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O pensamento político antigo

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Aula 2: O pensamento político antigo: Platão e Aristóteles.
REALE, Giovanni. Quarta parte: Platão: O Estado ideal e suas formas históricas. Quinta parte: Aristóteles: As ciências práticas: a ética e a política. História da filosofia: filosofia pagã antiga, v.1/ Giovanni Reale, Dario Antiseri. Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo, Paulus, 2003, pp. 158-162, pp. 217-223. 
Vida e obras de Platão
-Nasceu em Atenas, em 428/427 a.C.
-Seu verdadeiro nome era Arístocles
-Platos- “amplitude, largueza ou extensão”
-Tinha um rei entre seus antepassados.
-Aristóteles relata-nos que Platão foi inicialmente discípulo de Crátilo, seguidos de Heráclito e, posteriormente, de Sócrates.
Vida e obras de Platão
-O primeiro contato direto com a vida política (404/403 a.C.)
-Após o ano de 399 a.C., esteve em Mégara, onde hospedou-se na casa de Euclides
-Em 388 a.C. viaja para Itália a fim de ter contato com as comunidades dos pitagóricos
-De volta a Atenas, funda a Academia (em um ginásio situado no parque dedicado ao herói Academos), que logo adquire muito prestígio.
-Morre em 347 a.C.
	
	
O Estado ideal e suas formas históricas
1. A “República” platônica
1.1 Filosofia e política
“Sócrates: Creio ser eu um dos poucos atenienses, para não dizer o único, que tenta realizar a verdadeira arte política, e o único, entre os contemporâneos, que a pratica” (Górgias)
A coincidência da verdadeira filosofia com a verdadeira política.
Apenas se o político se tornar filósofo, ou vice-versa, será possível construir a Cidade Autêntica, ou seja, o Estado fundado sobre o valor supremo da justiça e do bem.
O Estado ideal e suas formas históricas
O Estado não é senão o engrandecimento de nossa alma, espécie de gigantografia que reproduz, em vastas dimensões, tudo aquilo que existe em nossa psyché.
O problema central da natureza da “justiça” recebe solução adequada através da observação de como nasce (ou se corrompe) uma Cidade perfeita.
O Estado ideal e suas formas históricas
1.2 Por que nasce um Estado e as três classes que o constituem
Um Estado nasce porque cada um de nós tem necessidade dos serviços de muitos outros homens:
1. de todos aqueles que proveem às necessidades materiais;
2. de alguns homens responsáveis pela guarda e defesa da cidade;
3. de poucos homens que saibam governar adequadamente.
O Estado ideal e suas formas históricas
A Cidade, portanto, necessita de três classes sociais:
1. a dos lavradores, artesãos e comerciantes
Prevalece o aspecto “concupiscível” da alma, que é o aspecto mais elementar;
É boa quando nela predomina a virtude da “temperança” e da submissão às classes superiores;
As riquezas e os bens administrados exclusivamente pelos membros dessa classe não deverão ser nem muitos nem excessivamente poucos.
O Estado ideal e suas formas históricas
A Cidade, portanto, necessita de três classes sociais:
2. a dos guardas
Prevalece a força “irascível” (volitiva) da alma;
A virtude deve ser a “fortaleza” ou “coragem”;
Deverão evitar que a primeira classe produza excessiva riqueza ou demasiada pobreza;
Deverão cuidar para que as tarefas confiadas aos cidadãos correspondam à índole de cada um e para que se proporcione a todos a educação conveniente.
O Estado ideal e suas formas históricas
A Cidade, portanto, necessita de três classes sociais:
3. a dos governantes
Deverão ser aqueles que souberam amar a Cidade mais do que os outros, e cumpriram com zelo sua própria missão e, especialmente, aprenderam a conhecer e contemplar o Bem.
Predomina a alma racional e sua virtude específica é a “sabedoria”
O Estado ideal e suas formas históricas
A Cidade perfeita é aquela em que predomina a temperança na primeira classe social, a fortaleza ou coragem na segunda e a sabedoria na terceita.
A “justiça” nada mais é que a harmonia que se estabelece entre essas três virtudes.
O Estado ideal e suas formas históricas
1.3 As três partes da alma, seus nexos com as três classes e as virtudes cardeais
Assim como são três as classes do Estado, também são três as partes da alma:
A apetitiva
A irascível
A racional
O Estado ideal e suas formas históricas
O indivíduo é “temperante” quando as partes inferiores da alma se harmonizam com a parte superior e a ela obedecem;
É “forte” ou “corajoso” quando a parte “irascível” da alma sabe manter com firmeza os ditames da razão em meio a todas as adversidades;
É “sábio” quando a parte “racional” da alma possui a verdadeira ciência daquilo que é útil a todas as partes.
E a “justiça” será aquela disposição da alma pela qual cada uma de sua partes realiza aquilo que deve e do modo como deve se realizar.
O Estado ideal e suas formas históricas
1.4 Como se educam as três classes de cidadãos
A primeira não necessita de educação especial, porque as artes e os ofícios se aprendem com a prática;
Para a segunda, Platão propõe a educação clássica, ginástico-musical, com o objetivo de robustecer as partes da alma da qual derivam a coragem e a fortaleza.
Para esta classe, Platão propõe a “comunhão” de todos os bens e estabelecimento de uma espécie de grande família. Acreditava assim poder eliminar as razões que alimentavam o egoísmo.
O Estado ideal e suas formas históricas
1.4 Como se educam as três classes de cidadãos
A terceira classe deveria estudar de forma semelhante ao tirocínio exigido par ao aprendizado da filosofia. Devia durar até os cinquenta anos e Platão a chamava de “longa estrada”
A finalidade desta consistia em levá-lo ao conhecimento e à contemplação do Bem
O Estado ideal e suas formas históricas
No final do livro IX da República, Platão afirma que “pouco importa se exista ou possa existir” tal Cidade; basta apenas que cada um viva segundo as leis dessa Cidade, isto é, segundo as leis do bem e da justiça.
Em resumo, antes mesmo de realizar-se na realidade exterior, ou seja, na História, a Cidade platônica, realiza-se no interior do homem.
O Estado ideal e suas formas históricas
2. O “Político” e as “Leis”
As constituições históricas, que representam imitações ou formas corrompidas da constituição ideal, podem ser três:
Se é um só homem que governa e imita o político ideal, temos a monarquia;
Se são vários homens ricos que governam e imitam o político ideal, temos a aristocracia;
Se é o povo na sua totalidade, que governa e busca imitar o político ideal, temos a democracia.
O Estado ideal e suas formas históricas
Quando essas formas se corrompem e os governantes buscam apenas os próprios interesses e não os do povo, nascem:
A tirania;
A oligarquia;
A demagogia.
O Estado ideal e suas formas históricas
Quando os Estados são bem governados, a primeira forma de governo é a melhor; quando nos Estados a corrupção surge, é melhor a terceira forma.
O poder excessivo produz o absolutismo tirânico e liberdade demasiada acarreta demagogia. A fórmula ideal está no respeito à liberdade, devidamente mesclado com a autoridade exercida com “justa medida”
O Estado ideal e suas formas históricas
3. As formas possíveis de Estado segundo Platão
Na República, ele distingue, ao lado da forma de governo por ele idealizado, que é uma aristocracia de filósofos, quatro formas de corrupção:
A timocracia = forma de governo fundada sobre a honra;
A oligarquia = forma de governo fundada sobre a riqueza;
A democracia = forma de governo fundada sobre uma liberdade excessiva;
A tirania = forma de governo fundada sobre a violência derivada da licenciosidade em que decaiu a liberdade
O Estado ideal e suas formas históricas
Nas Leis, Platão propõe uma constituição mista, como a que resulta mais adequada, a qual tempera as vantagens da monarquia com as da democracia, procurando eliminar reciprocamente os defeitos.
A vida de Aristóteles
Nasceu em Estagira, em 384/383 a.C., na fronteira macedônica
Seu pai foi médico do rei Amitas, da Macedônia
Aos 18 anos viajou para Atenas e ingressou na Academia platônica. Lá esteve por vinte anos, enquanto Platão viveu.
Após a morte de Platão, parte para a Àsia Menor, onde leciona por alguns anosEm 343/342 é convidado por Filipe da Macedônia para educar seu filho, Alexandre.
A vida de Aristóteles
Em 335/334 a.C. volta para Atenas, onde funda o Liceu, que ficava próximo a um pequeno templo sagrado dedicado a Apolo Lício.
Aristóteles ministrava seus ensinamentos passeando pelas veredas do jardim anexo aos prédios, por isso a Escola também foi chamada de “Perípato” (do grego peripatós, “passeio”), e seus seguidores de “peripatéticos”.
Foram seus anos mais fecundos;
Após a morte de Alexandre, é obrigado a se retirar para Cálcis, onde morre em em 322 a.C., depois de poucos meses no exílio.
A política em Aristóteles
1. A Cidade e o cidadão
O homem como “animal político”, ou seja, não simplesmente como animal que vive em sociedade, mas como animal que vive em sociedade politicamente organizada.
Para ser cidadão é preciso participar da administração da coisa pública, ou seja, fazer parte da das Assembleias que legislam e governam a Cidade e administram a justiça.
Nem o colono nem o membro de uma cidade conquistada poderiam ser cidadãos, assim como os escravos e os operários.
A política em Aristóteles
2. O Estado e suas formas
As formas possíveis do Estado:
Tipo de governo
Caso se governe em vista do bem público
Caso se governe em vista do interesse próprio
Governo de um só
Monarquia
Tirania
Governo de poucos
Aristocracia
Oligarquia
Governo de muitos
Politia
Democracia
A política em Aristóteles
Aristóteles entende por “democracia” um governo que, desleixando o bem comum, visa a favorecer de maneira indébita os interesses dos mais pobres e, portanto, entende “democracia” no sentido de “demagogia”.
Afirma que, em abstrato, as duas primeiras formas de governo são as melhores mas, dado que os homens são como são, a forma melhor é a politía, que é substancialmente uma constituição que valoriza o segmento médio.
A politía é um caminho intermediário entre a oligarquia e a democracia ou, se assim se preferir, uma democracia temperada pela oligarquia, assumindo-lhe os méritos e evitando-lhe os defeitos.
A política em Aristóteles
Aristóteles entende por “democracia” um governo que, desleixando o bem comum, visa a favorecer de maneira indébita os interesses dos mais pobres e, portanto, entende “democracia” no sentido de “demagogia”.
Afirma que, em abstrato, as duas primeiras formas de governo são as melhores mas, dado que os homens são como são, a forma melhor é a politía, que é substancialmente uma constituição que valoriza o segmento médio.
A politía é um caminho intermediário entre a oligarquia e a democracia ou, se assim se preferir, uma democracia temperada pela oligarquia, assumindo-lhe os méritos e evitando-lhe os defeitos.
A política em Aristóteles
3. O Estado ideal
“(...) podemos dizer que feliz e florescente é a Cidade virtuosa. É impossível que tenha êxitos felizes quem não cumpre boas ações e nenhuma boa ação, nem de um indivíduo, nem de um Cidade, pode realizar-se sem virtude e bom senso. O valor, a justiça e o bom senso de uma Cidade têm a mesma potência e forma cuja presença em um cidadão privado faz com que ele seja considerado justo, ajuizado e sábio”
A política em Aristóteles
Reafirma-se o grande princípio platônico da correspondência entre o Estado e a alma do cidadão singular.
A Cidade perfeita deve ser à medida do homem.
Nem demais populosa, nem muito pouco;
Grande o bastante para satisfazer as necessidades sem produzir o supérfluo;
Os cidadãos (os que governam diretamente) serão guerreiros quando jovens, depois conselheiros e, quando velhos, sacerdotes.
A adequada educação deve tornar cada cidadão o mais possível virtuoso.
A política em Aristóteles
Viver em paz e fazer as coisas belas (contemplar) é o ideal supremo a que deve visar o Estado.
A guerra só deve ser feita tendo como finalidade a paz, trabalhar para poder libertar-se das necessidades do trabalho, fazer as coisas necessárias e úteis para poder ganhar o livre repouso, e enfim fazer as coisas belas, isto é, contemplar.
A política em Aristóteles
4. A Política
Distancia-se de Platão por ser mais realista e menos idealizada.
Grandiosa representação do homem como “animal político”: o homem não é autárquico e por isso tem necessidade de relações com outros e de entrar em comunidade.
Da relação de homem e mulher que leva à família passa-se à comunidade da aldeia, e da comunidade das aldeias se chega à Cidade (ao Estado)
A política em Aristóteles
“(...) Por isso, quem não pode entrar para fazer parte de uma comunidade ou quem não necessita de nada, bastando a si mesmo, não é parte de uma cidade, mas ou um bicho ou um deus” (Aristóteles, Política, I, 2)

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