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Fundamentos Históricos Teóricos Metodológicos do Serviço Social Vânia Cláudia Spoti Caran Aula 2 Conteúdo • Unidade 1 • 1.2 O Serviço Social quanto profissão • 1.3 O Serviço Social e o entendimento da Organização Social no Brasil através de autores Clássicos • 1.4 Gilberto Freire • 1.5 Sergio Buarque de Holanda 2 1.2 O Serviço Social Quanto Profissão • Historicamente, a profissão do Assistente Social não foi reconhecida e identificada por contribuir para a produção de um saber específico, mas pelo modo como intervinha nas situações sociais, como desempenhava as atribuições institucionais e a política do serviço onde se inseria, privilegiadamente associada às políticas sociais. 3 O Serviço Social Quanto Profissão • Entretanto, a pesquisa permanente e a produção de conhecimentos em Serviço Social são decisivas para a sobrevivência desta profissão na contemporaneidade, sendo condição básica para sua inserção crítica na divisão social e técnica do trabalho e para a qualificação dos assistentes sociais que cotidianamente lidam com múltiplas e complexas manifestações da chamada “questão social”. (SILVA, 2007). 4 A Produção de Conhecimento • A produção de conhecimento na área de Serviço Social iniciou-se a partir dos anos 70, quando foram criados os primeiros cursos de pós-graduação na área de Ciências Sociais e, especificamente, na área de Serviço Social, em plena vigência da ditadura militar (1964/80). 5 O Serviço Social é uma Profissão Historicamente Jovem • O Serviço Social é uma profissão historicamente jovem, tendo sua gênese vinculada aos serviços e políticas sociais desenvolvidos na fase monopolista do capitalismo. Se para os países centrais isto ocorre na virada do século XIX para o XX, no Brasil, isto ocorre mais tardiamente com as experiências tardias e precárias de desenvolvimento de um "Estado social" ou dito "populista". Não obstante sua juventude, a profissão na América Latina, fundamentalmente após a sua reconceituação, não esconde sua constante procura por um pensamento crítico e pelo compromisso com as "causas populares“ (MONTAÑO, 2011). 6 Reconceituação • No processo de reconceituação latino- americano, o Serviço Social incorporou os limites e os avanços propiciados por este movimento. As primeiras influências do marxismo no Serviço Social vão adquirir maior visibilidade após a fase da ditadura militar, durante o processo de abertura democrática “lenta e gradual” a partir da segunda metade dos anos 70 e início dos anos 80 do século XX. 7 Os Imensos Desafios da Segunda Metade do Século XX • A falência do “Serviço Social tradicional” e as diversas alternativas a ele formuladas, recuperaram – mesmo que inicialmente de forma pontual – a necessidade da pesquisa para sintonizar a profissão com os imensos desafios da segunda metade do século XX. O caráter heterogêneo, eclético e empirista/formalista que marcou o processo de reconceituação em suas principais e diversas vertentes estabeleceu parâmetros e bases teóricas diferenciadas que repercutiram decisivamente em diferentes perspectivas e formas de pesquisa em nível de Serviço Social. (SILVA, 2007). 8 A Exemplo a Segunda Guerra 9 w w w .a n n e fr a n k fu n d a d io n Estudos Sobre Serviço Social • Investigação realizada em Portugal mostrou que os assistentes sociais apresentam certa dificuldade estrutural em descrever o que fazem. As características do seu trabalho social explicam, em parte, estas dificuldades que se relaciona com a construção das práticas, nas quais a construção do objeto se encontra profundamente ligada às estratégias de ação. O Serviço Social possui uma história e uma formação específica, mas a questão dos seus saberes específicos e da sua legitimidade continua problemática e longe de consensos, dentro e fora do corpo profissional. (PASSARINHO, 2008). 10 Indagações de Estudos • As indagações centrais deste estudo foram: para quê, para quem e como pesquisamos? O objetivo foi discutir alguns desafios que transitam no cotidiano da pesquisa, bem como apresentar algumas ferramentas para a condução de tal processo, no contexto da formação profissional em Serviço Social. 11 Serviço Social Indagações • Evidenciou-se o reconhecimento do exercício da pesquisa como estratégia de conhecimento e ação e, portanto, como dimensão constitutiva do trabalho do assistente social, ressaltando que tão importantes quanto as descobertas no campo do saber, são as estratégias de intervenção social a elas articuladas. (MORAES, JUNCÁ, SANTOS, 2010). 12 1.3 O Serviço Social e o entendimento da Organização Social no Brasil através de autores clássicos • Primeiramente, queremos que você conheça a obra de Caio Prado Júnior, por meio de pontos como a influência do pensamento materialista histórico e dialético sobre ela. 13 Caio Prado Junior • Em 1942 publicou o clássico Formação do Brasil Contemporâneo - Colônia, que deveria ter sido a primeira parte de uma coletânea sobre a evolução histórica brasileira, a partir do período colonial. Entretanto, os demais volumes jamais foram escritos. Neste livro, alcança superar uma prática até então usual na Historiografia brasileira, qual seja, a da anacronia, consistente em se se analisarem os fatos passados sem perder de vista o seu desenlace presente. Caio Prado Júnior, por seu turno, é capaz de analisar os processos históricos a partir do mundo em que se desenvolveram, elaborando o mais completo quadro do Brasil Colônia até então traçado onde sua investigação em relatos coetâneos ao período do Brasil Colônia, pinta um retrato sem retoques de um plano geográfico de que se encontram não poucas marcas no Brasil de hoje. 14 Caio Prado Junior • O livro, ao lado de "Casa-Grande e Senzala", de Gilberto Freyre, e de "Raízes do Brasil", de Sérgio Buarque de Holanda, forma uma tríade inelutável para se alcançar um conhecimento de como funcionam as estruturas sociais do país. 15 Caio Prado Junior • Dirigiu o vespertino A Plateia e, em 1943, juntamente com Arthur Neves e Monteiro Lobato, fundou a Editora Brasiliense, na qual lançou, posteriormente, a Revista Brasiliense, editada entre 1956 e 1964. Meados década de 1950, desenvolveu sua discussão sobre dialética, publicando dois livros: A Dialética do Conhecimento (1952) e Notas Introdutórias à Lógica Dialética (1959). 16 • Sofreu novas perseguições durante o Regime Militar, após 1964 e em 1966 foi eleito o Intelectual do Ano, com a conquista do Prêmio Juca Pato, concedido pela União Brasileira de Escritores, devido à publicação, naquele ano, do polêmico A revolução brasileira, uma análise dos rumos do país após o movimento de 1964. Faleceu em novembro de 1990 e revoluciona os métodos e pensamentos históricos, políticos e econômicos. 17 As principais obras de Prado Júnior • 1933: Evolução política do Brasil • 1934: URSS - um novo mundo • 1942: Formação do Brasil Contemporâneo • 1945: História Econômica do Brasil • 1952: Dialética do Conhecimento • 1953: Evolução Política do Brasil e Outros Estudos • 1954: Diretrizes para uma Política Econômica Brasileira • 1957: Esboço de Fundamentos da Teoria Econômica 18 As principais obras de Prado Júnior • 1959: Introdução à Lógica Dialética (Notas Introdutórias) • 1962: O Mundo do Socialismo • 1966: A Revolução Brasileira • 1971: Estruturalismo de Lévi-Strauss - O Marxismo de Louis Althusser • 1972: História e Desenvolvimento• 1979: A Questão Agrária no Brasil • 1980: O que é Liberdade • 1981: O que é Filosofia • 1983: A Cidade de São Paulo 19 1.4 Gilberto Freyre • O estudo que nos remetemos é a obra de Gilberto Freyre, cuja metodologia, influenciada pela Antropologia, gerou uma obra que valoriza as diferenças étnico- culturais que constituem o brasileiro como povo, seus aspectos metodológicos deixou a marca da construção do país, como é formado o país, seu povo, suas crenças, sua raça. 20 Casa Grande e Senzala • A grande obra que enfatiza a nossa sociedade e seu entendimento é com certeza Casa Grande e Senzala, onde ele descreve as características gerais da colonização portuguesa do Brasil: sua formação de uma sociedade agraria para uma sociedade escravocrata e híbrida, descreve o indígena brasileiro, o escravo negro , a vida sexual e a família brasileira, o que é um gesto inusitado para época. (Freyre,2006). 21 1.5 Sérgio Buarque de Hollanda • Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), jornalista, sociólogo e historiador brasileiro nascido em São Paulo, um dos maiores intelectuais brasileiros do século XX, que tentou interpretar o Brasil, sua estrutura social e política, a partir das raízes históricas nacionais. 22 1.5 Sérgio Buarque de Hollanda • Entrou em contato com o movimento modernista europeu, conheceu a obra do sociólogo alemão Max Weber e presenciou a ascensão do nazismo na Alemanha. De volta ao Brasil (1936), passou a ensinar História Moderna e Contemporânea na então Universidade do Distrito Federal e publicou o seu clássico Raízes do Brasil (1936). 23 Suas Obras • 1936 - Raízes do Brasil. Rio de Janeiro • 1944 - Cobra de Vidro. São Paulo • 1945 - Monções. Rio de Janeiro • 1948 - Expansão Paulista em Fins do Século XVI e Princípio do Século XVII. São Paulo • 1957 - Caminhos e Fronteiras. Rio de Janeiro • 1959 - Visão do Paraíso. Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil. São Paulo • 1972 - Do Império à República. São Paulo (História Geral da Civilização Brasileira, Tomo II, vol. 5). • 1979 - Tentativas de Mitologia. São Paulo • 1985 - Sergio Buarque de Hollanda: História (org. Maria Odila Dias). São Paulo 24 Suas Obras • 1986 - O Extremo Oeste [obra póstuma]. São Paulo • 1996 - O espírito e a letra (org. Antonio Arnoni do Prado) 2 vols. São Paulo • 2004 - Para uma nova história (org. Marcos Costa). São Paulo (coletânea de textos, publicados, quase todos, em jornais de notícias). • Destacamos Raízes do Brasil, como uma das obras mais referenciadas para leitura da formação de nosso país e das relações sociais. 25 Serviço Social e Relações Sociais sem Saber Sobre estes Autores! • Podemos entender sobre Serviço Social relações sociais, sem Karl Marx, Gilberto Freyre e Sergio Buarque de Holanda? • A resposta: é jamais! 26 Referências • ALMEIDA, F; ALVES, M. Possibilidades para a construção do conhecimento humano. • Revista Encontros de Vista - Terceira edição, Obtido em: http://www.encontrosdevista.com.br/Artigos/POSSIBILIDADES_PARA_A_CONSTRUCAO_DO_CONHECIMENTO _HUMANO.pdf • • BOURGUIGNON, JA. A particularidade histórica da pesquisa no Serviço Social. Rev. katálysis, Florianópolis, v. 10, n. spe, 2007 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 49802007000300005&lng=en&nrm=iso>. access on 27 Dec. 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S1414- 49802007000300005. • • Bukhárin, Nicolau. Tratado de Materialismo Histórico. Rio de Janeiro, aemmert, 1970. • Engels, Friedrich. A Dialética da Natureza. 4ª edição, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1985. • FREYRE G. Casa Grande & Senzala: Formação da família brasileira sob o regime da família patriarcal ,São Paulo,Global,2006. • Korsch, Karl. Marxismo e Filosofia. Porto, Afrontamento, 1977. • Lênin, Wladimir. Cuadernos Filosóficos. Buenos Aires, Ediciones Estudio, 1974. • Lukács, Georg. História e Consciência de Classe. 2ª edição, Rio de Janeiro, Elfos, 1989. • __________. Tecnologia e Relações Sociais. in: Lênin, W. et. al. Bukhárin, Teórico Marxista. Belo Horizonte, Oficina de Livros, 1989. • Marx, Karl e Engels, Friedrich. A Ideologia Alemã (Feuerbach). São Paulo, Martins Fontes, 2002. • Marx, Karl. Para a Crítica da Economia Política. 2ª edição, São Paulo, Martins Fontes, 1983. • Prado Júnior, Caio. Dialética do Conhecimento. 6ª edição, São Paulo, Brasiliense, 1980. • __________. Notas Introdutórias à Lógica Dialética. São Paulo, Brasiliense, 1959. • Stálin, Joseph. Materialismo Dialético e Materialismo Histórico. 2ª edição, São Paulo, Global, 1982. • Viana, Nildo. A Consciência da História – Ensaios sobre o Materialismo Histórico-Dialético. Goiânia, Edições Combate, 1997. • __________. A Dialética como Ideologia. Fragmentos de Cultura. Vol. 12, num. Especial, março de 2003. • __________. Cérebro e Ideologia. Estudos: Vida e Saúde. Revista da Universidade Católica de Goiás. Vol. 29, no 03, maio/jun. de 2002. 27 Fundamentos Históricos Teóricos Metodológicos do Serviço Social Vânia Cláudia Spoti Caran Atividade 2 Nós que aqui estamos por vós esperamos! 29
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