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Caderno de Direito Empresarial I e II 2015

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CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL I E II (CERS + LFG) - 2015
FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL
São fontes primárias ou diretas do Direito Empresarial: leis, regulamentos e tratados comerciais. As fontes secundárias ou indiretas são os usos e costumes, jurisprudência, analogia, princípios gerais do direito. As fontes primárias ou diretas são preferenciais em relação às secundárias ou indiretas. Assim, ao caso concreto deve ser procurada, para aplicação, a fonte primária, só na sua inexistência recorre-se às fontes secundárias. 
1. Fontes Formais Primárias– A parte que ainda não foi revogada do Código Comercial (2ª parte, que trata do Direito Marítimo. As matérias de Direito Empresarial/Comercial vigentes no Código Civil de 2002 - Com o advento do Novo Código Civil, reduziu-se o número de dispositivos vigentes do Código Comercial, pois chamou para si a competência para tratar dos assuntos de que cogitavam os art. 1º a 456 do Código Comercial de 1850. Passando a ser tratados no Livro II, parte Especial, “o Direito de Empresa”. O fato de estarem inseridas no Código Civil não desnatura o caráter comercial dessas normas. Ex: Títulos de Crédito, Direito de Empresa. Leis, tratados e regulamentos – O caráter fragmentário do Direito Comercial, bem como sua natureza dinâmica propiciam o surgimento de microssistemas legislativos. Ex: Lei de Falência e Recuperação de Empresas, Código de Defesa do Consumidor, Lei Uniforme das Letras de Câmbio e Notas promissórias etc. 
2 Fontes Subsidiárias (Secundárias/ Indiretas) Lei Civil – Quando a lei comercial é omissa, deve-se recorrer como fonte subsidiária, à lei civil, passando as suas regras a regular o assunto em questão, a fim de se suprimir a lacuna existente. 
Usos e costumes - Costume é a prática continuada de certos atos, aceitos por todos os comerciantes como regras obrigatórias e que vigoram quando a lei, comercial ou civil, não possui normas expressas para regular o assunto. Os usos não devem ser contra os princípios da lei (contra legem), se esta for imperativa, nem contaminados de má-fé, posto que são considerados direito comercial não escrito.
 Há doutrinas que diferenciam os usos dos costumes, mas tal distinção não deve ser levada em conta, uma vez que, tanto as leis, quanto as práticas comerciais os consideram sinônimos. Os usos e costumes do comércio são recolhidos no Brasil pelas Juntas Comerciais estaduais. São assentados em livro próprio, de ofício ou mediante provocação da Procuradoria do Estado ou de entidades de classe interessada. Lei nº 8.934 de 18 de novembro de 1994 e Decreto nº 1.800, de 30 de janeiro de 1996. 
Jurisprudência- terceira fonte subsidiária do Direito Empresarial/Comercial, é a jurisprudência, ou seja, as decisões continuadas dos tribunais sobre determinada matéria. É necessário que os tribunais adotem um ponto de vista uniforme, formado doutrina a respeito do assunto. Daí, obviamente conclui-se que, decisão isolada não constitui jurisprudência. 
A Analogia - constitui fonte subsidiária a analogia, ou seja, o julgamento de um assunto, para o qual não existam outras fontes possíveis, nem uso comercial ou jurisprudência firmada, utilizando-se os mesmos princípios que regularam o julgamento de um caso semelhante. 
Princípios Gerais do Direito - Finalmente, inexistindo qualquer das fontes citadas, servirão de fontes subsidiárias do Direito Empresarial/Comercial os princípios gerais do direito que deverão ser aplicados para solução do caso concreto. Essa fonte indireta do Direito Comercial tem o seu fundamento na LINDB. 
  
STJ - RESP 875161/SC, REL. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, JULGADO EM 09/08/2011, DJE 22/08/2011.  DIREITO COMERCIAL. RECURSO ESPECIAL. CHEQUE.  ORDEM DE PAGAMENTO À VISTA. CARACTERE ESSENCIAL DO TÍTULO. DATA DE EMISSÃO DIVERSA DA PACTUADA PARA APRESENTAÇÃO DA CÁRTULA. COSTUME CONTRA LEGEM. INADMISSÃO PELO DIREITO BRASILEIRO. CONSIDERA-SE A DATA DE EMISSÃO CONSTANTE NO CHEQUE.
  
O cheque é ordem de pagamento à vista e submete-se aos princípios cambiários da cartularidade, literalidade, abstração, autonomia das obrigações cambiais e inoponibilidade das exceções pessoais a terceiros de boa-fé, por isso que a sua pósdatação não amplia o prazo de apresentação da cártula, cujo marco inicial é,  efetivamente, a data da emissão. (...)  
  
"A alteração do prazo de apresentação do cheque pós-datado implicaria na dilação do prazo prescricional do título, situação que deve ser repelida, visto que infringiria o artigo 192 do Código Civil. Assentir com a tese exposta no especial, seria anuir com a possibilidade da modificação casuística do lapso prescricional, em razão de cada pacto realizado pelas partes". (AgRg no Ag 1159272/DF, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA, julgado em 13/04/2010, DJe 27/04/2010)  
  
Não se pode admitir que  a parte descumpra o  artigo 32 da Lei 7.357/85 e, ainda assim, pretenda seja conferida interpretação antinômica ao disposto no artigo 59 do mesmo Diploma, para  admitir a execução do título prescrito. A concessão de efeitos à pactuação extracartular representaria desnaturação do cheque naquilo que a referida espécie de título de crédito tem de essencial, ser  ordem de pagamento à vista, além de violar os princípios da abstração e literalidade.
(...) (REsp 875161/SC, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 09/08/2011, DJe 22/08/2011)  
 
 
II. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO EMPRESARIAL  
  
Embora o direito empresarial em termos legislativos passe a ter seu principal regramento inserido no bojo do Código Civil, continua a possuir características próprias como:
- Universalismo, Internacionalidade ou Cosmopolitismo – De Cosmópole, cidade caracterizada por vultosa dimensão e pelo grande número de habitantes. Significa “aquele que recebe influência cultural de grandes centros urbanos”, ou, sob ótica estritamente jurídica, a possibilidade de aplicação de leis e convenções internacionais ao direito comercial. O direito empresarial vive de práticas idênticas ou semelhantes adotadas no mundo inteiro, principalmente com o advento da globalização da economia, transcendendo as barreiras do direito pátrio, mas nem sempre exigindo legislação a respeito. É o caráter universal intrínseco ao Direito Empresarial, que o acompanha desde os primórdios. Exemplo: Lei Uniforme de Genebra, que dispõe sobre letras de câmbio, notas promissórias e cheque.
- Individualismo – O lucro é a preocupação imediata do interesse individual.
- Onerosidade – em se tratando de uma atividade econômica organizada, a onerosidade estará sempre presente no elemento lucro almejado pelo empresário. Às vezes, é comum encontrarmos promoções que oferecem produtos gratuitamente, o que retira o caráter de onerosidade, haja vista que normalmente são promoções com o objetivo de gerar sinergia nas vendas, em que o consumidor leva o produto gratuito junto com outros produtos em que não exista a mesma promoção.
- Simplicidade ou Informalismo – em suas relações habituais no mercado permite o exercício da atividade econômica sem maiores formalidades, pois, se contrário fosse, o formalismo poderia obstar o desenvolvimento econômico. Exemplo: circulação de títulos de crédito mediante endosso.
- Fragmentarismo – consiste justamente na existência de um direito empresarial vinculado a outros ramos do direito, pois ainda que com características próprias (autonomia), sua existência depende da harmonia com o conjunto de regras de outros diplomas legislativos.
- Elasticidade – o direito empresarial, por transcender os limites do território nacional, precisa estar muito mais atento aos costumes empresariais do que aos ditames legais. Permanece em constante processo de mudanças, adaptando-se à evolução das relações de comércio. Exemplo: contratos de leasing e franchising.
- Dinamismo – está relacionado com o desenvolvimento empresarial, fazendo com que as normas comerciais estejam sempre em constante mudança, aderindo a novas tecnologias que certamente acarretarãoa existência de novas práticas comerciais.
Diferenças substanciais antes existentes entre o direito comercial e o direito civil.
	DIREITO COMERCIAL
	DIREITO CIVIL
	· Universalismo, internacionalismo, cosmopolitismo;
· Individualismo;
· Onerosidade;
·  Informalismo;
·  Fragmentarismo;
·  Solidariedade presumida nas obrigações.
	· Regionalismo;
 ·Função social;
· Existência de contratos gratuitos;
· Formalismo;
· Completude;
· Solidariedade decorre da lei ou da vontade das partes.
  
III. PRINCÍPIOS DE DIREITO EMPRESARIAL
  
PRINCÍPIOS DE DIREITO EMPRESARIAL  
  
ESPÉCIE DE NORMA JURÍDICA: É majoritário o entendimento que a norma jurídica pode ser dividida em duas categorias: (1) regras; e (2) princípios.  
CONTRIBUIÇÃO “ALEXYANA”: A doutrina de ROBERT ALEXY formulou o conceito de princípio como “mandamentos de otimização”.   
CONTRIBUIÇÃO DE DWORKIN: O conceito proposto por Alexy pode ser melhor compreendido pela construção idealizada por RONALD DWORKIN, ou seja, em caso de conflito: (1) para as regras aplica-se a técnica do “tudo” ou “nada”; e (2) para os princípios, a técnica do “peso” ou da “ponderação”.   
  
PRINCÍPIOS DE DIREITO EMPRESARIAL  
  
PROJETO NOVO CÓDIGO COMERCIAL: O art. 8 do PL 1572 de 2011, possui a seguinte redação:  
“Nenhum princípio expresso ou implícito, pode ser invocado para afastar a aplicação de  qualquer disposição deste Código ou da Lei.” 
  
NOVA PROPOSTA POR F.U.C: A redação deverá ser alterada, permanecendo assim: “Nas relações regidas por este Código, nenhum princípio expresso ou implícito, pode ser invocado para afastar a aplicação de qualquer de seus dispositivos, ou da lei, a menos que demonstrada a sua inconstitucionalidade.”  
  
PRINCÍPIOS DE DIREITO EMPRESARIAL  
  
A) HUMBERTO ÁVILA: Os princípios possuem tem as seguintes funções eficaciais:  
  
- INTERPRETATIVA: Um dispositivo legal deve ser interpretado de acordo com os princípios legais e constitucionais. 
- BLOQUEADORA: Uma regra legal deve ser afastada quando incompatível com um princípio constitucional. (Ex: devido processo legal – apresentação de documentos determinada em prazo exíguo pela lei).
- INTEGRATIVA: Se não há uma regra legal específica, o aplicador deverá criá-la a partir de princípios constitucionais. (Ex: se não houver determinação legal expressa, o juiz deve dar vista de um documento juntado aos autos à parte adversa).
  
PROJETO CÓDIGO COMERCIAL  
  
Art. 4º. São princípios gerais informadores das disposições deste Código:  
  
I – Liberdade de iniciativa; II – Liberdade de competição; e III – Função social da empresa.
  
  
IV. EVOLUÇÃO DO DIREITO  EMPRESARIAL
  
  
A) SISTEMA SUBJETIVO (Direito dos  Comerciantes): Algumas características são importantes e merecem destaque: (I) O direito comercial era aplicado apenas aos comerciantes matriculados nas corporações de ofício; (II) O poder da Burguesia aumenta e esse direito especial acaba sendo estendido para pessoas que não seriam comerciantes (a burguesia passa a ser o governo da sociedade urbana); (III) com a idade moderna, esse direito passa a ser regulado por leis estatais, aplicadas por tribunais especiais e, posteriormente, por tribunais comuns.   
  
  
B) SISTEMA OBJETIVO (Direito dos atos de comércio): Algumas características são importantes e merecem destaque: (I) expansão do direito dos comerciantes para industriais (é a industrialização do direito mercantil); (II) não importa quem é a pessoa que realizada a atividade comercial, mas sim o ato por ela explorado; (III) qualquer pessoa poderia realizar o ato de comércio, mesmo sem registro em qualquer corporação, que foram extintas; (IV) Ocorreu a estatização do direito mercantil, pois o Estado passa a criar as regras do direito comercial; (V) Brasil adotou o sistema dos atos de comércio no Código de 1850; (VI) Regulamento 737 de 1850 enumerou os atos de comércio.   
  
  
C) SISTEMA SUBJETIVO MODERNO (Direito de empresa): Algumas características são importantes e merecem destaque: (I) O direito mercantil passa a ser expandido para outros profissionais que outrora estavam excluídos do sistema objetivo: prestadores de serviços; (II) O conceito de empresário é mais abrangente que o de comerciante; (III) é necessário organizar uma atividade do ponto de vista econômico para que exista a empresa e, por consequência, o empresário.  
 
	INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
I TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO
É uma teoria de origem francesa. Foi adotada pelo Código Comercial de 1850. O código Comercial é divido em três partes:
Parte I: “Do Comércio em geral”
Parte II: “Do Comércio Marítimo”
Parte III: “Das Quebras”
 Devemos destacar que a Parte III já havia sido revogada pelo Decreto Lei 7661/45, que é a antiga Lei de Falência, tendo sido esta lei também revogada pela Lei 11.101/05 (Nova Lei de Falência).
A Parte I era o capítulo do Código Comercial que se ocupava com a figura do comerciante e da sociedade comercial. O comerciante era a pessoa física, ao passo que a sociedade comercial era a pessoa jurídica. Segundo este diploma, só seria classificado como comerciante ou sociedade comercial a pessoa física ou jurídica que praticasse atos de comércio com habitualidade. Entretanto, o Código Comercial não definia o que era atos de comércio, sendo tal expressão definida pelo Regulamento 737 de 1850. Tal regulamento continha uma série de atos que podiam ser considerados atos de comércio como, por exemplo: a compra e venda de bens móveis, atividade de transporte, atividade bancária, etc. Eram poucas atividades que eram consideradas atos de comércio pelo referido comércio, de modo que muitas atividades ficavam excluídas deste conceito. Nesse sentido, só podia pedir concordata quem era comerciante ou sociedade comercial, de modo que o empresário rural, a prestadora de serviços e a atividade imobiliária não se beneficiavam deste instituto, revelando o fracasso desta teoria.
Nesse sentido, foi adotada uma nova teoria, a chamada Teoria da Empresa.
II TEORIA DA EMPRESA
	É uma teoria de origem de italiana. Essa teoria foi adotada no art. 966 do CC/02. Quando o legislador edita o novo CC revoga a teoria dos atos de comércio e adota uma nova teoria. É o que se infere pela análise do art. 2045 do CC/02:
Art. 2.045. Revogam-se a Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916 - Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei no 556, de 25 de junho de 1850.
A parte I do Código Comercial foi revogada. O Código Comercial não foi inteiramente revogado, de modo que a Parte II, que trata do Comércio Marítimo, ainda continua em vigor.[1: Arribada forçada: é uma regra de Comércio Marítimo, que esta compreendida entre os arts. 740 e 441 do Código Comercial. Quando o navio sai do porto, ele já tem uma trajetória previamente definida. Entretanto, o Código Comercial permite uma parada não programada em um porto, ocorrendo justo motivo. A suspeita de ataque de parada enseja a parada forçada.]
Logo, esta Teoria inaugura uma nova nomenclatura, em substituição aos termos “comerciante” e “sociedade comercial”. A teoria da empresa adota a seguinte nomenclatura: empresário e sociedade empresária.
III Conceito de empresário
Previsão legal: art. 966, caput do CC/02:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Análise do conceito:
Este conceito aplica-se tanto à pessoa natural quanto à pessoa jurídica.
A pessoa natural é chamada de empresário individual.
 Obs: a pessoa natural (empresário individual) detém CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). O empresário individual não é pessoa jurídica, embora possua cadastrono CNPJ. É pessoa que organiza de maneira individual a atividade empresarial. Do mesmo modo, o condomínio, que não é pessoa jurídica, possui CNPJ. O CNPJ é conferido ao empresário individual para fins de tratamento tributário, igualando-o à pessoa jurídica.
O empresário individual possui CNPJ para ter o mesmo tratamento tributário que uma sociedade empresária (pessoa jurídica). Porém, não é pessoa jurídica, mas sim pessoa física que, sozinha, organiza uma atividade empresarial.
A pessoa jurídica é chamada de sociedade empresária.
Pergunta de concurso: Cabe desconsideração da personalidade jurídica para o empresário individual?
Resposta: Não, pois o empresário individual não possui personalidade jurídica.
	A lei dispõe que empresário é aquele que:
Profissionalmente: “profissional” é aquilo que tem habitualidade, continuidade.
Exerce uma atividade econômica: finalidade lucrativa.
Organização empresarial: há duas definições:
1ª definição (pouco utilizada): é a reunião dos quatro fatores de produção: 
Mão de obra;
Matéria Prima;
Capital;
Tecnologia.
2ª definição: haverá organização quando a atividade fim for realizada com a colaboração de terceiros. Não haverá organização quando a atividade fim depender exclusivamente do exercício da pessoa natural ou dos sócios da sociedade. Exemplos: vendedor de trufas caseiras, cabelereiro, pipoqueiro não podem ser considerados empresários, pois a sua atividade fim é desempenhada sem a colaboração de terceiros. O mesmo raciocínio se aplica às pessoas jurídicas: dois sócios que trabalham juntos e de forma exclusiva em um quiosque de lanches.
Atenção: Quem não possui organização empresarial, se for pessoa natural, será chamado de autônomo; se for pessoa jurídica será chamada de sociedade simples. Esta regra está insculpida no art. 982 do CC/02. O método adotado pelo CC é obtido por exclusão: se a sociedade não for empresária será, inevitavelmente, simples.
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
 Cuidado: quem exerce a atividade empresarial é a sociedade (pessoa jurídica) e não a figura do sócio. Portanto, o sócio não pode ser classificado como empresário pelo simples fato de participar de uma sociedade empresária.
Sociedade: Gialluca e sócio
Sociedade empresária (farmácia).
Quem desempenha atividade é a pessoa jurídica. Daí porque ela é considerada empresarial.
Tecnicamente, é incorreto chamar o sócio de empresário pelo simples fato de figurar no quadro societário. Logo, será considerado empresário aquele que explora individualmente.
Produção ou circulação de bens ou de serviços: todo e qualquer tipo de atividade está enquadrada dentro desta definição. Exemplo: fábrica de móveis (produção de bens); banco (produção de serviços); loja de roupas (circulação de bens); agência de turismo (circulação de serviços).
IV EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE EMPRESÁRIO
Previsão legal: parágrafo único do art. 966, CC/02:
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Definição:
Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual de natureza...
Científica: médico, contador, engenheiro, advogado;
Literária: escritor, autor, jornalista;
Artística: ator, desenhista, artista plástico, cantor, dançarino;
No Brasil, quem desempenha este tipo de atividade é o profissional liberal (autônomo). 
 Exemplos
Dois médicos constituem uma clínica ortopédica: sociedade simples.
Suponha que esta mesma clínica tenha contratado uma faxineira e uma secretária: sociedade simples.
 Atentar para a ressalva do parágrafo único do art. 966: ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores (recepcionista, faxineira).
 Atenção: “Salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa” 
A exclusão do conceito de empresário decorre do papel secundário que a organização empresarial assume nessas atividades. Nelas, o essencial é a atividade pessoal, o que não se compatibiliza com o conceito de empresário.
	As atividades intelectuais são prestadas de forma pessoal, e ainda que contenha auxiliares ou colaboradores, o personalismo prevalece.
	O elemento de empresa estará presente quando a natureza pessoal do exercício da atividade cede espaço para uma atividade maior de natureza empresarial.
	Quando isto ocorrerá?
 1º caso: quando a atividade intelectual estiver integrada em um objeto mais complexo, próprio da atividade empresarial. Exemplo: dois médicos veterinários resolveram montar uma clínica veterinária. A atividade do médico, como visto, é uma atividade intelectual. Nesse sentido, a princípio, será uma sociedade simples. Suponha que esta clínica também tenha um pet shop e instalado um hotel para cachorros. Desta feita, verifica-se que esta atividade intelectual é mero componente/elemento, diante de um complexo de atividades comerciantes (pet shop, hotel, etc). Neste caso, estaremos diante de uma sociedade empresária.
 2º caso: a atividade intelectual que não se caracteriza como personalíssima, tendo em vista um cliente individualizado, mas sim um serviço objetivo, direcionado a uma clientela indistinta, com prestações intelectuais realizadas por profissionais contratados a seu serviço caracteriza elemento de empresa. Exemplo: fotógrafo com uma loja especializada em revelação e venda de câmeras fotográficas. Percebendo que a atividade não era muito lucrativa, contrata outros fotógrafos, constituindo uma equipe para cobertura de eventos. O fotógrafo, que organizou a atividade, não participa diretamente do evento. O serviço é prestado por ele de forma impessoal, por pessoas por ele contratadas para realizar a atividade fim.
V EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Pessoa natural/física que organiza uma atividade empresarial.
Requisitos (art. 972 do CC/02):
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
Pleno gozo da capacidade civil;
 Incapaz:
Iniciar a atividade: não pode;
Emancipação: poderá exercer a atividade empresarial;
Continuar a atividade: sim.
O incapaz poderá continuar uma empresa antes exercida por seus pais, por autor de herança ou por ele mesmo enquanto capaz (art. 974 do CC). O objetivo da norma é conferir continuidade à atividade empresarial:
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.
§ 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) 
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)
II – o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representanteslegais. (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)
Para que o incapaz possa continuar a empresa, é necessário que ele esteja:
Assistido ou representado;
Autorização judicial (art. 974, §1º, CC/02). Esta autorização é revogável, a qualquer tempo.
Não ter impedimento legal: vide material de apoio.
 Casos de impedimento:
- Juiz;
- Promotor;Não podem ser empresários individuais, mas podem ser sócios de sociedade empresária, desde que não exerçam a administração. (poderão ser cotista ou acionista de sociedade empresária).
- Delegado;
- Procurador;
- Servidor Público civil ou federal;
- Militares na ativa.
Questão de concurso: “O servidor público poderá exercer a atividade empresarial, desde que compatível com o cargo público” – FALSA.
Empresário casado
Alienação de imóvel: 
O art. 1647 do CC dispõe que nenhum dos cônjuges poderá, sem a autorização do outro cônjuge, alienar ou gravar de ônus reais bens imóveis. Entretanto, esta regra não encontra aplicabilidade no âmbito do direito empresarial. Prevalece a regra do art. 978 do CC:
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
O empresário casado pode, sem a necessidade de autorização do cônjuge, qualquer que seja o regime de bens, alienar bem imóvel destinado para a atividade empresarial.
Questões patrimoniais (art. 979 e 980 do CC)
Pacto antenupcial, casamento, divórcio (alterações no estado civil): são situações que não apenas devem ser comunicadas ao cartório de registro civil, como também na Junta Comercial. Desta feita, estas questões só poderão ser oponíveis a terceiros ser arquivadas e averbadas na Junta Comercial. O credor deverá ter conhecimento da situação patrimonial do sócio ou empresário individual. É o que dispõe o art. 980 do CC:
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.
Responsabilidade do empresário individual
A responsabilidade do empresário individual é ILIMITADA em razão do princípio da unidade patrimonial. Segundo este princípio, qualquer pessoa, seja ela física ou jurídica, só possuem um único patrimônio. 
Nesse sentido, imaginemos a figura de um empresário individual que abriu uma franquia de uma loja de perfumes. Além desta franquia, o empresário possui bens pessoais (carro, ações de sociedades anônimas, casa de praia, etc.). O patrimônio do empresário individual compreende não apenas a loja de perfume como também seus bens pessoais, de modo que não é possível a separação de patrimônio (bens empresariais e bens pessoais). 
Desse modo, em razão do princípio da unidade patrimonial, o empresário individual, que é pessoa natural, possui um único patrimônio composto de bens empresariais e bens pessoais.
Suponha que a referida loja de perfumes contraiu algumas dívidas. As dívidas não recairão apenas sobre os bens empresariais, tendo em vista que o patrimônio do empresário individual é único.
Assim, se a atividade empresarial possuir dívidas, estas dívidas poderão recair sobre os bens comerciais e também sobre os bens pessoais. Da mesma forma, se o empresário individual possuir dívidas pessoais, estas dívidas poderão recair sobre os bens pessoais e também sobre os bens empresariais.
 MP/SP (2ª FASE): as dívidas pessoais do empresário (gastos com saúde, compras de supermercado, etc.) podem recair sobre os bens empresariais? A regra é a mesma, por força do princípio da unidade patrimonial.
 Exceção: art. 974, §2º do CC. Menor, de 14 anos de idade, ganhou de seu avô uma fazenda. A fazenda foi registrada no nome do menor de idade. O pai desse menor, empresário individual, possui um restaurante, mas, por uma infelicidade do destino, os pais desse menino falecem num acidente automobilístico. Conforme visto, o incapaz poderá dar continuidade à atividade empresarial. Imaginemos que este restaurante começa a ter prejuízo em razão da inexperiência do menor em administrar o negócio. Essas dívidas, conforme visto, recaem, pelo princípio da unidade patrimonial, sobre os bens empresariais e pessoais. 
Entretanto, o CC criou uma regra de blindagem patrimonial do incapaz. Supondo que o incapaz, com o lucro do restaurante, tenha comprado carro novo, uma chácara, etc. Estes bens poderão ser empregados para quitar as dívidas contraídas pelo menor. Entretanto, os bens que o incapaz possuía antes de ser empresário individual não podem responder pela dívida. O juiz, que concedeu a autorização ao menor, deverá lavrar um alvará descriminando todos os bens que o menor possuía antes de dar continuidade à atividade empresarial, de modo a comunicar os credores.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
(...)
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.
Os bens que o incapaz possuía antes de continuar a empresa e passar a ser empresário individual, se constarem no alvará de autorização não ficarão sujeitos às dívidas empresariais. Segundo a doutrina, é um caso de patrimônio de afetação.
EIRELI (Empresa individual de responsabilidade limitada).
Foi introduzida pela Lei 12.441/11, que acrescentou o art. 980-A; art. 44, VI do CC. 
A EIRELI surgiu como uma alternativa ao princípio da unidade patrimonial, uma vez que aquele que desejasse iniciar uma atividade empresarial, na qualidade de empresário individual, estaria sujeito à responsabilidade patrimonial ilimitada. Muitas pessoas, objetivando driblar esta regra da responsabilidade ilimitada, constituíam uma sociedade limitada com outro sócio (geralmente um parente, com apenas 1% das cotas sociais), a fim de limitar a responsabilidade aos bens da sociedade.
A EIRELI é uma pessoa jurídica constituída por apenas um único titular. As dívidas contraídas não vão recair sobre os bens pessoais de seu titular. Aqui, verifica-se claramente a separação de patrimônio.
Conceito: a EIRELI é uma nova pessoa jurídica de direito privado constituída por um único titular.
 Obs. 1: EIRELI é pessoa jurídica, já o empresário individual é pessoa física.
 Obs. 2: EIRELI tem responsabilidade limitada, enquanto que o empresário individual possui responsabilidade ilimitada.
 Atenção: alguns autores sustentam que a EIRELI é uma sociedade unipessoal, isto é, uma sociedade composta por uma única pessoa. Entretanto, os comercialistas refutam esta ideia, pois a regra de sociedade é a pluripessoalidade. Logo, falar em sociedade unipessoal é errôneo. Além disso, a EIRELI não foi concebida para resolver o problema da sociedade, que já conta com separação patrimonial, e sim para facilitar a vida do empresário individual, limitando a sua responsabilidade.
Logo, a EIRELI é nova pessoa jurídica de direito privado, não sendo enquadrada como empresa individual ou sociedade empresária!
Nesse sentido, é o enunciado 467, 468 e 469 do CJF:
467) Art. 974, § 3º. A exigência de integralização do capital social prevista no art. 974, § 3º, não se aplica à participação de incapazes em sociedades anônimas e em sociedades com sócios de responsabilidade ilimitada nas quais a integralização do capital social não influa na proteção do incapaz.
468) Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada só poderá ser constituída por pessoa natural. 
469) Arts. 44 e 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado. 
 
Responsabilidade: 
Somente os bens da EIRELI (pessoa jurídica) é que responderão pelas dívidas contraídas na atividade empresarial. 
As dívidas empresariais não recairão sobre os benspessoais do titular da EIRELI (neste caso, haverá separação de patrimônio).
Formação: 
No caput do art. 980-A, o legislador não fez referência a pessoa natural ou pessoa física, limitando-se a mencionar “uma única pessoa”.
Logo, em razão da redação do art. 980-A, uma parte da doutrina entende que a EIRELI poderá ser constituída por pessoa natural ou pessoa jurídica.
 Atenção: De acordo com a Instrução Normativa nº 117 do DNRC (Departamento Nacional de Registro de Comércio), somente a pessoa natural poderá ser titular de uma EIRELI. O Fundamento seria o §2º do art. 980-A do CC. Esta é a posição que deverá ser adotada nos concursos públicos.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 4º ( VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
Capital Mínimo
Para a constituição de uma EIRELI, é necessário um capital mínimo integralizado, que não poderá ser inferior a 100 vezes o valor do salário mínimo.
Formas de integralização: 
Em dinheiro;
Integralização com créditos;
Integralização com bens (bem móvel ou imóvel): 
 Se eu transferir bem de minha propriedade para a propriedade da EIRELI incide imposto nesta transação? Não incide ITBI. Trata-se de caso de imunidade, conforme previsto no art. 156, §2º, I da CRFB:
§ 2º - O imposto previsto no inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
 Obs.: não é possível a integralização com prestação de serviços (sócio de indústria).
Limitação de EIRELI por pessoa:
Imaginemos que Antônio tenha uma sorveteria constituída na forma de EIRELI. Poderia Antônio constituir outra EIRELI? Não poderá constituir nova EIRELI. Entretanto, poderá Antônio ser sócio ou empresário individual.
Dispõe o art. 980-A, §2º do CC:
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
De acordo com art. 980-A, §2º do CC, é admitida apenas uma EIRELI por CPF. Regra frágil, visto que passível de fraudes.
O titular da EIRELI está impedido de constituir uma nova EIRELI, mas poderá ser empresário individual ou sócio de uma sociedade empresária.
Administrador
O administrador poderá ser o titular da EIRELI ou um terceiro contratado.
 Funcionário Público pode ser titular de EIRELI? 
O funcionário público não pode ser empresário individual, mas poderá ser sócio de uma sociedade, desde que não exerça a Administração. 
Se interpretarmos que a EIRELI é uma sociedade unipessoal, o funcionário público poderá ser titular desde que contrate um terceiro para a administração.
Porém, a doutrina majoritária entende que a EIRELI é uma nova pessoa jurídica e não uma sociedade. Portanto, como ele não será sócio, ante a inexistência de previsão legal, o funcionário público não poderá ser titular de EIRELI.
Aplicação subsidiária
Para a EIRELI, devemos aplicar as regras contidas no art. 980-A do CC. Todavia, na omissão deste artigo, devemos aplicar as regras de sociedade limitada.
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
Cabe desconsideração da personalidade jurídica da EIRELI?
O §4º do art. 980-A do CC foi vetado. Confira a redação:
§ 4º do art. 980-A, da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, inserido pelo art. 2º do projeto de lei 
"§ 4º Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de responsabilidade limitada, não se confundindo em qualquer situação com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, conforme descrito em sua declaração anual de bens entregue ao órgão competente."
Razões do veto
"Não obstante o mérito da proposta, o dispositivo traz a expressão 'em qualquer situação', que pode gerar divergências quanto à aplicação das hipóteses gerais de desconsideração da personalidade jurídica, previstas no art. 50 do Código Civil. Assim, e por força do § 6º do projeto de lei, aplicar-se-á à EIRELI as regras da sociedade limitada, inclusive quanto à separação do patrimônio."
Na EIRELI, caberá sim a desconsideração da personalidade jurídica se presente um dos motivos elencados no art. 50 do CC. Foi justamente por este motivo que o art. 980-A, §4º foi vetado, pois sua redação causaria divergências quanto à possibilidade da desconsideração.
Transformação:
Para que haja a transformação, deverá, na sociedade, haver a exclusão de um dos sócios, pois a EIRELI admite apenas um titular.
EIRELI
EIRELI
Sociedade
Empresário individual
 Art. 1033, IV do CC: depois que uma sociedade de 2 sócios foi constituída, um deles falece, sociedade passará a operar com apenas 1 sócio, passando a se chamar de sociedade unipessoal. Este dispositivo determina que só poderá haver sociedade unipessoal pelo prazo de 180 dias. Se, transcorridos os 180 dias, não tenha havido a recomposição da pluralidade, há três possíveis alternativas:
Dissolução total;
Empresário individual;
EIRELI (art. 1033, parágrafo único do CC):
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
Obrigações empresariais (sociedade empresária, empresário, EIRELI).
Registro (art. 967 do CC)
Competência: a Lei 8934/94 trata do Registro Público de Empresas Mercantis. O SINREM (Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis) é dividido em dois órgãos: 
DNRC (Departamento Nacional de Registro de Comércio), órgão federal. Possui duas funções principais:
Órgão normatizador.
Órgão fiscalizador.
Junta Comercial, órgão estadual.
Órgão executor.
 O registro deverá ser feito na Junta Comercial.
 Tento constituir uma EIRELI e a Junta Comercial impede o registro da EIRELI, mesmo reunindo todos os requisitos.Neste caso, deverá ser impetrado mandado de segurança contra o presidente da Junta Comercial. Qual o órgão competente?
O STF, ao decidir o RE 199.793/RS, entendeu que existem dois tipos de subordinação da Junta Comercial:
Subordinação administrativa: a Junta Comercial, no âmbito administrativo, está subordinada ao Estado da Federação (o pagamento dos funcionários, p. ex. . é feito pelo Estado).
Subordinação técnica: A Junta Comercial, no âmbito técnico, está subordinada ao DNRC. Logo, a competência para julgar o manado de segurança será da Justiça Federal.
Competência da Justiça Federal para julgamento de mandado de segurança contra ato do Presidente da Junta Comercial.
Consequências da ausência de registro
Não poderá pedir falência de terceiro;
Não poderá pedir recuperação judicial;
Tratando-se de sociedade ou EIRELI, a responsabilidade do sócio ou do titular será ilimitada.
Não poderá participar de licitação;
Natureza jurídica:
O registro é mera condição de regularidade (natureza declaratória).
 Obs. 1: o registro não é requisito para a caracterização do empresário/ sociedade empresária/ EIRELI, mas sim para sua regularização.
 Obs. 2: o empresário que não tem registro não deixa de ser empresário. Porém, será um empresário irregular.
Exceção: art. 971 do CC. Para a atividade rural, o registro é facultativo.
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
Em que pese o art. 971 do CC tratar o registro como facultativo, a lei somente considera o empresário rural como empresário propriamente dito (Sociedade e EIRELI) se fizerem o devido registro na Junta Comercial. As regras do direito empresarial somente serão aplicáveis ao empresário rural que tiver registro na Junta Comercial. Portanto, neste caso o registro do empresário rural tem natureza constitutiva.
Registro lato sensu:
O registro envolve três atos:
Matrícula: auxiliares do comércio (leiloeiro, tradutor intérprete).
Arquivamento: envolve os atos constitutivos, modificativos e extintivos, relacionados ao empresário, sociedade empresária e EIRELI.
Autenticação: atos de escrituração do empresário.
AGU: “A lei determina que o arquivamento dos instrumentos de escrituração das sociedades empresárias seja feito na junta comercial competente” ERRADO. A escrituração deve ser autenticada e não arquivada.
Escrituração dos livros empresariais
Classificação dos livros:
Obrigatório:
Comum: art. 1.180 do CC dispõe que o livro diário é o livro obrigatório comum, isto é, é obrigação de todo empresário a sua escrituração. [2: Cobrado pelos concursos.]
 O livro diário poderá ser substituído por fichas em caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. A CESPE gosta de perguntar de o direito brasileiro admitiu a escrituração eletrônica.
Especial: escrituração apenas em situações especiais: livro de registro de duplicata (se o empresário não emitir duplicata, não estará obrigado a escriturar este livro).
Facultativo: livro conta-corrente; livro razão.
Consequências da ausência de escrituração dos livros:
A princípio, não haverá nenhuma consequência grave (no âmbito empresarial). Entretanto, se a empresa passar por dificuldade financeira e tiver uma falência decretada, uma recuperação judicial concedida ou uma recuperação extrajudicial homologada, a ausência de escrituração de livro obrigatório pode configurar crime falimentar, previsto no art. 178 da Lei 11.101/05.
Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios:[3: Atenção: o tipo penal não mencionar escriturar com falhas e sim deixar de escriturar!]
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
Dispensado da escrituração dos livros:
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
§ 1o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados.
§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970.
 Pequeno empresário não se confunde com microempresário ou empresário de pequeno porte. A LC 123/06 (EPP e ME) sofreu recente alteração da LC 139/11. De acordo com a LC 123, há a seguinte classificação (art. 3º):
	MICROEMPRESA (ME)
	EMPRESA DE PEQUENO PORTE (EPP)
	PEQUENO EMPRESÁRIO
	Empresário individual;
Sociedade empresária;
EIRELI;
Sociedade simples.
	Empresário;
Sociedade empresária;
EIRELI;
Sociedade simples.
	Empresário individual.
	Receita Bruta Anual igual ou inferior a R$ 360.000,00.
	Receita Bruta Anual superior a R$ 360.000,00 ou igual ou inferior a R$ 3.600.000,00.
	Receita Bruta Anual igual ou inferior a R$ 60.000,00.
	Obrigatoriedade de escrituração dos livros
	Obrigatoriedade de escrituração dos livros
	Dispensado da escrituração.
Logo, não pratica o crime falimentar previsto no art. 178 da Lei 11.101/05.
Princípio da sigilosidade dos livros: art. 1190 do CC
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
 Exceções:
Exibição integral dos livros: 
Sociedade;
Sucessão;
Administração ou gestão à conta de outrem;
Falência.
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência.
§ 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à questão.
Exibição parcial: é possível em qualquer ação judicial.
Art. 1193 do CC: a regra de sigilosidade não se aplica às autoridades fazendárias quando do exercício da fiscalização do pagamento de impostos.
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas leis especiais.[4: Na prática, aplica-se a todo e qualquer tributo!]
 Atenção: Súmula 439, STF: 
STF Súmula nº 439 Fiscalização Tributária ou Previdenciária - Livros Comerciais - Objeto da Investigação
Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação.
Consequência da não apresentação dos livros:
Cabe ordem de busca e apreensão dos livros (art. 1192 do CC);[5: Art. 1.192. Recusada a apresentação dos livros, nos casos do artigo antecedente, serão apreendidos judicialmente e, no do seu § 1o, ter-se-á como verdadeiro o alegado pela parte contrária para se provar pelos livros.Parágrafo único. A confissão resultante da recusa pode ser elidida por prova documental em contrário.]
Os fatos narrados que estão diretamente relacionados à prova dos livros serão reputados como verdadeiros (presunção relativa – parágrafo único do art. 1192 do CC): a confissão resultante da recusa pode ser elidida por prova documentalem contrário.
Quando o juiz decreta falência de sociedade empresária ou empresário individual, ele emite uma ordem para o falido (art. 104, II da Lei 11.101/05): 
Art. 104. A decretação da falência impõe ao falido os seguintes deveres:
(...)
II – depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de comparecimento, os seus livros obrigatórios, a fim de serem entregues ao administrador judicial, depois de encerrados por termos assinados pelo juiz;
 Se o falido não depositar em cartório os livros obrigatórios, responderá por crime de desobediência (parágrafo único do art. 104 da Lei 11.101/05).
Falsificação de livros comerciais é crime de falsificação de documento público, previsto no art. 297, parágrafo §2º do CP.
 Obs.: livro mercantil = livro comercial.
 Obs. 2: livro comercial está equiparado a documento público.
Falsificação de documento público
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
(...)
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
Realização de balanços
O empresário tem a obrigação de realizar anualmente os seguintes balanços:
Patrimonial (art. 1188 do CC): é o balanço que apura ativo e passivo.[6: Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo.Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as informações que acompanharão o balanço patrimonial, em caso de sociedades coligadas.]
Resultado econômico (art. 1189 do CC): apura lucros e perdas.[7: Art. 1.189. O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e perdas, acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, na forma da lei especial.]
Manter em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade (Art. 1194 do CC):
Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados.
Nome empresarial
Conceito: é o elemento de identificação do empresário, da sociedade empresária ou da EIRELI.
Espécies (modalidades) de nome empresarial:
Firma:
Firma individual;
Aplicação: se dá apenas para o empresário individual;
Composição: nome civil do empresário, completo ou abreviado – ex: Rogério Sanches Cunha; R.S. Cunha, R. Sanches). 
 É possível acrescentar designação mais precisa de sua pessoa ou do ramo de atividade. Entretanto, este acréscimo é facultativo. Logo, ramo de atividade não é obrigatório!
Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade.
R. Sanches, comércio de miniaturas (facultativo).
Firma social (razão social):
Aplicação: sociedade que possui sócio com responsabilidade ilimitada. Exemplo: sociedade em nome coletivo.
Composição: nome(s) do(s) sócio(s), completo ou abreviado. Exemplo: Rogério Sanches e Renato Brasileiro; R. Sanches e R. Brasileiro; R. Sanches e Cia (outros sócios); R. Sanches e filhos.
 Cuidado: a expressão “CIA” no início ou no meio do nome empresarial caracteriza sociedade anônima. Ex: Cia Brasileira de Distribuição; Porto Seguro Cia de Seguros.
 O ramo de atividade também é facultativo na firma social!
Denominação: 
Aplicação: sociedade que possui sócio com responsabilidade limitada. Exemplo: S/A.
Composição: termos, palavras, expressões e frases. Exemplo: Divina Gula Restaurante; Ki Fome Lanchonete; Alvorada Transportadora; Cê Ki Sabe Motel;
 Na denominação, o ramo de atividade é obrigatório!
 Nome de sócio: é admitido, mas de forma excepcional! Cabível apenas em caso de homenagem de sócio fundador que contribui com o sucesso da sociedade. Exemplo: Camargo Correia Construtora.
 Exceções (cabível firma ou denominação):
Sociedade em comandita por ações;
Sociedade limitada - Ex: R. Sanches e R. Brasileiro Ltda ou Ki Fome Lanchonete Ltda. [8: Muito cobrado em concursos.]
 Atenção: é obrigatório colocar a expressão “ltda” ao final do nome empresarial;
 Cuidado com o art. 1158, §3º do CC: ausência ou omissão da palavra “ltda” gera responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores! 
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.
(...)
§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade.
EIRELI: mesma regra da sociedade limitada, pode adotar tanto firma quanto denominação. Deve se adicionada a expressão “EIRELI” no fim do nome empresarial. Exemplo: Renato Brasileiro EIRELI; Nenezito da vovó Buffet Infantil EIRELI.
Ausência ou omissão do termo “EIRELI”: responsabilidade ilimitada do administrador da EIRELI (art. 980-A, §6º do CC).
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
Proteção ao nome empresarial (art. 5º, XXIX da CRFB)
A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do registro do empresário, da sociedade empresária ou da EIRELI na junta comercial (art. 33 da Lei 8934/94).[9: Não confundir com marca, que goza de proteção nacional (INPI).]
A referida proteção se dá em âmbito estadual, vez que a junta comercial é órgão estadual.
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado.
Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial.[10: Esta lei especial ainda não foi editada!]
Princípios do nome empresarial:
Princípio da veracidade (autenticidade): impõe que a firma individual ou a firma social seja composta a partir do nome do empresário ou dos sócios, respectivamente. Ex: não se pode criar o seguinte nome empresarial Alexandre Gialluca e Eike Batista Consultoria de Negócios (Gialluca não é sócio do Eike). Outro exemplo: art. 1.165 do CC nome do sócio falecido não pode ser conservado na firma social.[11: Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social.][12: Na denominação, não é necessário tirar o nome do sócio falecido (hipótese de homenagem).]
Princípio da novidade: não poderão coexistir na mesma unidade federativa dois nomes empresariais idênticos, prevalecendo aquele registrado por primeiro.
Término do nome empresarial:
Dissolução e liquidação da sociedade:
 Pegadinha: “Sociedade em conta de participação perde o nome empresarial com a sua liquidação”. ERRADO! Art.1.162 do CC: sociedade em conta de participação não possui nome empresarial.[13: Art. 1.162. A sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação.]
Art. 60 da Lei 8934/94: cancelamento decorrente de reconhecimento de “inatividade”.
Art. 60. A firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer arquivamento no período de dez anos consecutivos deverá comunicar à junta comercial que deseja manter-se em funcionamento.
§ 1º Na ausência dessa comunicação, a empresa mercantil será considerada inativa, promovendo a junta comercial o cancelamento do registro, com a perda automática da proteção ao nome empresarial.
§ 2º A empresa mercantil deverá ser notificada previamente pela junta comercial, mediante comunicação diretaou por edital, para os fins deste artigo.
§ 3º A junta comercial fará comunicação do cancelamento às autoridades arrecadadoras, no prazo de até dez dias.
§ 4º A reativação da empresa obedecerá aos mesmos procedimentos requeridos para sua constituição.
	
	FIRMA
	DENOMINAÇÃO
	Empresário individual
	Sim
	Não
	Sociedade Limitada*
	Sim
	Sim
	S/A*
	Não
	Sim
	EIRELI*
	Sim
	Sim
	Sociedade em nome coletivo
	Sim
	Não
	Sociedade em comandita simples
	Sim
	Não
	Sociedade em comandita por ações
	Sim
	Sim
* cobrado nas provas com frequência.
f) Características (art. 1.164 do CC)
Inalienável
 Obs.: numa prova discursiva, é preciso lembrar que o nome empresarial possui duas modalidades: firma e denominação. A firma, como visto, contém o nome dos próprios sócios. Por ser uma característica personalíssima, não é possível a alienação. Agora, se dois sócios tem uma sociedade cuja denominação é “Ki Fome Lanchonete ltda”, não há esta característica pessoal, tal como se observa na firma. Logo, em se tratando de denominação, a doutrina vem admitindo a alienação desta modalidade de nome empresarial.
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação.
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.
O prejudicado pode, a qualquer tempo, pedir a anulação do nome empresarial. Não há prazo prescricional (art. 1.167 do CC).
Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato.
Estabelecimento empresarial (art. 1.142 a 1.149 do CC)
Sinônimos: estabelecimento comercial ou fundo de comércio.
Conceito: é o complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, sociedade empresária ou EIRELI.
“Conjunto de bens”: 
Bens materiais (corpóreos) 
 Móveis, maquinários, equipamentos, mercadoria, imóvel, veículos.
Bens imateriais (incorpóreos).
 Ponto comercial, marca, patente.
 Obs.: o imóvel não é estabelecimento, mas sim um elemento integrante do estabelecimento.
 Obs. 2: o estabelecimento é imprescindível para a realização da atividade empresarial.
 Pergunta de concurso: Uma empresa, chamada BMX, que fabricava bicicletas, possuía dois imóveis: I1 e I2. A sede da empresa estava instalada no I1. O imóvel I2 foi alugado. O dinheiro do aluguel era utilizado para comprar mercadorias para aquela fábrica. Diante desse contexto, indaga-se: o I2 integra o conceito de estabelecimento?
Resposta: Não. Só compõem o conceito de estabelecimento os bens que estão diretamente relacionados à atividade empresarial. Nem sempre o patrimônio é igual ao estabelecimento. Patrimônio não se confunde com estabelecimento.
No caso em tela, temos:
Patrimônio = estabelecimento + I2 + ações, etc.
 Obs. 3: estabelecimento é uma reunião de bens com organização.
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
Natureza jurídica (art. 1.143 do CC): 
O estabelecimento é um objeto unitário de direitos.
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.
 Obs. 4: O estabelecimento comercial é universalidade de direito?
Não, pois:
Universalidade de direito é a reunião de bens por vontade da lei. É o legislador que estabelece a junção de bens: herança, massa falida. 
Quem reúne os bens para a exploração da atividade é o empresário e não a lei. Nesse sentido, o
estabelecimento comercial é uma universalidade de fato.
Trespasse:
É uma palavra de origem portuguesa. 
É o nome que se dá para o contrato de compra e venda de estabelecimento empresarial.
Trespasse ≠ cessão de cotas: 
 No trespasse haverá a transferência da titularidade do estabelecimento.
Ex.: Ki Pão Panificadora Ltda, pessoa jurídica, possui duas unidades: U1, localizada no Centro da Cidade e U2, localizada no shopping. Esta padaria está passando por dificuldades financeiras, tendo deliberado pela alienação da U2. A Padaria Real Ltda adquiriu a U2. Este contrato é denominado trespasse. Antes do trespasse, o titular da U2 era a Ki Pão Ltda. Após o trespasse, o titular do trespasse é a Padaria Real Ltda.
 Na cessão de cotas, não haverá transferência da titularidade do estabelecimento, mas sim uma modificação/ alteração do quadro social.
Ex. 2: a Ki Pão Ltda possui dois sócios: Alfredo, com 30% das cotas e Manoel, com 70 % das cotas. Manoel deseja sair da sociedade. A Padaria Real Ltda decide comprar as cotas do Manoel. Manoel deixa de ser sócio. Este contrato é de cessão de cotas. Neste caso, transfere-se o direito de ser sócio. É uma cessão de direitos. Após esta operação de cessão de cotas, o titular da U2 continua sendo a Ki Pão Ltda.
Formalidades:
Entre o adquirente e o alienante, o contrato é plenamente válido.
Para que esse contrato produza efeitos perante terceiros, deverão ser observadas as formalidades do art. 1.144 do CC:
Averbação na Junta Comercial;
e
Publicação na Imprensa Oficial.
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.
 A finalidade desta norma é a proteção do credor.
 Importante: súmula 451 do STJ.
STJ Súmula nº 451 - 02/06/2010 - DJe 21/06/2010
Legitimidade - Penhora da Sede do Estabelecimento Comercial
É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial.
A redação da súmula foi um pouco infeliz, pois mencionou apenas a sede. Mas o posicionamento do STJ é que todo o estabelecimento pode ser penhorado.
 Para o STJ, é pacífico que a penhora do estabelecimento é medida excepcional. Apenas na ausência de outros bens sobre os quais possa recair a constrição judicial, é que será possível a penhora do estabelecimento.
Eficácia do contrato de trespasse:
 Caso 1: Ki Pão Ltda possui duas unidades: U1, do centro e U2, do shopping. A U1 está avaliada em 1 milhão de reais, ao passo que a U2 está avaliada e 500 mil reais. A Ki Pão Ltda possui dívidas que alcançam um patamar de R$ 700 mil. Nesse sentido, indaga-se: se a Ki Pão Ltda vender a U2 e permanecer com a U1, ela terá de consultar seus credores para a realização desta operação? Não, pois o patrimônio remanescente – U1 - é suficiente para quitar a dívida, não compromete a sua solvência. Não é necessário consultar os credores sobre esta operação, pois permaneceu com bens suficientes para saldar a dívida.
 Caso 2: Ki Pão Ltda pretende vender a U1 e permanecer com a U2. A Ki Pão necessita consultar os credores? 
Quando o alienante não permanecer com bens suficientes para solver o seu passivo: 
Pagamento de todos os credores;
ou
Consentimento de todos os credores.
	O devedor deverá notificar os credores. Se após 30 dias da notificação, o credor não se manifestar, haverá concordância tácita. O dissenso do credor deverá ser expresso.
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.
 Se o alienante fizer esta operação sem o pagamento ou consentimento de todos os credores, o contrato de trespasse será ineficaz. 
 Além disso, o credor também poderá pedir a falência do alienante, pois este tipo de operação é prevista no art. 94, III, “c” da Lei 11.101 como ato de falência.
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
(...)
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
(...)
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não,sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
Responsabilidade por dívidas anteriores:
 O adquirente responde por dívidas anteriores? 
 Sim, desde que as dívidas estejam regularmente contabilizadas. Esta regra do art. 1.146 será aplicável para toda e qualquer dívida, com exceção das dívidas trabalhistas (art. 10 e 448 da CLT) e tributárias (art. 133 do CTN).
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.
 O alienante responde de forma solidária, pelo prazo de 1 ano, contado a partir da dívida. Deve se analisar se a dívida é vencida ou vincenda:[14: Não confundir com a cessão de cotas (art. 1003 do CC):Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade.Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio.]
Dívida vencida: a partir da publicação (Imprensa Oficial);
Dívida vincenda: a partir da data do vencimento.
Questão de concurso: Após percuciente análise, Beta Ltda. adquiriu, em 10/12/2009, o estabelecimento empresarial de Alfa Ltda., cujo contrato foi averbado à margem da inscrição da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e publicado na imprensa oficial em 15/1/2010. O referido estabelecimento, quando de sua alienação, apresentava inúmeros débitos regularmente contabilizados, todos com vencimento no dia 2/1/2011. Nessa situação, Alfa Ltda. continuará solidariamente obrigada ao pagamento dos aludidos débitos até 2/1/2012. 
Concorrência:
Em um primeiro momento, quem define se é possível ou não a concorrência é o contrato de trespasse. Na omissão do contrato, deverá ser aplicada a regra do art. 1.147 do CC: o alienante não pode fazer concorrência ao adquirente nos 05 anos subsequentes à transferência.
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.
 A regra do art. 1.147 viola a livre concorrência?
Resposta: a previsão do art. 1.147 não reflete limitação à liberdade de concorrência, pelo contrário, é expressão de um dever de concorrência leal.
Sub-rogação dos contratos de exploração do estabelecimento:
Quando o adquirente compra o estabelecimento, os contratos de exploração celebrados pelo alienante serão transferidos automaticamente para o adquirente. É uma forma de assegurar o investimento feito. Exemplo: os contratos mantidos com fornecedor exclusivo serão mantidos quando da alienação. 
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.
 Importante: STJ. Informativo 0465: haverá transferência automática de todos os contratos, com exceção do contrato de locação, pois este contrato possui regras específicas definidas no art. 13 da Lei 8.245/91. Será necessário, pois, a autorização por escrito do locador.
LOCAÇÃO COMERCIAL. TRESPASSE.
Trata-se de ação de despejo por falta de pagamento cumulada com ação de cobrança dos aluguéis; o primitivo locador realizou a cessão do fundo de comércio a terceiros (trespasse), o que, a seu ver, exonerá-lo-ia da responsabilidade por ulteriores débitos locatícios em razão da inaplicabilidade do art. 13 da Lei n. 8.245/1991 aos contratos de locação comercial. Apesar da relevância do trespasse para o fomento e facilitação dos processos produtivos e como instrumento para a realização do jus abutendi (o poder de dispor do estabelecimento comercial), ele está adstrito a certos limites. O contrato locatício, por natureza, reveste-se de pessoalidade, pois são sopesadas as características individuais do futuro inquilino ou fiador (capacidade financeira e idoneidade moral), razão pela qual a alteração deles não pode dar-se sem o consentimento do proprietário do imóvel. Assim, não há como entender que o referido artigo da Lei do Inquilinato não possa ser aplicado às locações comerciais, visto que, ao prevalecer o entendimento contrário, tal qual pretendido pelo recorrido, o proprietário do imóvel estaria à mercê do inquilino, que, por sua conveniência, imporia ao locador honrar o contrato com pessoa diversa daquela constante do instrumento, que pode não ser apta a cumprir o avençado por não possuir as qualidades exigidas pelo proprietário. Assim, a modificação, de per si, de um dos polos do contrato de aluguel motivada pela cessão do fundo do comércio fere o direito de propriedade do locador e a própria liberdade de contratar, quanto mais não sendo permitido o fomento econômico à custa do direito de propriedade alheio. Dessarte, o juiz deve reapreciar a inicial ao considerar aplicável o disposto no art. 13 da Lei n. 8.245/1991 ao contrato de locação comercial. REsp 1.202.077-MS, Rel. Min. Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ-RS), julgado em 1º/3/2011. 
 A clientela é elemento integrante do estabelecimento?
Resposta: Não, o cliente ou clientela não é objeto de direito. A clientela é considerada mera situação de fato.
 O que é aviamento?
Resposta: também chamado de goodwill, o aviamento é o potencial de lucratividade do estabelecimento. Quando se compra o estabelecimento, não se compra apenas o conjunto de bens, no seu valor individual. Adquire-se a marca, o conceito do estabelecimento. Adquire-se um conjunto de bens que possui um potencial de lucratividade.
 Obs.: Aviamento não é elemento integrante, mas sim um atributo, uma qualidade do estabelecimento. Segundo Oscar Barreto Filho: “o aviamento existe no estabelecimento, como a beleza, a saúde ou a honradez existem na pessoa humana, a velocidade no automóvel, a fertilidade no solo, constituindo qualidades incindíveis dos entes a que se refere. O aviamento não existe como elemento separado do estabelecimento, e, portanto, não pode constituir em si e por si objeto autônomo de direito, suscetível de ser alienado, ou dado em garantia”.
Título de estabelecimento ≠ nome empresarial
O nome empresarial, como visto, é elemento de identificação da pessoa física ou jurídica. 
Título de estabelecimento é o apelido comercial dado para um estabelecimento.
 Exemplo:
 Globex Utilidades Domésticas S/A nome empresarial;
 Ponto Frio Título de estabelecimento ou nome fantasia.
Marca
A marca identifica um produto ou um serviço.
Exemplo: Hipermarcas S/A Gelol, Engov, Doril: todas são marcas desta pessoa jurídica.
Ponto Comercial
Conceito: é o local no qual o empresário ou sociedade empresária realiza a sua atividade empresarial.
Proteção: o ponto empresarial é protegido por meio da AÇÃO RENOVATÓRIA. A finalidade desta ação é a renovação compulsória do contrato de locação empresarial.
Requisitos (art. 51 da Lei 8.245/91): são cumulativos!
Contrato escrito e com prazo determinado;
O contrato ou a soma ininterrupta dos contratos tem que totalizar o prazo de 5 anos;
É necessário que o locatário esteja explorando o mesmo ramo de atividade nos últimos 03 anos. 
 Ex: contrato escrito de 05 anos, no qual nos dois primeiros anos de contrato é montada uma farmácia. Nos últimos 03 anos, explorou-se o ramo de material de construção. Logo, verifica-se o preenchimento do referido requisito.Sub-locação
 Cabe ação renovatória na sub-locação?
 Resposta: quem detém o ponto comercial é o sub-locatário. Por esta razão, quem deverá ajuizar a ação renovatória é o sub-locatário (art. 51, §1º, da Lei 8245).
§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário.
Prazo da ação renovatória (art. 51, §5º da Lei 8.245):
Quando estiver faltando 01 ano para o encerramento do contrato, inicia-se o prazo para propositura da ação renovatória.
Faltando 06 meses para o encerramento do contrato, estará também encerrado o prazo para propositura da referida ação.
 1 ano 
6 meses
§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.
 A ação renovatória será nos mesmos termos do contrato renovado, conforme dispõe o caput do art. 51 da referida lei. Se o contrato de locação é de 3 anos, a renovação se dará por mais 3 anos. Se o contrato for de 5 anos, a renovação será de 05.
 Mas, atenção: o STJ entendeu que o teto máximo é de 05 anos. Logo, se o contrato é de 10 anos, o prazo de renovação será de 05 anos.
Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:
Exceção de retomada (defesa do locador)
Matéria de defesa na qual o locador, em sede de contestação da renovatória, pede a retomada do imóvel (art. 52 c/c art. 72 da Lei 8245)
Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: 
 I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade; 
 II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 
 1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 
 2º Nas locações de espaço em shopping centers , o locador não poderá recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo. 
 3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar. 
 Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte: 
 I - não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei; 
 II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel na época da renovação, excluída a valorização trazida por aquele ao ponto ou lugar; 
 III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores; 
 IV - não estar obrigado a renovar a locação (incisos I e II do art. 52). 
 1° No caso do inciso II, o locador deverá apresentar, em contraproposta, as condições de locação que repute compatíveis com o valor locativo real e atual do imóvel. 
 2° No caso do inciso III, o locador deverá juntar prova documental da proposta do terceiro, subscrita por este e por duas testemunhas, com clara indicação do ramo a ser explorado, que não poderá ser o mesmo do locatário. Nessa hipótese, o locatário poderá, em réplica, aceitar tais condições para obter a renovação pretendida. 
 3° No caso do inciso I do art. 52, a contestação deverá trazer prova da determinação do Poder Público ou relatório pormenorizado das obras a serem realizadas e da estimativa de valorização que sofrerá o imóvel, assinado por engenheiro devidamente habilitado. 
 4° Na contestação, o locador, ou sublocador, poderá pedir, ainda, a fixação de aluguel provisório, para vigorar a partir do primeiro mês do prazo do contrato a ser renovado, não excedente a oitenta por cento do pedido, desde que apresentados elementos hábeis para aferição do justo valor do aluguel. 
 5° Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sentença poderá estabelecer periodicidade de reajustamento do aluguel diversa daquela prevista no contrato renovando, bem como adotar outro indexador para reajustamento do aluguel.
 Casos:
Reforma solicitada pelo Poder Público que implique em radical transformação do imóvel;
Reforma do imóvel solicitada pelo próprio locador que resulte em sua valorização;
Proposta insuficiente;
Proposta melhor de terceiro: deve ser apresentado um documento com firma reconhecida desse terceiro no qual conste o valor que este está disposto a pagar pelo ponto. Poderá o locatário cobrir a proposta. Ademais, se o terceiro explorar o mesmo ramo de atividade que o do locatário, este terá direito à indenização. Quem pagará esta indenização é o locador e o terceiro interessado.
Uso próprio
Transferência de estabelecimento existente há mais de 01 ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente: imagine que o locador tem uma loja de roupas há mais de 01 ano. Poderá, neste caso, pedir este imóvel para a instalação de sua nova loja de roupa. O mesmo ocorre com o cônjuge, ascendente e descendente.
 Locação de Shopping center: é possível ação renovatória? É cabível ação renovatória, mas o shopping não poderá recusar a renovação com fundamento nos itens “e” (uso próprio) e “f” (Transferência de estabelecimento existente há mais de 01 ano). É o que dispõe o art. 52, §2º da referida lei:
Art. 52 § 2º Nas locações de espaço em shopping centers , o locador não poderá recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo. 
VI PROPRIEDADE INDUSTRIAL
 Propriedade Intelectual:
Propriedade industrial (Lei 9279/96);
Direito autoral.
Finalidade da lei 9279/96: garantir exclusividade de uso. Incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico.
Bens protegidos pela lei de propriedade industrial:
IMDM - “Ih, me dei mal”.
Invenção;PATENTE
Modelo de utilidade;
Desenho industrial;REGISTRO
Marca.
Repressão à falsa identificação geográfica;
Repressão à concorrência desleal.
 A patente e o registro são feitos no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), autarquia federal com sede no Rio de Janeiro.
Prazo de proteção
 Porquanto tempo perdurará esta proteção à propriedade industrial?
Resposta: o prazo de proteção é de ...Esses três primeiros prazos são contados da data do depósito.
Invenção: 20 anos;
Modelo de Utilidade: 15 anos;
Desenho Industrial: 10 anos;
Marca: 10 anos o prazo é contado a partir da concessão.
 Quais prazos podem ser prorrogados?
Resposta: A invenção e o modelo são improrrogáveis. Isto significa que, ultrapassado o prazo de exclusividade, a invenção e o modelo de utilidade caem em domínio público. É por isso que existe o remédio genérico.
Prorrogação do registro
Desenho industrial: poderá ser prorrogado por até 3 vezes. Cada prorrogação equivale a 05 anos. 
Marca: não tem limite de prorrogação. Cada prorrogação equivale a 10 anos.
Bens patenteáveis
Invenção
Requisitos:
Novidade: é aquilo que não está compreendido no estado da técnica.[15: Estado da técnica: estágio atual da técnica (ciência, automação, informática).]
Atividade inventiva: sempre que para um especialista no assunto não decorra de maneira óbvia ou evidente do estado da técnica (avanço, real progresso).
Aplicação industrial:

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