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Unidade II ESTUDOS DISCIPLINARES Formação Geral Profa. Ma. Heloisa Helena Questão 43. Sociedade do controle: internet e redes sociais Bem-vindos à maravilhosa e medonha Zuckernet Os perigosos efeitos de conhecer o mundo através de uma única rede social Bia Granja Outro dia, um jornalista deu a melhor definição que já ouvi sobre o Facebook: a rede social criada por Mark Zuckerberg é como um cachorro gigantesco correndo em sua direção no parque – você nunca sabe se ele vai arrancar sua cabeça com uma dentada ou te dar uma lambida carinhosa. O Facebook é o amigo-inimigo; ruim com ele, pior sem ele. É também o centro da vida de 1,4 bilhão de pessoas no mundo e de 50% dos brasileiros. Desses, 67% informam-se prioritariamente por essa rede social. Ou seja, 30% dos brasileiros têm no Facebook sua fonte primária de notícias e informações. Questão 43 Mas quase 100% deles não fazem ideia de que o Facebook edita o que eles veem em suas timelines; de que essa rede social tem um algoritmo escrito por um menino de 26 anos que define o que 1,4 bilhão de pessoas no mundo devem ler; e de que isso empobrece nossa visão de mundo e fere um princípio básico da internet, o de fornecer acesso à informação sem censura e sem filtro. Você curte ser manipulado? Você acha legal ter sua visão de mundo determinada por terceiros? Você não se sente meio idiota sabendo que o conteúdo que você acha que está escolhendo consumir, na verdade, foi escolhido por outro alguém? Questão 43 Os mais apocalípticos dizem que o Facebook é a verdadeira Deep Web, porque tudo o que está ali não é nem indexável nem buscável – pelo menos para nós. Os cientistas de dados da rede social têm acesso ao que 20% da população mundial curte, compartilha, comenta, consome, lê, se interessa, em quem vota, o que come, com quem se relaciona, o que compra, o que ama, o que odeia e tudo o mais que despejamos no Facebook diariamente. Além dessa inteligência (capaz de prever resultados de eleições) ser vendida para marcas, governos e organizações, há notícias de que são realizados experimentos questionáveis com essa base de usuários. Questão 43 Um desses experimentos vazou para a mídia uma vez, quando eles manipularam as emoções de milhares de usuários só porque… podiam! Isso é o que sabemos, mas existem coisas acontecendo no backstage da nossa rede social favorita de que nem fazemos ideia e que nos afetam diretamente. Com o objetivo de fazer a rede social ser cada vez mais relevante para os usuários (para que eles não saiam nunca de lá) e com a grande e autoproclamada missão de levar a internet para os dois terços da população mundial que não têm acesso a ela, o Facebook toma medidas extremamente centralizadoras e questionáveis. O Internet.org, seu projeto altruísta de levar internet gratuita a populações carentes, é uma delas. A pessoa não ganha acesso a toda a internet, ganha acesso ao Facebook e a mais uma pequena porção de outros sites. Questão 43 Ou seja, a medida que expande sua base de usuários (um dos grandes desafios da rede social no momento) acaba corroborando a visão que uma grande parcela de usuários da rede tem, de que o Facebook é TODA a internet. A rede social tornou-se a primeira e principal experiência wébica que muita gente tem aqui no Brasil, e uma parcela enorme dos brasileiros conectados não conhece nada na internet além do Facebook. Questão 43 Inclusão digital é algo maravilhoso, mas conhecer o mundo através do olhar e das regras de uma única rede social, sem experimentar a verdadeira web, que é livre, colaborativa e criativa, é problemático. O Facebook não é a internet, é a Zuckernet – um cachorro gigante que corre na sua direção e que vai arrancar a sua cabeça… na base da dentada ou da lambida. Disponível em <https://www.youpix.com.br/bem-vindos-%C3%A0-maravilhosa-e-medonha-zuckernet- 3e27f304dc13>. Acesso em 23 jun. 2015. Questão 43 Com base na leitura, analise as afirmativas. I. O texto enaltece a democratização de informações possibilitada pelo Facebook a mais de 1 bilhão de pessoas no mundo. II. De acordo com a autora, o altruísmo de Zuckerberg faz com que sua missão seja disponibilizar a rede para a maior parte das pessoas no mundo, inclusive nas regiões carentes. Questão 43 III. O texto critica a seleção e a divulgação de informações controladas pelo Facebook com fins comerciais, uma vez que a rede fornece dados a empresas e instituições. IV. Segundo o texto, muitas pessoas não percebem que as informações que aparecem nas suas timelines são determinadas por um algoritmo que define um recorte e uma visão de mundo. Questão 43 Assinale a alternativa certa. a) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. c) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas. d) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. e) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. Questão 43 I. Afirmativa incorreta porque o objetivo do texto não é enaltecer o Facebook, mas revelar como ele é capaz de manipular e controlar as pessoas. II. Afirmativa incorreta porque as aspas colocadas na palavra altruísmo indicam a ironia presente. A autora revela que a ampliação do acesso visa a mais lucro. III. Afirmativa correta porque, segundo o texto, a rede tem acesso às informações pessoais e vende isso a empresas e aos governos. IV. Afirmativa correta porque, de acordo com o texto, quase 100% dos usuários não sabem que o que eles veem na timeline é definido por um algoritmo, o que contribui para a formação de determinada visão de mundo. Questão 43. Resposta a) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. c) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas. d) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. e) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. INTERVALO Questão 44. Sociedade brasileira: política e corrupção Corrupção no Brasil: das colônias a todas as esferas da política e do mercado O Brasil sofre com a corrupção desde antes de ganhar este nome. Junto com as caravelas, chegou e se desenvolveu também a prática que ajuda a manter o status da elite e as amarras do povo, sempre à mercê dos mais diversos esquemas, em uma herança corruptora passada de geração a geração. Talvez o país nunca tenha a real dimensão dos crimes praticados, que garantiriam manchetes muito mais arrepiantes do que as que costumam escandalizar a sociedade brasileira. E as relações promíscuas não se limitam ao poder público, na esfera privada também é comum. O Jornal do Brasil levanta alguns casos para ilustrar a quincentenária pilhagem do bem público. Questão 44 Apesar de não ser de exclusividade do Brasil, a corrupção teve um desenrolar específico nestas terras. Como a Corte precisava convencer pessoas a trabalharem em um desconhecido Brasil, oferecia privilégios em funções desempenhadas sem vigilância e definição de papéis, para garantir a ocupação das terras e a criação de instituições. Práticas de corrupção passaram a permear diversos níveis do funcionalismo público, passando do governador, dos tabeliães e dos oficiais de justiça para chegar até os cargos mais baixos da Câmara – funcionários que tinham a prática de favorecer ou prejudicar comerciantes, sob pagamento de propina, por exemplo, indicam documentos históricos. Vide também o tráfico de escravos africanos, que era visto sem maiores problemas apesar de denúncias de autoridadesinternacionais. Questão 44 A corrupção se tornava frequente até nos locais em que a Coroa prestava maior atenção, como no litoral do país, mas em locais menos notados, como Minas Gerais e Goiás, devido à distância e às dificuldades de transporte, as coisas aconteciam de forma ainda pior. A Coroa, inclusive, estimulava que os fidalgos fizessem o que quisessem para mandar e garantir a posse de territórios. A corrupção eleitoral e a relacionada a obras públicas surgiram logo com a proclamação da Independência, em 1822. Visconde de Mauá, por exemplo, que fundou a indústria naval brasileira em 1846, ao construir estaleiros da Companhia Ponta da Areia, em Niterói, recebeu licença para a exploração de cabo submarino e a transferiu a uma companhia inglesa da qual se tornou diretor. Questão 44 Projetos de grande porte para o país recém-liberto do império se tornavam fonte de dinheiro fácil para grupos oligárquicos. Mais à frente, com a proclamação da República em 1889, veio a Política dos Governadores, a influência dos coronéis e o voto de cabresto. Acabava o “voto censitário”, que definia renda mínima para qualificar o eleitor, mas vinham outras formas de controlar quem poderia chegar ao poder. Entre 1894 e 1930, o país teve o governo de presidentes civis ligados ao setor agrário, que controlavam as eleições mantendo-se no poder de maneira alternada. Questão 44 O professor e autor de livros didáticos de história, Roberto Catelli Jr., no artigo “A República do Voto”, relata que, como o voto não era obrigatório nem secreto, o coronel oferecia dinheiro, roupas e chapéus para que os eleitores comparecessem às urnas, e os capangas verificavam o preenchimento da cédula. Ao apurar os votos, eleitores eram inventados e atas com resultados eram adulteradas. Havia a Comissão de Verificação de Poderes, para criar argumentos para não empossar candidatos da oposição (degola) e diplomar representantes da oligarquia. Muitos outros casos foram surgindo ao longo do século seguinte, como o caso de corrupção eleitoral que levou Getúlio Vargas ao seu primeiro ciclo de poder e os casos de corrupção e desvio de verbas na construção de Brasília no governo JK. Questão 44 Da ditadura, também não faltam histórias. Disponível em <http://www.jb.com.br/pais/noticias/2014/12/14/corrupcao-no-brasil-das-colonias- a-todas-as-esferas-da-politica-e-do-mercado/>. Acesso em 14 ago. 2015 (com adaptações). Disponível em <http://cienciaecriticacultural.blogspot.com.br/2010/08/charg e.html>. Acesso em 14 ago. 2015. Questão 44 Com base na leitura, analise as afirmativas. I. Segundo a charge, a compra de votos só acontece com indivíduos mais pobres, que não têm bens materiais e cedem ao suborno de políticos. II. O fim do voto censitário no Brasil tornou as eleições um processo igualitário e democrático, sem brechas para irregularidades. III. O texto defende a ideia de que a corrupção sempre esteve presente no setor público do Brasil, mas a participação do setor privado é recente. IV. De acordo com o texto, a histórica imbricação entre o público e o privado no Brasil é a origem dos esquemas de corrupção. Questão 44 É correto o que se afirma apenas em: a) I e IV. b) III e IV. c) II e III. d) IV. e) I e II. Questão 44 I. Afirmativa incorreta porque a charge mostra a tentativa de subornar um cidadão. Não há qualquer referência a que tipo de indivíduo é ou não corruptível. II. Afirmativa incorreta porque o texto menciona a presença constante da corrupção eleitoral na história do Brasil. III. Afirmativa incorreta porque, de acordo com o texto, a corrupção sempre envolveu o setor público e o setor privado na história brasileira. IV. Afirmativa correta porque o texto afirma que as relações promíscuas sempre estiveram presentes no setor público e no setor privado do Brasil. Questão 44. Resposta a) I e IV. b) III e IV. c) II e III. d) IV. e) I e II. INTERVALO Questão 45. Sociedade brasileira: invisibilidade social Disponível em <http://netodestrovocanhota.blogspot.com.br/2014/09/invisiveis.html>. Acesso em 05 ago. 2015. Questão 45 A dignidade morreu no horário de pico María Martín Vendedor de doces e balas nos superlotados trens do Rio de Janeiro, Adílio dos Santos, como o resto dos colegas de profissão, cruzava os trilhos para evitar que os fiscais apreendessem sua mercadoria. Até que um maquinista o atropelou na tarde desta terça-feira. Ele caiu entre os trilhos e, minutos depois, outro trem passou por cima de seu corpo por ordem da empresa que gerencia o serviço. O corpo de Adílio estava interrompendo o tráfego, a estação de Madureira estava lotada e 6.000 passageiros precisavam que o trecho fosse liberado para chegar às suas casas. Adílio dos Santos teve o azar de morrer no horário de pico. Questão 45 A morte e o tratamento dados ao corpo desse vendedor ambulante e ex-presidiário de 33 anos seria invisível não fossem os passageiros gravarem a cena com seus celulares. A SuperVia, companhia responsável pelos trens urbanos da região metropolitana do Rio, reconheceu que o centro de controle da empresa ordenou que o trem continuasse, em um procedimento de exceção, sob absoluto controle, devido ao tráfego intenso de trens com milhares de passageiros. A companhia afirma que Adílio já estava morto, mas a perícia ainda não havia chegado para atestá-lo. Questão 45 Horas depois, Eunice Feliciano, mãe de Adílio, assistia estarrecida à cena na televisão sem saber que aquele corpo pixelado na tela, que sumia embaixo de um trem sob o comando de funcionários da estação, era do seu filho. ― É uma coisa terrível, uma desumanidade, fizeram sinal para o trem vir, mas o que é isso? desabafou Eunice, de 61 anos, aos repórteres. ― A gente já estava horrorizada com a situação e depois anunciam que era meu filho. Tem como? questiona, antes de as lágrimas cortarem sua fala. A empresa considerou que o trem tinha altura suficiente para ultrapassar o corpo sem atingi-lo e que a paralisação da linha criaria transtornos para toda a movimentação do horário, quando cerca de 200.000 pessoas viajam em todo o sistema ferroviário. Questão 45 “Passageiros retidos em trens parados tendem a descer irregularmente na linha, aumentando riscos de incidentes, como já ocorreu outras vezes”, justificou a SuperVia. O trem que passou por cima do corpo de Adílio liberou o espaço para desviar outras duas composições que aguardavam lotadas no mesmo trilho. Três trens dando marcha a ré era uma “manobra complicada”, diz a empresa. Apesar dos potenciais problemas que o corpo de Adílio poderia ter causado no sistema, os bombeiros o encontraram por coincidência. A empresa assegura que os acionou logo depois do acidente, mas o Corpo de Bombeiros nega. Eles foram chamados mais de duas horas após o atropelamento por uma ocorrência de trauma, não relacionada com a morte de Adílio, na mesma estação. Questão 45 “Durante o atendimento, a equipe foi informada pelos funcionários da SuperVia que havia um corpo na linha férrea, próximo ao local de atendimento à vítima de trauma. Um policial militar já estava no local aguardando perícia”, afirma a assessoria do Corpo de Bombeiros. A equipe, então, constatou o óbito e continuou o atendimento do caso para o qual foi chamada até que os bombeiros foram acionados de novo, agora para retirar o cadáver. O corpo de Adílio deixou a linha do trem por volta das 20h, três horas depois do atropelamento. O Governo do Riopediu punição para os culpados. O secretário estadual de Transportes, Carlos Osório, disse que os responsáveis devem ser identificados. Questão 45 “O que aconteceu em Madureira é um absurdo, uma situação que não pode acontecer em hipótese nenhuma. Foi um desrespeito, uma desumanidade você autorizar um trem passar por uma via que está interrompida por um corpo de uma pessoa morta”, disse Osório. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil qualificou o episódio como uma barbaridade e a Agetransp, agência reguladora que fiscaliza os transportes no Rio de Janeiro, abriu uma investigação para apurar as responsabilidades. A família de Adílio não tinha condições de pagar o funeral. O vendedor foi enterrado nesta sexta-feira com o dinheiro da SuperVia. Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2015/07/31/politica/1438377272_774029.html>. Acesso em 05 ago. 2015 (com adaptações). Questão 45 Com base na leitura, analise as afirmativas. I. A charge e a reportagem revelam a insensibilidade frente à morte de pessoas que são consideradas invisíveis pela sociedade. II. A charge e a reportagem denunciam situações de descaso em relação aos indivíduos socialmente menos favorecidos. III. A charge e a reportagem defendem que o interesse coletivo deve prevalecer sobre os problemas individuais. Questão 45 Está correto o que se afirma em: a) I e II, somente. b) II, somente. c) I e III, somente. d) II e III, somente. e) I, II e III. Questão 45 I. Afirmativa incorreta porque a charge não faz referência à morte. II. Afirmativa correta porque a charge e a reportagem revelam situações em que indivíduos economicamente pouco favorecidos são tratados como invisíveis. III. Afirmativa incorreta porque o objetivo da charge e da reportagem é denunciar a invisibilidade de certas pessoas, e não defender que os interesses coletivos devem prevalecer sobre os individuais. Questão 45 Está correto o que se afirma em: a) I e II, somente. b) II, somente. c) I e III, somente. d) II e III, somente. e) I, II e III. INTERVALO Questão 46. Educação: ensino e política Disponível em <http://www.tiagoluchini.eu/2007/12/19/desigualdade-ii/>. Acesso em 22 jun. 2015. Questão 46 Com base na leitura, analise as afirmativas. I. A charge aponta os alunos que não estudam e depredam a escola como os responsáveis pela má qualidade do ensino brasileiro. II. O pronome “eles” se refere aos políticos e o pronome “tu” se refere aos alunos displicentes. III. A charge estabelece uma relação entre a má qualidade da educação brasileira e a escolha de políticos. IV. Os elementos visuais da charge remetem ao universo da escola e a estrutura do texto simula uma aula de estudo dos verbos. Questão 46 É correto o que se afirma apenas em: a) I, II e III. b) I, II e IV. c) I, III e IV. d) II, III e IV. e) III e IV. Questão 46 I. Afirmativa está incorreta porque charge menciona a falta de investimento em educação como responsável pela má qualidade do ensino brasileiro. II. Afirmativa incorreta porque o pronome “eles” se refere aos políticos que se elegerão, o pronome “eu” se refere aos alunos que não terão boa educação e o pronome “tu” se refere aos pais, que também sofrerão com a situação. III. Afirmativa correta porque a charge aponta que “eles” não investem em educação e “eles” se elegem. IV. Afirmativa correta porque a disposição do texto em blocos com os tempos verbais (pretérito, presente e futuro), com os pronomes pessoais do caso reto e com as conjugações remete a uma aula, o que se confirma com a presença de folha de caderno como cenário e de um aluno em uma carteira escolar. Questão 46 É correto o que se afirma apenas em: a) I, II e III. b) I, II e IV. c) I, III e IV. d) II, III e IV. e) III e IV. ATÉ A PRÓXIMA!
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