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Direito Civil I aula 08

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Bens acessórios,
 		 Frutos,
			 Produtos,
					 Pertenças 
							 Benfeitorias
		 							 Bens públicos.
DIREITO CIVIL 1 – DOS BENS -
SEGUNDA PARTE
Nesta aula iremos estudar os bens, RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS e os BENS PÚBLICOS.
 Tem a ver com os bens, reciprocamente considerados, os conceitos de: 
- Bens acessórios,
- Frutos,
- Produtos,
- Pertenças 
- Benfeitorias
Já com os bens Púbicos os conceitos que iremos ver serão os de: 
- Bens de uso comum do povo; 
- Bens de uso especial; e 
- Bens dominicais. 
DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS
Já dei para vocês uma excelente noção, no início da aula passada, do que vem a ser bem considerado em si mesmo e do que vem a ser bem reciprocamente considerado quando indiquei que:
Aprofundando o conhecimento, ao contrário do que afirmei, jocosamente, na aula passada, o Lada é o bem principal e a gasolina é um bem assessório.
Esta conclusão é lógica? Se for, porque é lógica?
Isso é gasolina. Ela é um bem, quando considerada em si mesma.
Isso é um LADA. Segundo o CC isso também é um bem quando considerado em si mesmo.
As dicas práticas que tenho que dar a fim de que vocês não errem ao classificar bens em principais e acessórios são: 
1 – CUIDADO COM SUA NOÇÃO NATURAL – ELA PODE TE “DERRUBAR”.
2 - Via de regra, se alguém lhe perguntar se um determinado bem é principal ou acessório, sua resposta deverá ser dar em duas fases, quais sejam:
	A primeira fase será responder que:
									D E P E N D E !
A segunda fase será perguntar a quem lhe perguntou:
PRINCIPAL OU ACESSÓRIO EM
 RELAÇÃO A QUAL OUTRO BEM OU BENS?
Exp. Uma				
				 é um bem acessório ou principal? 
Agora sigam o segundo passos sugerido
Outro Exemplo:
					O solo é um bem principal ou acessório?
				 E uma:					 ?
Como se vê, há exemplo de bem que posso perguntar se é principal ou acessório e cuja a resposta não será – DEPENDE (mas, via de regra, essa é a resposta).
 
Vejamos se nos ajuda (ou atrapalha:-) o primeiro artigo do CC que veremos nesta aula:
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente;... 
Perguntas:
1 – Existir sobre si, seria isso
2 – Então o que é?
Obs – “existir sobre si” é existir em si mesmo, de forma indepen-
dente e completa, isso é, sem precisar de qualquer complemen-
to, seja abstrato (bem jurídico incorpóreo) ou concreto (bem 
jurídico corpóreo). Continuando, afirma o artigo: 
Art. 92 - ...acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. 
Perguntas:
3 – Bem acessório é aquele que tem existência para “servir” a outro, que existe em razão e em função de outro?
06
Sabendo que classificar um bem em Acessório ou Principal, via de regra, significa avaliar sua dependência em relação a outro, podemos concluir as seguintes definições:
Outro exemplo:
			 Energia Elétrica é bem principal ou acessório?
			 Mas e a energia elétrica em relação à
			 				
 
Obs – É verdade que com você pode
fiação elétrica?
chorro ou como “arame” de varal mas sem energia, como fio elétrico ele não servirá. 
usar fio elétrico como coleira de ca-
Último exemplo (para que os bens incorpóreos não fiquem sem exemplo):
- FIANÇA é um bem acessório ou principal?
Para responder a isso basta pensar:
- É possível obter um empréstimo sem que haja um fiador que o garanta?
E o contrário, isso é, posso ter a figura do fiador em uma situação onde ninguém emprestou (contrato de mutuo, pois o bem é fungível) nada de ninguém?
	Obs - Aqui temos exemplo de bem incorpóreo onde a resposta à pergunta: “fiança é um bem principal ou acessório” NÃO SERÁ depende, pois, fiança sempre é um bem, um contrato, acessório ao principal.
E uma última pergunta para saber se o conceito ficou bem fixado:
Árvore – é um bem acessório ou principal?
							Depende?
									Depende do que?
PRINCÍPIO DA GRAVITAÇÃO JURÍDICA
 Classificar um bem como acessório ou principal faz muita diferença no direito e cito um exemplo disso... (veículos usados adquiridos em revendas e que dão defeito grave).
O princípio da gravitação jurídica pode ser definido assim:
O acessório segue o (ou a sorte do) principal.
“acessorium sequeatur principale”
Obs – O principio é chamado de Gravitação Jurídica, porque, assim como a gravidade é uma força que tudo atrai, o bem principal tem uma força que sempre atrai tudo o que lhe for acessório. Assim:
	Agora que, creio eu, já sabemos diferenciar entre bem principal e acessório, podemos ver os tipos de bens acessórios que existem
FRUTOS E PRODUTOS JURÍDICOS – Tratamos destes dois juntos pois ambos são acessórios que “nascem” no principal, isso é, aqui o acessório não é acrescido ao principal de forma artificial, é o próprio principal quem lhes dá origem, sendo que a diferença entre eles está no efeito que a retirada causa no principal:
Se a retirada do acessório em nada prejudicar o principal, temos um - Fruto.
Se a retirada do acessório prejudicar o principal (ainda que gradualmente), seja em sua qualidade ou quantidade temos um - Produto
Exemplos:
Frutos naturais e Jurídicos
*
*
*
Encerrando o estudo dos Frutos e Produtos, falta a seguinte classificação:
	Como se vê, os Frutos Civis não vem da natureza nem do homem, vem de uma relação jurídica (e como vimos na aula passada, o complexo das relações jurídicas de uma pessoa – que envolve créditos e débitos – forma seu patrimônio assim, os frutos civis também são parte do Patrimônio). 
PERTENÇAS (Arts. 93 e 94 CC) – Já fizemos referência a elas quando falamos da classificação dos bens imóveis por acessão intelectual. 
- De forma simples, poderíamos dizer que Pertença é o bem acessório que serve a um bem principal por lhe trazer benefício ao bem principal, em si, e não, diretamente, à sua finalidade, embora esta também possa ser beneficiada.
	A melhor forma de entender as Pertenças é pensar nelas como “pertences de alguém”, isso é, aqueles bens que pertencem a alguém e que o mesmo pode retirar (e a expectativa é que retire) ao sair, como ocorre no Brasil quando alguém vende a casa onde mora e leva consigo todos os seus móveis, eletrodomésticos e eletrônicos e quinquilharias (nos EUA, por exemplo, o mais comum é vender o imóvel de “porteira fechada”).
Obs - A genial MHD afirma que os Imóveis por Acessão Física Intelectual (IPAFI) só permanecem vigentes no direito brasileiro em razão do Código/02 (que não repetiu o artigo que tratava dos imóveis por acessão intelectual) ter criado a figura das pertenças (que não existia no CC/16).
	Não obstante, é necessário reconhecer que imóveis por acessão e pertenças não são, sempre, a mesma coisa.
CONCEITO DE PERTENÇAS: – São bem acessórios móveis (e que que permanecerão móveis) acrescidos ao bem principal (portanto, não são partes integrantes do próprio bem principal) por vontade de seu proprietário ou possuidor, no objetivo de causar, de forma duradoura, uma melhora no próprio bem principal, o que também, de forma indireta, pode melhorar a utilidade deste.
Obs 1 – Uma das diferença entre IPAFI e as pertenças é que, nestas, o bem acessório acrescido permanece sendo móvel, já os bens móveis, imobilizados por AFI, após destinados, passam a ser imóveis e, portanto, não podem ser (juridicamente) retirados do imóvel a que foram destinados, pois, são tão imóveis quanto ele, imóveis por força de lei (ainda que não o sejam na prática).
Obs 2 – Importante observar que as PERTENÇAS são, via de regra, uma exceção ao Princípio da Gravitação Jurídica (segundo o qual o acessório segue o principal) pois, se não fossem, ao se alienar o bem principal, as pertenças não poderiam ser retiradas, pois, enquanto acessórios, deveriam seguir o destino do principal. 
	São exceção porque, embora sendo bens acessórios, permanecem bens móveis após serem destinados ao bem principal e, sendo móveis, podem ser retiradas do bem principal caso esse vá ser alienado (quem abreesta possibilidade de exceção é o artigo 94 que iremos ver no próximo slide). 
O conceito de Pertenças está no Art. 93 do CC, que afirma:
	Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
	Percebam que a lei afirma que o benefício causado pela Pertença recai sobre o “outro” isso é, sobre o bem principal ao qual a Pertença foi acresscida (e não sobre sua finalidade ou função do bem principal) embora, também, possa colaborar, nestes sentidos, com o bem principal. 
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da vontade das partes ou das circunstâncias do caso concreto.
	Como já dito, as Pertenças, em regra, não acompanham o principal, embora isso não seja uma regra absoluta, pois a lei, a vontade das partes e a lógica do caso concreto podem determinar que as pertenças devem acompanhar o principal. Exp.:
	Essa é “sala de estar” de uma casa. Se retirarmos dela todos os móveis (sofás, quadros, vasos, al-mofadas, etc) e imobilizados (como as prateleiras) ela deixará de servir como “sala de estar”? A resposta é: embora prejudicado, o espaço continua útil e tendo configuração para a servir como sala de estar dentro da casa.
Sendo assim, temos que estes bens são pertenças porque foram acrescidos ao bem principal, de forma duradoura, para melhorar o próprio bem (e não para lhe dar função, embora também possam ajudar nisso), mas não são bens que integram, naturalmente, ambiente. 
Exp. 1 - Agora pensemos em uma sala de aula (olhem em volta e notem os detalhes).
Podemos dizer que se as “caderteiras” (mistura de cadeira com carteira), que o quadro branco, a mesa e cadeira do professor e as luminárias, são vitais para que este espaço sirva como sala de aula tanto de dia quanto de noite ou podemos retirar tudo isso sem prejuízo para esta finalidade?
Exp. 2 - Pensemos agora no Ar Condicionado e imaginemos uma sala de aula no Alasca e uma em Bangu (o lugar mais quente do RJ).
 	No Alasca, durante o verão e em razão do aquecimento global, o ar condicionado tem alguma utilidade durante alguns dias no ano, já em Bangu, uma sala de aula sem ar condicionado será quase impróprio a se obter alguma aprendizagem.
	Obs - É verdade que, no final das contas, tudo vai depender da vontade das partes (alienar o bem principal de “porteira fechada” ou não) mas, na falta de negociação das partes, o que determinaria o Direito? Vamos pensar:
Pergunta: No exemplo 1, o mobiliário escolar é pertença ou IPAFI?
17
- Resp.1 - É IPAFI, pois, se o espaço for vendido para funcionar como sala de aula, ele precisa daqueles bens e por isso mesmo eles são considerados imóveis, tal qual é imóvel a própria sala (se o objetivo for funcionar outra atividade no local como, uma sala de aula de balé, aí os bens móveis, imobilizados para fazer a sala servir como sala de aula, se tornam inconvenientes. 
– Resp.2 - O Ar condicionado na sala de aula no Alasca é pertença pois não é fundamental a proporcionar que ali alunos tenham condições climáticas ideias para estudar.
	Já o ar condicionado em uma sala de aula em Bangu se torna IPAFI, pois, ele, com os demais bens da sala que a permitir funcionar como sala de aula são fundamentais para que se alcance este objetivo.
Obs – O exemplo mais usado na doutrina para exemplificar a diferença entre Pertença e IPAFI é a de pensar em um piano na casa de alguém e um piano em um “conservatório musical” (sabem o que é isso?).
	Em um Conservatório o piano é IPAFI, pois, com os demais instrumentos, ele caracteriza o local. Já um piano na casa de alguém é uma Pertença.
Para encerrar o estudo das Pertenças, falta estudar a chamada – PARTE INTEGRANTE, algo que a definição legal de Pertença menciona. Vamos relembrar:
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
Parte integrante de um bem não é algo que facilita ou aumenta a utilidade deste bem é sim algo que o bem precisa para ter finalidade (para ter serventia). Em outras palavras:
Bem Principal + sua parte integrante = Bem Principal completo e útil 
Expls. 1 - A tubulação que leva água para a pia da cozinha e a torneira da pia da cozinha (um sem o outro acabam sendo inúteis).
2 – A lâmpada em relação ao abajur (e não em relação a qualquer outro bem): um sem o outro deixa ambos sem utilidade!
3 – O motor do carro em relação ao carro – este sem aquele, aquele sem este ...
Em resumo:
BENFEITORIAS: Assim como tudo que envolve bens reciprocamente considerados, identificar uma benfeitoria irá DEPENDE das características de cada bem (principal e acessório) envolvidos, pois, uma mesma benfeitora pode ser classificada nas 3 formas existentes, dependendo de tais características! 
	Via de regra, benfeitorias são DESPESAS COM OBRAS realizadas no bem principal que visam 3 objetivos principais, conforme Art. 96 do CC que passamos a estudar:
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, ...
§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
Benf. Voluptuária (vem de Volúpia) e ocorre quando obras (normalmente) de elevado valor são feitas no bem principal a fim de torná-lo mais luxuoso, mais “ostentador”.
	O exemplo mais utilizado aqui é a construção de uma piscina (mas uma piscina, dependendo o caso, pode não ser benfeitoria voluptuária, mas sim, uma das outras duas classificações que vamos ver).
Benf. ÚTIL: Aqui há um detalhe importante na definição legal deste tipo de benfeitoria. Notem abaixo:
Art. 96. As benfeitorias podem ser ..., úteis...
§ 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o USO do bem.
Obs – Notem! A obra que será feita aqui influi no USO do bem principal, fazendo com que as possibilidades de uso do bem, existente antes da obra sejam, o que ?
	- Embora a lei “fale” apenas em “AUMENTAR ou FACILITAR” vou incluir também preservar o uso do bem (NÃO É PRESERVAR O BEM, EM SI, MAS SIM, SEU USO).
	Exemplos de Benf. Útil seriam: - a construção de uma garagem em uma residência que antes não a possuía (tal construção irá aumentar o uso do bem).
	- A existência de goteiras na varanda de uma casa produz a redução da possibilidade de uso da varanda em dias de chuva e, portanto, do próprio bem principal, assim, a reparação do telhado da varanda visa PRESERVAR o uso da varanda tal qual ele existia antes das goteiras existirem e, portanto, do bem principal (cuja varanda é parte integrante).
Benf. NECESSÁRIA: Aqui é importante saber que a obra a ser feita é necessária à CONSERVAÇÃO DO BEM PRINCIPAL EM SI (para garantir sua conservação física, sua manutenção) - diferente das benfeitorias ÚTEIS que visam não o bem principal em si, mas sim, seu USO, sua destinação. 
Vejamos o artigo:
Art. 96. As benfeitorias podem ser ... necessárias.
§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
	Repetindo – Aqui, a preocupação ao se fazer uma obra, não está no USO do bem, mas sim, na conservação de sua estrutura física, portanto, as obras a serem feitas visam a manutenção do bem principal, para que não se deteriore. 
Obs – Feita a obra, o uso do bem também será preservado mas não é esse o objetivo da obra realizada, isso será apenas um efeito colateral favorável.
Exemplo – O conserto de uma goteira localizada em um dos quartos de um imóvel residencial que tenha laje é Benf. Necessária, pois, visa conservar o teto do quarto (que é parte integrante do bem principal), portanto, do próprio bem principal.
Como se vê, tudo é relativo, tudo depende da análise do caso concreto. A questão abaixo revela isso:
Uma piscina, recém construída, constituiu qual tipo de benfeitoria?
D...
Na Escola de natação que irá se chamar:
cujo imóvel onde a mesma irá funcionar já foi comprado e onde uma piscina estásendo construída, a construção de tal piscina constitui que tipo de benfeitoria?
	Sei que sua tendência será de responder “necessária” pois, uma piscina é totalmente necessária em uma escola de natação, porém, este não é o sentido do § 3o, ali, benfeitoria necessária é aquela necessária À CONSERVAÇÃO DO BEM PRINCÍPAL e não necessária no sentido permitir o uso como escola de natação.
Obs – No (excelente) livro de Doutrina Civil de Gagliano e Pamplona Filho, os autores confundiram o sentido da palavra “necessário”, o desvinculando do § 3o do artigo 96 CC, e por isso afirmam que uma piscina em uma escola de hidroginástica é uma benfeitoria – NECESSÁRIA (p. 323, penúltimo parágrafo) o que, sem dúvida, é verdade mas não no sentido benfeitoria necessária. 
 “CAI NA ÁGUA E NADA!” 
E esta
					
						“AINDA NESTE SÉCULO INAUGURAREMOS
					 			NOSSA SEGUNDA PISCINA”.
								
§ 2o São úteis as que aumentam
 ... o uso do bem.
aqui, heim? Que benf. é?
Quando, finalmente, surgir a nova piscina, que benfeitoria será?
 ESCOLA DE NATAÇÃO
 “CAI NA ÁGUA E NADA!” 
§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
E se a:
PROMETER A SEUS ALUNOS QUE:
E A PORTA DE ENTRADA DE UMA CASA, QUE BENFEITORIA É?
D...
Porque:
Colabora na conservação do Bem Principal
?
E a 
ÚTIL!
Porque:
facilita ou preserva o uso de parte integrante do Bem Principal
É 
Mas dá vontade de dizer que é necessária, não dá?
Obs:
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
Arts. 1253 a 1259. Matéria que vocês. irão estudar em “Direito das Coisas”. Por enquanto basta que saibam que Acessão são obras que criam bem principal novo, portanto, não ser relacionam o já existente.
Aluvião / Avulsão /Forma-ção de Ilha/ Álveo aban-donado
 
Acessão Industrial ou Física
 
BENS PÚBLICOS: Estabelece o Art. 98 CC:
- São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
	A primeira conclusão que se pode chegar ao ler este artigo é: tudo o que não for bem público é bem particular.
	Mas dizer que bem público são aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno não expressa bem a realidade, razão pela qual vou pedir para que copiem uma outra definição de bem público:
“Bem público é aquele que pertence a uma pessoa jurídica de direito público ou que esteja *afetado à prestação de um serviço público”
Dito isso, temos que saber quem são as “pessoas jurídicas de direito público”:
	Aquelas que todos conhecem: União, Estado, DF, Municípios e Territórios + Autarquias e Fundações Públicas
*Afetação de bens é ma-téria de Dir. Admtv. mas, em resumo...
Obs - Se a pessoa jurídica estatal tiver natureza jurídica de direito privado (Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista) EM REGRA seus bens não são considerados privados, assim, a regra e a exceção completas, são:
Regra – Bens de pessoas jurídicas estatais (EP. e SEM.) que prestem serviço público – são públicos. - Exp. Correios (presta serviço público)
Exceção –Bens de pessoas jurídicas estatais (EP e SEM) que explorem atividade econômica (como qualquer empresa privada) tem bens privados. - Exp. BB, CEF, Petrobrás (exploram atividade econômica). 
	É bastante significativo um bem ser considerado público ou privado, pois, os bens públicos tem um regime especial de proteção (isso também é matéria de Dir. Adm).
Uma rápida noção: Atributos dos B. Públicos são: Alienabilidade Condicionada (impropriamente chamada e Inalienabilidade), Impenhorabilidade (não podem ser penhorados) e Imprescritibilidade (não se perdem pela usucapião). 
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS: São de 3 tipos, previstos nos 3 incisos do Art. 99 (sendo que os negritos são os nomes adotados pela doutrina)
Art. 99: São bens públicos:
I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
- BENS DE USO COMUM DO POVO: são os que podem ser utilizados por qualquer um do povo, sem formalidades (“os rios, mares, estradas, ruas e praças”), o que não significa que o Poder Público não possa regulamentar o uso ou torná-lo oneroso, instituindo cobrança de pedágio, como nas rodovias (art. 103). A Administração pode também restringir ou proibir o uso, em razão de segurança nacional ou de interesse público.
O povo somente tem o direito de usar tais bens, mas nunca de obter sua propriedade em razão da imprescritibilidade.
- BENS DE USO ESPECIAL: São os locais (edifícios e terrenos – inc. II Art. 99) destinados, especialmente, à execução dos serviços públicos. Embora o povo possa estar ali para ser atendido, a utilização é exclusiva pelo Poder Público.
- BENS DOMINICAIS OU DE PATRIMONIO DISPONÍVEL: É o “Patrimônio” (Lembram dele? Aquele complexo de relações jurídicas materiais composto de créditos e débitos?) das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal ou real de cada uma dessas entidades (CC, art. 99, III). Sobre ele, o Poder Público exerce poderes de proprietário (é como se fosse o patrimônio privado da pessoa jurídica pública)
 Incluem-se nessa categoria as terras devolutas (?), as estradas de ferro, oficinas e fazendas pertencentes ao Estado, prédios desativados, etc.
Como dito, os bens dominicais são como bens privados do Estado, assim, itens deste patrimônio não estiverem afetados a uma finalidade pública específica, podem ser alienados, tanto por meios de direito privado (como a compra e venda) como de direito público. 
Tais bens encontram-se, portanto, “no comércio jurídico de direito privado e de direito público” mas, se forem vendidos, têm que ser observadas as exigências da lei (CC, art. 101).
Dispõe o parágrafo único do art. 99 CC que, não “dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado”.
Nesse caso, podem ser alienados pelos institutos típicos do direito civil, como se pertencessem a um particular qualquer, embora seja bem públicos.

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