sintagma lexical (am+a+va+s); sintaticamente, a relação sujeito + predicado caracteriza o sintagma oracional (Pedro / estudou a lição).
	Em outras palavras, vamos ao léxico da língua e buscamos uma, duas, três palavras e com elas, montamos uma oração. Então temos ai, primeiro o paradigma e depois o sintagma.
2.2 REVISÃO DAS CLASSES DE PALAVRAS
	Caro (a) acadêmico(a), o quadro abaixo serve para que você relembre alguns dos conteúdos estudados no caderno de Morfologia da Língua Portuguesa. Precisaremos dessas classes gramaticais para podermos analisar como se dão as relações nas orações.
Em Língua Portuguesa, temos dez classes gramaticais. São elas:
SUBSTANTIVO
ARTIGO 
ADJETIVO
NUMERAL
PRONOME
VERBO
ADVÉRBIO
PREPOSIÇÃO 
CONJUNÇÃO
INTERJEIÇÃO
SUBSTANTIVO: É apalavra que dá nome a um ser ou a lugares e coisas em geral.
Ele classifica-se em:
próprio (Brasil)
comum (caneta)
concreto (caneta)
abstrato (amor)
primitivo (pedra)
derivado (pedregulho)
simples(pedra)
composto (pão-de-ló)
coletivo (composto)
ARTIGO: É a palavra que acompanha e determina o substantivo. Classifica-se em:
Definido (o, a)
Indefinido (um, uma)
Obs.: Há flexão de gênero e número, conforme o contexto.
ADJETIVO: 
É a palavra que dá quantidade ao substantivo. Classifica-se em:
primitivo (belo)
derivado(beldade)
simples (azul)
composto (azul-marinho)
NUMERAL: 
É a palavra que dá ideia de quantidade. Classifica-se em:
cardinal (dois)
ordinal (segundo)
multiplicativo (triplo)
fracionário (um terço)
PRONOME: 
É a palavra que substitui o nome e indica a pessoa do discurso. Ele se classifica em:
pessoal do caso reto (eu,tu...)
pessoal do caso oblíquo (me, mim, comigo)
possessivo (meu)
demonstrativo (este)
interrogativo (qual)
tratamento (você)
relativo (onde)
indefinido (algum)
VERBO: 
É a palavra que indica ação, estado ou fenômeno Varia em:
pessoa: 1°,2°,3° pessoas do singular e do plural.
Número: singular e plural.
tempo: presente, pretérito (passado) e futuro.
modo: indicativo, subjuntivo, e imperativo.
voz: ativa, passiva e refletiva.
Formas nominais do verbo: infinitivo, gerúndio e particípio. 
Exemplo:
 infinitivo: andar
gerúndio: andando
particípio: andado/aceito/aceitado
MODO INDICATIVO (indica uma ação concreta)
presente: ando
pretérito perfeito: andei
pretérito imperfeito: andava
pret. mais-que-perfeito: andara
futuro do presente: andarei
futuro do pretérito: andaria
MODO SUBJUNTIVO (indica uma dúvida)
presente: que eu ande
pretérito perfeito: que eu tenho andado
pret. imperfeito: se eu andasse
pret. mais-que-perfeito: se eu tivesse andado
futuro: quando eu andar
MODO IMPERATIVO (indica um pedido, uma ordem, um conselho)
Afirmativo Negativo 
anda tu não andes tu
ande você não ande você
andemos nós não andemos nós
andai vós não andeis vós
andem vocês não andem vocês
ADVÉRBIO: É a palavra que modifica o sentido do verbo, do adjetivo ou do próprio advérbio, exprimido uma circunstância. Classifica-se em:
tempo (hoje)
lugar (aqui)
modo (geralmente)
intensidade (muito)
dúvida (talvez)
afirmação (sim)
negação (não)
PREPOSIÇÃO: É a palavra que relaciona dois termos de uma oração.
Elas existem por Combinação ou Contração.
Preposições: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre,
Para, por, perante, sob, sobre, trás.
Preposições por combinação: ao/aos (a+o) (a+os)
Preposição por contração:
da (de+a)
do (de+o)
na (em+a)
no (em+o)
pelo (por+o)
pela (por+a)
à (a+a)
CONJUNÇÃO: É a palavra que une duas orações ou dois termos semelhantes da oração.
Classificam-se em: coordenadas e subordinadas.
Coordenadas: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
Subordinadas: condicionais, causais, comparativas, conformativas, concessivas, integrantes, finais, consecutivas e proporcionais.
Exemplos de conjunção: e, mas, ou, porém, pois, que, nem, portanto, entretanto, todavia, contudo etc.
INTERJEIÇÃO: É a palavra que exprime os sentidos.
Ex.: Oba!
 Viva!
 Bravo!
Então vejamos a seguinte oração.
Pedro ofereceu flores vermelhas a sua amada.
Do ponto de vista sintático, temos:
Sujeito simples: Pedro
Núcleo do sujeito: Pedro
Predicado verbal: ofereceu flores a sua amada
Núcleo do predicado verbal: ofereceu
Objetivo direto: flores vermelhas
Núcleo do objetivo direto: flores
Objetivo indireto: a sua amada
Núcleo do objeto direto: amada
Adjunto adnominal: vermelhas
Atenção: Não é obrigatório retirar os núcleos.
De ponto de vista morfológico, temos:
Pedro = substantivo próprio
Ofereceu = verbo transitivo direto e indireto (ou substantivo)
Flores = substantivo comum, simples, concreto, primitivo
Vermelhas = adjetivo simples, primitivo
A = preposição
Sua = pronome possessivo
Amada = substantivo comum, simples, concreto, primitivo
Caro(a) acadêmico(a), é importante que você perceba que todos os termos da oração desempenharam alguma função sintática.
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, vimos que:
As palavras de nossa língua são divididas em dez classes gramáticas.
Cada palavra de nossa língua, além de pertencer a uma dada classe gramatical, também desempenha uma dada função na oração; são as relações e funções sintáticas.
Ao utilizarmos a língua falada ou escrita, selecionamos as palavras (relação paradigmática) que são mais adequadas ao que desejamos comunicar e que podemos combinar as palavras de acordo com a função que queremos dar a cada uma delas (relação sintagmática).
Quando analisamos a que classe gramatical pertence às palavras de determinadas frases, estamos realizando analise morfológica.
A morfologia é a parte de gramática que estuda a classificação, estrutura, formação e flexão das palavras.
Quando dividimos uma oração em parte para estruturar as diferentes funções que as palavras podem desempenhar na oração e entre as orações de um texto, estamos realizando análise sintática.
A parte da gramática que estuda as relações e combinações existentes entre as palavras de um enunciado recebem o nome de sintaxe.
O sintagma é toda e qualquer combinação de unidades linguísticas na sequência de sons de fala, a serviço da rede de relações da língua.
O paradigma é um conjunto de unidades suscetíveis de aparecer num mesmo contexto. As unidades do paradigma se opõem, pois uma exclui a outra: se uma está presente, as outras estão ausentes.
ATIVIDADE
Responda as questões que seguem.
Segundo Saussure, as unidades do paradigma opõem-se, pois uma exclui a outra: se uma esta presente, as outras estão ausentes.
(X) Certo
( ) Errado
Quando queremos dizer que “um cachorro mordeu o menino”, podemos, dependendo do contexto em que esta ocorrendo o discurso, afirmar que “um cão mordeu o menino” ou “o canídeo mordeu o menino” ou, ainda, “o Totó mordeu o garoto”. O que nos oferece essas diversas possibilidades é:
( ) O eixo sintagmático
(X) O eixo paradigmático
( ) O desvio dos significados
Se pudéssemos esquematizar um quadro do funcionamento sincrônico da língua, teríamos;
a) O individuo vai, primeiramente, ao paradigma (eixo das possibilidades) e depois constrói a mensagem.
X b) Primeiro o falante vai ao sintagma para depois estruturar a frase no paradigma.
Os dois processos acima estão incorretos
TÓPICO 2
PARALELISMO SEMÂNTICO E SINTÁTICO
1 INTRODUÇÃO
	Nesse tópico estudaremos um tema muito interessante ligado à sintaxe e à semântica: o paralelismo. Você já ouviu falar em PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO? Vejamos o que se trata.
	Às vezes, nos perguntamos o porquê temos que estudar sujeito, predicado, objeto direto e indireto, substantivo, verbo, advérbio etc. Se pensarmos paradigmaticamente, não veremos muito sentido, mas, se pensarmos do ponto e vista da coordenação/subordinação oracional, veremos que a sintaxe nos ajuda a estabelecer nexo, harmonia e simetria no emprego de determinadas palavras e sua disposição na oração.
	Mas, afinal, o que é PARALELISMO? Essa palavra é usada para definir simetria no emprego de determinadas palavras. Tem haver com estruturas paralelas (ou equivalentes), de mesmo valor quanto ao sentido ou mesmo valor quanto à forma. Em uma frase, só se pode colocar em paralelo (coordenação) ideias similares (pertencentes a um mesmo campo de significação) numa forma gramatical idêntica. Em síntese, o paralelismo consiste em criar uma sequência de frases com estrutura idêntica. É a simetria da frase. O principio do paralelismo é facilitar a leitura do enunciado e proporcionar clareza a expressão.
	Numa frase como “gosto de leite e de refrigerante”, os dois substantivos (leite e refrigerante) foram usados simetricamente. Porém, em “Processo de ensino e aprendizagem”, há falta de paralelismo, pois faltou uma preposição. Então deveríamos ter: processo de ensino e de aprendizagem”.
	O paralelismo pode ser sintático e semântico. Paralelismo sintático – quando os elementos coordenados apresentam estruturas gramaticaisidênticas. Ex.: “Funcionários cogitam uma nova greve e isolar o governador”. Perceba que o principio do paralelismo sintático foi ferido. Para que tivesse simetria, os núcleos do objeto direto do verbo cogitar teriam de ser de mesma natureza (ambos verbos ou ambos substantivos). Ficando, pois, assim: “funcionários cogitam uma nova greve e isolamento do governador.” Ou: “funcionários cogitam fazer uma nova greve e isolar o governador”.
	Paralelismo Semântico – É a simetria do plano das ideias, Ex.: “O presidente brasileiro negocia com os estados unidos novas propostas sobre a ALCA”. O trecho feri o paralelismo semântico, visto que o presidente não negocia com um país, mas, sim, com outro presidente. Sugestão: “O presidente brasileiro negocia com o presidente americano as novas propostas sobre a ALCA”. Ou: “O Brasil negocia com os estados unidos as novas propostas sobre a ALCA”.
	É de suma importância estudarmos sobre o PARALELISMO, pois, assim, poderemos dar mais sentido ao tema SINTAXE quando tivermos trabalhando, por exemplo, PRODUÇÃO TEXTUAL com nossos alunos.
 Então, vejamos outros exemplos de falta de paralelismo.
Realizei duas cirurgias: uma no braço e outra na Inglaterra. Aqui houve falta de paralelismo semântico, isto é, elementos não paralelos apresentados na forma paralela;
Para ela, homem tem de ser inteligente e não fumar. Aqui houve falso paralelismo sintático, isto é, elementos paralelos apresentados de forma paralela.
AS APLICAÇÕES DOS DEVIOS SINTÁTICO-
SEMÂNTICOS NA PRODUÇÃO TEXTUAL
	Ao produzirmos um texto, estamos exercitando dois planos importantes no processo de produção textual: o plano conceitual e o plano linguístico (c.f, VAL 1990). Tais planos garantem ao texto uma melhor compreensão do que foi dito, como também se responsabilizam pela tessitura textual. Assim, podemos dizer que o plano linguístico e o conceitual estabelece a coesão e a coerência textuais.
	Produzir um texto é realizar um processo de seleção que consiste na organização de palavra que se juntam e formam as orações. Essas se inter-relacionem blocos para forma uma cadeia linguística superior: o texto.
	Se um texto é um processo de seleção cabe ao autor organizar, sistematizar e adequar as ideias à modalidade de texto que pretende produzir. Por isso, a seleção vocabular e o uso de nexos linguístico deve haver, de forma coerente, para que o texto não fique desprovido de sentido, ambíguo, prolixo, ou, até mesmo, incoerente.
	Tradicionalmente, há dois processo sintático: a parataxe – coordenação e hipotaxe – a subordinação. Na produção textual, devemos analisar a coordenação não levando em conta o termo oração independente (c.f. gramática tradicional), e sim consideramos um processo de interdependência semântica. Já que um texto, há uma subordinação e análise, observando que, nas orações coordenadas, há uma dependência semântica que estabelece entre elas um elo de subordinação.
	Numa visão mais simplificada, assim dizemos: na coordenação, juntamos orações independentes do ponto de vista sintático, mas pelo que relacionam pelo sentido. É o que Garcia (1980) chama de “falsa coordenação”. Há, portanto, a coordenação gramatical e a subordinação psicológica.
	Na subordinação, há um processo de encaixamento de oração, ou seja, uma oração está encaixada na outra, ocorrendo uma dependência, tanto do ponto de vista de sintaxe como da semântica. A relação entre as orações é mais intima, uma vez que entre elas há uma dependência sintático-semântica. Já que entre as orações subordinadas, a relação entre elas é mais complexa, o autor do texto deve ficar de atento aos parágrafos, ao uso dos conectivos, a junção de orações para que, por falta de lógica entre elas, o texto não fique incoerente.
	Considerando os processos sintáticos na elaboração do texto, ficam algumas reflexões, segundo Decat (1997:111):
1 Qual o papel de cada oração no discurso maior em que se insere?
2 Há insuficiência ou inadequação de análises tradicionais para explicar tais fatos e seus comportamentos na língua?
3 Estudar sentenças isoladas é suficiente para compreender o texto?
4 Devemos falar em subordinação como estrutura do discurso ou como duas orações interligadas no binômios: principal e subordinadas?
	Quando falamos em processos sintáticos, logo nos reportamos à coordenação e à subordinação. Mas, em se tratando se produção textual, especialmente na sintaxe do texto, reportamo-nos aos mecanismos linguísticos, índices formais na estruturas da sequências linguísticas e superficial do texto, que são responsáveis pela tessitura textual (c.f. Travaglia, 1994).
OS ELEMENTOS COESIVOS
	Falar em sintaxe implica falar em coesão textual, uma vez que é através da coesão que se articulam as ideias de um texto. A coesão textual não está apenas no âmbito das orações por si só. Está imbricada nos conectivos, pois, através deles, podemos efetuar as relações de encadeamento no texto. É necessário que o uso destes elementos linguísticos (pronomes, advérbios, conjunções, numerais, e outros elementos linguísticos), seja coerente, para que não constitua, com o mau uso, uma incoerência local (c.f. Travaglia, op. Cit). Entendemos por coerência local, as partes do texto, das frases ou das sequências de frases dentro de uma cadeia linguística superior, o texto.
SEMÂNTICA
	A semântica é responsável pelo sentido do texto. Não devemos pensar o significado de uma mensagem se dê apenas no uso das palavras e na sintaxe. Depende também do sentido que o uso de determinada palavra pode estabelecer no texto. Nesse sentido, o uso devido de determinadas expressões e palavras garante ao texto uma melhor compreensão, pois a escolha das palavras deve ocorrer não apenas nas relações sintáticas que ela exercerá na tessitura, mas nas relações sentido que ela pode exercer na superfície textual.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	O texto é um bloco em que as partes estão interligadas através de processos importantes na superfície: a coesão e a coerência. Uma não se sobrepõe à outra. Elas andam paralelas. A coesão é responsável pela sequência e encadeamento das partes do texto, através dos elementos linguísticos, e a coerência é o sentido que tais elementos expressam no texto.
	Considerando o exposto, ao produzirmos um texto, é necessários estabelecermos relações sintático-semântico, desde a seleção lexical à estruturação dos parágrafos, para que possam garantir-lhe clareza e concisão de acordo com o tipo de texto e objetivos propostos.
	Dessa forma, o ensino da sintaxe deve partir do texto e para o texto, uma vez que as relações sintáticas ocorrem não apenas em orações soltas, pré-fabricadas com determinados fins, mas também em orações articuladas e interligadas no texto e essas interligação e articulação se dão graças à sintaxe atrelada à semântica. Em outras palavras, são os planos conceitual e linguístico do e no texto.
	Caro acadêmico como você pode perceber, estudar Sintaxe desvinculada do texto é, apenas, um mero exercício de memorização. Mas, a partir do momento em que a sintaxe ocupar, de fato, seu lugar no texto temos, então, um estudo mais útil, mais pragmático e mais articulado com as reais necessidades de nossos alunos.
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você teve a oportunidade de estudar que:
O paralelismo consiste em criar uma sequência de frases com estrutura idêntica. É a simetria da frase.
O principio do paralelismo é facilitar do enunciado e proporcionar clareza à expressão.
O paralelismo pode ser sintático e semântico.
Ocorre Paralelismo Sintático quando os elementos coordenados apresentam estrutura gramatical idêntica.
Ocorre Paralelismo Semântico quando há simetria no plano das ideias.
Falar em sintaxe implica falar em coesão textual.
É através da coesão que se articulam as ideias de um texto.
O texto é um bloco em que as partes estão interligadas através de processos importantes na sua vida superfície: a coesão e a coerência. Uma não se sobrepõe à outra. Elas andam paralelas.A coesão é responsável pela sequência e encadeamento das partes do texto, através dos elementos linguísticos.
A coerência é o sentido que os elementos linguísticos expressam no texto.
ATIVIDADE
	Para melhor fixação do conteúdo deste tópico, responda as seguintes questões:
Nas orações abaixo, houve falta de paralelismo sintático. Então, tente reescrevê-las para que tenham estruturas paralelas (estruturas equivalentes), isto é, mesmo valor quanto à forma.
Entrou e saiu de sala.
Assisti e gostei do filme.
Ele quer e precisa do emprego.
Nas orações abaixo, houve falta de paralelismo semântico. Então, tente reescrevê-las para que tenham estruturas paralelas (estruturas equivalentes), isto é, mesmo valor quanto à forma.
Ficou desesperado: perdeu a sogra e o celular na confusão do shopping.
A diferença entre os alunos e as carteiras disponíveis na sala é muito grande.
O time brasileiro vai enfrentar a França nas quartas de final.
TÓPICO 3
ASPECTOS DA GRÁMATICA NORMATIVA: USOS E APLICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
	Neste tópico, estudaremos alguns aspectos da Gramática 	Normativa, necessários à nossa prática como professores de língua materna. São questões e dúvidas que, enquanto estamos escrevendo, frequentemente, interpõem-se. São sanadas, evidentemente, consultando uma boa gramática normativa, um bom dicionário ou até através da prática, do conhecimento adquirido com a experiência.
	Vale à pena conhecermos tais aspectos.
2 ORTOGRAFIA
A ortografia é a parte da gramática que trata da escrita das palavras. Um conjunto de regras que estabelece como escrever as palavras de uma língua, empregar os sinais gráficos e pontuar adequadamente a escrita. 
Emprego das letras
Emprega-se a letra Z:
Em palavras derivadas de outras grafadas com z:
juiz / ajuizado
Em substantivos abstratos femininos, derivados de adjetivos:
 flácido / flacidez belo / beleza
Nas terminações –izar (verbos) e –ização(substantivos):
capital / capitalizar / capitalização
urbano / urbanizar / urbanização
Emprega-se a letra S:
Nos sufixos –ês, -esa, -isa, -osa, -oso e –ense:
camponês / japonesa / sacerdotisa / bondosa / gostoso / paraense
em palavras derivadas de outras que têm s no fim do radical:
análise / analisar mesa / mesário
em todas as formas dos verbos querer e pôr, que têm s:
quis / quiseram pus / puseram
em substantivos derivados de verbos terminados em –nder ou –ndir:
pretender / pretensão expandir / expansão
Emprega-se a letra X:
depois de ditongo:
a-mei-xa / trou-xa
depois da sílaba inicial en-:
enxame / enxaqueca
Exceções: Palavras derivadas de outras que terminam em ch:
encharcar (de charco) enchente (de cheio)
depois da sílaba me:
mexer / mexerico
Exceção: mecha (de cabelo)
Emprega-se a letra J:
em palavras derivadas de outras que já tenham j:
laranjeira ( de laranja) granjeiro ( de granja)
nas formas dos verbos terminados em –jar e –jear:
esbanjei (de esbanjar) gorjeia (de gorjear)
em vocábulos de origem ameríndia (sobretudo tupi) ou africana:
maracujá / pajé
Emprega-se a letra g:
em vocábulos formados pelo sufixo –gem:
ramagem / ferrugem
Exceções: pajem / lajem / lambujem
em vocábulos terminados em –ágo, -égio, -ígio, -ógio, -úgio:
pedágio / colégio / prestígio / relógio / refúgio
em vocábulos derivados de outros já grafados com g:
ungir / ungido fingir / fingimento
�
Emprego das letras SS :
 (Só é grafado entre vogais)
No Pretérito imperfeito de todos os verbos
 Corrêssemos / cantássemos
Na terminação de superlativos 
Lindíssimo / fofíssima
Emprego da letra Ç:
(Só é grafado antes de a, o, u)
Nos verbos terminados em -ecer, -escer: 
anoiteça (de anoitecer) cresça ( de crescer)
Nos sufixos ação, aça, aço, iça, iço, uça, uço
 reação / ricaço / carniça / caniço / carapuça
Em palavras de origem árabe, indígena e africana
Paçoca / muçulmano / miçanga
Palavras Homônimas
São as palavras que tem a mesma pronúncia, mas são diferentes no significado. 
Veja alguns exemplos:
cela (cubículo) e sela (arreio), coser (costurar)
e cozer (cozinhar), entre outros.
 
Segue abaixo uma lista com os exemplos mais comuns:
ACENTO – sinal gráfico (acento agudo, circunflexo etc.), sotaque.
ASSENTO - lugar para sentar.
 
CAÇAR - perseguir animais.
CASSAR – tornar sem efeito alguma decisão ou cargo.
CENSO – recenseamento, estudo sobre uma população.
SENSO – discernimento, juízo.
CESSÃO – ato de ceder.
SEÇÃO – divisão, departamento.
SESSÃO - reunião, assembléia ,repetição de um espetáculo no mesmo dia.
CONCERTO – composição de instrumentos, espetáculo musical.
CONSERTO – reparo, reforma.
ESTRATO – camada, nível.
EXTRATO – produto da extração de alguma coisa (extrato de banco, extrato de tomate,etc.)
TACHAR – rotular, pôr defeito em alguma coisa ou alguém.
TAXAR – regular preço, estipular valores.
VIAGEM – substantivo. Ato de ir de um a outro lugar.
VIAJEM – uma das formas conjugadas do verbo “viajar”.
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
As palavras podem ser classificadas, de acordo com a posição da sílaba tônica(pronúncia mais forte), em:
Oxítonas – tonicidade na última sílaba: 
café / sipó / português / funil / Niterói
Paroxítonas - tonicidade na penúltima sílaba:
Difícil / carinho / baía / escola / brasileiro
Proparoxítonas – tonicidade na última sílaba:
Mágico / escândalo / aritmética / lâmina / público
Observação: As sílabas são contadas da última para a primeira!
REGRAS BÁSICAS
Acentuam-se os monossílabos (palavras de uma sílaba) tônicos terminados em –a, -e, -o, seguidos ou não de s:
pá(s), pé(s), pó(s).
Acentuam-se as oxítonas terminadas em –a, -e, -o, seguidos ou não de s e as terminadas em –em (-ens):
sofá(s) / café(s) / também / parabéns
Permanecem as oxítonas terminadas em ditongos abertos –éi, -éu, -ói, seguidos ou não d s: 
Fiéis / chapéu / céus / remói / sóis
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em -l, -r, -x, -n, -ps, -i, -is, -us, -um, -uns, -ã, -ãs, -ãos, -ãos, Ditongos orais: Útil / éter/ xérox / próton / fórceps / táxi / lápis / álbum / álbuns / ímã / órfãs / bênção / sótãos / cárie / árduo.
Acentua-se os –i, -u tônicos que formam hiato com a vogal anterior:
Aí / cafeína / distribuí-lo / egoísta / faísca / saída / juízo / país / saía / saúde
*Atenção!
Se o –i for seguido de -nh, não haverá acento:
Rainha / bainha 
Também não haverá acento quando o –i, -u tônicos forem acompanhados de
outra letra que não seja o s:
ruim / juiz
VERBOS TER E VIR
No presente do indicativo, a forma da terceira pessoa do plural é acentuada para diferenciá-la da forma da terceira pessoa do singular:
Ele tem / eles têm ele vem / eles vêm
Atenção!
Os verbos derivados de ter e vir conservam a acentuação:
Ele mantém / eles mantêm
Ele provém / eles provêm
OUTROS CASOS DE ACORDO COM O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
-éi ; -ói perdem o acento quando formam sílaba tônica de palavras paroxítonas:
ideia / assembleia / joia / heroico
Não se acentuam os hiatos –ee, -oo, seguido ou não de s, nas palavras paroxítonas:
creem / enjoo / voo
TREMA
O trema desaparece definitivamente das palavras na língua portuguesa. Permanece apenas nas originadas de outra língua.
Ex.: Muller, mulleriano, Hubner, huberiano, Bröckelmann
ACENTOS DIFERENCIAIS
Perdem a acentuação para diferenciar as palavras homógrafas (diferentes no significado, e às vezes na pronúncia, mas iguais na escrita):
�
ANTES
Pára: verbo
Para: preposição
Pêlo: substantivo
Pélo: do verbo pelar
Pelo: preposição per + o
DEPOIS
Para: verbo
Para:preposição
Pelo: substantivo
Pelo: do verbo pelar
Pelo: preposição per + o
Permanece acentuada a 3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder (pôde) e o verbo pôr. Este último para diferenciar da preposição por.
Permanecem acentuadas as oxítonas terminadas em vogais tônicas i e u precedidas de ditongo.
Uso do acento facultativo (pode ser utilizado quando quiser):
Dêmos (1ª pessoa do presente do subjuntivo do verbo “dar”) 
Fôrma (substantivo) – Ex.: Essa fôrma de bolo é grande.
HÍFEN
Usa-se:
Depois dos prefixos ante-, aero-, agro-, anti- arqui-, auto-, circum-, co-, contra-, eletro-, entre-, extra-, geo-, hidro-, bio-, hiper-, infra-, inter-, intra-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, sobre-, sub-, super-, supra-, tele-, ultra- etc.
Se a palavra seguinte iniciar por h.
Anti-higiênico, circum-hospitalar, co-herdeiro, contra-harmônico, extra-humano, pré-história, sub-hepático, super-homem, ultra-hiperbólico, arqui-hipérbole, eletro-higrômetro, geo-história, neo-helênico, pan-helenismo, semi-hospitalar.
Exceção: desumano, inumano, desumidificar, inábil.
Se a última vogal do prefixo coincidir com a primeira vogal da palavra seguinte.
Anti-ibérico, contra-almirante, infra-axilar, supra-auricular, arqui-inimigo, auto-observação, eletro-ótica, semi-interno.
Exceção: o prefixo co- é uma exceção: cooperar, coordenar, coobrigação,coocupante.
Depois dos prefixos re-, pre- e co- se a palavra seguinte começar por h.
re-hospitalização, pré-humano (“pré-“ , aqui é tônico), co-herdeiro.
Depois dos prefixos circum- e pan-, se a segunda palavra iniciar por h, vogal, m ou n.
Circum-escolar, circum-murado, circum-navegação, pan-africano, pan-mágico, pan-americano,
Depois dos prefixos hiper-, inter-, e super-, se a palavra seguinte iniciar por r.
Hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.
Depois dos prefixos ex- (estado anterior ou cessamento), sota-, soto-, vice- e vizo-.
Ex-almirante, ex-diretor, ex-hospedeira, ex-presidente, sota-piloto, soto-mestre, vice-presidente, vice-reitor.
Com o advérbio bem.
bem-criado, bem-falante, bem-nascido, bem-vindo.
NÃO SE USA HÍFEN
Se a última vogal do prefixo for diferente da primeira vogal da palavra seguinte.
Antiaéreo, coeducação, coedição, coautoria, extraescolar, aeroespacial, autoestrada, autoescola, agroindustrial, hidroelétrico, plurianual.
Depois de qualquer prefixo seguido de r ou s,dobra-se a consoante “r” ou “s” (com exceção dos prefixos hiper-, inter- e super-.)
Antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha, cosseno, extrarregular, infrassom, minissaia, biorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, microssistema, microrradiografia.
Com o advérbio mal aglutinado com palavras iniciadas por consoante.
Malcriado, malditoso, malmandado, malvisto.
Exceções: usa-se hífen quando a tal advérbio se seguem palavras iniciadas por h, como em mal-humorado.
O acordo não cita o caso dos prefixos re- e pre- quando a palavra seguinte começa por “e”. Alguns gramáticos consideram que não se deve usar hífen.
Reedição, reescrever, reencontro, preeminente, preencher, preestabelecer.
EMPREGO DE POR QUE, POR QUÊ, PORQUE E PORQUÊ
POR QUE
Início de frases interrogativas:
Por que é difícil aprender Inglês?
Quando se subentende a palavra motivo ou razão?
Ninguém explicou por que Inglês é difícil.
Quando é possível a substituição pelas expressões pelo qual e suas flexões:
São justas as causas por que lutamos.
PORQUE
Respostas a perguntas:
Não vim porque estava chovendo. (Pode ser substituído por pois)
Quando for igual a para que:
Reclamava porque fosse discutido o aumento salarial.
Pergunta com resposta implícita:
Por que Maria faltou à aula? Não será porque estava indisposta?
POR QUÊ
Usado no final de perguntas:
Você chegou atrasado, por quê?
PORQUÊ
Usado antes de um artigo ou pronome, exercendo a função de um substantivo:
Ele queria saber o porquê de sua desatenção.
EXERCÍCIOS
Complete com s ou z:
Anali__ar, bali__a, cateque___e, catequi__ar, sacerdoti__a, grani__o, qui__er, milane__a, cuscu__, pu__, cori__a, coali__ão.
Complete com x ou ch:
Bro___e, ___ucro, pi___e, pra___e, Ca___umba, ___ale, ___alé, ___icória, ma___i___e, ___ávena, me___er, salsi___a, ____ará, ___ícar.
Complete com g ou j:
Ma___estade, ___iló, lití___io, egré___io, ultra__e, ___erigonça, gor___eta, man___edoura, o___eriza, ___eito.
Complete com c, ç, s, sc, SS ou xc:
an__io__o, a___en___ão, benefí___io, preten___io__o, su__into, e___plêndido, Pai____andu.
Preencha os espaços com por que, porque, porquê ou por quê:
São justos os ideiais ___________________ lutamos.
_________________é difícil aprender Inglês? Será que é _________________ é outra língua?
Não é difícil empregar os ___________________.
Reze, _______________________ tudo corra bem.
_____________________você não estudou? Não estudei ____________________ fui ao jogo. Eis o ___________________ não estudei.
Estavas alegre ______________________ foste promovido?
______________________ não me avisaste?
Não há __________________ desconfiar dele. Você reclamou tanto ______________________?
Os servidores fizeram greve____________________ o governo não concedeu aumento salarial.
Resta-lhes explicar pelo menos um ____________________ dessa desvalorização da moeda.
6. Marque a opção cm que todas as palavras estão grafadas corretamente:
a) enxotar - trouxa - chícara. 
b) berinjela - jiló - gipe. 
c) passos - discussão - arremesso. 
d) certeza - empresa - defeza.
e) nervoso - desafio - atravez.
7. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do seguinte período: "Em _____ plenária, estudou-se a _____ de terras a _____ japoneses."
a) seção - cessão - emigrantes 
b) cessão - sessão - imigrantes 
c) sessão - secção - emigrantes 
d) sessão - cessão – imigrantes
8. Assinale a alternativa que completa as lacunas da frase abaixo, na ordem em que aparecem. "O Brasil de hoje é diferente, _____ os ideais de uma sociedade _____ justa ainda permanecem".
a) mas - mas 
b) mais - mas 
c) mas - mais 
d) mais - mais
9. Cauda/rabo, calda/açúcar derretido para doce. São, portanto, palavras homônimas. Associe as duas colunas e assinale a alternativa com a sequência correta.
1 - conserto ( ) valor pago
2 - concerto ( ) juízo claro
3 - censo ( ) reparo
4 - senso ( ) estatística
5 - taxa ( ) pequeno prego
6 - tacha ( ) apresentação musical
5-4-1-3-6-2 
 5-3-2-1-6-4 
 4-2-6-1-3-5 
 1-4-6-5-2-3
10. (TER–ES) A palavra “fachada” se escreve com ch assim como:
a) en......ada
b) amei.......a
c) en......er
d) .....adrez
e) ......ícara
Encontro consonantal
O encontro consonantal é a sequência de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, que não sejam dígrafo. Esse encontro pode ocorrer na mesma sílaba ou não (carpete, bíblia).
Os encontros consonantais (gn, mn, pn, ps, pt e tm) não são muito comuns. Quando eles aparecem no início da sílaba são inseparáveis. Quando estão no meio criam uma pronúncia mais difícil (pneu/advogado). No uso coloquial, há uma tendência a destruir esse encontro, inserindo a vogal i depois da consoante surda.
Quando “x” corresponde a cs (táxi, falamos "tácsi"), há um encontro consonantal fonético. Nesse caso, “x” é chamado de dífono.
Dígrafo
O dígrafo é o grupo de duas letras que representa um único fonema. São dígrafos da língua portuguesa: lh, nh, ch, rr, ss, qu, gu (seguidos de “e” ou “i”), sc, sç, xc e xs.
Os encontros gu e qu se forem usados com acento, não serão dígrafos, uma vez que o “u” será pronunciado.
Além desses, existem também os dígrafos vocálicos formados pelas vogais nasais: am, an, em, en, im, in, om, on,um e un.
Separação silábica
Na língua portuguesa, a divisão das sílabas deve ser feita a partir da soletração. Utiliza-se o hífen para marcar as sílabas (con-ver-sí-vel).
Para a separação silábica correta devem-se observar as seguintes regras:
os ditongos e tritongos não podem ser separados:
 (Pa-ra-guai, Ro-gé-rio, au-la); 
os hiatos têm as vogais separadas (a-é-re-o); 
os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu não são separados (cho-ca-lho); 
os dígrafos ss, rr, sc, sç e xc são separados : (pás-sa-ro, nas-cer, cor-ri-da); 
as vogais idênticas e os grupos consonantais cc e cç são separados: 
 (co-or-de-na-dor, in-te-lec-ção); 
os encontros consonantais ocorridos em sílabas internas diferentes 
 são separados (em-pre-gar); 
grupos consonantais que ocorrem no início dos vocábulos são 
 inseparáveis: psi-co-se, dra-ma, pneu-mo-ni-a. 
EXERCÍCIOS
1. Assinale a melhor resposta. Em papagaio, temos:
a) um ditongo 
b) um tritongo 
c) um trissílabo 
d) um oxítono 
e) um proparoxítono
2. Assinale a alternativa que não apresenta todas as palavras separadas corretamente.
a) de-se-nho, po-vo-ou, fan-ta-si-a, mi-lhões 
b) di-á-rio, a-dul-tos, can-tos, pla-ne-ta 
c) per-so-na-gens, po-lí-cia, ma-gia, i-ni-ci-ou 
d) con-se-guir, di-nhei-ro, en-con-trei, ar-gu-men-tou 
e) pais, li-ga-ção, a-pre-sen-ta-do, au-tên-ti-co
3. A série em que todas as palavras apresentam dígrafo é:
a) assinar / bocadinho / arredores. 
b) residência / pingue-pongue / dicionário. 
c) digno / decifrar / dissesse. 
d) dizer / holandês / groenlandeses. 
e) futebolísticos / diligentes / comparecimento.
4. Verificamos a presença de um hiato em:
a) entendia. 
b) trabalho. 
c) conjeturou. 
d) mais. 
e) saguão.
5. A alternativa em que as letras sublinhadas nas palavras constituem, respectivamente, dígrafo e encontro consonantal é:
a) exceção / étnico 
b) banho / desça 
c) seguir / nascimento 
d) aquático / psicologia 
e) occipital / represa
6. Só não existe hiato em:
a) atoleiros. 
b) miaram. 
c) ruído. 
d) defendiam. 
e) haviam.
Pontuação
Há certos recursos da linguagem - pausa, melodia, entonação e até mesmo, silêncio - que só estão presentes na oralidade. Na linguagem escrita, para substituir tais recursos, usamos os sinais de pontuação.
Estes são também usados para destacar palavras, expressões ou orações e esclarecer o sentido de frases, a fim de dissipar qualquer tipo de ambiguidade.
Ponto: 
Usa-se no final do período, indicando que o sentido está completo e nas abreviaturas. (Dr.ª, Exa., Sr.), marca uma pausa absoluta.
O ponto-e-vírgula: 
Utiliza-se o ponto-e-vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula.
Geralmente, emprega-se o ponto-e-vírgula para:
a) separar orações coordenadas um pouco extensas ou que venham subdivididas por vírgulas:
Dizem que nós, os políticos, somos todos desonestos; e não é verdade. 
Joana prefere sorvete; chocolate.
b) separar vários itens de uma enumeração:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
Separar orações coordenadas que encerram pensamentos opostos:
“Matamos o tempo; o tempo nos enterra.”
Dois-pontos: 
Os dois-pontos são empregados para:
a) uma enumeração:
Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos, o grito, o salto que deu, levado de um ímpeto irresistível...
(Machado de Assis)
b) uma citação (cita a fala de alguém):
Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:
- Afinal, o que houve?
c) um esclarecimento:
Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas para magoar Lucila.
d) Na invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida de dois-pontos ou de vírgula:
Querida amiga:
Prezados senhores,
Ponto de interrogação: 
O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda que esta não exija resposta:
O criado pediu licença para entrar:
- O senhor não precisa de mim?
- Não obrigado. A que horas janta-se?
- Às cinco, se o senhor não der outra ordem.
- Bem.
- O senhor sai a passeio depois do jantar? De carro ou a cavalo?
- Não.
(José de Alencar)
Ponto de exclamação: 
O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer frase que exprime sentimentos, emoções, dor, ironia e surpresa
- Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um comedouro muito compreensível e muito repousante, Jacinto!
- Então janta homem!
(Eça de Queiroz)
NOTA
O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas:
Oh!
Valha-me Deus!
O uso da vírgula: 
Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):
a) para separar os elementos mencionados numa relação:
A nossa empresa está contratando engenheiros, economistas, analistas de sistemas e secretárias.
O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois banheiros.
Mesmo que o e venha repetido antes de cada um dos elementos da enumeração, a vírgula deve ser empregada:
Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e ria, e roía as unhas.
b) para isolar o vocativo:
Cristina, desligue já esse telefone!
Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete.
c) para isolar o aposto:
Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou presa no elevador.
Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino.
d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou melhor, aliás, além disso etc.):
Gastamos R$ 5.000,00 na reforma do apartamento, isto é, tudo o que tínhamos economizado durante anos.
e) para isolar, nas datas, o nome do lugar:
São Paulo, 22 de maio de 1995.
Roma, 13 de dezembro de 1995.
f) após a saudação em correspondência (social e comercial):
Cordialmente,
Respeitosamente,
g) para isolar orações intercaladas:
Não lhe posso garantir nada, respondi secamente.
O filme, disse ele, é fantástico.
EXERCÍCIOS
Pontuar:
É um homem ainda jovem de aparência robusta cabelos e barba castanhos pele clara e olhos esverdeados
Os meninos entraram no riacho esfregaram os pés saíram calçaram os chinelos e ficaram espiando o movimento dos pais
Minha casa que fica no alto de uma colina está localizada em Campos do Jordão
A maior parte dos candidatos aprovados no concurso optou por tempo integral
Marcos feche a porta 
Luisa você vai sair agora
Santos 20 de março de 2012.
Bom dia
Atente para as seguintes frases:
I. A preocupação do autor é com os jornalistas, cuja liberdade de expressão se encontra ameaçada.
II. Os jornalistas, que costumam cuidar de seus próprios interesses, não preservam sua independência.
III. O direito à livre informação é dos jornalistas e, também, da sociedade como um todo.
A falta da(s) vírgula(s) altera o sentido apenas do que está em
I
II
III
I e II
II e III
CRASE
Crase é a fusão de duas vogais idênticas, uma sendo preposição e a outra podendo ser um artigo, um pronome demonstrativo ou um pronome relativo.
Exemplos:
Fui a + a quitanda. (Fui à quitanda.)
 Fui a + aquele encontro. (Fui àquele encontro.)
CRASE OBRIGATÓRIA
Acentua-se o a quando, substituindo o substantivo feminino por um masculino, o a se torna ao.
Ex.: Fui à feira. (Fui ao mercado.)
Não me refiro à professora. (Me refiro ao professor.)
Diante da palavra moda (à moda de), mesmo quando subentendida.
Ex.: Ele comeu bife à milanesa. (à moda milanesa)
Fez umgol à Pelé. (à moda Pelé)
Vestiu-se à Luis XV. (à moda Luis XV)
Na indicação de horas.
Ex.: Saiu às cinco horas. 
Com expressões adverbiais femininas, locuções prepositivas ou conjuntivas: à direita, à esquerda, à tarde, à noite, à beira de, à procura de, à proporção que, à frente de, às vezes...
NÃO SE USA A CRASE
Diante de palavras masculinas. 
Ex.: Celso viajou a serviço.
Diante de palavras repetidas.
Ex.: Os dois candidatos ficaram frente a frente.
Diante de verbos.
Ex.: Estamos dispostos a passar no concurso.
Diante de artigo indefinido.
Ex.: Chegamos a uma conclusão.
Diante de pronomes que não admitem artigos:
Ex.: a ele, a ninguém, a Vossa Majestade , a qualquer pessoa.
Quando o “a” está no singular e a palavra seguinte está no plural.
Ex.: Refiro-me a candidatas ao cargo de secretária.
USO FACULTATIVO
Diante de pronomes possessivos femininos.
Ex.: Obedeço a (à) minha mãe.
Diante da preposição “até”.
Ex.: Irei até a (à) praia.
Diante de nomes de pessoas femininos.
Ex.: Gustavo fez referência a (à) Dolores.
CASOS ESPECIAIS
Nomes de lugares:
Dica: Se vou a e volto da, crase há. Se vou a e volto de, crase pra quê?
Vou à França. (vou a, volto da)
Vou a Buenos Aires. (vou a, volto de)
ATENÇÃO!
HÁ x A
HÁ – verbo haver, indica uma ação passada: A aula começou há quinze minutos.
A – preposição, indica tempo futuro: A aula começará daqui a quinze minutos.
EXERCÍCIOS
(CARLOS CHAGAS) Quando for _____ Bahia, quero visitar ____ igreja do Bonfim e assistir_____ uma missa para dar cumprimento ___ promessa que fiz.
a, a, à, à
à, à, a, a
a, à, a, à
à, a, a, à
a, a, a, a
Daqui ___ pouco, ele chegará ____ este Tribunal para encaminhar suas reclamações ___ quem de direito.
a – a – à
à – à – à
a – à – a
a – a- a
à – a – a
Complete adequadamente as lacunas com a(s), à(s) ou há:
Deixei-me ficar pelas ruas até ____ quatro horas da tarde, quando me dirigi ____ sua casa, saudoso dele, ____ quem não via ____ mais de vinte anos.
Maria pediu ____psicóloga que ____ ajudasse___ resolver o problema que ____ muito _____ afligia.
Daqui_____ vinte quilômetros, o viajante encontrará logo ___ entrada do grande bosque, uma estátua que _____ séculos foi erigida em homenagem ____ duas deusas da floresta.
Os rapazes, ____ partir daquele dia, só usaram o carro ___ gás, por economia; _____ tempos pensavam em ir ____ Brasília, mas o preço do combustível impedia que pensassem em ir _____ lugares tão distantes.
Roteiro para compreensão e ou interpretação de textos
Leia o texto por pelo menos duas vezes. Na primeira para ter uma visão geral dele; na segunda, destacando suas idéias principais.
Se duas alternativas parecerem corretas busque a mais completa.
Se o enunciado solicitar a ideia principal ou tema, geralmente ela situa-se na introdução do texto (primeiro parágrafo) ou na conclusão (último parágrafo).
Evite os seguintes tipos de erros:
Extrapolação - acrescentar idéias que não estão no texto;
Redução – dar atenção a alguns trechos do texto, não o analisando como um todo;
Contradição – concluir contrariamente ao texto; omitir passagens importantes para fugir do sentido original.
TESTE 
(FUVEST) I – Uma andorinha não faz verão. II – Nem tudo o que reluz é ouro. III – Quem não tem cão, caça com gato.
As ideias centrais dos provérbios acima são, respectivamente:
Solidariedade – aparência – vingança – dissimulação.
Cooperação- aparência – punição – adaptação
Egoísmo – ambição – vingança – falsificação
Cooperação – ambição – consequência – dissimulação
Solidão – prudência – punição – adaptação
LEITURA COMPLEMENTAR
A AVALIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA MORFOSINTÁTICA NA CRIANÇA
Jane Correa (UFRJ)
	Aprender a ler e a escrever em uma ortografia alfabética significa apropriar-se de um sistema simbólica e, portanto, de um novo objeto de conhecimento. O seu domínio acontece de forma gradual, segundo sequência de desenvolvimento na qual o aprendiz reconstrói de maneira dinâmica as realizações entre os sistemas de representações fonologias e ortográficas da língua (FERREIRO & TEBEROSKY, 1985; GARTON 7 PRATT, 1989; READ, 1986). A aquisição da língua escrita vai requerer inicialmente o desenvolvimento de competências de análise fonológica prévias que permitam a descoberta do princípio alfabético por parte do aprendiz (GOSWAMI & BRYANT, 1990; MORAIS, 1987; WAGNER & TORGESEN, 1987). Se por um lado, a consciência fonológica desempenha papel crucial para a aquisição da escrita alfabética por parte da criança, o domínio das correspondências grafofônicas, não é, por sua vez, suficiente para a escrita de acordo com a norma ortográfica, uma vez que fatores relacionados, por exemplo, à categoria gramatical das palavras determinam a grafia de certos vocábulos.
	Para escrever ortograficamente é necessário que as crianças desenvolvam competências que lhes permitam refletir sobre a estrutura das palavras e sua colocação na frase. Desta forma, as investigações sobre o papel da consciência sintática (REGO & BRYANT, 1993; TUNMER, NESDALE & WRIGHT, 1987) e da consciência morfológica (LEVIN, RADIV & RAPPAPORT, 1999; NUNES, BRYANT& BINDMAN, 1997ª, 1997B) para a aquisição da língua escrita ganham importância. Esta se mostra uma agenda de pesquisa tão promissora quanto aquela apreendida acerca da relação entre consciência fonológica e alfabetização. Assim sendo, importa considerarmos do ponto de vista psicológicos a natureza de tais habilidades metacognitivas bem como sua forma de mensuração.
	A definição de consciência morfossintática
	O termo consciência morfossintática é de emprego recente na literatura. O interesse despertado a partir da década de 1970 pela compreensão desenvolvimentos das habilidades metalinguísticas da criança de tais habilidades com a aquisição da língua escrita gerou de forma independente um conjunto de investigações inicialmente sobre a consciência sintática e posteriormente sobre a consciência morfológica.
	A consciência sintática implica a reflexão sobre a estrutura sintática da língua e o controle deliberado da sua aplicação (GOMBERT, 1992). Mais especificamente, diz respeito à reflexão e controle internacional sobre os processos formais relativos à organização das palavras para produção e compreensão de frases. 
	O desenvolvimento da consciência sintática na criança tem sido investigado focalizando-se a sensibilidade da criança às incorreções relacionadas à ordenação dos vocábulos nas frases (bola joga João) ou à concordância nominal e verbal em frases em que há o emprego inapropriado ou ausência de acertos morfemas em determinadas palavras (As meninas brinca).
	Por sua vez, a consciência morfológica diz respeito à reflexão e manipulação intencional da estrutura morfológica da língua (CARLISLE, 2000). Desta feita, ocupam-se da formação das palavras, suas flexões, suas funções e relações nas frases. A investigação sobre o desenvolvimento de derivação lexical (morfológica derivacional) ou às flexões das palavras variáveis (morfologia flexional).
	A partir da descrição acima sobre a maneira como o desenvolvimento como o desenvolvimento da consciência morfológica e da consciência sintática tem sido estudado, depreende-se que a morfologia e a sintaxe não se afiguram como níveis independentes de organização da linguagem. Consequentemente é possível supor que sua aquisição pela criança ocorra de forma interdependente.
	Tomemos, por exemplo, o caso da flexão das palavras variáveis. Para a compreensão e emprego das desinências nominais e verbais aplicam-se tanto conhecimentos de natureza morfológica como sintática. De maneira similar, no caso da morfologia derivacional, os sufixos apresentam propriedades gramaticais como quando modificam a categoria gramatical da palavra primitiva “a qual são opostos (azeite – nome; azeitar – verbo). Por seu turno, as diversas classesgramaticais pelas quais as palavras se distribuem bem como a própria distribuição das palavras nestas classes são estabelecidas com o apoio da sintaxe.
	Por exemplo, a palavra azul é categorizada como um substantivo na frase “O azul do céu é lindo”, ao passo que na frase “O céu azul é lindo” é tido como um adjetivo.
	Do ponto de vista cognitivo, há evidências de que a aquisição dos conhecimentos morfológicos e sintáticos ocorra de maneira interdependente (BRYANT, NUNES & BINDMAN, 1997). A denominação mas ampla de consciência gramatical tem sido utilizada para expressar esta interdependência (NUNES & COLS, 1997ª).
	Entretanto, este não parece ser o termo mais acurado para designar a interdependência do desenvolvimento das consciências morfológica e sintática na criança uma vez que o termo gramatical incluiria também o conhecimento fonológico (SÁ, 1999). Desta forma, a expressão consciência morfossintática seria mais apropriada para designar a reflexão à manipulação intencional dos fatos morfológicos da língua advindos das relações presentes no enunciado (sintaxe), assim como dos aspectos sintáticos da língua em suas implicações morfológicas. 
	Na verdade, a escrita não é aquisição espontânea para quase totalidade das crianças que vivem em uma sociedade letrada. O domínio da escrita decorre de um processo sistemático de aprendizado em que é necessário que se tome a língua não só como instrumento de comunicação, mas também com objeto de aprendizado.
	Aprender a escrever em português como em qualquer outra língua alfabética requer o entendimento pela criança do princípio alfabético, ou seja, a compreensão de que os sinais gráficos representam nestas línguas unidades mínimas de sons. Destas forma, a capacidade de se refletir e manipular intencionalmente os sons da fala constitui um fator preditor do sucesso da criança na leitura e na escrita (CARDOSO-MARTINS, 1995; GOSWAMI &BRYANT, 1990; MORAIS, 1987; WAGNER & TORGESEN, 1987.)
	As línguas, no entanto, variam em relação ao grau de regularidade com que representam seus sons. Há línguas com um grau alto de irregularidades como o inglês e outras bastante regulares como o italiano (CARAVOLAS, 1993). Entretanto, mesmos as línguas mais transparentes regulares não obedecem estritamente ao principio alfabético. Existe a influência de outros níveis de análise da língua, como a sintaxe e a morfologia, na sua ortografia. Em português, por exemplo, falasse é escrito com ss e não com outras representações possíveis do fonema /s/ porque –esse é uma desinência-temporal.
	Assim, a sensibilidade à estrutura morfossintática da língua pode ser um fator importante para o sucesso no aprendizado da língua escrita.
	Infelizmente, não existe ainda um volume extenso de pesquisas sobre a consciência morfossintática que nos permita um delineamento consensual básico acerca de sua origem, padrão de desenvolvimento, estrutura, formas de mensuração e importância para a aquisição da escrita. No entanto, as investigações realizadas sobre a consciência fonológica legaram dois importantes achados para a agenda de pesquisa relativa à consciência morfossintática.
	O primeiro deles diz respeito à possibilidade da consciência morfossintática ser construído de um caráter multidimensional incluindo uma série de habilidades que seriam construídas de forma diferenciada ao longo do desenvolvimento cognitivo. O segundo, diz respeito à relação entre a consciência morfossintática e escrita. É possível supor um modelo de causalidade recíproca para ambas, onde um certo nível de consciência morfossintática possa predizer o desempenho ortográfico da criança e que com o avanço de escolaridade e experiência com a escrita novas escrita níveis de complexidade crescentes de consciência morfossintática sejam estabelecidos,gerados novas possibilidades de utilização da escrita e assim sucessivamente.
REFERÊNCIAS CONSULTADAS
DALEFI, Roberto Gomes. Enciclopédia do estudante: Gramática e Linguística – História, regras e usos da língua portuguesa. São Paulo: Moderna, 2008.
Filho, Paulo Bearzoti. Sintaxe e Colocação. São Paulo: Atual, 1990.
KOCH, Ingedore V. A Coesão Textuais. São Paulo: Contexto, 1993.
LIMA, Carlos Henrique da Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.
KAPPLER, Carlos Antônio [at al]. Escriturário – Banco do Brasil. São Paulo: Policon Editora, 2007.
LUBKE, Helena Cristina Lubke. Aspectos de Gramática Normativa. Jaraguá do Sul: UNERJ, 2001.
MACAMBIRA, José Recouças. A Estrutura Morfo-Sintática do Português. São Paulo: Pioneira, 1997.
MARTOS, Cloder Rebouças & MESQUITA, Roberto Melo. Gramática Pedagógica. São Paulo: Saraiva, 1986.
	
PERINI, Mário. Sofrendo a Gramática. São Paulo: Ática, 2000.
TUFANO, Douglas e SARMENTO, Leila Lauar. Português: Literatura, Gramática, Produção de texto. São Paulo: Moderna, 2004.
DICIONÁRIO
Imbricar: 
v.t.d. Transformar em algo imbricado.
v.t.d e v.pron. Figurado. Dispor coisas de modo que umas se sobreponham em parte às outras ou estejam ligadas de maneira estrita: as telhas foram imbricadas. 
(Etm. do latim: imbrico)
Praesentia, ium neutro plural
(as circunstâncias) presentes
(a situação) atual
In absentia
Dir Na ausência. Diz-se do julgamento a que o réu não está presente.
parataxe
1. Gram. Numa oração, sequência de frases justapostas sem conjunção coordenativa
2. Psic. Conjunto de ideias e experiências ocorridas durante a formação da personalidade, m. que parataxia
3. Ant. Mil. Entre os gregos antigos, formação do exército em ordem de batalha
[F.: par (a)- + - taxe]
Parte inferior do formulário
Cedência
s.f. Ação ou efeito de ceder; ato ou resultado de doar, conceder ou dar; cessão.
SUMÁRIO
TÓPICO 1: MORFOSSINTAXE: RELAÇÕES E FUNÇÕES SINTÁTICAS..................4
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................4
2 MOFOSSINTAXE.................................................................................................................4
TÓPICO2: PARALELISMO SEMÂNTICO E SINTÁTICO...........................................16
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................16
TÓPICO 3: ASPECTOS DA GRAMÁTICA NORMATIVA: USOS E APLICAÇÃO..23
LEITURA COMPLEMENTAR...........................................................................................50
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................54
MANAUS – AM
2015
A gramática dos falantes é sempre completa: sistema de todas as regras necessárias para se poder falar. Mesmo a criança de cinco ou seis anos, que já fala com desembaraço, e o mais humilde dos analfabetos, necessariamente dominam a gramática completa que preside seus atos de fala. Do contrário, não haveria como falar.
(Celso Pedro Luft)
Caros acadêmicos, para compreender melhor como se dá essa relação entre morfologia e sintaxe, é preciso que também tenhamos conhecimento do que seja sintagma e paradigma (vocês já estudaram esses conceitos em linguística), porque no paradigma que buscamos e selecionamos os vocábulos que melhor combinam nossos textos e é no sintagma que organizamos os vocábulos em uma oração, para que esta se torne inteligível ao nosso interlocutor. Para tanto, convido vocês a lerem o texto de Castelar de Carvalho sobre Sintagma e Paradigma, disponível em www.filosofia.or.br/viisenefil
Agora, passemos a revisão das classes de palavras para que possamos estudar relações e funções sintáticas.
Muito bem, feita essa rápida revisão do conteúdo de Morfologia, veremos como cada vocábulo se comporta na oração. A isso daremos o nome de relações e funções sintáticas.
SUBSTANTIVOS e PRONOMES podem funcionar como SUJEITO,OBJETO DIRETO, OBJETO INDIRETO, PREDICATIVO, COMPLEMENTO NOMINAL, AGENTE DA PASSIVA.
ARTIGO, NUMERAL, PRONOME e ADJETIVO podem funcionar como ADJUNTO ADNOMINAL.
ADVÉRBIO pode funcionar como ADJUNTO ADVERBIAL.
VERBO pode funcionar como NÚCLEO DO PREDICADO VERBAL.
Hiato: Encontro de duas vogais em sílabas diferentes. 
Exemplos: sa/ú/de; pa/ís
Ditongo: Encontro de duas vogais na mesma sílaba. 
Exemplos: Pi/au/í ; tei/ú ; tui/ui/ú ; tui/ui/ús
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