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Aula 1
Caso Concreto 1
João, pai de Maria e Clara (concebidas naturalmente e nascidas respectivamente em 05 de janeiro de 1980 e 10 de maio de 1985), adotou em 03 de setembro de 1988 José, que já tinha 06 anos de idade. João sofreu grave acidente automobilístico o que o levou a óbito em 1o. de outubro de 1988. Pergunta-se: Maria, Clara e José terão exatamente os mesmos direitos sucessórios? Explique sua resposta.
CF 1988 em 5/10/1988 conforme art 227 § 6º - Isonomia entre os filhos, proibida qualquer discriminação.
1784 // 1787 // 2041 // art 5º, XXXVI
José nada herdará a sucessão e a legitimação para suceder são reguladas pela lei vigente ao tempo da abertura da sucessão, que era o Código de 1916; O direito a herança constituí direito adquirido conforme art 5º, XXXVI, CF e não poderá ser prejudicado por lei nova; As alterações relativas a ordem da vocação hereditária introduzidas pela código civil de 2002 não se aplicam à sucessões abertas antes da sua vigência.
Caso Concreto 2
Mauro é casado no regime de comunhão universal de bens, com quem tem uma filha Andrea e possui R$ 100.000,00 (cem mil reais) de patrimônio. Querendo instituir Lúcia sua herdeira necessária, Mauro poderia dispor da integralidade de seu patrimônio? Justifique sua resposta.
Mauro não tem a liberdade plena para testar podendo deixar para Lucia equivalente a R$ 25.000,00 (parte disponível) pois os outros R$ 25.000,00 fazem parte da legítima pertencentes necessariamente a Andrea e os outros R$ 50.000,00 para sua cônjuge mulher.
Caso Concreto 3
(OAB-PR 2007) Ana e Luiza eram, respectivamente, mãe e filha. No dia 23 de março de 2007 sofreram um acidente de automóvel, morrendo instantaneamente (Comoriência). A perícia não foi capaz de identificar qual delas faleceu primeiro. Luiza era casada com Cláudio pelo regime da comunhão universal de bens e não tinha descendentes. Ana era viúva. Além de Luiza, Ana era mãe de Daniela. Luiza não deixou bens. Seu marido Cláudio também não é proprietário de bens. Ana deixou um patrimônio líquido no valor de 1 milhão de reais. Cláudio procura Daniela e afirma que tem direito a 500 mil reais do patrimônio deixado por Ana. Justifica sua afirmação alegando que, como viúvo da herdeira Luiza, tem direito a 250 mil reais a título de meação, ante o regime da comunhão universal de bens, e a outros 250 mil reais a título de herança, no exercício do direito de representação. Pergunta-se: as alegações de Cláudio estão corretas? Justifique e fundamente a sua resposta.
Não sendo possível identificar quem primeiro faleceu resta caracterizada a comoriência entre Ana e Luisa (art 8º, CC). Com a morte de Ana a sua única herdeira é a sua filha Daniela (1829, I, CC) assim se Luisa nada herdou de Ana, Claudio não tem direito a meação; Da mesma forma, como Luisa não tinha descendentes, não deixou herdeiros aptos a representa-la no quinhão que sua mãe lhe deixaria. Não há direito de representação em favor de cônjuge (1851, CC) assim nada herdará Claudio.
Aula 2
Caso Concreto 1
Reginaldo morreu em 20/09/2009 deixando como único herdeiro seu filho Marcelo. Ao morrer Reginaldo possuía um único veículo avaliado em R$ 10.000,00 (dez mil reais), uma casa em Cascavel no valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) e uma dívida em uma conta corrente da qual era titular que já chega a R$ 130.000,00 (cento e trinta mil reais). Marcelo, após a abertura do inventário de seu pai é surpreendido com cobrança proposta pelo banco exigindo o pagamento dos R$ 130.000,00 (centro e trinta mil reais) com juros e correção monetária. Preocupado com a situação Marcelo lhe procura e pergunta se é obrigado a pagar a dívida toda deixada por seu pai. Explique sua resposta.
Momento de abertura do inventário com a passamento do de cujus.
Marcelo não é obrigado a pagar a totalidade da dívida conforme 1792 e 1997 ambos do CC
Sendo obrigado ao equivalente a R$ 50.000,00
Caso Concreto 2
Renato tem duas filhas e em 06 de outubro de 2010 realiza testamento deixando a totalidade de seus bens da parte disponível para eventuais filhos que suas filhas tiverem. Pergunta-se:
Considerando-se a ordem de vocação hereditária é possível instituir herdeiro a prole
eventual? Explique sua resposta.
A prole eventual pode ser instituída 1799,I, CC
A quem caberá a administração desses bens enquanto não houver filhos? Explique sua
resposta.
A administração dos bens deixados à prole eventual ficará a cargo dos demais coerdeiros sob condição (“enquanto não houver prole”) conforme art. 1800, CC.
Renato faleceu em 10 de janeiro de 2011 e sua filha Júlia tem seu um filho em 15 de maio
de 2014. O filho de Júlia pode exigir a sua parte da herança deixada em testamento pelo avô? Explique sua resposta.
Passou o prazo até 10/01/2013, conforme disposto no art. 1800 § 4º, CC ficando a herança para os herdeiros legítimos.
Aula 3
Caso Concreto 1
Maria é filha de Luiza que foi criada por sua avó desde tenra idade em virtude de abandono de sua mãe. No entanto, sua avó nunca pediu judicialmente a destituição do poder familiar e, tão-pouco, reconheceu Maria como sua filha. No dia 30 de maio de 2010 Maria recebe a notícia de que sua mãe faleceu, deixando bens e que é a única herdeira. Pergunta-se:
a) Maria é obrigada a aceitar a herança? Explique sua resposta.
Não é obrigada, a aceitação é uma faculdade, é um direito potestativo.
b) Maria aceitou a herança, mas antes de finalizado o inventário, está arrependida, pois não
quer ser possuidora de nada que tenha sido de sua mãe que lhe abandonou. Maria pode
revogar a aceitação? Explique sua resposta.
A aceitação de herança é irrevogével conforme art 1.812, CC. Se não quiser a herança
poderá realizar cessão grutuita ou onerosa de seus direitos sucessórios, salvo se aos
itens tiver sido aposta cláusula de inalienabilidade (art. 1911, CC).
Aula 4
Caso Concreto 1
João, funcionário público, viúvo, tem três filhos solteiros: Juca, Júlio e Jefferson e duas netas: Juliana filha de Juca e Josefa filha de Júlio. Em 20/03/10 João faleceu em virtude de enfarto ocorrido após séria e acalorada discussão com seu filho Júlio além de dirigir-lhe ofensas e palavras pejorativas, afirmou, a quem quisesse ouvir, ser parte do patrimônio do pai adquirido com dinheiro decorrente de subornos recebidos no exercício de suas funções públicas. Após o enterro, Júlio procura os irmãos, pede desculpas pelos seus atos e informa que está abrindo o inventário de seu pai. Jefferson nada opõe, afirmando ter sido uma fatalidade. Juca, indignado, informa que está tomando as providências para propor ação criminal contra o irmão pelas ofensas dirigidas ao seu pai e informa que não pode o irmão ser herdeiro uma vez que conhecedor da frágil saúde de seu pai e da sua obstinação pela honestidade provocou intencionalmente a sua morte, imputando-lhe falsamente crime e ofendendo-lhe a fama. Pergunta-se: 
1) Uma vez que Júlio abriu o inventário pode seu irmão Juca se opor à sua participação na
herança? Explique sua resposta. 
A abertura do inventário por Julio não impede que Juca, em ação ordinária própria, requeira a declaração de indignidade de seu irmão, conforme previsão do art. 1.814, II, CC, desde que tenha obtido a condenação de seu irmão na esfera criminal e a ação declaratória tenha sido proposta em até 4 anos contados de 20/03/2012.
2) Sendo Júlio excluído da sucessão, Josefa seria herdeira de seu avô? Explique sua
resposta.
Caso se procedente a ação proposta por Juca e seja Julio excluído da sucessão, sua filha Josefa herdará por representação conforme art. 1.816, CC.
Aula 5
Caso Concreto 1
José é filho de Cláudia e apenas em maio de 2014, quando em seu leito de morte e ele já com 28 anos, sua mãe resolveu lhe contar quem era seu pai. Ao procurar por seu pai (Lucas), José descobre que ele era viúvo e próspero empresário, mas que faleceu em 12 janeiro de 2003, deixando outros dois filhos. José, então, procura advogado uma vez que não só pretende que Lucas seja declarado seu pai, bem como, deseja participar da herança. José podepropor a ação de investigação de paternidade e ainda participar da herança deixada pelo suposto pai? Justifique sua resposta.
Conforme a Sumula 149 STF é imprescritível a investigação de paternidade.
Se for reconhecido filho de Lucas, José poderá participar da herança deixada e repartida entre os outros dois filhos tendo até 10 anos do reconhecimento.
Caso Concreto 2
Jorge é casado com Lúcia pelo regime de comunhão parcial e com ela teve um filho Roberto. De um casamento anterior Jorge teve outro filho Carlos, que lhe deu dois netos Júlio e Juliana. Carlos morreu em 15 de dezembro de 2007. Jorge faleceu em maio de 2011 deixando uma casa em Curitiba que lhe fora doada por seu pai e uma casa na praia adquirida na constância do casamento com Lúcia. Responda:
Quem são os sucessores de Jorge? Explique sua resposta.
Lucia, Roberto, Julia e Juliana conforme art. 1.829, CC
A que título esses herdeiros sucedem? Explique sua resposta.
Todos são herdeiros necessários 1845
Lucia é meeira da casa de praia, 25% para Roberto, 12,5% para Julio e 12,5% para Juliana. Julio e Juliana herdam por representação .
3) Lúcia concorrerá com os herdeiros? Explique sua resposta, indicando qual a quota de cada
um.
Em relação ao bem particular (casa recebida pela doação, Lúcia é herdeira, cabendo-lhe direito a um 1/3. Em relação à casa de praia (bem comum), ela é meeira.
Aula 6
Caso Concreto 1
Carlos Alberto, solteiro, faleceu em 15 de agosto de 2010. No momento de seu falecimento Carlo Alberto não tinha filhos, seu pai já era falecido, restando-lhe na linha ascendente apenas sua mãe e os avós paternos. Pergunta-se: quem é herdeiro de Carlos Alberto e como a herança deve ser repartida? Explique sua resposta.
Apenas sua mãe herda herdará 100% da herança conforme 1836,I e 1852. Não há que se falar em direito de representação na linha ascendente.
 
Caso Concreto 2
Carolina, viúva, tem três irmãs (Carla, Camila e Cassyana) e três sobrinhos (filhos de Camila que faleceu em outubro de 2007). Carolina, após anos batalhando contra um câncer, finalmente perdeu a batalha e faleceu em fevereiro de 2011. Sendo ela viúva e não tendo filhos, a quem caberá a sua herança? Explique sua resposta. 
Conforme as regras estabelecidas no art 1829, CC, a herança deverá ser repartida em três partes. Carla ficará com 1/3, Cassyana com 1/3 por herdarem por cabeça. E os três sobrinhos, que herdam por representação devem igualmente dividir o 1/3 restante.
Aula 7
Caso Concreto 1
Leandro, viúvo , pai de Lucas e Luciano. Lucas é pai de Ariel, Antonio e Amanda. Luciano é pai de Tomás. Lucas morreu em acidente de trânsito em 20 e maio de 2011. Seu pai, ao receber a notícia, sofreu enfarto fulminante ao receber a notícia e morreu em 21 de maio de 2011. Pergunta-se:
Como deve ser distribuída a herança de Leandro e a que título seus sucessores a
recebem?
50% a ser dividido para os filhos de Lucas conforme 1851, CC – Direito de Representação ou estirpe
50% para Luciano conforme 1829,I , CC – Direito próprio ou cabeça
Como seria distribuída a herança se Luciano tivesse falecido em 2008? A que título seus
sucessores a receberiam?
¼ ou 25% para os netos herdeiros por direito próprio ou cabeça conforme 1851 c/c 1855 ambos do CC.
Aula 8
Caso Concreto 1
(TJAL – adaptada) Maria casou-se com José em 20/12/1978, pelo regime de comunhão parcial de bens, com quem teve dois filhos, mas, por testamento cerrado, José reconheceu um filho que teve com outra mulher embora já casado com Maria. À época em que José realizou o testamento o casal já possuía grande patrimônio. José faleceu em 15/06/2003. Pergunta-se:
O que é testamento cerrado?
Testamento Cerrado, Místico ou Místico, outrora também chamado nuncupação implícita, é o escrito pelo próprio testador, ou por alguém a seu pedido e por aquele assinado, com caráter sigiloso, completado pelo instrumento de aprovação ou autenticação lavrado pelo tabelião ou por seu substituto legal em presença do disponente e de duas testemunhas idôneas.
Quais são os seus requisitos de validade e de formalidade?
Os requisitos estão elencados no art 1.868,CC, em resumo: cédula testamentária, ato de entrega ao tabelião, auto de aprovação e cerramento.
O reconhecimento de filhos pode ser feito por testamento cerrado? Justifique.
Sim, o reconhecimento de filhos pode ser feito por qualquer forma de testamento conforme art 1.609, III, CC.
Como serão distribuídas as cotas da herança deixada por José? Explique.
Meação – 50% dos bens adquiridos onerosamente na constância do casamento, 50% para Maria e os três filhos de José, divididos igualmente, sendo que aquela só participará da herança se José houver deixado bens particulares (art 1.829, I,CC), sendo o cálculo sobre estes bens realizado.
O testamento poderia ter sido revogado por José?
O testamento é sempre ato revogável (art 1.969; 1972 e 1.858, CC), no entanto, o reconhecimento de filho nele feito é ato irrevogável (art 1.610,CC)
Maria ou um de seus filhos poderia(m) impugnar o testamento? Explique e, em
caso positivo, destaque o prazo decadencial.
Sim, a impugnação pode ser feita por qualquer um deles, desde que demonstrados os motivos que façam concluir a incapacidade do testador no momento do registro do testamento. O prazo decadencial é de 5 (cinco) anos contados da data do registro (art 1.859, CC).
Caso Concreto 2
João, solteiro e bastante debilitado por um câncer que dia a dia lhe retirava a vida requer à sua enfermeira que escreva seu testamento, estando presentes durante todo ato de elaboração e leitura do documento Carla e Camila, amigas do testador; Mário, seu médico; Milena e Jorge auxiliares do hospital. João que não tem nenhum ascendente vivo e tão pouco descendentes resolve deixar toda a sua fortuna ao sobrinho Luiz. Após a morte de João seu único irmão Valter ingressa com ação de impugnação do testamento afirmando que João era incapaz no momento em que pediu que lhe redigissem o documento.  Valter tem razão? Justifique a sua resposta.
Valter não tem razão. O simples fato de João estar acometido de doença grave, que lhe reduz a capacidade física para escrever de próprio punho não é motivo suficiente para caracterizar a incapacidade para testar. Sendo Valter parente colateral, é considerado apenas herdeiro legítimo e, portanto, poderá ser excluído da deixa testamentária. Demonstrado que todas as testemunhas acompanharam todos os atos, válido será o testamento. Negar o valor do ato é retirar do falecido o direito legítimo de dispor de seus bens.
Aula 9
Caso Concreto 1
Em 18/06/2010 noticiou-se no site G1: “Mulher deixa herança de R$ 21 milhões para cachorros – Filho de milionária herdou apenas R$ 1,7 milhão. A cachorra Conchita foi a mais sortuda dos herdeiros”.
“Os cachorros de uma milionária americana herdaram R$ 21 milhões com sua morte. A mulher deixou apenas R$ 1,7 milhão para o filho, que entrou na Justiça por se sentir lesado. Posner morreu aos 67 anos e deixou uma fortuna em dinheiro e uma casa para seus três cachorros. Uma outra parte da herança foi destinada para os funcionários da mansão em Miami. Eles terão acomodação e salário garantidos enquanto estiverem cuidando dos animais. Bret Carr, filho da milionária, ficou com apenas R$ 1,7milhão. Revoltado, ele entrou na Justiça alegando que um dos assessores da mãe a forçou a deixar a maior parte do dinheiro para os cães. Uma Chihuahua chamada Conchita foi a mais agraciada com a morte da mulher. A cachorra tem colares de pérola, um closet repleto de roupas e visita spas para relaxar em seu próprio Cadillac”. 
Pergunta-se: Se o testamento tivesse sido realizado no Brasil a deixa testamentária estaria correta? Explique sua resposta.
O direito brasileiro proíbe a deixa testamentária para coisas, portanto, não poderiam ser beneficiados em testamentos cachorros. Além disso, exige-se respeito à legítima. Então existindo um filho (herdeiro necessário) e não havendo nenhuma causa de indignidade (art 1.814, CC), teria ele o direito a 50% do patrimônio de sua mãe, restando a elaapenas livre disposição dos 50% restantes (art 1.829 e 1.845, CC). Se a intenção da testadora era realmente beneficiar os cachorros, poderia ter nomeado por exemplo, seus funcionários seus herdeiros impondo-lhes como encargo o cuidado com os cães até o fim da vida deles (art 1.897, CC).
 
Caso Concreto 2
Lucas, empresário de sucesso, ao realizar o testamento sobre a parte disponível de seu patrimônio, designou como beneficiada de sua casa na praia sua sobrinha Ana. Após a abertura da sucessão, verificou-se que Lucas possuía duas sobrinhas: Ana Luiza e Ana Marta. Como determinar a quem Lucas realizou a deixa testamentária? Justifique sua resposta.
Para se verificar a real intenção de Lucas deverá o juiz se valer de outros elementos probatórios que permitam inferir a sua vontade. Assim, por exemplo, se Ana Luiza apresentar e-mail do testador mencionando o legado e identificando-a como herdeira, verificada a autenticidade do e-mail, será ela nomeada herdeira. Na interpretação dos testamentos deve o juiz analisar elementos extrínsecos que sejam capazes de identificar qual a verdadeira intenção do testador (art 1.899,CC). Caso não seja possível identificar qual seria verdadeira beneficiária, a casa deverá ser partilhada proporcionalmente entre as duas sobrinhas (por analogia ao art 142, CC).
 
Aula 10
Daniel é apaixonado por carros, sabendo que sua sobrinha Ana Luiza compartilha da mesma paixão, deixa a ela um legado que consiste em um carro vermelho. Morto o legante, suas filhas abrem o testamento e verificam que no momento da abertura da sucessão na coleção de carro de seu pai não existe nenhum carro vermelho. Em virtude dessa constatação pleiteiam a nulidade da deixa testamentária, uma vez que, afirmam, o testamento está a legar algo que não pertencia ao testador. Ana Luiza não concorda com esses fundamentos e requerer o cumprimento do legado. Quais seriam os motivos arguidos por Ana Luiza para fundamentar seu direito? Quem tem razão as herdeiras ou a sobrinha? Fundamente sua resposta identificando se há solidariedade entre as herdeiras necessárias quanto ao cumprimento do legado.
Ana Luiza fundamenta seu requerimento no fato da deixa testamentária ter sido feita em forma de legado de gênero (um carro vermelho), portanto pouco importa se ele pertencia ao legante ou não no momento da abertura da sucessão. Havendo acervo sucessório suficiente, deverão as filhas do legante realizar a aquisição o carro e sua entrega a Ana Luiza, observando o disposto no art 1.915, CC e o princípio do meio-termo estabelecido nos arts 1.929 e 1.930, CC. Como o testador não identificou quem deveria dar cumprimento ao legado, o encargo será transferido em igual proporção entre suas duas herdeiras necessárias, mas não há solidariedade entre elas (art 1.934, CC).
Aula 11
Caso Concreto 1
Antônio, utilizando parte disponível de seu patrimônio, nomeou como herdeiro testamentário o primeiro filho que Maria vier a ter. No entanto, quando este filho completar 18 anos deverá transmitir os bens confitados ao primeiro que Dante vier a ter. Pergunta-se:
1-Tratando-se de fideicomisso, poderia o fiduciário também ser prole eventual?
Não há impedimento de que o fiduciário seja também prole eventual. A única exigência que a lei faz é que o fideicomissário seja necessariamente prole eventual (art 1.952, CC)
2-O que ocorrerá se a sucessão for aberta antes do nascimento do filho de Maria?
Explique sua resposta.
Será necessário nomear um curador, devendo o nascimento ocorrer no máximo em 2 (dois) anos contados da abertura da sucessão (art 1.800,CC)
3-O que ocorrerá se Maria nunca tiver um filho? Explique sua resposta.
Caso Maria não tenha filhos, a herança deixada por Antônio deverá ser transmitida ao fideicomissário.
4-O que ocorrerá se além de Maria não ter filhos o fideicomissário nunca for concebido? Explique sua resposta.
Caducará o fideicomisso e os bens confitados são devolvidos aos herdeiros legítimos do testador (art 1.958,CC).
 
Aula 12
Caso Concreto 1
Fábio, hoje com setenta anos, há 15 está casado com Mariana, sua segunda esposa, vinte anos mais nova. Fábio não tem filhos e tão pouco tem ascendentes vivos. Há pouco mais de um ano Fábio descobriu que seu neto tem um caso amoroso com sua esposa Mariana. Já bastante doente e entristecido com a situação Fábio, silencia, mas em testamento, com fundamento no art. 1.962, III, CC, deserda seu neto, nada dispondo quanto a Mariana. Fábio morre poucos dias depois de concluir os procedimentos referentes ao testamento. Supondo que a única parente viva de Fábio seja sua outra neta Célia, que medidas poderá ela tomar para evitar que Cássio, seu irmão mais novo que tinha um caso com Mariana, participe da herança? Explique sua resposta.
O ato de deserdação se dirigiu apenas a Cassio e, portanto, só em face dele poderia Célia invocar o testamento para excluí-lo da sucessão. No entanto, o ato praticado por Cássio não se enquadra na hipótese prevista do art 1.962, III, CC que versa apenas no relacionamento ilícito entre a madrastra e o filho do testador e não desta com o irmão do testador; bem como não corresponde a nenhuma hipótese de indignidade. Portando, Cássio terá direito a participar da herança concorrendo com Célia e Mariana (art 1.829, I, CC). Como Fábio silenciou a respeito de sua esposa e sendo o ato de deserdação um ato personalíssimo, Célia concorrerá com Mariana e Cássio na sucessão de Fábio (art 1.829, I, CC), além de Mariana ter direito a meação dos bens adquiridos onerosamente na constância do casamento. Lembre-se que o silêncio de Fábio quanto à Mariana não significou que a tenha perdoado.
Caso Concreto 2
Roberto faleceu em 20 de dezembro de 2010 deixando um patrimônio total de R$ 120.000,00. Roberto tem duas filhas Anelise, Aline e Alberta, mas deixou em testamento sua casa de campo no valor de R$ 100.000,00 à sua amiga Helena. Anelise, Aline e Alberta indignadas com a deixa de seu pai lhe procuram para saber se poderia ter ele realizado o testamento. Explique às herdeiras as consequências dessa deixa testamentária e quais caminhos poderiam elas tomar.
A deixa testamentária, sem dúvida ultrapassou a parte disponível de Roberto que era de apenas R$ 60.000,00 (art 1.789, CC). Sendo o prédio objeto do testamento indivisível e o excesso chega a mais de ¹/4 do valor da legítima o imóvel deverá permanecer na herança e a legatária Helena deverá receber das herdeiras a quantia de R$ 60.000,00 (art 1.968, CC). As herdeiras podem, portanto, ingressar com ação de redução do testamento, mas serão responsáveis pelo equivalente em dinheiro.
Aula 13
Caso Concreto 1
Rui, casado com Amanda em regime de separação de bens faleceu ‘ab intestato’ em 20 de dezembro de 2008. Rui e Amanda tinham quatro filhos e o patrimônio deixado pelo ‘de cujus’ era composto por 3 imóveis em Curitiba, uma casa em Florianópolis, um carro (todos adquiridos onerosamente na constância do casamento), saldo de FGTS e valores em conta conjunta com sua esposa. Deixou também seguro de vida em que indicou como beneficiária sua sobrinha Aline. Pergunta-se:
1- A quem caberá a administração provisória da herança? Explique sua resposta.
Em regra a administração provisória permanece com o herdeiro que detinha sua posse
No momento da abertura da sucessão (art 1.797, CC). Supondo que Amanda detivesse a
posse, será dela a administração provisória.
2- Supondo todos capazes, quem deverá ser nomeado inventariante? Explique sua resposta.
Pode ser nomeado administrador provisório. No entanto, a regra é que o cônjuge
supérstite seja nomeado inventariante, no caso Amanda (art 990, CPC).
3- Há bens que não precisam ser inventariados? Explique sua resposta.
Apenas o seguro destinado à sobrinha não precisa ser inventariado (art 792, CC) e os
valores existentes na conta corrente, uma vez que conjunta (obrigação solidária). Todo o
restante precisará ser inventariado não aplicando as exceção estudadas.
4- Qual o prazo para abertura e finalização do inventário? Supondo que o cônjuge seja
domiciliado namesma cidade em que você, haverá multa pela não observância do prazo de
abertura do inventário?
O prazo para abertura do inventário é de sessenta dias a partir da abertura da sucessão,
devendo ser finalizado em doze meses (art 983, CPC). Deverá ser verificado se no estado
há penalidades para a não observação do prazo de abertura e finalização do inventário.
Aula 14
Caso Concreto 1
(OAB-PR – 2º. Exame 2005) Quando Gregor Samsa acordou de sonhos intranqüilos, percebeu que seu casamento havia se transformado em um tormento monstruoso. Por isso, no dia 12 de dezembro de 2004, deixou o lar conjugal, onde continuaram residindo sua esposa Leni e seus quatro filhos. Ocorre que, em 12 de janeiro de 2005, um mês depois de sua separação de fato, Gregor veio a falecer, deixando quatro filhos, todos havidos durante o casamento: Franz, Kafka, Frieda e Klamm. Na data do falecimento de Gregor, o patrimônio deste consistia exclusivamente em: 1) um apartamento na Rua do Castelo, no valor de R$ 100.000,00 – calculado na data do falecimento e adquirido por meio de contrato de compra e venda em 15 de dezembro de 1999; e 2) uma grande área de terras na cidade de K, no valor de R$ 100.000,00 – calculado na data do falecimento e adquirido antes do casamento com Leni, ambos os bens registrados em nome de Gregor. Na data do falecimento não havia qualquer bem adquirido em nome de Leni. Sabendo que Gregor e Leni eram casados pelo regime de comunhão universal de bens, e supondo que o falecido não deixou qualquer dívida e que se enterro foi pago por meio do seguro-funeral, responda: 
a) à luz do Código Civil brasileiro, Leni é herdeira de Gregor Samsa? Por quê (a fundamentação deverá contemplar expressamente o(s) artigo(s) do Código Civil sobre a matéria)? 
Não, Leni não é herdeira, uma vez que o inciso I do artigo 1.829, CC exclui expressamente o direito sucessório do cônjuge sobrevivente, em concorrência com os descendentes do ‘de cujus’, quando casado com este sob o regime de comunhão universal de bens.
b) Calcule o valor do quinhão (em reais) que caberá a cada um dos herdeiros.
Tendo em vista que metade do patrimônio total de Gregor consiste na meação a que Leni faz jus por conta do regime de comunhão universal de bens, o valor a partilhar a título de herança é de 100 mil reais, donde se conclui que cada filho de Gregor tem direito a um quinhão no valor de 25 mil reais
Aula 15
Caso Concreto 1
João faleceu deixando um patrimônio de 1 milhão e três herdeiros. A um desses herdeiros (Jonas) foi doado em vida um bem no valor de 625.000. No entanto, no momento do falecimento de João seu patrimônio era de 375.000. Pergunta-se:
Houve excesso de liberalidade? Explique sua resposta.
A doação invadiu em 125.000 a parte disponível uma vez que existem herdeiros necessários cuja legítima é protegida.
Jonas deve trazer o bem à colação no processo de inventário? Explique sua resposta. 
O bem deve ser trazido à colação. No entanto, como a legítima de cada um seria de 125.000 não será necessário promover a redução da doação, permanecendo em poder do donatário (art. 2007, §3º, CC).

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