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Pato aula 4,5 e 6

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PATOLOGIA DOS SISTEMAS 
Enfermagem 3ª e 4º fase 
Prof. Me. Katia Motta 
INFLAMAÇÃO 
 Inflamação ou flogose (do latim inflamare e do 
grego phlogos) é uma reação dos tecidos ao 
agente agressor caracterizada morfologicamente 
pela saída de líquidos e de células de sangue para 
o interstício 
INFLAMAÇÃO 
 Resposta fundamentalmente protetora, destinada 
a livrar os organismos tanto da causa inicial da 
injúria celular (p. ex., micro-organismos, toxinas) 
quanto das consequências de tal injúria (p. ex., 
células e tecidos necróticos). 
INFLAMAÇÃO 
A inflamação é uma reação complexa em tecidos que consiste 
principalmente nas respostas dos vasos sanguíneos e leucócitos. 
INFLAMAÇÃO 
 A inflamação pode ser aguda ou crônica 
 
 A inflamação aguda é rápida no início 
(tipicamente minutos) e de curta duração, 
persistindo por horas ou poucos dias. Presença de 
exsudação de fluido e proteínas do plasma 
(edema) e a migração de leucócitos, 
predominantemente neutrófilos. 
 A inflamação crônica pode se seguir à inflamação 
aguda ou ser insidiosa no início. Ela é de longa 
duração e está associada à presença dos linfócitos 
e macrófagos, proliferação de vasos sanguíneos, 
fibrose e destruição tecidual 
INFLAMAÇÃO 
 
 A inflamação é terminada quando o agente 
agressor é eliminado. 
 
 A resposta inflamatória é intimamente 
entrelaçada com o processo de reparo. 
 
 Em algumas situações, a inflamação pode ser 
prejudicial. 
 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
 A inflamação aguda é uma rápida resposta do 
hospedeiro que serve para levar leucócitos e 
proteínas do plasma, tais como anticorpos, para 
os locais de infecção ou tecido injuriado. 
 
1) alterações no calibre vascular que levam a um 
aumento no fluxo sanguíneo; 
2) mudanças estruturais na microvasculatura que 
permitem que as proteínas do plasma e os leucócitos 
saiam da circulação 
3) emigração de leucócitos da microcirculação, seu 
acúmulo no foco da injúria e sua ativação para 
eliminar o agente agressor 
 
 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
 Infecções (bacteriana, viral, fúngica, parasítica) e 
toxinas microbianas 
 Necrose tecidual 
 Trauma e injúria física e química 
 Hipoxia 
 Corpos estranhos 
 Reações imunes (reações de hipersensibilidade) 
 doenças autoimunes 
ESTÍMULOS PARA A 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
ESTÍMULOS PARA A 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
REAÇÕES DOS VASOS SANGUÍNEOS 
NA INFLAMAÇÃO AGUDA 
Exsudação 
REAÇÕES DOS VASOS SANGUÍNEOS 
NA INFLAMAÇÃO AGUDA 
EDEMA 
PUS 
REAÇÕES DOS LEUCÓCITOS NA 
INFLAMAÇÃO 
LEUCÓTICOS (MACRÓFAGOS E NEUTRÓFILOS): 
 
 
 Ingerem e destroem bactérias e outros micróbios e 
eliminam o tecido necrótico e substâncias estranhas 
 
Podem induzir dano tecidual e prolongar a inflamação, 
REAÇÕES DOS LEUCÓCITOS NA 
INFLAMAÇÃO 
Os processos envolvendo os leucócitos na inflamação consistem em: seu 
recrutamento do sangue para dentro dos tecidos extravasculares, 
reconhecimento dos micróbios e tecidos necróticos, e remoção do 
agente agressor. 
REMOÇÃO DOS AGENTES AGRESSORES 
FAGOCITOSE 
MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO 
DERIVADOS DE CÉLULAS 
 
Metabólitos do Ácido Araquidônico (AA): 
Prostaglandinas, Leucotrienos e Lipoxinas 
 
Mediadores lipídicos biologicamente ativos servem como sinais 
intra ou extracelulares para afetar uma variedade de processos 
biológicos, incluindo inflamação e hemostasia. 
 
Oxido Nítrico, citocinas e quimiocinas 
EXEMPLOS CLÍNICOS DE 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
Erisipela (Streptococcus) 
Pústula 
Abscesso 
EXEMPLOS CLÍNICOS DE 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
Meningite purulenta 
Apendicite 
Aguda 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
A inflamação crônica é a inflamação de duração 
prolongada (semanas a meses) em que a inflamação, 
injúria tecidual e tentativas de reparo coexistem em 
variadas combinações. Ela pode se seguir à inflamação 
aguda, como descrito anteriormente, ou pode se iniciar 
insidiosamente. 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
Causas da inflamação crônica: 
• Infecções persistentes 
• Doenças inflamatórias imunomediadas 
• Exposição prolongada a agentes potencialmente 
tóxicos, exógenos ou endógenos. 
 
Em contraste com a inflamação aguda, que é 
manifestada pelas mudanças vasculares, edema e 
infiltração predominantemente neutrofílica, a 
inflamação crônica é caracterizada por: 
Infiltração com células mononucleares, que 
incluem macrófagos, linfócitos e células plasmáticas 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
Participação dos macrófagos na inflamação crônica 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
Participação de outras células na inflamação crônica 
 
• Linfócitos - são mobilizados em ambas as reações 
imunomediadas-por anticorpo e por célula. 
• Plasmócitos - se desenvolvem a partir dos linfócitos B 
ativados e produzem anticorpos contra ao antígenos 
• Eosinófilos - são abundantes nas reações imunes mediadas 
por IgE e em infecções parasitárias 
• Mastócitos - liberam os mediadores, tais como histamina e 
prostaglandinas, ocorrem durante as reações alérgicas aos 
alimentos, veneno de insetos ou fármacos, algumas vezes 
causando choque anafilático 
 
 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
Inflamação aguda: resposta de fase aguda, ou síndrome 
da resposta inflamatória sistêmica: 
 
 Febre, caracterizada por uma elevação na 
temperatura corporal, usualmente por 1° a 4°C 
 Proteínas de fase aguda, p.e. Proteína C-Reativa, são 
reguladas positivamente pelas citocinas 
 Leucocitose, principalmente 
em infecções bacterianas 
REFERÊNCIAS 
MECANISMO DE 
REPARO TECIDUAL 
 Lesões teciduais que se acompanham de morte 
celular e/ou da matriz extracelular sofrem um 
processo de cura que se dá por cicatrização ou 
regeneração 
 Na regeneração o tecido morto é substituído por 
outro morfofuncionalmente idêntico. 
 Na cicatrização um tecido neoformado substitui 
o tecido perdido 
REGENERAÇÃO 
 
 Epitélio de revestimento e medula óssea: células 
que se renovam continuamente. Ex. fígado, desde 
que haja preservação do estroma 
 
 Na musculatura lisa do intestino ou de artérias, 
lesões destrutivas sofrem cicatrização conjuntiva 
seguida de remodelação, e a cicatriz é substituída 
por tecido muscular liso neoformado. 
 
CICATRIZAÇÃO 
 
 Processo pelo qual um tecido lesado é substituído 
por um tecido conjuntivo vascularizado, sendo 
semelhante, quer a lesão tenha sido traumática 
ou necrótica 
 1º passo: Reação inflamatória 
 2º passo: Formação do tecido conjuntivo 
cicatricial – proliferação de células 
 3º passo: Remodelação do tecido cicatricial 
FASES DA CICATRIZAÇÃO 
FASES DA CICATRIZAÇÃO 
 
 Fase de inflamação ou exsudativa: 
 
Inicia-se com a ruptura de vasos sanguíneos e o 
extravasamento de sangue. A lesão de vasos sanguíneos 
é seguida rapidamente pela ativação da agregação 
plaquetária e da cascata de coagulação, resultando na 
formação de moléculas insolúveis de fibrina e 
hemostasia. 
Durante este processo ocorre o recrutamento de 
macrófagos e neutrófilos, ou seja, ocorre reação 
completa do tecido conjuntivo vascularizado em resposta 
à agressão do tecido, cujo objetivo é interromper a causa 
inicial (dor, calor rubor e edema). 
FASES DA CICATRIZAÇÃO 
 
 Fase proliferativa (granulação e 
reepitelização): 
 
Caracteriza-se pela neovascularização e 
proliferação de fibroblastos, com formação de tecido 
róseo, mole e granular na superfície da ferida (3 a 4 
dias). Contudo, a formação do tecido de granulação 
é estimulada por concentrações baixas de bactérias 
na ferida, mas é inibida quando o nívelde 
contaminação é elevado. 
FASES DA CICATRIZAÇÃO 
 
 Fase de Maturação ou remodelagem do 
colágeno: 
 
É a fase final de cicatrização de uma ferida que se 
caracteriza pela redução e pelo fortalecimento da 
cicatriz. Durante esta fase, os fibroblastos deixam o 
local da ferida, a vascularização é reduzida, a 
cicatriz se contrai e torna-se pálida e a cicatriz 
madura se forma (de 3 semanas a 1 ano a mais). O 
tecido cicatricial sempre vai ser menos elástico do 
que a pele circundante. 
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO 
 1ª intenção ou primária: envolve a reepitelização, na 
qual a camada externa da pele cresce fechada. As 
células crescem a partir das margens da ferida. As 
feridas que cicatrizam por primeira intenção são, mais 
comumente, feridas superficiais, agudas, que não têm 
perda de tecido e resultam em queimaduras de primeiro 
grau e cirúrgicas em cicatriz mínima, por exemplo. 
Levam de 4 a 14 dias para fechar; 
 
 
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO 
 2ª intenção ou secundária: envolve algum grau de 
perda de tecido. Podem envolver o tecido subcutâneo, o 
músculo, e possivelmente, o osso. As bordas dessa ferida 
não podem ser aproximadas, geralmente são feridas 
crônicas como as úlceras. Existe um aumento do risco 
de infecção e demora à cicatrização que é de dentro para 
fora. Resultam em formação de cicatriz e têm maior 
índice de complicações do que as feridas que se 
cicatrizam por primeira intenção; 
 
 
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO 
 3ª intenção ou terciária: ocorre quando 
intencionalmente a ferida é mantida aberta para 
permitir a diminuição ou redução de edema ou infecção 
ou para permitir a remoção de algum exsudato através 
de drenagem como, por exemplo, feridas cirúrgicas, 
abertas e infectadas, com drenos. Essas feridas 
cicatrizam por 3ª intenção ou 1ª intenção tardia. 
 
CICATRIZAÇÃO DE 
PRIMEIRA INTENÇÃO 
 Ferida cujas bordas 
foram aproximadas 
por suturas e que 
não tenha sido 
infectada. 
 É a mais rápida e 
forma cicatrizes 
menores, a fenda 
das feridas é mais 
estreita e a 
destruição nas suas 
bordas é menor. 
 Exemplo clássico: 
ferida cirúrgica 
 
 
 
CICATRIZAÇÃO DE 
SEGUNDA INTENÇÃO 
 Ferida extensa e com 
margens afastadas, 
formam-se grandes 
coágulos. 
 Intensa exsudação de 
fagóticos e abundante 
formação de 
granulação. 
 Regeneração da 
epiderme mais lenta, 
devido as margens 
serem mais distantes 
Se a lesão é extensa e/ou inflamada, o processo é 
mais intenso e maior é a quantidade de tecido de 
granulação produzido 
CICATRIZAÇÃO 
HIPERTRÓFICA E QUELOIDE 
 Cicatriz hipertrófica: cicatriz elevada decorrente de 
uma resposta exagerada da pele a uma intervenção 
cirúrgica ou ferimento, não ultrapassa os limites ou a 
extensão da incisão ou ferimento inicial. Apresenta 
tendência à regressão; 
 Queloide: geralmente estende-se espacialmente em 
relação ao tamanho original da incisão cirúrgica ou 
ferimento. 
 A cicatriz hipertrófica é usualmente confundida com 
o queloide; por isso, é também conhecida como 
“pseudoqueloide”. 
 Há descontrole na síntese de colágeno em ambos os 
casos. Tanto os mecanismos de produção podem estar 
exacerbados e/ou degradação da MEC reduzidos. 
CICATRIZAÇÃO 
HIPERTRÓFICA E QUELOIDE 
CICATRIZAÇÃO 
HIPERTRÓFICA E QUELOIDE 
Figura 1 - Cicatriz hipertrófica por cesariana: segue o trajeto da incisão cirúrgica. 
 
Figura 2 - Queloide por cesariana: não respeita o trajeto da incisão cirúrgica, 
invadindo a pele vizinha. 
 
CICATRIZAÇÃO 
HIPERTRÓFICA E QUELOIDE 
• A incidência de cicatriz hipertrófica, assim como de queloide, é 
maior em pessoas não brancas (negro, pardo, asiático ou 
amarelo). No indivíduo branco, a cicatriz hipertrófica é menos 
frequente no loiro em relação ao moreno. 
• A cicatriz hipertrófica pode ocorrer em qualquer idade, mas tende 
a se desenvolver mais frequentemente na puberdade, sendo rara 
em pessoas acima dos 60 anos de idade. 
 
CICATRIZAÇÃO HIPERTRÓFICA 
QUELOIDE 
FATORES QUE INTERFEREM 
COM A CICATRIZAÇÃO 
O processo de cicatrização pode ser afetado por fatores 
locais e sistêmicos e também por tratamento tópico 
inadequado. 
• Fatores locais: Localização e infecção local 
(bacteriana) e profundidade da ferida; edema, grau de 
contaminação e presença de secreções; trauma, 
ambiente seco, corpo estranho, hematoma e necrose 
tecidual; 
• Fatores sistêmicos: fatores relacionados ao cliente 
como idade, faixa etária, nutrição, doenças crônicas 
associadas, insuficiências vasculares úlceras, uso de 
medicamentos sistêmicos (antiinflamatórios, 
antibióticos, esteróides e agentes quimioterápicos); 
· 
FATORES QUE INTERFEREM 
COM A CICATRIZAÇÃO 
• Tratamento tópico inadequado: a utilização de 
sabão tensoativo na lesão cutânea aberta pode ter ação 
citolítica, afetando a permeabilidade da membrana 
celular. A utilização de soluções anti-sépticas também 
pode ter ação citolítica. Quanto maior for à 
concentração do produto maior será sua citotoxicidade, 
afetando o processo cicatricial. Essa solução em contato 
com secreções da ferida tem a sua ação comprometida. 
COMPLICAÇÕES 
• Hemorragia interna (hematoma) e externa podendo ser 
arterial ou venosa; 
• Deiscência: separação das camadas da pele e tecidos. É 
comum entre 3º e 11º dias após o surgimento da lesão; 
• Evisceração: protrusão dos órgãos viscerais, através da 
abertura da ferida; 
• Infecção: drenagem de material purulento ou 
inflamação das bordas da ferida; quando não 
combatida, pode gerar osteomielite, bacteremia e 
septicemia; 
• Fístulas: comunicação anormal entre dois órgãos ou 
entre um órgão e a superfície do corpo. 
 
REFERÊNCIAS

Outros materiais