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Desenvolvimento Web com o Uso de Padrões: Tecnologias e Tendências Resumo Padrões Web são um conjunto de normas, diretrizes, recomendações, notas, artigos, tutoriais e afins de caráter técnico, produzidos pelo World Wide Web Consortium (W3C) e destinados a orientar fabricantes, desenvolvedores e projetistas para o uso de práticas que possibilitem a criação de uma Web acessível a todos, independentemente dos dispositivos usados ou de suas necessidades especiais. Ao se falar sobre normas para a Web, tratam-se, na prática, de Linguagens Estruturais (HTML, XML e XHTML), Linguagens de apresentação (CSS e XSL), Modelos de objeto (DOM), Scripting (ECMAScript), dentre outras, e, estar em conformidade com os padrões é facilitar o acesso a usuários portadores de necessidades especiais, sejam quais elas forem. Desta forma, o presente trabalho possui como objetivo principal explicar as vantagens e razões práticas para que desenvolvedores Web estejam engajados na utilização destas normas, economizando tempo, dinheiro e proporcionando uma melhor experiência para o usuário. Palavras-Chave Padrões Web, Web Standards, W3C, Acessibilidade, Interoperabilidade. - 1 - Introdução A World Wide Web foi criada no início da década de 1990, por Tim Berners-Lee, para aperfeiçoar a comunicação no CERN (Centre European pour la Recherche Nucleaire). Berners-Lee criou o HTML (HyperText Markup Language), uma linguagem de marcação baseada na bem-sucedida SGML (Standard Generalized Markup Language), para formatar os documentos que seriam distribuídos em rede e também desenvolveu protocolos de comunicação para tornar viável seu novo sistema de informações em hipertexto (BERNERS-LEE, 1999). Como se tratavam de documentos formais, o HTML não tinha uma preocupação visual, sendo composto exclusivamente por informação. A marcação era utilizada para determinar o que significava cada elemento, sendo, por exemplo, um título de página definido entre elementos <title>, um cabeçalho entre elementos <h1> e números subseqüentes, um parágrafo entre <p> e assim por diante (ANDRADE, 2005). 1.1 O Consórcio e a Guerra dos Navegadores Em 1994, Tim Berners-Lee fundou o W3C (World Wide Web Consortium), uma organização destinada a desenvolver e padronizar tecnologias para a construção de websites, de forma que a comunicação continuasse sendo feita de uma forma compreensível. Porém, diante do problema de falta de suporte por parte dos navegadores, os desenvolvedores foram levados a não seguir os padrões W3C e sim o padrão de renderização do navegador dominante no mercado. Em meados de 1995, foi lançado o navegador Internet Explorer da Microsoft e iniciada a chamada Guerra dos Navegadores. Disposta a conquistar o mercado até então dominado pelo Netscape Navigator, a Microsoft embutiu o navegador em seu sistema operacional Windows e, a partir de então, novas versões de ambos foram lançadas a um ritmo acelerado. A inclusão de novas funcionalidades possuía maior prioridade do que a reparação de erros, acarretando a produção de navegadores instáveis, totalmente em desacordo com os padrões W3C e com enormes falhas de segurança (WIKIPEDIA, 2007). Além disso, os navegadores começaram a criar seus próprios padrões para interpretar o código HTML, obrigando os desenvolvedores web a fazer versões separadas para cada navegador ou, mais comumente, a privilegiar somente um dos programas. - 2 - Em 1998, surgiu o WaSP (Web Standards Project)1, um movimento para difundir os chamados Web Standards, ou Padrões Web. Este grupo ajudou a terminar com a guerra dos navegadores, persuadindo a Netscape, a Microsoft e outros fabricantes a oferecer suporte preciso e completo às especificações do W3C. Além dos fabricantes de navegadores, hoje o grupo também trabalha com os fabricantes de ferramentas de desenvolvimento, como a Macromedia, e com os proprietários e desenvolvedores de websites (ZELDMAN, 2003). 1.2 Mudança de Paradigma O desenvolvimento de um website de acordo com o método tradicional utilizado na década de 1990, segundo AWAMURA (2004), é uma extensão da mídia impressa, isto é, páginas desenvolvidas para parecerem perfeitas nos navegadores principais da época. Características comuns incluem: • Leiautes baseados em tabelas; • Camada de apresentação unida ao conteúdo; • Código inválido, inacessível e semanticamente incorreto. A partir do surgimento do WaSP e do fim da Guerra dos Navegadores, o desenvolvimento de acordo com os padrões Web se tornou mais difundido. Ainda segundo AWAMURA (2004), “utilizar Web Standards significa aceitar a Web como uma ampla ferramenta acessível por um grande número de usuários e uma variedade de aparelhos”. Algumas características comuns que podem ser citadas são: • Marcação semanticamente correta; • Código válido; • Código acessível (por humanos e máquinas); • Uso de CSS (Cascading Style Sheets) para separação do conteúdo da apresentação (tabela 1.1). Outras características e vantagens de se utilizar os padrões Web serão melhor explicadas no capítulo 2 deste trabalho. - 3 - Tabela 1.1 - Comparativo entre website tradicional e website de acordo com os padrões Website Tradicional Website em acordo com os Padrões Web Extensão da Mídia Impressa Acessível por qualquer dispositivo Leiautes baseados em Tabelas Leiautes baseados em CSS Camada de apresentação aninhada ao conteúdo CSS para separação do conteúdo da apresentação Código inválido Código válido Código inacessível Código acessível (por humanos e máquinas) Código semanticamente incorreto Marcação semanticamente correta 1.3 Soluções com Padrões Web Uma das principais vantagens do se utilizar os padrões Web para desenvolver um website é a facilidade de manutenção. Através de um único arquivo CSS, toda uma estrutura pode ser alterada sem a mudança de uma linha sequer de HTML. A seguir, é apresentado um exemplo de uma página visualizada sem formatação CSS, em que a acessibilidade se torna evidente, e o mesmo exemplo com a folha de estilo CSS (figura 1.1). Na figura 1.2, nota-se a clareza e a simplicidade da marcação HTML, contudo, sem perder a beleza no design, e, na figura 1.3, observa-se a facilidade de variação de estilo da mesma página, feita sem alteração alguma na marcação HTML, e sim de somente alguns atributos no CSS. Nos próximos capítulos serão abordadas todas as vantagens de se adequar um website aos padrões W3C, técnicas e exemplos práticos de utilização do mesmo. - 4 - Figura 1.1 – Exemplo de visualização de uma mesma página sem CSS e com CSS Figura 1.2 – Clareza do código HTML ao se usar os padrões W3C - 5 - Figura 1.3 – Mesma página com pequenas alterações no arquivo CSS - 6 - 3.2 Padrões Web e os navegadores O suporte dos navegadores aos padrões Web sofreu um grande avanço com o fim da Guerra dos Navegadores, apesar de nem todos em uso atualmente possuírem o nível de suporte necessário à CSS para renderizar um site que utilize todos os recursos do mesmo. Atualmente, os navegadores que tem melhor suporte ao CSS são Firefox (e outros baseados em Gecko, como Mozilla, Camino, Netscape6+), Opera e Safari (e outros baseados em WebCore). Na tabela 3.1 são apresentadas estatísticas resumidas do suporte dos navegadores aos padrões HTML, XHTML, CSS, DOM e ECMAScript (“S” indica suporte completo ao padrão).A tabela completa pode ser encontrada em http://www.webdevout.net/browser- support (HAMMOND, 2007). Apesar do crescimento visível do suporte por parte dos fabricantes de navegadores, ainda há grande deficiência dos principais navegadores, como, por exemplo, o Internet Explorer, e muito ainda é necessário para a implementação correta de todas as recomendações do W3C. Tabela 3.1 - Suporte dos navegadores atuais aos padrões Web Suporte aos padrões Web Tecnologia IE 6 IE 7 Firefox 2 Opera 9 HTML/XHTML 73% 73% 90% 85% CSS 2.1 51% 56% 91% 94% CSS 3 changes 10% 13% 24% 19% DOM 50% 51% 79% 84% ECMAScript 99% 99% S S No próximo capítulo serão abordados o conceito de acessibilidade na Web, seus componentes, leis e diretrizes, além de dicas e boas práticas sobre como utilizar os padrões Web para tornar uma página acessível. - 7 - Referências Bibliográficas ANDRADE, W. Web Standards: do começo e de leve. 2005. Disponível em: <http://fatorw.com/2005/12/22/web-standards-do-comeco-e-de-leve/>. Último acesso em: 06 jul. 2007. AWAMURA, K. As vantagens do Web Standards para seus visitantes, clientes e você! 2004. Disponível em: <http://www.geocities.com/ken_awamura/wsbenefits/index.htm>. Acesso em: 18 mai. 2007. BERNERS-LEE, T. Weaving the Web: the original design and ultimate destiny of the World Wide Web by its inventor. 1.ed. San Francisco, CA. Harper San Francisco. 1999. ISBN 00-625-1586-1 SILVA, M. S. CSS para Webdesign. 2007. Disponível em: <http://www.maujor.com>. Último acesso em: 06 jul. 2007. DAVIDSON, M. Interview: The ESPN Redesign. 2003. Disponível em: <http://www.mikeindustries.com/blog/archive/2003/06/espn-interview>. Acesso em: 24 jun. 2007. HAMMOND, D. Web browser standards support summary. 2007. Disponível em: <http://www.webdevout.net/browser-support-summary>. Último acesso em: 06 jul. 2007. HENRY, S. L. W3C - Introduction to Web Accessibility. 2005. Disponível em: <http://www.w3.org/WAI/intro/accessibility.php>. Último acesso em: 06 jul. 2007. MEYER, A Eric. Cascading Style Sheets 2.0 Programmer's Reference. 1.ed. Osborne/McGraw-Hill. 2001. ISBN 00-721-3178-0 PEREIRA, H. C. Tableless vs Web Standards. 2006. Disponível em: <http://www.revolucao.etc.br/archives/tableless-vs-web-standards/>. Último acesso em: 06 jul. 2007. PEREIRA, H. C. Acessibilidade, Validações e Mecanismos de busca. 2005. Disponível em: <http://www.revolucao.etc.br/archives/acessibilidade-validacoes-e-mecanismos-de- busca/>. Último acesso em: 06 jul. 2007. PEREIRA, H. C. Revolução e Etc. 2007. Disponível em: <http://www.revolucao.etc.br>. Último acesso em: 09 jul. 2007.
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