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Ciência e senso comum Professora: Eliane de Augustinis E-mail: augustinispsi@hotmail.com A vida do cotidiano Leio um livro Vou para a aula Lembro que prometi chegar cedo em casa Esse é o cotidiano que flui. Sentimos que estamos vivos O que é a ciência? É uma atividade eminentemente reflexiva. Ela procura Esse cotidiano, a partir de seu estudo sistemático. compreender alterar elucidar O cotidiano é o conhecimento científico COTIDIANO CONHECIMENTO CIENTÍFICO APROXIMAM -SE E AFASTAM-SE APROXIMAM-SE PORQUE A CIÊNCIA SE REFERE À REALIDADE AFASTAM-SE PORQUE A CIÊNCIA ABSTRAI A REALIDADE PARA COMPREENDÊ-LA MELHOR TRANSFORMA A REALIDADE EM OBJETO DE INVESTIGAÇÃO O CIENTÍSTA PRECISA SE AFASTAR DA REALIDADE COTIDIANA? COTIDIANO CRIA SUAS PROPRIAS “TEORIAS” A PARTIR DAS TEORIAS CIENTÍFICAS SEJA PARA SIMPLIFICA-LAS OU COMO MANEIRA PARTICULAR DE INTERPRETAR FATOS. O QUE CHAMAMOS DE CENSO COMUM QUANDO A DONA DE CASA UMA A GARRAFA TÉRMICA PARA MANTER O CAFÉ QUENTE, SABE POR QUANTO TEMPO ELE PERMANECERÁ QUENTE, SEM FAZER NENHUM CÁLCULO E SEM SABER AS LEIS DA TERMODINÂMICA. QUANDO SUA AVÓ FAZ UM CHÁ DE BOLDO PORQUE FAZ BEM PARA O FÍGADO SEM NENHUM ESTUDO FARMACOLÓGICO QUAL A VISÃO DO TEXTO SOBRE O SENSO COMUM? O SENSO COMUM MISTURA E RECICLA ESSES OUTROS SABERES, MUITO MAIS SIMPLIFICADOS, E OS REDUZ A UM TIPO DE TEORIA SIMPLIFICADA, PRODUZINDO UMA DETERMNADA VISÃO DE MUNDO. O SENSO COMUM INTEGRA, DE MODO PRECÁRIO, O CONHECIMENTO HUMANO Todos os teóricos entendem o senso comum dessa forma? TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS MOSCOVICI "Um conjunto de conceitos, proposições e explicações criado na vida quotidiana no decurso da comunicação interindividual. Sendo então, o equivalente, na nossa sociedade, dos mitos e sistemas de crenças das sociedades tradicionais; podem ser vistas como o versão contemporânea do senso comum." (Moscovici, 1981, p. 181) E O SABER ANTERIOR A CIÊNCIA EMPÍRICA? Mesmo sem um sistema de metodologia científica como a atual, os gregos dominaram complicados cálculos matemáticos, agrícolas, arquitetônicos; A filosofia e a religião já vinham investigando as origens do homem, seus mistérios, princípios morais... Arte, religião, filosofia, ciência e senso comum são domínios do CONHECIMENTO humano. O SENSO COMUM PARA MOSCOVICI "Uma forma de conhecimento corrente, dito do senso comum, caracterizada pelas seguintes propriedades: 1. Ela é socialmente elaborada e partilhada; 2. Ela tem uma visão prática da organização, de domínio do ambiente (material, social e das idéias) e de orientar as condutas e comunicações; 3. Ela concorre para estabelecer uma visão da realidade comum a um conjunto social (grupo, classe) ou culturalmente dada." (Jodelet, 1991, p. 668) O que definimos como ciência? Um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua validade, possibilitando a reprodução da experiência. Aponte uma característica fundamental a ciência: Ela aspira a objetividade. Suas conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção, para tornarem-se válidas para todos. Conjunto de características da ciência Objetivo específico Linguagem rigorosa Métodos e técnicas específicas Processo cumulativo do conhecimento Objetividade O cientista não deve correr o risco de se confundir com o fenômeno que está estudando. Mas as ciências humanas conseguem essa distância de seu objeto de estudo? Não, porque nosso objeto de estudo é o homem. No caso da psicologia o pesquisador está inserido na categoria a ser estudada. Assim, a concepção do homem que o pesquisador traz consigo “contamina” inevitavelmente a sua pesquisa em psicologia. Rousseau – filósofo francês Estudos filosóficos, teológicos e políticos acabam definindo o homem à sua maneira, e o cientista acaba se vinculando a uma dessas crenças. Rousseau concebeu o homem natural sendo puro e foi corrompido pela sociedade. Cabe ao filósofo encontrar a essa pureza perdida. Mas podemos conceber o homem como determinado pelas condições históricas e sociais que o cercam. O objeto de estudo da psicologia A subjetividade. A matéria-prima do psicólogo é o homem em todas as suas expressões, como nossos comportamentos, nossos sentimentos, porque somos o que somos, porque somos todos assim. - o homem-corpo, o homem-pensamento, o homem-ação – tudo isso é sintetizado pelo termo subjetividade. O que é a subjetividade? É a síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da vida social e cultural. É uma síntese que nos identifica, por ser única e nos iguala na medida em que os elementos que constituem o sistema social são comuns. É o mundo de ideia, significados e emoções construído internamente pelo sujeito a partir de suas relações sociais, de suas vivências biológicas e manifestações afetivas e comportamentais. O social e o mundo interior O mundo social e cultural, conforme vai sendo experenciado por nós, possibilita-nos a construção de um mundo interior. A subjetividade é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um. É o que constitui o nosso modo de ser. A singularidade Cada um é o que é. Mas a subjetividade é inata? A subjetividade se constrói aos poucos, apropriando-se do material do mundo social e cultural, e faz isso ao mesmo tempo em que atua sobre este mundo, ou seja, é ativo na sua construção. Criando e transformando o mundo, o homem constrói e transforma a si próprio. Podemos produzir nossa própria subjetividade? Podemos moldar nossa própria subjetividade recusando-nos ao assujeitamento e à perda de memória imposta pela fugacidade da informação; Recusando-nos a massificação que exclui e estigmatiza o diferente, a aceitação social condicionada ao consumo, a mediatização do sofrimento. Cada um pode participar na construção do seu destino e de sua coletividade. Como podemos estudar a subjetividade nos tempos atuais? Tentando entender a produção de novos modos de ser, as subjetividades emergentes, pois é uma fabricação social e histórica. O estudo dessas novas subjetividades vai desvendando as relações do cultural, do político, do econômico e do histórico na produção do mais íntimo e do mais observável no homem. O IMPORTANTE E BONITO DO MUNDO É ISSO: QUE AS PESSOAS NÃO ESTÃO SEMPRE IGUAIS, AINDA NÃOFORAM TERMINADAS, MAS QUE ELAS VÃO SEMPRE MUDANDO. AFINAM E DESAFINAM GUIMARÃES ROSA
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