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LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 2 Concordância nominal e verbal. Olá, pessoal! Como estão os estudos? Vamos trabalhar agora a concordância verbal e nominal. Além disso, devemos observar as Vozes Verbais, as quais são muito cobradas pela banca Funrio. Para compreendermos bem esses assuntos, devemos nos atentar aos termos básicos da oração, os quais foram vistos na aula de sintaxe da oração. Por isso vamos aprofundar no reconhecimento do sujeito: Sujeito: É o termo da oração do qual se declara alguma coisa. Ele possui um núcleo (palavra de valor substantivo) e geralmente algumas palavras de valor adjetivo que servem para caracterizá-lo. Veja a oração abaixo. As primeiras viagens de Joaquim foram excelentes. O verbo de ligação “foram” e o predicativo “excelentes” flexionaram-se no plural porque o substantivo “viagens” está no plural. Esse substantivo, por ser a palavra principal dentro do sujeito e não ser antecedido de preposição, possui a função sintática de núcleo do sujeito. Ele leva o verbo “foram” a concordar com ele (concordância verbal) e o predicativo também (concordância nominal). Além disso, dentro do sujeito, há palavras que servem para caracterizá-lo: “As”, “primeiras” e “de Joaquim”. Essas palavras têm o nome de adjunto adnominal, cujo papel é caracterizar o núcleo e se flexionar de acordo com ele (concordância nominal). Note que, dentro do sujeito, apenas a expressão “de Joaquim” não sofreu flexão, isso porque é uma locução; então a preposição (de) e o sentido impedem essa flexão. Veja as funções sintáticas. As primeiras viagens de Joaquim foram excelentes. Primeiramente, veremos a concordância verbal. Para isso, é importante sabermos diferenciar os tipos de sujeito, o qual pode ser determinado, indeterminado e há ainda as orações formadas sem sujeito (sujeito inexistente). sujeito Predicado nominal sujeito Predicado nominal Adj Adn Adj Adn Adj Adn núcleo verbo de ligação predicativo Concordância nominal Concordância nominal Concordância verbal Língua Portuguesa para Analista do INSS (Teoria e exercícios) LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 2 Como nossa intenção não é decorar os tipos de sujeito, mas saber a flexão do verbo a partir deles, o assunto concordância será visto dentro dos tipos de sujeito, para que sejamos bem didáticos e não tenhamos dúvida para a prova. Vamos a eles: 1. Determinado: É o sujeito que se pode identificar com precisão a partir da concordância verbal ou do contexto. Pode dividir-se em: 1.1. Simples: constituído de apenas um núcleo (palavra de valor substantivo). Uma boa Constituição é desejada por todos. Adj Adn Adj Adn núcleo sujeito simples predicado Alguns políticos se corrompem. Adj Adn núcleo sujeito simples predicado No primeiro exemplo, a locução verbal “é desejada” concorda com o núcleo “Constituição”, que é um substantivo no singular. No segundo exemplo, o verbo “corrompem” concorda com o núcleo “políticos”, que é um substantivo no plural. Tome cuidado quando o sujeito for extenso, pois o verbo fica distante do núcleo do sujeito e algumas vezes pode haver confusão na flexão do verbo: O valor das mensalidades dos cursos preparatórios para a carreira jurídica subiu muito no último semestre. Perceba que o verbo “subiu” se flexionou corretamente no singular, por concordar com o núcleo do sujeito “valor”, que é um substantivo no singular. Assim, é importantíssimo verificar qual é o núcleo do sujeito, para saber a flexão do verbo. Se o núcleo do sujeito estiver no singular, o verbo se flexionará no singular; se estiver no plural, verbo no plural. Mas não se pode dizer que será sempre assim. Pode haver concordâncias diferentes, dependendo da intenção do autor, do valor semântico ou até da ênfase. Dessa forma, é necessário aprendermos a concordância verbal com base no sujeito simples. A concordância verbal com o sujeito simples: a) O verbo concorda com o sujeito simples em pessoa e número. Os brasileiros necessitam de bons políticos. De paz necessitam as pessoas. b) As expressões partitivas a maior parte, grande parte, a maioria, grande número, acompanhadas de adjunto adnominal no plural, fazem o verbo concordar com o núcleo do sujeito ou com o especificador (adjunto adnominal). Veja a construção abaixo: A maior parte dos constituintes se retirou. Essa é a concordância literal, pois o substantivo “parte” é o núcleo do sujeito. Porém, percebemos que esse vocábulo não possui a carga semântica (sentido) principal dentro do sujeito, pois o vocábulo “constituintes” denota Adj Adn LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 3 mais clareza sobre o ser de quem se está falando. Por essa possibilidade de interpretação, vários autores começaram a concordar com o adjunto adnominal, para enfatizá-lo. Veja: A maior parte dos constituintes se retiraram. Obs.: Os termos sublinhados apenas mostram didaticamente com quem o verbo concorda. Não significa que serão sempre o núcleo do sujeito. Veja outros exemplos: Grande parte dos torcedores aplaudiu a jogada. Grande parte dos torcedores aplaudiram a jogada. A maioria dos constituintes votou. A maioria dos constituintes votaram. c) O mesmo ocorre com o substantivo coletivo com especificador no plural (adjunto adnominal). Isso pode levar o verbo ao singular ou ao plural. Veja: Um bando de ladrões invadiu a festa. Um bando de ladrões invadiram a festa. d) Com as expressões mais de + numeral ou menos de + numeral, o verbo concorda com o numeral: Mais de um candidato prometeu melhorar o país. Mais de duas pessoas vieram à festa. Menos de duas propostas seriam aceitas. Porém, se o verbo contiver pronome de reciprocidade, concordará no plural: Mais de um sócio se insultaram. (um ao outro) Também ocorrerá concordância no plural se houver repetição desta expressão: Mais de um candidato, mais de um representante faltaram à reunião. e) Expressões que denotam quantidade aproximada perto de, cerca de, menos de, somadas a núcleo do sujeito no plural, levam o verbo ao plural: Perto de quinhentos presos fugiram. Cerca de trezentas pessoas ganharam o prêmio. Menos de duas pessoas fizeram isto. f) Substantivos só usados no plural fazem com que a concordância dependa da presença ou não de artigo. Sem artigo - verbo no singular Férias faz bem. Estados Unidos cresceu 0,8 % economicamente neste ano. Minas Gerais produz muito leite. Precedidos de artigo plural - verbo no plural As férias fazem bem. Os Estados Unidos cresceram 0,8 % economicamente neste ano. As Minas Gerais produzem muito leite. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 4 No tocante a nome de lugar, isso tem uma razão semântica. Quando se insere o artigo nessa situação, quer-se enfatizar a origem do nome, por exemplo, “Estados Unidos” (apenas uma nação), “Minas Gerais” (apenas um estado); mas “Os Estados Unidos” (os vários estados, unidos por uma só Constituição); “As Minas Gerais” (as várias minas de extração existentes na região). Por extensão, encaixam-se nesta regra os nomes plurais de obras literárias. A obra literária de nome plural com artigo necessita de concordância no plural. Note que quem inseriu o artigo foi o próprio autor. Com isso, ele quis enfatizar este substantivo, fazendocom que o verbo concorde no plural, justamente para preservar o sentido original: Os lusíadas contam um pouco da história das Grandes Navegações. Os Sertões relatam o sofrimento do sertanejo nordestino. Agora, veja a concordância com nome de obra no plural, mas que o autor preferiu não utilizar o artigo, para generalizar. Naturalmente o verbo concorda no singular: Memórias Póstumas de Brás Cubas narra a história de um personagem defunto. Entretanto, se queremos enfatizá-lo, poderemos inserir o artigo. Dessa forma, a concordância passa a ser também no plural: As Memórias Póstumas de Brás Cubas narram a história de um personagem defunto. Quando há o verbo “ser” nestas construções, tudo vai depender do termo que vier depois – o predicativo. Estando no plural, esse verbo flexionar-se-á no plural; no singular, verbo no singular. Veja: Os Lusíadas é uma obra da Literatura Portuguesa. Os Lusíadas são belas interpretações da história portuguesa Essas são as concordâncias literais, mas admite-se também a concordância ideológica (silepse) com a palavra “obra” implícita na frase ("Os Lusíadas" exalta a grandeza do povo português). Em concurso, essa silepse deve ser evitada, por isso o ideal é forma: "Os Lusíadas" exaltam a grandeza do povo português. g) quando o sujeito é número percentual, deve-se observar a posição do número percentual em relação ao verbo: Obs.: Os termos sublinhados apenas mostram didaticamente com quem o verbo concorda. Não significa que serão sempre o núcleo do sujeito. Verbo concorda com termo posposto ao número: 80% da população tinha mais de 18 anos. Um por cento dos sócios saíram da empresa. É rara a construção, mas é aceita a concordância também com o numeral: 80% da população tinham mais de 18 anos. Um por cento dos sócios saiu da empresa. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 5 Verbo concorda com o número quando estiver anteposto a ele: Perderam-se 40% da lavoura. Verbo no plural, se o número vier determinado por artigo ou pronome no plural: Os 87% da produção perderam-se. Aqueles 30% do lucro obtido desapareceram. Verbo concorda com o número quando esse estiver sem o termo posposto: 1% chegou mais tarde. 2% fizeram a margem consignável. h) Quando o sujeito for número fracionário, o verbo concorda com o numerador: 1/4 da turma faltou ontem. 3/5 dos candidatos foram reprovados. i) A expressão “Cada um de” enfatiza a parte separada de um todo, por isso, na função de sujeito, leva o verbo ao singular: Cada um dos candidatos poderá requerer recurso apenas uma vez. j) Concordância com pronomes indefinidos, interrogativos e de tratamento: Tome cuidado na concordância verbal com o sujeito formado por pronome indefinido (alguns, nenhuns, vários, muitos) ou pronome interrogativo (quais, quantos), seguidos das expressões de nós ou de vós: I - Se os pronomes indefinido ou interrogativo se encontrarem no singular, o verbo obrigatoriamente concordará com ele (no singular): Algum de nós recusou-se a colaborar. Qual de vós assumirá a autoria do crime? II - Se os pronomes indefinido ou interrogativo se encontrarem no plural, o verbo poderá concordar com o núcleo ou com a expressão periférica (de nós, de vós) a depender da ênfase e muitas vezes do sentido: Alguns de nós são omissos. Alguns de nós somos omissos. Quais de vós foram insultados? Quais de vós fostes insultados? III - Quando os pronomes de tratamento se encontram na função de sujeito, o verbo e pronomes adjetivos flexionam-se na terceira pessoa do singular e os adjetivos podem concordar literalmente (com a palavra feminina Excelência, Alteza, etc) ou por silepse (concordância com a pessoa do sexo masculino ou feminino): Vossa Excelência está cansado, deputado! Vossa Senhoria remeteu seu documento ao endereço errado. O autor se exclui do grupo. O autor se inclui no grupo. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 6 Questão 1: FURP 2010 Analista Administração de Pessoal (banca Funrio) Segundo o padrão formal da língua, há desvio de concordância na opção A) 17,2% dos jovens brasileiro continuam fumando. B) 18,2% deixaram de fumar. C) 18,2% da população brasileira com mais de 15 anos deixaram o cigarro. D) 17,2% continuam fumando. E) 65% de fumantes pensam em parar de fumar. Comentário: Vimos que, quando o sujeito possui expressão de porcentagem, o verbo pode concordar com o numeral ou com o termo substantivo. Mas a questão cobrou apenas uma coisa bem simples: o adjetivo deve concordar com o substantivo. A alternativa (A) é a errada. A locução verbal concorda com o sujeito plural, porém o adjunto adnominal “brasileiro” deve se flexionar no plural para concordar com o núcleo “jovens”. Veja a correção: 17,2% dos jovens brasileiros continuam fumando. A alternativa (B) está correta, porque a locução verbal “deixaram de fumar” concorda com o numeral plural “18,2%”. A alternativa (C) está correta, porque o verbo “deixaram” concorda com o numeral plural “18,2%”. Note que poderia haver a concordância também com o substantivo singular “população”. Veja as duas possibilidades: 18,2% da população brasileira com mais de 15 anos deixaram o cigarro. 18,2% da população brasileira com mais de 15 anos deixou o cigarro. A alternativa (D) está correta, porque a locução verbal “continuam fumando” concorda com o numeral plural “17,2%”. A alternativa (E) está correta, porque o verbo “pensam” concorda com o numeral plural “65%”. Note que o substantivo “fumantes” também está flexionado no plural. Dessa forma, não cabe outra concordância. Gabarito: A Questão 2: MPOG 2009 Analista (banca Funrio) A solidariedade entre o verbo e o sujeito, que ele faz viver no tempo, exterioriza-se na concordância, isto é, na variabilidade do verbo para conformar-se ao número e à pessoa do sujeito. (Celso Cunha & Lindley Cintra, “Nova Gramática do Português Contemporâneo”, 2007) A despeito dessa definição ampla, há casos em que a concordância verbal pode se dar com um outro elemento da frase. Assinale a única alternativa que admite a variação na concordância do verbo indicada entre parênteses. A) Os Estados Unidos sediaram (sediou) a Copa do Mundo de 1994. B) Dez por cento do eleitorado brasileiro votaram (votou) no meu partido. C) Fique atento, pois seguem (segue) em anexo os arquivos pedidos. D) O pão e a mortadela ficam (fica) sempre por conta do anfitrião. E) Ainda se gravam (grava) discos de vinil em muitas cidades do mundo. Comentário: A questão fez vários comentários, mas o que importa mesmo é percebermos que ela cobra a variação da concordância, isto é, devemos marcar a alternativa que permite a flexão do verbo no singular ou no plural. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 7 Na alternativa (A), o sujeito “Os Estados Unidos” encontra-se no plural e obriga o verbo a se flexionar no plural. Somente se não houvesse o artigo “Os”, o verbo deveria se flexionar no singular (“Os Estados Unidos sediaram...” ou “Estados Unidos sediou...”). Como ocorre o artigo “Os”, o verbo obrigatoriamente se flexiona no plural. A alternativa (B) é a correta, pois o sujeito com expressão de porcentagem “Dez por cento do eleitorado brasileiro” possui como núcleo o numeral “Dez” e é seguido pelo termo “do eleitorado”, cujo substantivo se encontra no singular. Com base no que vimos sobre a concordância com expressão de porcentagem, o verbo pode concordar tanto com o numeral, quanto com o substantivo posterior.Assim, ocorre a concordância facultativa (no singular ou plural). Veja: Dez por cento do eleitorado brasileiro votaram no meu partido. Dez por cento do eleitorado brasileiro votou no meu partido. Na alternativa (C), só cabe o verbo no plural (“seguem”), porque só pode concordar com o sujeito determinado simples e plural “os arquivos pedidos”. Na alternativa (D), só cabe o verbo no plural (“ficam”), porque só pode concordar com o sujeito determinado composto “O pão e a mortadela”. Na alternativa (E), só cabe o verbo no plural (“gravam”), porque só pode concordar com o sujeito determinado simples plural “discos de vinil”. Tal sujeito é paciente e se encontra numa voz passiva sintética, a qual será vista adiante em nossa aula. Gabarito: B Questão 3: Pref. Uberlândia-MG 2012 Assistente (banca Consulplan) Assinale a afirmativa que NÃO utilizou a concordância gramatical ou lógica. A) Os primeiros livros feitos com tipos móveis renováveis, predecessores das publicações atuais, surgiram no século XV e semearam uma revolução. B) Na semana passada, a Amazon, a maior entre as livrarias on-line, lançou o Kindle, aparelho para ser usado na leitura de textos em formato digital. C) Pioneiros como o SoftBook e o Rocket e Book eram caros (500 dólares), pesados (1,5 quilo) e tímidos em termos tecnológicos (...). D) A Sony produziram duas versões de livros digitais entre 2004 e 2006: o Librié e o Reader. O primeiro naufragou. E) A oferta de amplo conteúdo permite à dupla Kindle-Amazon um sonho mais ambicioso: (...). Comentário: A alternativa (D) é a errada, pois o sujeito determinado simples “A Sony” força o verbo ao singular. Veja a correção: “A Sony produziu duas versões de livros digitais entre 2004 e 2006: o Librié e o Reader. O primeiro naufragou.” Gabarito: D Questão 4: Prefeitura de Londrina 2011 Administrador (banca Consulplan) Fragmento do texto: Que tipo de gente joga lixo na rua, pela janela do carro ou deixa a praia emporcalhada quando sai? Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 8 Preserva-se a correção gramatical ao se substituir a forma verbal “joga” por “jogam”. Comentário: A afirmativa está errada, pois o sujeito do verbo “joga” é “gente”, o qual se encontra no singular. Assim, o verbo só pode ficar flexionado no singular. Gabarito: E Questão 5: Prefeitura de Londrina 2011 Administrador (banca Consulplan) Sobre os aspectos referentes à concordância, assinale a alternativa correta: A) Em “A atual geração de adultos foi criança...” o verbo “foi” poderia ser corretamente flexionado no plural concordando com “adultos”. B) Em “O flagrante descaso com o bem público tem suas raízes fincadas...” estaria correto o uso do verbo no plural “têm”. C) “Existe uma relação entre o nível de educação de um povo...”, o verbo “existe” tem como referente “uma relação entre o nível...”. D) “A concepção de bem público como algo valoroso nunca é espontânea...”. O adjetivo “espontânea” poderia ser corretamente flexionado no masculino plural. E) “... 3000 toneladas de lixo foram recolhidas das praias cariocas”, pode-se corretamente usar no singular “foi recolhido” concordando com “lixo”. Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o sujeito do verbo “foi” tem como núcleo o substantivo singular “geração”, o qual força o verbo ao singular. A alternativa (B) está errada, pois o sujeito do verbo “tem” possui como núcleo o substantivo singular “flagrante”, o qual força o verbo ao singular. A alternativa (C) é a correta, pois o verbo “Existe” é intransitivo e seu sujeito é o termo “uma relação entre o nível de educação de um povo”. Todo verbo se refere ao sujeito, o que confirma esta alternativa como correta. A alternativa (D) está errada, pois o adjetivo “espontânea” é o predicativo do sujeito. O núcleo do sujeito é “concepção” e se encontra no feminino e singular, o que força este adjetivo a permanecer na mesma flexão. A alternativa (E) está errada, pois o sujeito da locução verbal “foram recolhidas” possui como núcleo o substantivo plural “toneladas”, o qual força o verbo ao plural. A expressão “de lixo” é o adjunto adnominal, o qual não interfere na concordância. Gabarito: C Questão 6: CEPISA 2007 Advogado (banca Consulplan) Silepse é uma concordância anormal feita com a ideia que se faz do termo e não com o próprio termo. Há um exemplo de silepse em: A) “Eu sei que toda gente despreza o chuchu...” B) “... cucurbitácia reles que medra em qualquer beirada de quintal”. C) “ ... os médicos nutricionistas banem o chuchu de todas as suas dietas...” D) “O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer sem quase...” E) “Então a alface deixou de ser água e celulose...” Comentário: A silepse é concordância ideológica, pois concorda não com a palavra, mas com a ênfase em seu sentido. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 9 A alternativa (A) apresenta uma concordância literal, pois o verbo “despreza” concorda com o seu sujeito singular “toda gente”. A alternativa (B) apresenta uma concordância literal, pois o verbo “medra” concorda com o pronome relativo “que”, o qual retoma o substantivo singular “cucurbitácia”. A alternativa (C) apresenta uma concordância literal, pois o verbo “banem” concorda com o seu sujeito plural “os médicos nutricionistas”. A alternativa (D) apresenta a concordância siléptica, pois o verbo “persistamos” encontra-se na primeira pessoa do plural; já o sujeito está na terceira pessoa do plural: “os brasileiros”. A concordância verbal em primeira pessoa do plural em “persistamos” nos força a entender que o autor se inclui neste grupo de brasileiros. Assim, enfatizou o sentido em detrimento da concordância normal, literal. A alternativa (E) apresenta uma concordância literal, pois a locução verbal “deixou de ser” concorda com o seu sujeito singular “a alface”. Gabarito: D Questão 7: ALERJ – 2011 – Digitador (banca CEPERJ) O segmento “...muitos de nós já não escrevemos mais nada à mão.” – apresenta corretamente a concordância, assim como a frase: A) Quais de vós pretende escrever à mão? B) Poucos dentre eles pretende escrever à mão. C) Quantos dentre nós desejam escrever à mão? D) Muitos dentre vós exige escrever à mão. E) Quais dentre eles quer escrever à mão? Comentário: Vimos que a concordância com pronome indefinido ou interrogativo, seguidos de “de nós” ou “de vós”, é feita com o núcleo ou com a expressão preposicionada: A alternativa (A) está errada, pois a locução verbal pode se flexionar de acordo com o pronome interrogativo “Quais” (Quais de vós pretendem escrever à mão?) ou com a expressão “de vós” (Quais de vós pretendeis escrever à mão?). A alternativa (B) está errada, pois “Poucos” e “eles” se encontram na terceira pessoa do plural. Assim, cabe apenas a concordância na terceira pessoa do plural: pretendem escrever. A alternativa (C) é a correta, pois a locução verbal pode se flexionar de acordo com o pronome interrogativo “Quantos” (Quantos dentre nós desejam escrever à mão?) ou com a expressão “dentre nós” (Quantos dentre nós desejamos escrever à mão?). A alternativa (D) está errada, pois a locução verbal pode se flexionar de acordo com o pronome indefinido “Muitos” (Muitos dentre vós exigem escrever à mão.) ou com a expressão “dentre vós” (Muitos dentre vós exigis escrever à mão.). Obs.: a forma verbal “exigis” é feia, mas existe, viu!!!!! A alternativa (E) está errada, pois “Quais” e “eles” se encontram na terceira pessoa do plural. Assim, cabe apenas a concordância na terceira pessoa do plural:querem escrever. Gabarito: C LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 10 1.2. Sujeito determinado composto: formado por mais de um núcleo: Manuel e Cristina pretendem casar-se. núcleo conj. aditiva núcleo predicado Deve-se notar que normalmente o verbo concorda no plural, tendo em vista haver dois ou mais núcleos, mas nem sempre ocorrerá assim, por isso é importante listar a seguir a concordância verbal com base no sujeito composto. A concordância verbal com o sujeito composto: a) Quando o sujeito composto estiver posposto ao verbo, este poderá concordar com todos os núcleos (concordância literal) ou com o mais próximo (concordância atrativa): Discutiram muito o chefe e o funcionário. Discutiu muito o chefe e o funcionário. Se houver ideia de reciprocidade, o verbo vai para o plural: Estimam-se o chefe e o funcionário. Quando o verbo “ser” está acompanhado de substantivo no plural, o verbo também se pluraliza: Foram vencedores Pedro e Paulo. b) Quando o sujeito composto for constituído por núcleos sinônimos, o verbo flexiona-se no singular ou plural. Então a concordância dependerá bastante da ênfase: O rancor e o ódio cegou o amante. O desalento e a tristeza abalaram-me. Cabe aqui observar que não é simplesmente dizer que a concordância no singular ou plural é facultativa. Ela depende da intenção do autor. Com isso se observa que o autor normalmente flexiona o verbo no singular para enfatizar a proximidade de sentido dos substantivos que formam o sujeito composto. c) Com núcleos em gradação, o verbo pode concordar com a totalidade (plural) ou com o último substantivo, enfatizando-o: Um minuto, uma hora, um dia passam rápido. Um minuto, uma hora, um dia passa rápido. Observação: a gradação é um recurso estilístico em que há uma enumeração de ideias de forma crescente ou decrescente. Note que neste exemplo há uma enumeração crescente. d) Quando o sujeito composto estiver ligado por nem, verbo no plural (adição de duas negações): Nem o conforto, nem a glória lhe trouxeram a felicidade. e) Quando o sujeito composto estiver ligado por ou, faz-se a concordância em função da ideia transmitida pelo ou. Com valor de exclusão, verbo no singular: José ou Pedro será eleito para o cargo. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 11 Perceba que só um dos dois será eleito, porque há apenas um cargo, com isso o verbo fica no singular. Porém, se houvesse a troca de “o cargo” para “os cargos”, o verbo flexionar-se-ia no plural (“serão”), porque os dois ocupariam os cargos e naturalmente a conjunção “ou” passaria de exclusão para inclusão. Com valor de inclusão ou oposição, verbo no plural: Matemática ou Física exigem raciocínio lógico. Riso ou lágrimas fazem parte da vida. No primeiro exemplo, note que as duas disciplinas exigem raciocínio lógico, não é só uma delas. No segundo exemplo, tanto o riso quanto as lágrimas fazem parte da vida, não é apenas um deles. f) Concordância com pronomes: I – Com a expressão um e outro, o verbo poderá se flexionar no singular, admitindo-se também o plural: Um e outro falava a verdade. Um e outro falavam a verdade. Mas, se houver reciprocidade, o verbo ficará no plural: Um e outro se agrediram. II – Com a expressão um ou outro, a concordância dependerá do valor de exclusão ou de inclusão da conjunção alternativa ou: Um ou outro candidato chegará à cadeira da presidência. (exclusão: apenas um) Um ou outro país pobre sairão da condição de miséria. (inclusão: pode ser mais de um) Na segunda frase, pode-se observar também a possibilidade de verbo no singular, quando não se precisa avivar a ideia de adição, inclusão, pois é tomado de valor geral: Um ou outro país pobre sairá da condição de miséria. (de maneira geral) III – Com a expressão nem um nem outro, o verbo fica no singular: Nem um nem outro comentou o fato. IV - Quando houver sujeito composto de pronomes pessoais do caso reto de diferentes pessoas gramaticais, a primeira pessoa do plural prevalece sobre as outras, por subentender o pronome “nós”: Eu, tu e ele faremos a prova. (=nós) Geralmente, a segunda pessoa prevalece sobre a terceira, por se subentender “vós”. Como o brasileiro prefere o pronome “vocês” ao pronome “vós”, é fácil encontrar a concordância em terceira pessoa do plural: Tu e ele fareis a prova. (=vós) Tu e ele farão a prova. (=vocês) Como vimos anteriormente na concordância com o sujeito composto, se o sujeito estiver posposto, também vale a concordância atrativa: Por que faltastes tu e teus amigos às provas? (=vós) Por que faltaram tu e teus amigos às provas? (=vocês) Por que faltaste tu e teus amigos às provas? (atrativa: tu) LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 12 g) Quando o sujeito composto estiver ligado por como, assim como, bem como (formas correlativas de adição), deve-se preferir o plural, sendo mais raro o singular: Rio de Janeiro como Florianópolis são belas cidades. Tanto uma como a outra suplicava-lhe o perdão. h) Quando o sujeito composto estiver ligado por com, deve-se observar presença ou não de vírgulas: Sem vírgulas: Eu com outros amigos limpamos o quintal. O verbo concorda com os dois núcleos do sujeito composto “eu” e “amigos”, por isso se flexiona no plural: Com vírgulas: O presidente, com os ministros, desembarcou em Brasília. As vírgulas mostram que o sujeito não é composto, pois elas destacam um novo termo entre o sujeito simples e o verbo. Este termo intercalado é o adjunto adverbial de companhia. Assim, o verbo concorda com núcleo do sujeito simples “presidente”. Como este se encontra no singular, o verbo também se flexiona no singular. i) Quando o sujeito composto é resumido por um pronome-síntese (aposto recapitulativo), o verbo concorda apenas com este pronome: Risos, gracejos, piadas, nada a alegrava. Questão 8: Prefeitura S.L. 2010 Advogado (banca Consulplan) Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “Sobravam os nobres representantes da classe dos proprietários e poucos mais.”, por estar anteposto ao sujeito, o verbo “sobravam” também poderia, sem ferir a concordância, estar no singular. Comentário: O verbo “Sobravam” é intransitivo e obrigatoriamente deve se flexionar de acordo com o sujeito determinado composto “os nobres representantes da classe dos proprietários e poucos mais”. A banca quis enrolar você!!!!! Ela quis induzir o candidato a pensar que, se o verbo se encontra antes do sujeito composto, poderia também se flexionar no singular, mas isso só ocorre quando o primeiro núcleo do sujeito composto está no singular, o que não ocorreu neste caso. Veja que “nobres” está no plural. Gabarito: E 1.3. Sujeito determinado oculto ou desinencial: é o que ocorre quando a terminação verbal (primeiras e segundas pessoas e a terceira do imperativo) dispensa o uso do pronome pessoal correspondente: Estou muito feliz. (eu) Estás muito feliz. (tu) Para o teu carro. (tu no imperativo) Pare o seu carro. (você no imperativo) Voltaremos logo! (nós) Voltastes logo! (vós) LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 13 Questão 9: Prefeitura Mauriti 2010 Agente Adm (banca Consulplan) Em “E antes que você voe, quero ser o seu verbo de ligação”, que tipos de sujeito temos? A) simples e indeterminado. B) simples e desinencial. C) indeterminado e desinencial. D) simplese composto. E) composto e indeterminado. Comentário: O verbo “voe” possui o sujeito determinado simples “você”, e o verbo “quero” possui o sujeito determinado oculto, subentendendo “eu”. O sujeito oculto é o mesmo que desinencial, pois a desinência do verbo identifica claramente o sujeito. Gabarito: B 1.4. Sujeito determinado elíptico: aquele que mantém o verbo na 3ª pessoa do discurso e obrigatoriamente necessita do contexto para permitir saber de quem se trata. Os alunos ficaram descontentes com a atitude do professor. Deixaram de ir à aula no dia seguinte. Percebe-se que o sujeito do verbo “ficaram” está determinado explicitamente no texto pelo substantivo “alunos”; porém o sujeito da locução verbal “deixaram de ir” está implícito no contexto, por omissão, para que não haja repetição da palavra “alunos”. Por esse motivo, temos o sujeito elíptico, que significa omissão. Ele depende exclusivamente do contexto, sem ele não há sujeito elíptico, mas sim, sujeito indeterminado. Algumas gramáticas admitem a elipse fazendo parte do sujeito oculto. Para essas gramáticas, o sujeito oculto (ou desinencial) é mais amplo, não necessita possuir verbo na primeira ou segunda pessoas, mas também admite a terceira. Basta que não haja literalmente a palavra no texto, mas esteja facilmente subentendida. Este é o entendimento da banca Funrio. Perceba isso nas próximas questões. Questão 10: SEDUC 2008 Professor (banca Funrio) Para Houaiss, que sempre foi moderadamente complicado, viés é “o meio furtivo, esconso, de obter ou fazer concluir algo”. Tive preguiça de consultar o que era esconso, mas acho que entendi mais ou menos. (...) Quem diz ou escreve “viés” sente-se um iluminado, um Moisés com as tábuas da lei. Outra noite, numa palestra com estudantes, um deles me perguntou se era legítimo o viés da literatura atual. Sinceramente, não entendi bem a pergunta, porque ainda não havia ido ao dicionário do Houaiss. Se tivesse ido, responderia que a literatura olha de esguelha a sociedade. No fundo, é uma coisa esconsa. No fundo, é uma coisa esconsa. Qual, das alternativas a seguir, é um comentário IMPERTINENTE acerca de algum elemento ou aspecto da oração acima destacada? A) o sujeito é oculto. B) a expressão “uma coisa esconsa” é objeto direto. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 14 C) o predicado é nominal, com predicativo do sujeito. D) o verbo é de ligação, indicando estado, e não ação. E) as palavras “uma” e “esconsa” funcionam como adjuntos adnominais. Comentário: Antes de iniciarmos o comentário de cada alternativa, é bom lembrarmos o que comentamos na teoria sobre o sujeito determinado oculto (depende da desinência do verbo) e o sujeito determinado elíptico (depende do contexto). Vimos que algumas gramáticas não fazem diferença entre esses sujeitos, e isso é justamente o que a banca Funrio cobra nesta questão. Para ela, estando o sujeito implícito pela desinência verbal ou pelo contexto, há o sujeito oculto. A questão cobra a alternativa errada. A alternativa (A) está correta, pois o verbo “é” se refere à palavra “literatura”, expressa anteriormente. Normalmente, este seria o sujeito elíptico, porém a banca Funrio também considera como sujeito oculto. A alternativa (B) é a incorreta, pois o verbo “é” é de ligação e o termo “uma coisa esconsa” é o predicativo e não objeto direto. A alternativa (C) está correta, pois o predicado nominal é estruturado com o verbo de ligação “é” e o predicativo “uma coisa esconsa”. A alternativa (D) está correta, pois verbo de ligação não transmite ação. A ação é transmitida pelo verbo transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, além do intransitivo. Assim, o verbo de ligação transmite estado. A alternativa (E) está correta, pois o predicativo “uma coisa esconsa” possui o núcleo “coisa”. Além disso, o artigo “uma” e o adjetivo “esconsa” concordam com esse núcleo e são os adjuntos adnominais. Gabarito: B Questão 11: FURP 2009 Auxiliar de Almoxarifado (banca Funrio) Uma das exigências da língua escrita formal é operar a concordância em certos enunciados. Das alternativas abaixo, a única construção que está de acordo com a norma padrão do idioma é A) Não cabia mais na prateleira nenhuma das gramáticas que adquirira. B) Sempre lhe tinha interessado questões de fundo filosófico-religioso. C) Ficou comprovado, após minuciosa discussão, todos os equívocos da tese. D) É da leitura que depende nossos acertos na língua escrita. E) Vai faltar muitos alunos na aula antes do feriado prolongado. Comentário: A questão nos cobra a correta concordância. Você deve tomar cuidado com a inversão, pois muitas vezes o sujeito fica deslocado e isso pode atrapalhar a visualização da estrutura básica da oração. A alternativa (A) é a correta, pois o verbo intransitivo “cabia” concorda com o núcleo do sujeito singular “nenhuma”. É importante reposicionar os termos na ordem natural da oração para facilitar a identificação do sujeito. Veja: Nenhuma das gramáticas que adquirira cabia mais na prateleira. A alternativa (B) está errada, pois o sujeito plural “questões de fundo filosófico-religioso” força a locução verbal ao plural. Note que o pronome “lhe” é o objeto indireto. É importante reposicionar os termos na ordem natural da LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 15 oração para facilitar a identificação do sujeito. Veja a correção: Questões de fundo filosófico-religioso sempre lhe tinham interessado. A alternativa (C) está errada, pois o verbo de ligação “ficou” e o predicativo “comprovado” devem se flexionar no plural para concordar com o sujeito plural “todos os equívocos da tese”. É importante reposicionar os termos na ordem natural da oração para facilitar a identificação do sujeito. Veja a correção: Todos os equívocos da tese ficaram comprovados, após minuciosa discussão. A alternativa (D) está errada, pois o verbo “depende” deve se flexionar no plural para concordar com o sujeito plural “nossos acertos”. Vamos reposicionar os termos na ordem natural da oração para facilitar a identificação do sujeito. Neste caso, tive que excluir a expressão expletiva “é que”. Veja a correção: Nossos acertos na língua escrita dependem da leitura. A alternativa (E) está errada, pois a locução verbal “Vai faltar” deve se flexionar no plural para concordar com o sujeito plural “muitos alunos”. Apesar de a questão cobrar apenas a concordância, há também um vício de regência que devemos corrigir, pois o verbo “faltar” é transitivo indireto e exige a preposição “a”. Novamente, vamos reposicionar os termos na ordem natural da oração para facilitar a identificação do sujeito. Veja a correção: Muitos alunos vão faltar à aula antes do feriado prolongado. Gabarito: A 2. Sujeito Indeterminado Quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o predicado da oração se refere. Há dois casos: a) Com o verbo na terceira pessoa do plural sem o sujeito escrito no texto: Falaram bem de você. Colocaram o anúncio. Alugaram o apartamento. Observe que não há referência a outra palavra como o verbo do sujeito elíptico faz. b) Com o índice de indeterminação do sujeito se e verbo no singular: Precisa -se de ajudantes. VTI IIS objeto indireto Os verbos transitivos indiretos, intransitivos e de ligação, quando acrescidos da partícula “se”, terão sujeito indeterminado e devem ficar sempre no singular: Trata-se de casos delicadíssimos. (verbo transitivo indireto) Vive-se melhor fora das cidades grandes. (verbo intransitivo) É-se muito pretensioso na adolescência. (verbo de ligação)Questão 12: CODEVASF 2008 Assistente Técnico (banca Consulplan) Assinale a alternativa INCORRETA quanto à concordância verbal: A) Alagoas fica na Região Nordeste. B) Alguns de nós serão bem classificados no concurso. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 16 C) Algum de nós paga o preço de custo do medicamento. D) Os Estados Unidos está em campanha para eleger o novo presidente. E) Derrubaram a palmeira e o coqueiro centenários. Comentário: A alternativa (A) está correta, porque o verbo “fica” está flexionado no singular, devido ao seu sujeito ser o topônimo “Alagoas” e não estar precedido de artigo “as”. A alternativa (B) está correta, pois o verbo “serão” pode concordar tanto com o pronome indefinido plural “alguns” quanto com a expressão “de nós”: Alguns de nós serão bem classificados no concurso. Alguns de nós seremos bem classificados no concurso. A alternativa (C) está correta, porque a expressão “Algum de nós”, com o pronome indefinido “Algum” no singular, só admite verbo no singular, como ocorreu nesta alternativa. A alternativa (D) é a errada, pois o sujeito é constituído do topônimo “Estados Unidos” antecedido do artigo “Os”, o que força o verbo a se flexionar no plural: Os Estados Unidos estão em campanha para eleger o novo presidente. A alternativa (E) está correta, porque o verbo “Derrubaram” está flexionado na terceira pessoa do plural por possuir sujeito indeterminado e não se referir explicitamente a nenhum termo da oração. Gabarito: D Questão 13: Prefeitura C.V. 2010 Oficial Administrativo (banca Consulplan) Assinale a afirmativa que apresenta sujeito simples: A) Andar é bom para mim. B) A gente fica igual a carro usado. C) O hotel e o calçadão marcam o programa-saúde do dia. D) O médico e o mecânico disseram as novidades. E) Confessaram o momento calçadônico. Comentário: Com esta questão, a banca quis fazer uma diferença entre sujeito determinado simples e sujeito oracional. Na alternativa (A), o verbo “Andar” é o sujeito oracional do predicado nominal “é bom para mim”. Ele não é um sujeito simples, porque não tem apenas um nome de valor substantivo: é uma oração subordinada substantiva subjetiva. Já a alternativa (B) é a correta, pois o termo “A gente” é o sujeito, cujo núcleo é o substantivo “gente”. Assim, é determinado simples. Nas alternativas (C) e (D), há sujeitos determinados compostos, pois “O hotel e o calçadão” e “O médico e o mecânico” apresentam dois núcleos cada um. Na alternativa (E), o sujeito é indeterminado, pois o verbo “Confessaram” encontra-se na terceira pessoa do plural e não se refere explicitamente a nenhum termo da oração. Gabarito: B LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 17 3. Oração sem sujeito (sujeito inexistente): Ocorre quando a oração tem apenas o predicado, isto é, o verbo é impessoal. É importante saber quando uma oração não possui sujeito, tendo em vista que o verbo deve se flexionar na terceira pessoa do singular. Os casos mais importantes ocorrem com: I - Verbos que exprimem fenômenos da natureza: Venta muito naquela cidade. Amanhã não choverá. Nevava bastante. Trovejou pouco no último mês. No entanto, quando esses verbos estão empregados de forma figurada, naturalmente recebem sujeito determinado; assim, o verbo concorda com ele: Choveram recursos contra a última questão da prova. (“recursos” é sujeito) Ventaram opiniões na reunião. (“opiniões” é sujeito) Trovejaram palavrões contra o deputado. (“palavrões” é sujeito) II - Verbo haver significando existir, ocorrer: Havia muitas pessoas na sala. Há vários problemas na empresa. Deve-se ter cuidado quando esse verbo é o principal numa locução verbal. Seu verbo auxiliar não pode se flexionar. Veja: Deve haver vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas um complemento do verbo) Tem havido vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas um complemento do verbo) Está havendo vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas um complemento do verbo) Mas, quando se substitui o verbo “haver” por seus sinônimos “existir” ou “ocorrer”, passa-se a sujeito determinado simples. Veja: Existem vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples) Devem existir vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples) Têm ocorrido vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples) Estão ocorrendo vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples) III - Verbos haver e fazer indicando tempo decorrido ou fenômeno natural: Já faz meses que não viajo com ele. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito) Há três anos não vejo minha família. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito) Há quatro dias que não a vejo. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito) Faz muito frio na Europa. IV- Verbos ser, estar e ir (este, quando seguido de para) na indicação de tempo. São três horas. Hoje são dez de setembro. Hoje está muito frio. Já vai para 4 anos que não leio esse jornal. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito) O verbo “ser” possui concordância peculiar. Observe que esse verbo concorda com a quantidade de tempo. Não quer dizer que “três horas” e “dez de setembro” (nas orações acima) sejam sujeitos. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 18 Observação: Deve-se lembrar de que todos os verbos vistos podem fazer parte de uma locução verbal. Assim, sendo eles os verbos principais, devem os verbos auxiliares flexionar-se conforme visto acima: Deve ventar muito naquelas cidades. Amanhã não deve chover. Podia haver muitas pessoas na sala. Pode ter havido muitas pessoas na sala. Está fazendo muito frio na Europa. Devem ser três horas. Já deve ir para quatro anos que não leio esse jornal. Questão 14: FURP 2009 Auxiliar de Almoxarifado (banca Funrio) Indique a frase em que não há sujeito: A) Fazia um frio insuportável na área de pesquisa. B) Choveram reprovações à atitude do candidato. C) Acontece cada coisa estranha! D) Restava uma única saída para o candidato. E) O empresário trovejava ameaças. Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois o verbo “fazia” indica fenômeno natural, conforme vimos na teoria. Assim, tal verbo não possui sujeito. Ele é transitivo direto e o termo “um frio insuportável” é apenas o objeto direto. A alternativa (B) apresenta sujeito, pois o verbo “Choveram” está sendo empregado no sentido figurado (conotativo). Assim, ele é intransitivo e seu sujeito é o determinado simples plural “reprovações”. A prova disso é que, se este sujeito estivesse flexionado no singular, tal verbo também se flexionaria no singular (Choveu reprovação à atitude do candidato.). A alternativa (C) apresenta sujeito, pois o verbo “acontece” é intransitivo e seu sujeito é o termo singular “cada coisa estranha”. A prova disso é que, se este sujeito estivesse flexionado no plural, tal verbo também se flexionaria no plural (Acontecem tantas coisas estranhas!). A alternativa (D) apresenta sujeito, pois o verbo “Restava” é transitivo indireto, seu objeto indireto é “para o candidato” e seu sujeito é o termo singular “uma única saída”. A prova disso é que, se este sujeito estivesse flexionado no plural, tal verbo também se flexionaria no plural (Restavam algumas saídas para o candidato.). A alternativa (E) apresenta sujeito, pois o verbo “trovejava” está sendo empregado no sentidofigurado (conotativo). Assim, ele é transitivo direto, seu objeto direto é “ameaças” e seu sujeito é o determinado simples “O empresário”. A prova disso é que, se este sujeito estivesse flexionado no plural, tal verbo também se flexionaria no plural (Os empresários trovejavam ameaças.). Gabarito: A Questão 15: FURP 2009 Analista (banca Funrio) Indique a alternativa em que a concordância verbal está em desacordo com a variedade padrão da Língua. A) Muitos de nós reclamou do mau atendimento daquela instituição. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 19 B) Deve haver possibilidades de recorrer da ação injusta. C) Cerca de cem pessoas aproximavam-se ansiosamente do guichê. D) Esses vinte por cento de desconto conquistaram a clientela da loja. E) Um piquete de bravos defendeu o castelo do nobre aprisionado. Comentário: A alternativa (A) é a errada, pois o sujeito plural “Muitos de nós” força o verbo “reclamou” ao plural. Veja a correção: Muitos de nós reclamaram do mau atendimento daquela instituição. A alternativa (B) está correta, pois a locução verbal “Deve haver” possui o verbo principal “haver” encontra-se no sentido de existir. Assim, não possui sujeito e força o verbo auxiliar ao singular. Note que o termo “possibilidades” é apenas o objeto direto, o qual não participa da concordância. A alternativa (C) está correta, pois o verbo “aproximavam-se” concorda com o sujeito plural “Cerca de cem pessoas”. Note que a expressão “Cerca de” apenas transmite imprecisão quanto à quantidade, mas se mantém o plural. A alternativa (D) está correta, pois o verbo “conquistaram” concorda com a expressão de porcentagem “vinte por cento”. A alternativa (E) está correta, pois o verbo “defendeu” está flexionado no singular para concordar com o núcleo do sujeito “piquete”. Gabarito: A Questão 16: Suframa 2008 Arquiteto (banca Funrio) Verifica-se um caso de oração sem sujeito em A) “Já o nascimento de uma menina, na maioria dos casos, não é comemorado.”. B) "Ninguém se deu ao trabalho de olhar para mim...”. C) “Mas nada na aparência externa de Machrihwa, no norte de Shravasti, perto da fronteira com o Nepal, indica esse recorde triste.”. D) "Estamos impressionados...”. E) “E além disso há o próprio custo do casamento...”. Comentário: Na alternativa (A), a locução verbal “é comemorado” se refere ao sujeito determinado simples “o nascimento de uma menina”. Na alternativa (B), o verbo “deu” é transitivo direto e indireto, o termo “ao trabalho” é o objeto indireto, “se” é o pronome reflexivo, que é empregado como objeto direto e o pronome “Ninguém” é o sujeito determinado simples. Na alternativa (C), o verbo “indica” é transitivo direto, o termo “esse recorde triste” é o objeto direto e o pronome “nada” é o sujeito determinado simples. Na alternativa (D), o verbo “Estamos” se refere à primeira pessoa do plural (“nós”). Assim, há o sujeito oculto ou desinencial. A alternativa (E) é a correta, pois o verbo “há” encontra-se no sentido de existir. Dessa forma, este verbo é transitivo direto e não possui sujeito, o termo “o próprio custo do casamento” é o objeto direto. Gabarito: E LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 20 Questão 17: MDIC 2009 Analista Técnico Administrativo (banca Funrio) Na frase “O Acordo Ortográfico que entrou em vigor em 2009 parece ter a aprovação de alguns usuários, mas existem outros que detectam incoerências com respeito ao uso do hífen.”, se o verbo EXISTIR for substituído por HAVER, mantendo o mesmo sentido da frase original, a forma resultante será a seguinte: A) há. B) haveria. C) havia. D) houve. E) haverá. Comentário: Vimos que o verbo “existir” é intransitivo e possui sujeito. Assim, o pronome plural “todos” força tal verbo ao plural. Trocando este verbo pelo seu sinônimo “haver”, esse pronome passa à função de objeto direto e não interfere na concordância. Isso ocorre porque o verbo “haver” é transitivo direto e não possui sujeito. Dessa forma, a forma correta é: “...mas há outros que detectam...” Gabarito: A Questão 18: Pref. N. Iguaçu-RJ 2012 Agente Adm (banca Consulplan) No trecho “há uma ladeira muito comprida”, o termo sublinhado exerce função de A) sujeito do verbo haver. D) complemento nominal do período. B) objeto indireto do verbo haver. E) objeto direto do verbo haver. C) predicado do período. Comentário: O verbo “haver”, no sentido de existir, é transitivo direto e não possui sujeito. Assim, o termo sublinhado “uma ladeira muito comprida” é o objeto direto desse verbo. Gabarito: E Questão 19: Pref. Porto Velho-RO 2012 Administrador (banca Consulplan) “Para os gregos, não havia atividade mais apaixonante e gloriosa.” Em relação ao sujeito desta oração, assinale a alternativa correspondente. A) Não possui sujeito. D) Possui sujeito simples. B) Possui sujeito indeterminado. E) Possui sujeito composto. C) Possui sujeito oculto. Comentário: O verbo “haver”, no sentido de existir, é transitivo direto e não possui sujeito. Assim, “atividade mais apaixonante e gloriosa” é o objeto direto. Gabarito: A Questão 20: ALERJ – 2011 – Assessoramento às Comissões (banca CEPERJ) No segmento “Não deve haver frases convencionais...’, a substituição da locução verbal pode ser corretamente feita do seguinte modo: A) Não há de existir frases... B) Não há de haver frases... C) Não pode existir frases... D) Não podem haver frases... E) Não hão de haver frases... LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 21 Comentário: O verbo “haver”, sendo empregado no sentido de “existir”, é impessoal, isto é, não tem sujeito. Na locução verbal “deve haver”, “haver” é o principal e é transitivo direto, o termo “frases convencionais” é apenas o objeto direto, por isso o verbo auxiliar “deve” não se flexiona. Se o verbo “haver” for substituído por seu sinônimo “existir”, a concordância muda, pois este verbo é intransitivo e “frases convencionais” passaria a ser o sujeito. Compare: Não deve haver frases convencionais Não devem existir frases convencionais Com base nisso, a alternativa correta é a (B). Veja as demais já corrigidas: Não hão de existir frases... Não podem existir frases... Não pode haver frases... Não há de haver frases... Gabarito: B Questão 21: COFEN 2010 Analista de Pessoal (banca Consulplan) Em “naquela época, não havia psicanalistas”, a forma verbal “havia” poderia estar no plural, concordando com “psicanalistas”. Comentário: O verbo haver, no sentido de existir, é impessoal, isto é, não tem sujeito e deve se flexionar no singular. Esse verbo é transitivo direto e o termo “psicanalistas” é o objeto direto. Gabarito: E Questão 22: Prefeitura C.V. 2010 Agente Comunitário (banca Consulplan) Assinale a oração sem sujeito: A) Portugueses e africanos aportaram por aqui. B) A vegetação no Pantanal está extinta. C) Viajamos para o Sul do Brasil. D) Faz dois anos que ele saiu da Amazônia. E) O fogo destruiu a Mata Atlântica. Comentário: Na alternativa (A), há sujeito determinado composto, pois “Portugueses e africanos” apresentam dois núcleos. Na alternativa (B), há sujeito determinado simples, pois “A vegetação” apresenta apenas um núcleo. Na alternativa (C), há sujeito determinado oculto ou desinencial, pois podemos subentender o pronome “nós”, devido à desinência número-pessoal “mos”. A alternativa (D) é a correta, pois o verbo “Faz” está empregado no sentido de tempo decorrido. Assim, não tem sujeito. Na alternativa (E), há sujeitodeterminado simples, pois “O fogo” apresenta apenas um núcleo. Gabarito: D Questão 23: IBGE 2010 Codificador Censitário (banca Consulplan) O vocábulo “tem”, tal como foi usado em “Tem certos dias / Em que eu penso em minha gente”, é característico da linguagem oral. Mantendo o tempo objeto direto sujeito LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 22 verbal e considerando a concordância exigida é possível sua substituição por: A) Existiam. B) Haverão. C) Existirão. D) Há. E) Haveria. Comentário: O verbo “Tem” está flexionado no presente do indicativo. Assim, já eliminamos as alternativas (A), (B), (C) e (E), sobrando a alternativa (D) como correta. Este verbo está sendo empregado em versos de uma música, a qual admite a linguagem coloquial, tendo em vista dar prioridade à forma como o povo fala, além da prioridade ao som produzido pelas palavras, a rima, a métrica. A norma culta prevê tal verbo como transitivo direto, necessitando de sujeito e objeto direto, por exemplo: Eu tenho esperança. De acordo com a linguagem formal, ele deve ser substituído pelo verbo “Há” (sentido de ocorrer, existir): Há certos dias / Em que eu penso em minha gente Note que “certos dias” é objeto direto do verbo transitivo direto “Há”. A expressão “Certos dias”, apesar de possuir palavras que transmitam o valor de tempo, não pode ser admitida como adjunto adverbial de tempo, simplesmente porque não conseguimos realizar a pergunta “quando?”: Há certos dias / Em que eu penso em minha gente VTD OD adj adv tempo suj VTI OI oração principal + oração subordinada adjetiva restritiva Gabarito: D Questão 24: Prefeitura S.L. 2010 Agente Adm (banca Consulplan) Assinale a afirmativa que apresenta a forma verbal adequada: A) Vossa Excelência pediu calma. B) Mais de dois alunos faltou. C) Deu duas horas no relógio da igreja. D) Haviam sérios compromissos. E) Faziam cinco anos que ele não vinha a São Paulo. Comentário: A alternativa (A) é a correta, porque o verbo “pediu” encontra- se flexionado na terceira pessoa do singular, por concordar com o seu sujeito, que é o pronome de tratamento “Vossa Senhoria”. A alternativa (B) está errada, porque o sujeito plural “Mais de dois alunos” força o verbo “faltou” para o plural: Mais de dois alunos faltaram. A alternativa (C) está errada, porque o sujeito plural “duas horas” força o verbo “Deu” para o plural: Deram duas horas no relógio da igreja. A alternativa (D) está errada, porque o verbo haver, no sentido de existir, deve se flexionar no singular, por ser impessoal, isto é, não possuir sujeito. Como este verbo é transitivo direto, o termo “sérios compromissos” é o objeto direto: Havia sérios compromissos. A alternativa (E) está errada, porque o verbo fazer, no sentido de tempo decorrido, deve se flexionar no singular, por ser impessoal, isto é, não possuir sujeito: Fazia cinco anos que ele não vinha a São Paulo. Gabarito: A Questão 25: Prefeitura S.L. 2010 Agente Adm (banca Consulplan) “As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado, articulam-se a partir de um verbo impessoal.” Assinale a alternativa que apresenta uma LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 23 oração sem sujeito: A) Bateram à porta. B) Abolimos todas as regras. C) Amanheceu repentinamente. D) Andam espalhando boatos a meu respeito. E) Ele já chegou. Comentário: Na alternativa (A), o verbo “Bateram” possui sujeito indeterminado, pois está flexionado na terceira pessoa do plural e não faz referência a nenhum termo desta oração. Na alternativa (B), o verbo “Abolimos” está flexionado na primeira pessoa do plural, por possuir sujeito oculto, desinencial. Perceba que, pela desinência “-mos”, subentende-se “nós” como sujeito . A alternativa (C) é a correta, pois o verbo “Amanheceu” transmite sentido de fenômeno da natureza, por isso é impessoal, isto é, não tem sujeito. Na alternativa (D), o verbo “Andam” possui sujeito indeterminado, por estar flexionado na terceira pessoa do plural e não se referir a nenhum termo desta oração. Na alternativa (E), o verbo “chegou” está flexionado na terceira pessoa do singular, porque seu sujeito determinado simples “Ele” também está flexionado no singular. Gabarito: C Questão 26: Prefeitura C.V. 2010 Fiscal (banca Consulplan) “O sujeito simples apresenta um só núcleo.” Assinale a alternativa que apresenta o sujeito simples: A) Os prédios e as casas são amplos. B) Telefonaram para você C) A população cresceu desordenadamente. D) Anoiteceu rapidamente. E) Está frio. Comentário: Na alternativa (A), o sujeito “Os prédios e as casas” é composto. Na alternativa (B), o sujeito é indeterminado, pois o verbo “telefonaram” está flexionado na terceira pessoa do plural e não se refere a nenhum termo da oração. A alternativa (C) é a correta, pois o sujeito é determinado simples, por haver apenas um núcleo: população. Na alternativa (D), o sujeito é inexistente, pois “Anoiteceu” é verbo que expressa fenômeno da natureza. Na alternativa (E), o sujeito é inexistente, pois “Está” é verbo que expressa temperatura. Gabarito: C Questão 27: Prefeitura S.M. 2008 Assistente Social (banca Consulplan) Assinale a alternativa que NÃO manteve o sentido original e a obediência à norma culta, na reescrita: A) Existem aqui vários problemas pela falta de conhecimento sobre altas habilidades./Sobre altas habilidades, tem aqui vários problemas pela falta de conhecimento. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 24 B) Jogamos fora o que temos de melhor./O que temos de melhor jogamos fora. C) Há um esforço entre especialistas de desmistificar o superdotado./Entre os especialistas, existe um esforço de desmistificar o superdotado. D) Por causa da péssima educação pública, nosso maior desperdício é o de talentos em geral./Nosso maior desperdício é o de talentos em geral, devido à péssima educação pública. E) O conceito mais apropriado é o de alta habilidade./O conceito de alta habilidade é o mais apropriado. Comentário: Esta é uma questão que tem relação com o tema “Equivalência e transformação de estruturas”. A alternativa (A) é a errada, pois o verbo “ter” é transitivo direto e, na linguagem formal e culta, não se deve usá-lo no sentido de “existir”. Assim, devemos manter o verbo intransitivo “existir” (com seu sujeito “vários problemas”), ou trocá-lo pelo verbo transitivo direto “haver” (agora, o termo “vários problemas” é o objeto direto). Veja: “...existem aqui vários problemas...” ou “...há aqui vários problemas...” Note que a antecipação do adjunto adverbial “sobre altas habilidades” não interfere na mudança de sentido, também não causa problema gramatical. A alternativa (B) está correta, porque houve apenas a troca de posição dos termos básicos, mantendo-se o sentido e a correção gramatical. A alternativa (C) está correta, porque houve a troca de posição dos termos básicos. Além disso, devemos perceber que o verbo “Há” foi corretamente substituído por seu sinônimo “Existe”. Note que o verbo “Existe” está no singular, porque “um esforço” é seu sujeito. A alternativa (D) está correta, porque houve apenas a troca de posição dos termos básicos. Note que o adjunto adverbial de causa “Por causa da péssima educação pública” era iniciado pela locução prepositiva de causa “Por causa de”. Manteve-se o sentido e a correção gramatical com a troca por “devido a”. A alternativa(E) está correta, porque houve apenas a troca de posição dos termos básicos, mantendo-se o sentido e a correção gramatical. Gabarito: A Questão 28: IBGE 2009 Agente (banca Consulplan) Frases isoladas que servem de apoio para a resolução da questão: 1. Ao vê-lo ausente de casa por um par de anos, a vizinha aproximou-se cautelosa de sua mãe, jurou sua amizade à família e perguntou se havia algum problema com o rapaz. 2. Há os que adivinham as entrelinhas, ignorando as linhas. 3. Meus ensaios têm colimado assuntos candentes e controvertidos. 4. Sua imaginação criativa não se detém sobre a aborrecida lógica do texto. O sentido original do texto e a correção gramatical serão mantidos ao substituir: A) aproximou-se (frase 1) por se aproximou. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 25 B) há (frase 2) por existe. C) têm (frase 3) por tem. D) detém (frase 4) por detem. E) N.R.A. Comentário: Esta é outra questão que tem relação com o tema “Equivalência e transformação de estruturas”. A alternativa (A) é a correta, pois, mesmo não havendo palavra atrativa, por motivo de eufonia (soar bem), podemos posicionar o pronome oblíquo átono antes do verbo (próclise). Esse recurso é muito usado na linguagem moderna. A alternativa (B) está errada, porque o verbo “Há” é impessoal, por não ter sujeito. Esse verbo é transitivo direto e o pronome demonstrativo “os” é o objeto direto. Como neste contexto o verbo “existir” tem o mesmo sentido do verbo “haver” e é intransitivo, o pronome “os” passa a ser o sujeito, forçando o verbo ao plural: “Existem os que...” A alternativa (C) está errada, pois “Meus ensaios” é o sujeito e obrigatoriamente o verbo “têm” deve permanecer com o acento diferencial de plural. A alternativa (D) está errada, pois não existe a palavra “detem”. Como é uma palavra oxítona terminada em “em”, deve ser acentuada graficamente: “detém”. Na alternativa (E), “N.R.A” significa “Nenhuma Resposta Anterior”. Como já encontramos a resposta, esta alternativa está errada. Gabarito: A Questão 29: Prefeitura C.V. 2010 Oficial Administrativo (banca Consulplan) Assinale a afirmativa que apresenta a forma verbal adequada: A) O radiador, a embreagem, o cárter, tudo estavam danificados. B) Os médicos pareciam chegarem. C) A maioria faltaram. D) Cerca de vinte pessoas andaram no calçadão. E) Haviam sérios compromissos. Comentário: A alternativa (A) está errada, pois a locução verbal “estavam danificados” deveria se flexionar no singular, haja vista ter que concordar com o aposto recapitulativo (ou resumitivo) “tudo”. O termo “O radiador, a embreagem, o cárter” é o sujeito composto, mas o verbo deve concordar, neste caso, com este aposto: O radiador, a embreagem, o cárter, tudo estava danificado. Na alternativa (B), a locução verbal “pareciam chegarem” deve fazer com que o infinitivo se flexione no singular: Os médicos pareciam chegar. Na alternativa (C), o verbo “faltaram” deve se flexionar no singular, porque o seu sujeito está no singular: A maioria faltou. A alternativa (D) é a correta, pois o verbo “andaram” flexiona-se no plural devido a seu sujeito também estar no plural “Cerca de vinte pessoas”. Note que a expressão que denota quantidade aproximada “Cerca de” não interfere na concordância, pois apenas põe em dúvida a certeza da quantidade LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 26 específica, mas certamente é plural. Na alternativa (E), o verbo haver, no sentido de existir, não tem sujeito, portanto não pode se flexionar no plural. Este verbo é transitivo direto, por isso o termo “sérios compromissos” é apenas o objeto direto: Havia sérios compromissos. Gabarito: D Questão 30: IBGE 2011 Agente (banca Consulplan) Observe as frases quanto à concordância verbal e nominal. 1. Sempre houve condições de os idosos viverem com a família. 2. Sempre houveram condições de os idosos viverem com a família. 3. Já existiu carinho da família para com os idosos. 4. Hoje devem haver muitos idosos abandonados nas Casa de Repouso. 5. Amanhã quais de nós tomaremos conta dos pais idosos? Estão corretas apenas as afirmativas A) 1, 4, 5 B) 1, 3, 4 C) 2, 3, 5 D) 1, 3, 5 E) 2, 3, 4 Comentário: O verbo “haver”, no sentido de “existir”, não tem sujeito, por isso deve se flexionar no singular. Como este verbo é transitivo direto, o termo “condições”, nas frases 1 e 2, são os objetos diretos. Assim, a frase 1 está correta e a 2, errada; o que nos permite eliminar as alternativas (C) e (E). O verbo “existir” é intransitivo e concorda com o núcleo de seu sujeito “carinho”. Assim, a frase 3 está correta e eliminamos a alternativa (A). A locução “devem haver” está errada, pois o verbo “haver” é o principal desta locução e está no sentido de “existir”. Assim, o seu verbo auxiliar não pode se flexionar. Como este verbo é transitivo direto, o termo “muitos idosos abandonados” é o objeto direto e não participa da flexão deste verbo: Hoje deve haver muitos idosos abandonados nas Casa de Repouso. Assim, eliminamos a alternativa (B) e sabemos que a alternativa (D) é a correta. Para confirmar, veja que, quando a expressão “quais de nós” for o sujeito, o verbo pode concordar tanto com o pronome interrogativo plural “quais”, quanto com a expressão “de nós”: Amanhã quais de nós tomaremos conta dos pais idosos? Amanhã quais de nós tomarão conta dos pais idosos? Gabarito: D Questão 31: IBGE 2011 Supervisor (banca Consulplan) Quanto à concordância verbal e nominal marque a alternativa correta. A) Os Cieps, com certeza, ofereceria educação de qualidade para as classes desfavorecidas. B) Os debates sobre preconceito racial foi caloroso. C) Muitos de nós ainda têm preconceito racial. D) As famílias que haviam no período escravocrata agia impiedosamente contra os escravos. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 27 E) Fazem muitos anos que a Lei Áurea foi assinada, mas preconceito ainda perdura no país. Comentário: A alternativa (A) está errada, porque o sujeito plural “Os Cieps” força o verbo ao plural (“ofereceriam”). A alternativa (B) está errada, porque o sujeito plural “Os debates” força o verbo e seu predicativo ao plural: “foram calorosos”. A alternativa (C) é a correta, pois a expressão “Muitos de nós” admite o verbo concordando com o pronome indefinido plural “Muitos” ou com a expressão “de nós”: Muitos de nós ainda têm preconceito racial. Muitos de nós ainda temos preconceito racial. A alternativa (D) está errada, porque o verbo “haviam” está no sentido de existir. Assim, deve se flexionar no singular. Na outra oração, o sujeito plural “As famílias” leva o verbo “agia” ao plural: As famílias que havia no período escravocrata agiam impiedosamente contra os escravos. A alternativa (E) está errada, pois o verbo “Fazem” está sendo empregado no sentido de tempo decorrido. Assim, deve se flexionar no singular: Faz muitos anos que a Lei Áurea foi assinada, mas preconceito ainda perdura no país. Gabarito: C Questão 32: Pref. Santo Agostinho – 2010 – Contador (banca AOCP) “Há 110 dias não chove no Distrito Federal e a umidade relativa do ar chegou a 12% no dia 4 de setembro.” O sujeito da forma verbal há é (A) desinencial. (B) composto. (C) simples. (D) inexistente. (E) indeterminado. Comentário: Questão simples, não é? Basta lembrarmos que o verbo “Há” está no sentido de tempo decorrido, o mesmo do verbo “faz”, por isso é impessoal e não tem sujeito. Gabarito: D Questão 33:BNDES / 2009 / Superior (banca Cesgranrio) Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal, segundo o registro culto e formal da língua. (A) Necessita-se de novos programas de qualidade de vida. (B) A pressão, a ansiedade e a tensão muscular, tudo prejudicava a saúde do trabalhador. (C) Os Estados Unidos contrataram profissionais especializados em comunicação. (D) Já fazem três meses que ele se adaptou a uma nova realidade profissional. (E) Cada um dos profissionais do RH deve saber administrar o seu estresse. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 28 Comentário: Note que a questão pediu a alternativa errada. A alternativa (A) está correta, pois o verbo “Necessita-se” é transitivo indireto e o “se” é o índice de indeterminação do sujeito, o qual obriga a flexão no singular. A alternativa (B) está correta, pois o verbo “prejudicava” concorda corretamente com o pronome “tudo”, o qual é um aposto recapitulativo e se refere ao sujeito composto “A pressão, a ansiedade e a tensão muscular”. Nesses casos, o verbo obrigatoriamente se flexiona no singular. A alternativa (C) está correta, pois o topônimo (nome de lugar) plural “Estados Unidos”, quando antecedido de artigo, obrigatoriamente leva o verbo ao plural. A alternativa (D) é a errada, pois o verbo “fazem” está em sentido de tempo decorrido, por isso não tem sujeito e obrigatoriamente se flexiona na terceira pessoa do singular: faz. A alternativa (E) está correta, pois a expressão “Cada um”, na função de sujeito, levará o verbo para a terceira pessoa do singular, mesmo que o termo posterior esteja no plural, como ocorreu com “dos profissionais”. Gabarito: D Vimos os tipos de sujeito e a concordância verbal voltada a eles. Agora, vamos tratar de algumas concordâncias peculiares, as quais normalmente se referem a um sujeito simples. Concordância do verbo de ligação “ser” com predicativo de valor substantivo a) Se estiver entre dois núcleos das classes a seguir, em ordem, concordará, preferencialmente, com a classe que tiver prioridade, independente de função sintática: Pronome pessoal > substantivo próprio de pessoa > substantivo concreto > substantivo abstrato > pronome indefinido, demonstrativo ou interrogativo Tu és Maria. Maria és tu. Tu és minhas alegrias. Minhas alegrias és tu. Maria é minhas alegrias. Minhas alegrias é Maria. As terras são a riqueza. A riqueza são as terras. Emoções são tudo. Tudo são emoções. Às vezes, pode-se subverter a regra por motivo de ênfase: "Tudo é flores no presente" (Gonçalves Dias) b) Se o sujeito indica peso, medida, quantidade, seguido de é pouco, é muito, é bastante, é suficiente, é tanto, o verbo ser fica no singular: Três mil reais é pouco pelo serviço. Dez quilômetros já é bastante para um dia. Questão 34: CEITEC 2012 Auditor (banca Funrio) Quanto à concordância do verbo SER, a língua padrão desaprova a seguinte construção: A) Ontem foram sete de janeiro. LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 29 B) Todos fomos muito distraídos. C) Era duas e meia da manhã e chovia. D) Tuas alegrias somos nós, teus filhos. E) Na infância, tudo são mimos. Comentário: A alternativa (A) está correta. Vimos no tópico oração sem sujeito que o verbo “ser” deve concordar com o numeral que indica tempo, por exemplo: “São duas horas.”, “São dois de setembro.”. Assim, “Ontem foram sete de janeiro.” é uma construção correta, a única diferença é que o verbo está flexionado no tempo passado. Por causa dessa explicação, percebemos que a alternativa (C) é a incorreta, pois o verbo “ser” deveria concordar com o numeral: “Eram duas e meia da manhã e chovia.”. A alternativa (B) está correta, pois o verbo “fomos” concorda ideologicamente com o pronome “nós”, que fica subentendido. Esta é a concordância chamada siléptica, pois literalmente temos o sujeito “Todos”, de terceira pessoa do plural, mas subentendemos o pronome de primeira pessoa do plural “nós”: Todos (nós) fomos muito distraídos. A alternativa (D) está correta, pois o verbo “ser” concorda com o predicativo “nós”. Conforme vimos na teoria acima, o pronome pessoal do caso reto tem mais “força”, em relação a um substantivo comum (“alegrias”), fazendo com que o verbo se flexione na primeira pessoa do plural: Tuas alegrias somos nós... A alternativa (E) está correta, pois o verbo “ser” concorda com o predicativo plural “mimos”. Conforme vimos na teoria acima, o substantivo comum plural tem mais “força”, em relação a um pronome indefinido singular (“tudo”), fazendo com que o verbo concorde no plural: ...tudo são mimos. Gabarito: C Concordância com o pronome relativo “que” Você viu em aulas anteriores que o pronome relativo inicia uma oração subordinada adjetiva e serve para retomar um substantivo anterior. Ele pode cumprir várias funções sintáticas e a que nos interessa nesta aula é a de sujeito: Conversei com o fundador da instituição que cuida de crianças carentes. A oração grifada possui o verbo “cuida”, o qual é transitivo indireto. Seu objeto indireto é “de crianças carentes”. Assim o termo que falta é o sujeito. Perceba que o pronome relativo “que” retoma o substantivo “instituição”. Assim, quando lemos “que”, entendemos “instituição” e então teremos: “a instituição cuida de crianças carentes”. Veja: Conversei com o fundador da instituição que cuida de crianças carentes. Conversei com o fundador da instituição. A instituição cuida de crianças carentes. VTI sujeito objeto indireto VTI sujeito objeto indireto LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 30 Um ponto muitas vezes duvidoso na hora da concordância é com o pronome relativo na função de sujeito antecipado da expressão “um dos”. Isso porque depende contextualmente de identificar que palavra será retomada por esse pronome. Veja: Pelé foi um dos homenageados que levou o Brasil ao tricampeonato. Pela concordância do verbo, percebemos que o sujeito “que” retomou o vocábulo “um” dentre vários homenageados. Temos, assim, a ênfase a um dos homenageados. Mas, se não se quisesse dar essa relevância, o pronome relativo poderia retomar “homenageados” e assim o verbo se flexionaria no plural. Veja: Pelé foi um dos homenageados que levaram o Brasil ao tricampeonato. Não podemos, assim, decorar que a concordância pode ser no singular ou plural, na realidade depende da intenção comunicativa do texto. Perceba o exemplo abaixo, que exige a interpretação de retomada de apenas um dos termos: Este é um dos países candidatos que sediará a copa do mundo. Especial atenção deve ser dada à estrutura “o que”, em que “o” é pronome demonstrativo reduzido (=aquilo, aquele, isso) e “que” é pronome relativo e seu valor de coesão é retomá-lo. Sendo o pronome relativo sujeito, o verbo flexionará no singular. Veja: Nas análises feitas pela Petrobras, os técnicos encontraram novas fontes, o que possibilita um ganho no campo da energia. O pronome relativo “que” está na função de sujeito, o qual retoma o pronome demonstrativo “o” (singular), por isso o verbo “possibilita” está no singular. Concordância com o pronome relativo “o qual” e suas variações Este pronome também inicia uma oração subordinada adjetiva. Algumas leis que estão em vigor no país deverão ser revistas. Algumas leis as quais estão em vigor no país deverão ser revistas. Note que “Algumas leis” é o sujeito da locução verbal “deverão ser revistas” e o pronome relativo “que” (ou “as quais”) é
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