Buscar

DPC II - Reconvenção

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
DISICIPLIN: DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
PROFA Ms. NEIRE DIVINA MENDONÇA
6 – RESPOSTA DO RÉU – RECONVENÇÃO E AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL
6.1 – Reconvenção
	
	6.1.1 – Conceito 
		É outra forma de resposta do réu. É uma ação proposta pelo réu em face do autor. É um contra-ataque do réu. É uma resposta, não é defesa. Se quiser promover uma ação autônoma será permitido. 
		Aqui teremos uma ação principal e a reconvenção. O que promove a reconvenção é chamado de reconvinte (réu da ação principal) e o reconvindo é o autor da principal e réu da reconvenção.
	6.1.2 – Fundamento 
		O fundamento do instituto está no princípio de economia processual, com que se procura evitar a inútil abertura de múltiplos processos, entre as mesmas partes, versando sobre questões conexas, que muito bem podem ser apreciadas e decididas a um só tempo
	6.1.3 – Pressupostos
		6.1.3.1 – Genéricos
			Em se tratando de uma verdadeira ação, a admissibilidade da reconvenção está subordinada aos pressupostos e condições que se exigem para o exercício de toda e qualquer ação, isto é, aos pressupostos processuais e às condições da ação, sem os quais não se estabelece validamente o processo e não se pode obter um julgamento sobre o mérito.
			Dada a sua natureza especial, a reconvenção exige alguns requisitos específicos, de par com aqueles que se observam em qualquer ação. Com efeito, dispõe o art. 315, caput, que "o réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com ação principal ou com o fundamento da defesa". 
			Seu parágrafo único, por outro lado, restringe a admissibilidade desse cúmulo processual, dispondo que "não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem". 
		6.1.3.2 – Específicos
			I – Legitimidade de parte →Só o réu é legitimado ativo para ajuizar a reconvenção; e apenas o autor pode ser reconvindo. 
			Por outro lado, tanto na ação como na reconvenção, as partes devem atuar na mesma qualidade jurídica, de sorte que, se um age como substituto processual de terceiro, não poderá figurar em nome próprio na lide reconvencional. Em outras palavras, quem foi demandado em nome próprio não pode reconvir como representante ou substituto de outrem e vice-versa.
			Pela natureza especial de resposta do réu ao autor, não se pode admitir que o reconvinte constitua litisconsórcio com terceiro para reconvir ao autor. 
			II – Conexão → Só se admite a reconvenção, se houver conexão entre ela e a ação principal ou entre ela e o fundamento da defesa (contestação) (art. 315, caput):
				a) A conexão entre as duas causas (a do autor e a do réu) pode ocorrer por identidade de objeto ou de causa petendi. 
				Há identidade de objeto quando os pedidos das duas partes visam o mesmo fim (ex.: o marido propõe ação de separação por adultério da esposa e esta reconvém pedindo a mesma separação, mas por injúria grave cometida pelo esposo; um contraente pede a rescisão do contrato por inadimplemento do réu e este reconvém pedindo a mesma rescisão, mas por inadimplemento do autor). 
				Há identidade de causa petendi quando a ação e a reconvenção se baseiam no mesmo ato jurídico, isto é, ambas têm como fundamento o mesmo título (ex.: um contraente pede a condenação do réu a cumprir o contrato, mediante entrega do objeto vendido; e o réu reconvém pedindo a condenação do autor a pagar o saldo do preço fixado no mesmo contrato). 
				b) A conexão pode ocorrer entre a defesa do réu e o pedido reconvencional, quando o fato jurídico invocado na contestação para resistir à pretensão do autor, sirva também para fundamentar um pedido próprio do réu contra aquele (ex.: a contestação alega ineficácia do contrato por ter sido fruto de coação e a reconvenção pede a sua anulação e a condenação do autor em perdas e danos, pela mesma razão jurídica). 
			III – Competência → Por força do art. 109, o juiz da causa principal é também competente para a reconvenção. Essa prorrogação, que decorre da conexão das causas, não alcança as hipóteses de incompetência absoluta, mas apenas a relativa, segundo dispõe o art. 102.
			Portanto, só pode haver reconvenção quando não ocorrer a incompetência do juiz da causa principal para a ação reconvencional. 
			IV – Rito → O procedimento da ação principal deve ser o mesmo da ação reconvencional. Embora não haja previsão expressa da compatibilidade de rito para reconvenção, essa uniformidade é exigência lógica e que decorre analogicamente do disposto no art. 292, § 1º, III, que regula o processo cumulativo em casos de conexão de pedidos, gênero a que pertence a ação reconvencional. 
			Quanto ao rito, é bom lembrar que não cabe a reconvenção nas ações de procedimento sumário, não só por sua estrutura simplificada, como também pelo fato de a lei conferir-lhe natureza de ação dúplice, isto é, o réu na contestação pode formular pedido contra o autor, "desde que fundado nos mesmos fatos referidos na inicial" (art. 278, § 1º, com a redação da Lei nº 9.245, de 26.12.95). 
	6.1.4 – Procedimento Reconvencional
		A ação principal e a reconvenção correm paralelamente e ao final o juiz julga as duas, não existindo suspensão do processo. 
		Embora oferecida simultaneamente com a contestação, a reconvenção deve ser proposta em petição autônoma (art. 299). Mas não é autua à parte, como ocorre com as exceções, pois a petição reconvencional é simplesmente juntada aos autos, tal como a da contestação. 
		Recebida a reconvenção, não se procede à citação do autor reconvindo. Esse é apenas intimado na pessoa de seu advogado a contestá-la no prazo de 15 dias (art. 316). Essa intimação, todavia, produz todos os efeitos legais da citação.
		A resposta deverá observar todas as regras pertinentes à contestação comum e que se acham contidas nos arts. 300 a 303.
		Após a contestação, a reconvenção integrará a marcha normal do processo e, a final, será julgada, de forma explícita, juntamente com a ação, numa só sentença (art. 318). "É cogente e não facultativa a norma peremptória que manda julgar na mesma sentença a ação e reconvenção" e com resposta de forma explícita ao pedido do reconvinte. Decorre de ser a reconvenção não um simples meio de defesa, mas, sim, uma ação autônoma. A inobservância dessa norma conduz à nulidade da sentença. 
		A petição reconvencional pode ser indeferida liminarmente nos mesmos casos em que se permite a rejeição da petição inicial (artigo 295). Há, também, possibilidade de indeferimento por inobservância dos requisitos específicos de admissibilidade da reconvenção.
		Do despacho que não admite a reconvenção, o recurso cabível é o Agravo, visto tratar-se de decisão que não põe fim ao processo.
		A sucumbência na reconvenção equivale à que ocorre na ação. Assim, rejeitado o pedido por carência ou por improcedência, deve o reconvinte arcar com os honorários do advogado do reconvindo. 
		Da autonomia da reconvenção decorre a possibilidade de o réu deixar de oferecer a contestação e limitar-se à propositura da primeira resposta. Todavia, como a reconvenção não substitui a contestação, em tal hipótese ocorrerá revelia quanto à ação principal, o que não impede a apreciação do pedido formulado na ação incidental. 			Eventualmente, o réu, mesmo sucumbente na ação principal, poderá sair vitorioso na ação reconvencional. A contrario sensu "não cabe reconvenção quando a matéria possa ser alegada com idêntico efeito prático em contestação. 
6.2 – Ação Declaratória Incidental
	6.2.1 – Conceito
Para Chiovenda, a Ação Declaratória Incidental é uma ação proposta independentemente de outro processo, a obter mediante julgado, a certeza jurídica sobre a existência de uma vontade concreta de lei. A característica desta ação consiste em que o interesse de agir decorra da contestação, de um ponto prejudicial formulada na lide precedente. 
É, o instrumento processual utilizado pelo autor ou réu em um processo pendente, tendo porobjeto a declaração de existência ou inexistência de uma relação jurídica, cujo resultado da prestação jurisdicional integrará a coisa julgada material. 
	 6.2.2 – Distinções entre Reconvenção e Ação Declaratória Incidental
Arruda Alvim aponta várias distinções entre a Ação Declaratória Incidental e a Reconvenção. São elas: 
	a) o pedido de declaração incidental repousa sempre sobre questão prejudicial, o que pode não ocorrer na Reconvenção; 
	c) o art. 319, do CPC, incide quando a Reconvenção não é contestada, o mesmo não se verifica na Ação Declaratória Incidental. 
Em geral, as conseqüências práticas da distinção são pequenas, pois nada obsta que o Réu deixando de pedir a declaração incidental, formule idêntica pretensão em sede reconvencional, posto que, ambas são consideradas tecnicamente ações, ou seja, não se confundem com a contestação do réu. 
Cândido Rangel Dinamarco diverge da doutrina dominante e entende que o réu que reage à citação recebida, propondo uma nova demanda a ser julgada no mesmo processo, seja ela qual for, estará formulando reconvenção. 
	6.2.3 – Procedimento
O Código não regulou adequadamente, o procedimento para a Ação Declaratória Incidental, motivo pelo qual cabe à doutrina e à jurisprudência a tarefa de suprir as lacunas do ordenamento processual. 
Vale consignar por oportuno, que essa ação não obedece, a qualquer procedimento especial, sujeitando-se, portanto, ao procedimento comum, que no Código atual, se subdivide em ordinário e sumário. 
O pedido da declaração incidental deverá ser redigido por petição inicial, atendendo os requisitos previstos no art. 282 do Código de Processo Civil, sendo ainda aplicáveis os arts 284 e 285. 
Para o Autor da ação o prazo é de 10 dias, (art. 325, do CPC), contados da data da intimação do despacho que determinar para se manifestar sobre a contestação (prazo da réplica). Dentro desse prazo poderá o autor ajuizar a ação, cujo objeto é a lide prejudicial. 
Para o Réu a oportunidade para suscitar a prejudicial é na contestação, podendo este assumir duas posturas: a) discutir a questão prejudicial incidenter tatum (questão prejudicial); ou, b) propor a ação (lide prejudicial). Obviamente, a eleição de uma via exclui a outra. 
Estando em termo o pedido, determinará o juiz, a citação da parte contrária, admitindo-se que a citação seja realizada na pessoa do seu procurador.  
Moacyr Amaral Santos, entende que proposta a ação, por qualquer das partes, será intimada a parte contrária, que terá o prazo de 15 dias para responder. 
O julgamento conforme o estado do processo é perfeitamente compatível, com a ação declaratória incidental, sempre que observados os requisitos previstos no art 330, do Código instrumental Para isso, deve a ação precedente versar sobre matéria de direito, contudo, sendo de fato, que este não dependa de prova, pois só assim será possível o julgamento antecipado, já que a sentença a ser proferida será a mesma para as duas ações, isto é, una. 
Frise-se, se a ação precedente versar sobre matéria de fato, que dependa de prova, não há que se falar em julgamento antecipado da incidental. O problema neste caso está em julgar antecipadamente somente a inicial, pois desta caberá apelação, sendo que a ação precedente ainda prosseguirá. 
Na audiência de instrução e julgamento serão colhidas as provas, referente a ambas as ações. 
Semelhantemente ao que ocorre na reconvenção, a sentença deve ser única, abrangendo, a Ação Declaratória Incidental e a ação principal, cabendo ao juiz decidir primeiramente a Ação Declaratória. Nesse sentido se posiciona Thereza Arruda Alvim, “o julgamento da declaratória incidental deverá anteceder ao da lide principal, pois aquela é uma causa prejudicial cuja solução era influenciar o teor do julgamento da causa principal. Entendemos, porém, que como se trata de um só processo, contendo várias lides, a sentença deve ser formalmente uma”. 
A propositura da Ação Declaratória Incidental não suspende o curso do processo principal. 
 
 	6.2.4 – Requisitos
	a) Controvérsia sobre a existência ou inexistência da relação jurídica
	A controvérsia nasce com o oferecimento da contestação, oportunidade em que o réu deve alegar toda a matéria útil à sua defesa. 
	Se houver confissão ou se este deixar de oferecer a contestação, não haverá oportunidade para o pedido de declaração incidente, salvo se o Autor intentar a Ação Declaratória, e isso ocorrendo, será determinada nova citação do Réu. 
	b) Existência de questão prejudicial autônoma
	A princípio, esclarece-se que questão prejudicial autônoma é aquela que poderia ser objeto de processo independente, isto é, não se confunde com o objeto do processo dito principal. 
	c) Existência de processo pendente
	A Ação Declaratória Incidental, apesar de ser uma ação, não é autônoma, mas subordinada à existência de outra ação e esta, por sua vez, depende do julgamento da lide prejudicial. 
	d) Competência Absoluta (Art. 470 do Código de Processo Civil)
	O Juiz da causa principal também é competente para a reconvenção, a ação declaratória incidental, as ações de garantia e outras que respeitam ao terceiro interveniente (art. 109 CPC). 
	Chiovenda, assinalou: “são absolutos os limites decorrentes da matéria da causa. Quando a lei atribui a um juiz uma causa, tendo em vista a natureza dela, obedece à consideração de ser esse juiz mais idôneo que outro para decidir; e, essa consideração não tolera aos particulares parecer diferente”. 
	A competência em razão da matéria é regida pela organização judiciária, ressalvados os casos expressos no art. 91, do CPC. Mas, compete exclusivamente ao juiz de direito processar e julgar as ações concernentes ao estado e à capacidade das pessoas (art. 91, inciso I). Assim, se a norma de organização judiciária dispuser sobre a questão de estado só há de ser julgada pelo juiz de Família e Sucessões, e a competência deste exclui a de qualquer outro por mais qualificado que seja. Ajuizada uma ação de natureza obrigacional ou relativa a direito real perante Vara Cível, nela não pode ser proposta a Ação Declaratória Incidental que verse sobre causa de estado, porque está é da competência privativa do juiz de Família e Sucessões, conforme preleciona Alfredo Buzaid.
	e) Compatibilidade procedimental
	O procedimento da Ação Declaratória Incidental deve ser compatível com o da ação principal. 
	f) Descabimento nas ações de procedimento sumário e de execução
	O procedimento sumário é regido pelos princípios da oralidade e celeridade. A concentração processual não se compatibiliza com a Ação Declaratória, valendo ressaltar que, por expressa disposição legal, nem sequer admite a reconvenção. 
	Todavia, é certo que na prática, as questões incidentais, são tratadas preliminarmente, na contestação. 
	Quanto ao processo de execução, não há lide propriamente dita, consequentemente, não há sentença, o Juiz não julgará a execução, mas sim, os embargos, se interpostos. Desta forma não há que se falar em questão incidental no processo de execução, já que nesta demanda não se procura solucionar qualquer lide, ao contrário, visa a prática de atos coativos para a satisfação do credor. 
	No entanto, nos Embargos à Execução é possível o pedido declaratório, como, por exemplo, na ação de execução de alugueres, pode o executado, nos embargos, suscitar controvérsia sobre a existência da relação jurídica entre as partes, e o julgamento da matéria principal argüida nos embargos dependerá da decisão da prejudicial.

Outros materiais