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1 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II Material de Apoio Elaboração: Professor Euclides Bezerra Revisão: Professor Marcio J. David – Jul/11 Atualizado de acordo com a legislação até Dez/2011. 2 Disciplina: Contabilidade Societária II Carga Horária: 80h Semestre: 4 o . Grade / Ano 2011/1 Perfil Docente: Formação em Ciências Contábeis com experiência acadêmica e profissional Ementa: Demonstrações Financeiras conforme a Lei das Sociedades Anônimas (Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido e Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado, Avaliação de Investimentos, Provisões e Forma de Tributos. Conteúdo Programático: Investimentos Temporários e Permanentes; Métodos de Avaliação: custo e equivalência patrimonial; Provisões para Contingências; Ganho de Capital; DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa; DVA – Demonstração do Valor Adicionado; Forma de tributação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica: lucro real, lucro presumido, lucro arbitrado, Simples-Nacional; Relatório da Administração/Notas Explicativas Objetivo: Continuar Introdução à Contabilidade Societária I e propor ao aluno uma formação técnica mais próxima da realidade contábil vivida nas empresas no mundo globalizado. Metodologia: Aulas expositivas, exercícios e trabalhos individuais completos envolvendo Diário, Razão/Razonetes, Balancetes, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração do Fluxo de Caixa; Demonstração do Valor Adicionado; Relatório da Administração, cálculo de impostos. Avaliações: Avaliação A1: Prova dissertativa e aplicações de exercicios conceituais quando aplicaveis Avaliação A2: Prova Integrada Avaliação A3: Prova dissertativa e aplicações de exercicios conceituais quando aplicaveis. Sistema de Avaliação: o aproveitamento do aluno também poderá por meio de instrumentos diversificados de avaliação, seminário, trabalho individual, em grupo, participação nas atividades, ou outra forma que o docente julgar necessária. A avaliação é expressa por nota(s) representadas numericamente, em escala de 0 (zero) a 10 (dez). Além da nota mínima, o aluno tem que apresentar freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento). Regime de oferecimento: presencial Pré-requisitos: Não há. Bibliografia: Básica IUDÍCIBUS, S. de, et al.. Manual de Contabilidade Societária (Aplicável a todas as Sociedades); S.Paulo; Ed Atlas; 2010. Complementar RIBEIRO, Osni M.; Contabilidade Intermediária; 02º edição; São Paulo; Ed Saraiva; 2009 RICARDO, A.; Contabilidade Gerencial e Societária; 01º edição; São Paulo; Ed. Saraiva; 2005 MARION, J.C.; Contabilidade empresarial; 11º edição; São Paulo; Ed. Atlas; 2005 SANTOS, A. dos. Demonstração do Valor Adicionado. 2. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007. OLIVEIRA, P de G.; Contabilidade Tributária. 3. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2009 MACHADO, R.A.; Comentários à nova lei de falência das empresas; 01º edição; São Paulo. Ed.Quartier Latin; 2005 3 SUMÁRIO 1. Contabilidade Societária - Revisão 2. Investimentos: Temporários e Permanentes. 3. Investimentos: Classificação e contabilização pelo: Método de Custo e Método de Equivalência Patrimonial. 4. Provisões para Contingências e Ganho de Capital 5. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. 6. Demonstração do Fluxo de Caixa. 7. Demonstração do Valor Adicionado. 8. Forma de Tributação: Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido e Imposto de Renda. 9. Relatório da Administração e Notas Explicativas 4 1. Contabilidade Societária Revisão Objetivos. Demonstrar junto ao aluno a importância dessa disciplina, as principais alterações da legislação societária e promover a apresentação do conteúdo que será trabalhado durante todo o nosso curso. A importância da Contabilidade Societária para as Companhias Em uma economia globalizada, onde as mudanças são inevitáveis e os recursos são escassos, as empresas precisam estar atentas e buscar ser cada vez mais, bem estruturadas, competitivas e dinâmicas, visando dar continuidade aos seus negócios com a missão de maximizar dos resultados econômicos e financeiros do seu patrimônio. O alcance destes objetivos depende de uma série de fatores: o segmento que está inserido no mercado, a relação com clientes e fornecedores, o governo com a legislação civil e tributária, o modelo de gestão, o meio ambiente, a sociedade, etc. Destacamos que para atingir esses objetivos são indispensáveis possuir informações objetivas e ao mesmo tempo relevantes e oportunas para tomada de decisão. Com isso, aparece a figura do profissional que Você já conhece, que é o Contador. Esse profissional precisa estar atento às mudanças que ocorrem ao seu redor e conhecer muito bem, a nossa contabilidade, em especial a contabilidade societária, para prover os gestores das companhias com dados e informações que poderão gerar decisões cada vez mais acertadas. Na realidade, a contabilidade societária e uma ramificação da contabilidade geral. No quadro abaixo, resumidamente lembramos a Você, qual é o fluxo das informações dentro de uma companhia e a sua importância junto aos usuários: 5 Sócios constituem uma Empresa que faz negócios e o Contabilidade registra dados Produz relatórios Contábeis para Usuários que são supridos de informações Gestor Depto. Contábil BP Fornecedores DRE Bancos DFC Governo / Sindicato DMPL Gerenciar banco de dados Funcionários Analisar DVA Outros usuários Querem ver o lucro Precisa tomar decisões Previsões NOTAS EXPLICATIVAS Usuários Fonte: Euclides Bezerra Vamos nos recordar de alguns conceitos básicos que havíamos aprendido em outros módulos: Contabilidade: “...é uma ciência social, pois é a ação humana que gera e modifica o fenômeno patrimonial. Todavia, a Contabilidade utiliza os métodos quantitativos (matemática e estatística) como sua principal ferramenta”. Professores IUDÍCIBUS E MARION (2000, p. 35). Resumidamente podemos dizer que contabilidade é uma ciência que desenvolveu uma metodologia própria com a finalidade de: a) Controlar o Patrimônio das entidades. b) Apurar o resultado das atividades das entidades. c) Prestar informação para a tomada de decisão. A contabilidade é uma ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante planejamento, execução, controle das demonstrações financeiras e análise e interpretação dos fatos nela ocorrida. 6 Podemos afirmar que a Contabilidade é um sistema de informação e avaliação que busca interpretar dados qualitativos, quantitativos, monetários e físicos para gerar informações que serão utilizadas para a tomada de decisão; Administrativa, financeira e estratégica de uma entidade que possui um patrimônio. Patrimônio: – é o conjunto de bens, direitos e obrigações, vinculados a uma determinada pessoa física ou jurídica. Bens – são todas as coisas, com expressão monetária, que pertencem à uma pessoa (física ou jurídica)e que estejam em sua posse direta ou indireta. São as coisas úteis que uma entidade possui para seu uso, consumo ou troca, capazes de satisfazer às suas necessidades. Os bens se dividem em bens tangíveis e bens intangíveis. Exemplo: carro - bem tangível e móvel. Exemplo: terreno – bem tangível e imóvel Exemplo: marcas e patentes – bem intangível Direitos – correspondem aos valores a receber de terceiros. Exemplo: salário a receber (na visão do empregado) Exemplo: duplicatas a receber (na visão da empresa ou entidade) Obrigações – conjunto de dívidas pertencentes a uma entidade. Em contabilidade tais dívidas são denominadas obrigações exigíveis. Exemplo: salários a pagar (na visão do empregador) Exemplo: Fornecedores pagar (na visão do empregador) Exemplo: Tributos a pagar (na visão do empregador) 7 Se a contabilidade controla, apura resultado e presta informações sobre o patrimônio da entidade. E agora lembramos que o patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações, não podemos esquecer que se convencionou-se a dividir esses patrimônio em dois blocos: Ativo e Passivo e o seu resultado será o patrimônio líquido da entidade. Ativo – é o conjunto de bens e direitos de propriedade da entidade. São os itens positivos do patrimônio, que trazem benefícios, proporcionam ganho para a entidade. Representa as aplicações de recursos no patrimônio. Passivo – são as obrigações exigíveis da entidade, ou seja, as dívidas que serão cobradas a partir da data de seu vencimento, junto a terceiros, bem como os valores aplicados pelos proprietários no negócio. Representa as origens de recursos no patrimônio. Patrimônio Líquido – representa os recursos obtidos para aplicação no ativo proveniente dos sócios. Representa a obrigação da entidade para com os sócios. A diferença entre bens e direitos e as obrigações junto a terceiros, corresponde ao patrimônio líquido. Faz parte também do patrimônio líquido o resultado apurado entre a receita e a despesa. Após essas lembranças, podemos falar um pouco sobre a Contabilidade Societária. Esta contabilidade é direcionada para as empresas com finalidade de lucro, em especial as sociedades anônimas. Sociedade Anônima - É uma sociedade constituída por meio de um estatuto social que estabelece que seus sócios sejam considerados acionistas e o capital é dividido em ações de um mesmo valor nominal. A responsabilidade dos sócios é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas, regida pelas leis nº 6404/76, 11.638/07 e 11.941/09. É sempre uma sociedade comercial com o objetivo de lucro. É denominada pela expressão “Companhia” ou “Sociedade Anônima SA”. Companhia (S/A Aberta) a capitação de recursos é realizadas junto a bolsas de valores e no 8 mercado de balcão enquanto as Fechadas não vendem suas ações ao público em geral. É uma sociedade restrita a pequenos grupos. Ação - valor mobiliário emitido pela sociedade anônima, que representa a menor unidade do capital social, que conferem direitos e deveres aos seus titulares. Segundo as espécies, destacam-se as ações ordinárias e as preferenciais. Ação Ordinária: confere ao titular os direitos essenciais do acionista, especialmente participação nos resultados da companhia e direito de voto em Assembléia. Ação Preferencial: confere ao titular prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo; prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele. 9 2. Investimentos: Temporários - Classificação e contabilização Objetivos. Conceituar os investimentos temporários, a sua classificação e contabilização. Conceito de Investimento: Temporários Investimentos – De uma maneira geral, investimento é o ato ou efeito de investir ou aplicar capital (recursos financeiros ou não), com o objetivo de obter lucro. Esses investimentos podem ser em títulos, ações, imóveis, obras de arte, etc. As entidades ou empresas quando dispõe de excesso de disponibilidades, sobra de caixa ou riqueza própria aplicam-se esses recursos em investimentos que podem ser: temporários ou permanentes. Os investimentos permanentes são quando a empresa compra algum investimento (exemplo: valores mobiliários) e não tem a intenção de desfazer-se no encerramento do balanço patrimonial (intenção de permanência), enquanto os investimentos temporários, a intenção é explícita em vender a qualquer momento. Pela lei societária, a intenção de ficar com o “investimento” por determinado período, isto é, prazo de permanência, define em qual grupo do ativo será classificado este bem. Nos investimentos temporários, a intenção é explícita em vender a qualquer momento, isto é, são aqueles investimentos que possuem caráter e intenção de realização, podendo ser classificado no ativo circulante ou no ativo realizável á longo prazo, dependendo da intenção de realização do comprador dessas aplicações (exemplo: aplicações financeiras, caderneta de poupança, certificado de depósito bancário, fundo de investimento, etc). As empresas para se financiar, captam recursos por meio de títulos de crédito emitidos por entidades financeiras e também títulos emitidos por entidades não financeiras como Notas Promissórias, Duplicatas e Debêntures. 10 Debêntures – são títulos de renda fixa de longo prazo, emitido por sociedades anônimas, que garantem aos debenturistas além de juros, a participação no resultado do emitente. Podem possuir claúsula de conversibilidade em ações, caso não sejam liquidadas até o final do prazo. Derivativos – são instrumentos financeiros cujo valor deriva ou depende do preço ou desempenho de mercado de determinado bem básico, taxa de referência ou índice. Antes de fazermos o cálculo e a contabilização, que está logo abaixo, vamos conhecer o que é um CDB. O certificado de depósito bancário é um título de crédito emitido por um banco que paga uma taxa de juros ao investidor. O banco emite este título para captar recursos no mercado e repassar esse dinheiro para os tomadores de empréstimos. Dependendo das características do CDB eles podem ter rentabilidade garantida, ser de baixo risco de crédito, ocasionando segurança ao investidor. Portanto é um dos produtos financeiros oferecidos pelos bancos. Imagine que pelo seu controle esteja sobrando no seu caixa R$ 100.000,00 durante um prazo de 30 dias e Você buscando maximizar o resultado da empresa, resolve aplicar este valor num CDB (certificado de depósito bancário) e o banco oferece uma taxa de juros de 5% ao mês e 22,5% de imposto de renda para este período, já definido na aplicação. Vamos aos cálculos: Valor aplicado – R$ 100.000,00 – taxa de 5,0% a.m. por 30 dias – IRRF – 22,5% Valor dos juros pagos no período – R$ 100.000,00 x 5% = R$ 5.000,00 Valor do imposto de renda incidente sobre o rendimento – R$ 5.000,00 x 22,5% = R$ 1.125,00 11 Contabilização: 1 - Aplicação dos R$ 100.000,00 D – Aplicação em CDB – 100.000,00 C – Banco – 100.000,00 Aplicação em CDB no Banco XXX por 30 dias com taxa de 5% de juros. 2 - Rendimentos 5% dos juros D- Aplicação em CDB – 5.000,00 C- Receita s/ Aplicação – 5.000,00 3 - Cálculo do IRF s/ aplicação (somente no ato do resgate) D- IRF s/ aplicação financeira – 1.125,00 C- Aplicação em CDB – 1.125,00 4 - Resgate da aplicação D – Banco – 103.875,00 C – Aplicação em CDB – 103.875,00 DEMONSTRAÇÃO NOS RAZONETES Banco Aplicação em CDB 100.000 1 100.000 100.000 1 2 5.0004 103.875 1.125 3 103.875,00 103.875 103.875 4 - IRF s/ Aplicação Receita s/ Aplic Financ 3 1.125 5.000 2 1.125 5.000 12 O que acabamos de expor trata-se de apenas um investimento temporário, pois o prazo foi de 30 dias, os juros transcorridos devem ser incorporados ao valor do ativo de acordo com o regime de competência. Para o cálculo dos juros utilizado no exemplo foi método linear e será o método utilizado nos futuros exercícios. A legislação societária além do prazo define outros critérios de avaliação. A Lei das S/A nº 6.404/76, 11638/07 e 11941/09, no seu artigo 183, inciso I, informa: “No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável á longo prazo: a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e, b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito.” Para melhor entendimento, é preciso definir instrumentos financeiros. Os instrumentos financeiros são ativos financeiros não derivativos que compreendem aplicações em renda fixa e em renda variável e estão divididos em três categorias: a) Aplicações mantidas até o vencimento são aplicações de liquidez imediata ou não, com taxa pré ou pós fixadas, não há risco. Neste caso não há necessidade de realizar o ajuste ao valor de mercado ou justo. Esses ativos são avaliados pelo valor de custo de aquisição, ajustados de acordo com a competência pelas taxas estipuladas, no fechamento mensal, os rendimentos são lançados na demonstração do resultado do exercício; b) Aplicações mantidas para negociação são aplicações classificadas no circulante, não tem uma rentabilidade garantida, existe risco. Neste caso há necessidade de realizar o ajuste ao valor de mercado ou justo, esse ajuste para menos ou para mais será lançado no resultado do exercício. Exemplo: aplicações em Ouro, Ações, etc. (CPC 38 item 55 - letra a); 13 c) Aplicações disponíveis para vendas são aplicações classificadas no realizável ao longo prazo, não tem rentabilidade garantida, existe risco. Neste caso há necessidade de realizar o ajuste ao valor de mercado ou justo, esse ajuste para menos ou para mais será lançado no patrimônio líquido na conta Ajuste de Avaliação Patrimonial. Exemplo: aplicações em Ouro, Ações, etc. (CPC 38 item 55 – letra b). A CVM conceitua, valor justo como “o montante pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes independentes com conhecimento do negócio e interesse em realizá-lo em uma transação em que não há favorecidos, Ou seja, um valor de mercado em condições de pleno equilíbrio entre as partes envolvidas na negociação”. Dentre essas aplicações, apenas os ativos financeiros disponíveis para venda têm como contrapartida a conta “Ajustes de Avaliação Patrimonial” líquido dos efeitos tributários (IR e CSLL), na qual permanece até que seja baixado e neste momento é transferido para resultado como despesa ou receita. Nota: a conta Ajustes de Avaliação Patrimonial foi introduzida pela Lei 11.638/07 Contabilização e Exemplo Prático Perante a Lei nº 11.638/07 a contabilização do exemplo seria: Obs.: a contabilização será ilustrada através do mesmo exemplo, sendo a aplicação avaliada em duas categorias (para negociação e disponíveis para venda) sendo que as mantidas até o vencimento foi o exemplo anterior. 14 Aplicação classificada como “para negociação” Tipo de Aplicação: em Ouro Na compra - valor da aplicação – R$ 1.000,00 em 01/12/X0 No balanço - valor de Mercado em 31/12/X0 – R$ 1.045,00 Ajuste para mais – R$ 45,00 Contabilização – diário e razonete 1 - Na aplicação – 01/12/X0 – R$ 1.000,00 D- Investimentos Temporários ou Aplicações – AC C- Banco conta movimento – AC 2 - No balanço – 31/12/X0 – Ajuste ao valor de mercado – R$ 45,00 D- Investimentos Temporários ou Aplicações – AC C- Receita s/ Investimentos ou Aplicações – DRE Banco Investimentos Temporários AC 1.000 1 1.000 1.000 1 2 45 - 1.045 Receita s/ Investimentos - DRE 45 2 45 OU 15 2.1 - No balanço – 31/12/X0 valor de mercado R$ 970,00 Ajuste para menos – R$ 30,00 D - Despesas c/ Perda sobre Investimentos ou Aplicações - DRE C – Investimentos Temporários ou Aplicações - AC Banco Investimentos Temporários AC 1.000 1 1.000 1.000 1 30 2.1 - 970 Desp c/ Perda s/ Invest - DRE 2.1 30 30 Aplicação classificada como “disponível para venda” Tipo de Aplicação: em Ouro Na compra - valor da aplicação – R$ 1.000,00 em 01/12/X0 No balanço - valor de Mercado em 31/12/X0 – R$ 1.045,00 Ajuste para mais – R$ 45,00 Contabilização – diário e razonete 1 - Na aplicação – 01/12/X0 – R$ 1.000,00 D- Investimentos Temporários ou Aplicações – RLP C- Banco conta movimento – AC 16 2 - No balanço – 31/12/X0 – Ajuste ao valor mercado – R$ 45,00 D - Investimentos Temporários ou Aplicações/Provisão – RLP C – Ajustes de Avaliação Patrimonial - PL 3 - Imposto diferido – 34% (IRPJ 25% e CSLL 9%) sobre R$ 45,00 = R$ 15,30 D - Ajustes de Avaliação Patrimonial – PL C - Imposto Diferido – ELP Banco conta Movimento - AC Investimentos Temporários RLP 1.000,00 1 1.000,00 1.000,00 1 - 1.000,00 Ajuste de Avaliação Patrimonial - PL Investimentos Temporários/Provisão - RLP 45,00 2 2 45,00 3 15,30 29,70 45,00 Imposto Diferido - ELP 15,30 3 15,30 OU 2.1 - No balanço – 31/12/X0 valor de mercado R$ 970,00 - (1.000,00)= Ajuste para menos – R$ 30,00 D – Ajustes de Avaliação Patrimonial - PL C - Investimentos Temporários ou Aplicações/Provisão – RLP 17 3.1 - Imposto diferido – 34% (IRPJ 25% e CSLL 9%) sobre R$ 30,00 = R$ 10,20 D - Imposto Diferido – RLP C - Ajustes de Avaliação Patrimonial – PL Banco conta Movimento - AC Investimentos Temporários RLP 1.000,00 1 1.000,00 1.000,00 1 - 1.000,00 Ajuste de Avaliação Patrimonial - PL Investimentos Temporários/Provisão - RLP 2.1 30,00 30,00 2.1 10,20 3.1 19,80 30,00 Imposto Diferido - RLP 3.1 10,20 10,20 18 3. Investimentos: Permanentes - Classificação e contabilização pelo Método de Custo e Método de Equivalência Patrimonial. Objetivos. Conceituar os investimentos permanentes, a sua classificaçãoe contabilização por meio dos métodos de custo e de equivalência patrimonial. Conceito de Investimento: Permanentes Os investimentos permanentes, pela própria natureza do nome, requerem a intenção de permanecer com o bem. Podemos citar, por exemplo, aquisição de uma obra de arte. A legislação societária destacou um grupo de contas, chamado de “investimentos”, onde são aplicados os recursos em bens de natureza não monetária, representados por valores mobiliários, sem prazo de vencimento ou taxa de rendimento pré-determinada. O rendimento desses investimentos está diretamente relacionado às oscilações de cotações de preços de compra e de venda. Então toda vez que houver a intenção de permanecer com o bem adquirido e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia, deve ser classificado no grupo de investimentos. Podemos citar outros exemplos: como participações em coligadas, participações em controladas, participações em outras empresas, participações em incentivos fiscais, obras de arte, terrenos e imóveis não de uso (para renda). Talvez neste momento, você deve estar ser perguntado sobre novo item que surgiu nesta aula. Vamos então conceituar ele e rever outros? Valores mobiliários – são títulos de investimento que a sociedade anônima emite para obtenção dos recursos que necessita. Também emitidos por entidades financeiras e outras entidades comerciais. Esses títulos representam unidade ou fração de um patrimônio. Exemplos: ações, quotas, bônus de subscrição. 19 Ação – valor mobiliário emitido pela sociedade anônima, que representa a menor unidade do capital social, que confere direitos e deveres aos seus titulares. Segundo as espécies, destacam-se as ações ordinárias e as preferenciais. Ação Ordinária: confere ao titular os direitos essenciais do acionista, especialmente participação nos resultados da companhia e direito de voto em Assembléia. Ação Preferencial: confere ao titular prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo; prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele. 3. Método de Avaliação de Investimentos Permanentes A Lei nº 6.404/76 introduziu critérios contábeis de avaliação de investimentos. Basicamente, passaram a existir dois métodos de avaliação de investimentos: Método de Custo de Aquisição ou Método da Equivalência Patrimonial. Em suma, o método de custo é adotado para os investimentos menores e o método da equivalência patrimonial para os mais significativos, em termos de participação acionária na investida. A lei 6404/76, artigo 183, inciso III, informa: “No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; ” Este artigo trata da avaliação pelo Método de custo de aquisição. No MÉTODO DE CUSTO os investimentos são avaliados ao preço de custo, ou seja, pelo valor efetivamente despendido na transação, deduzido da provisão para perdas permanentes. 20 Provisão para Perdas - Segundo a legislação deverá ser constituída uma provisão para cobrir as perdas prováveis na realização do valor do investimento quando comprovadas como permanentes (INVESTIMENTOS / Provisão para perdas permanentes). Normalmente, para determinar tais perdas observam-se as demonstrações contábeis das investidas e apura-se o valor patrimonial das ações possuídas para comparar-se com os registros da investidora. Se a empresa onde foi feito o investimento está operando com prejuízo, o valor de seu patrimônio estará reduzido e através da comparação mencionada será necessário efetuar-se a provisão. No método de custo os rendimentos obtidos do investimento, os dividendos, são registrados pelo regime de caixa, ou seja, quando do seu recebimento. Tal receita é considerada como operacional e feita no subgrupo à parte (OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS / Dividendos e rendimentos de outros investimentos). Aproveitamos para informar que dividendos é o direito que o titular de uma empresa tem de participar dos lucros dessa empresa. Essa participação varia de acordo com a quantidade de ações que o titular possui. Isto é, a empresa obtém um resultado positivo e a Assembléia Geral Ordinária da companhia define o percentual sobre este lucro, que será distribuído ou pago entre os acionistas. Exemplo Prático Em março de 2008, uma determinada empresa adquiriu a participação em outra empresa no valor de $2.610,00, que representa 9% do Patrimônio Liquido da investida. Algum tempo depois a investida pagou dividendos à investidora no valor de $80,00. Cálculo: Patrimônio Líquido da Investida R$ 29.000,00 x 9% = R$ 2.610,00 21 Contabilização na data de aquisição de participação: D - Investimentos: Participações em Outras Sociedades – AÑC C- Banco conta movimento - AC R$ 2.610,00 Banco conta Movimento AC Particip em Outras Sociedades AÑC 2.610 2610 2610 - 2610 No recebimento de dividendos: D – Banco conta movimento – AC C – Outras Receitas/Desp Operacionais – DRE R$ 80,00 Banco conta Movimento AC Outras Receitas/Desp Operac DRE 80 80 80 80 Outro critério previsto na Lei atualizada das S/A, artigo 248, trata sobre MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL (MEP) e diz: “No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes normas:” Por este critério de avaliação, a companhia deve reconhecer a equivalência do seu investimento com base no patrimônio líquido da investida. Para ficar mais claro, informamos o conceito do MEP: A equivalência patrimonial é o método que consiste em atualizar o valor contábil do investimento 22 ao valor equivalente à participação societária da sociedade investidora no patrimônio líquido da sociedade investida e no reconhecimento dos seus efeitos na demonstração do resultado do exercício. O valor do investimento, portanto, será determinado mediante a aplicação da porcentagem de participação no capital social, sobre o patrimônio líquido de cada sociedade coligada ou controlada. Os professores, José Hernandez Perez Junior e Luís Martins de Oliveira, destaca: “O método da equivalência patrimonial tem por objetivo avaliar determinadas participações pelo valor correspondente à aplicação do percentual de participação no capital social sobre o valor do patrimônio líquido da investida em determinada data”. No método da equivalência patrimonial, os resultados e quaisquer variações patrimoniais de uma coligada ou controlada devem ser reconhecidos no momento de sua geração, independente de serem ou não distribuídos, atendendo desta forma ao principio de competência. O valor do investimento é determinado no final do exercício mediante a aplicação, sobre o valor do patrimônio liquido da investida, da porcentagem de participação da investidora. Assim, se o valor do patrimônio da investida aumentar ou diminuir (em decorrência do lucro ou prejuízo do exercício) haverá um aumento ou diminuição proporcional na conta de investimento da investidora,registrado em contrapartida como receita (OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS / Participação nos resultados de coligadas ou controladas pelo método da equivalência patrimonial). Dividendos - Uma vez que no método de equivalência patrimonial o lucro obtido em uma investida é registrado no momento de sua geração, o recebimento do dividendo é uma redução do investimento, pois a receita já foi registrada e quando o dividendo é recebido o mesmo deve reduzir o direito já registrado anteriormente. Os dividendos em dinheiro representam uma troca de investimentos por dinheiro na investidora. Se uma entidade investidora possui 30% do capital votante de outra entidade (investida), ela tem direito a 30% do Patrimônio Líquido dessa entidade. 23 Segue abaixo novos conceitos: INVESTIDORA é a entidade que adquire investimento de outra entidade. INVESTIDA é a entidade que recebe investimento da investidora. CONTROLADA: sociedades nas quais a controladora, direta ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores. O controle pode ser direto ou indireto. Controle direto – a investidora tem mais de 50% das ações da investida com direito a voto. Controle indireto – a investidora possui o controle da investida por outras controladas. Empresa B e C são controladas de A COLIGADA: A lei 11941/2009 redefiniu o conceito de coligada, conforme está estabelecido no artigo 243, parágrafos 1º, 4º e 5º: § 1o São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência significativa. § 4º Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la. § 5o É presumida influência significativa quando a investidora for titular de 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la. Empresa A Empresa B Empresa C 60% - controle direto 90% - controle direto 90% - controle indireto 24 Resumindo, a investidora só pode informar que possui investimentos em coligadas, quando possuir 20% ou mais do capital votante, sem controlá-la. EQUIPARADA A COLIGADA: sociedades quando uma participa direta ou indiretamente com 10% ou mais do capital votante de outra sem controlá-la. Exemplo Prático Em abril de 2008 uma determinada empresa adquiriu a participação em outras empresas conforme demonstrativo abaixo, sendo que em todas as participações à investidora possuía mais de 20% do capital votante das investidas. Empresa Participação no capital Patrimônio Líquido Valor Investimento A 25% R$ 32.800,00 R$ 8.200,00 B 45% R$ 14.222,22 R$ 6.400,00 Ao final do exercício o Patrimônio Liquido das investidas eram: Empresa A = $46.000,00 Empresa B = $13.000,00 Algum tempo depois a investida efetuou o pagamento de dividendos a investidora no valor de: Empresa A R$1.320,00 Cálculo da Equivalência Patrimonial: Empresa PL Investida X Participação no Capital = Valor após Equivalência - Valor Contábil = Valor da Equivalência A $46.000,00 25% $11.500,00 $8.200,00 $3.300,00 B $13.000,00 45% $5.850,00 $6.400,00 $(550,00) 25 Contabilização – diário e razonete Na data de aquisição de participação: Empresa A – R$ 8.200,00 D - Investimentos: Participação em Outras Sociedades - AÑC C - Bancos conta Movimento – AC Empresa B – R$ 6.400,00 D - Investimentos: Participação em Outras Sociedades – AÑC C - Bancos conta Movimento – AC Banco conta Movimento AC Particip O. Socied Empresa A AÑC 14.600 8.200 8.200 A 6.400 B - 8.200 Particip O. Socied Empresa B AÑC 6.400 6.400 Na data do fechamento do exercício social – Balanço (31/12/08) Empresa A – R$ 3.300,00 D- Investimentos: Participação em Outras Sociedades A– AÑC C- Outras Receitas Operacionais – DRE Empresa B – R$ 550,00 D- Outras Despesas Operacionais - DRE C- Investimentos: Participação em Outras Sociedades B - AÑC 26 Particip O. Socied Empresa A AÑC Particip O. Socied Empresa B AÑC 8.200 6.400 3.300 550 11.500 5.850 Outras Despesas Operacionais DRE Outras Receitas Operacionais DRE B 550 3.300 A 550 3.300 No recebimento de dividendos: Empresa A – R$ 1.320,00 D- Banco conta Movimento – AC C- Investimentos: Participação em Outras Sociedades A – AÑC Banco conta Movimento AC Particip O. Socied Empresa A AÑC 8.200 A 1.320 3.300 1.320 1.320 10.180 27 4. Provisão para Contingências e Ganho de Capital Objetivos. Conceituar contingências e Ganho de Capital e proceder a sua contabilização. Conceito de Contingências Contingência é uma condição ou situação cujo resultado final, pode ser favorável ou desfavorável, dependendo dos eventos futuros incertos. Em contabilidade essa definição se restringe às situações existentes à data das demonstrações financeiras, cujo efeito financeiro será determinado por eventos futuros que possam ocorrer ou deixar de ocorrer. Esta provisão está intimamente ligada aos riscos e incertezas de um fato, pois representam encargos ou riscos que, conforme a Lei das Sociedades Anônimas, deverão ser contabilizados até a data do balanço. As suas principais características são: - determinação com base em estimativa; - sem data certa de vencimento; - e as vezes, sem nome exato do credor. As estimativas quanto ao desfecho e aos efeitos financeiros das contingências são determinadas pelo julgamento da administração da empresa, apoiadas em estudos e pareceres técnicos, que reflitam uma posição isenta e revisadas pelo auditor independente. Tanto as estimativas quanto a revisão devem incluir o exame dos eventos ocorridos após a data do balanço, complementado pela experiência obtida em transações semelhantes. As contingências são divididas em ativas e passivas. As contingências ativas quando se tratar de um possível ganho, por atendimentos aos princípios contábeis, não devem ser reconhecidos contabilmente, porém devem ser divulgados em nota explicativa, com a descrição da sua natureza, o valor potencial e a expectativa da companhia sobre a sua eventual realização. A contingência 28 passiva deve ser registrada na contabilidade, pois pode ser uma possível obrigação que resulta de acontecimentos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais acontecimentos futuros incertos, não totalmente sob controle da empresa, isto é, relativo a fato já ocorrido, cujos efeitos ainda não podem ser definidos. Esta provisão, dependendo do andamento de se realizar pode ser classificada no passivo circulante, no passivo não circulante ou no ativo, como conta retificadora. O exemplo típico que é evidenciado no ativo é a conta: provisão para devedoresduvidosos. No passivo tem-se como exemplo: provisão para contingências fiscais ou reclamações trabalhistas, indenizações contratuais, etc. Em quais circunstâncias uma empresa poderá registrar um ganho contingente de acordo com as práticas contábeis brasileiras? O IBRACON e a CVM informam: "Como regra geral, ganhos contingentes não devem ser objeto de contabilização em obediência à convenção contábil do conservadorismo, pela qual uma receita somente deve ser reconhecida quando realizada". “A convenção do Conservadorismo (também denominada Prudência) estipula que entre conjuntos alternativos de avaliação para o patrimônio igualmente válido, segundo os princípios fundamentais de contabilidade, a Contabilidade deverá efetuar o lançamento do menor valor atual para o ativo e o maior valor para o passivo”. Em regra geral, o lançamento a ser efetuado de uma provisão para contingência é: debitar a conta de despesas por ocasião de sua constituição e creditar a conta provisão para contingências. Exemplo: D – Reclamações Trabalhistas (conta de despesa / resultado) C – Provisão para Reclamações Trabalhistas (conta do passivo / patrimonial) 29 Conceito de Ganho de Capital O Ganho de Capital consiste no resultado na alienação, por extinção, desgaste, perecimento, desapropriação, obsolescência, ou na liquidação de bens do ativo permanente. Se essa diferença entre o valor da alienação e o valor contábil for positiva dizemos que ocorreu um ganho de capital, se for negativa ocorreu uma perda de capital. É bom ressaltar que o valor contábil do bem corresponde a: Resultado = diferença entre o valor alienado dos bens e o seu valor contábil Alienação = ato que transfere a propriedade de bens patrimoniais (+) Custo de aquisição (-) Depreciação, Amortização, Exaustão, Provisões (=) Valor Contábil O ganho ou perda de capital pode ser avaliado sobre bens do ativo imobilizado, investimentos avaliados pela equivalência patrimonial, investimentos avaliados pelo custo de aquisição, e outros. Alienação de bem do ativo imobilizado Nesse caso de alienação, a apuração do ganho de capital deve ser feito da seguinte maneira: Elementos Valores Máquinas (-) Depreciação Acumulada (=) Custo ou valor contábil da maquina R$ 240.000,00 R$ (168.000,00) R$ 72.000,00 Valor da alienação (-) Custo contábil da maquina (=) Ganho de Capital R$ 102.000,00 R$ (72.000,00) R$ 30.000,00 (receita operacional) 30 Exemplo: Conta: Veículos Data de aquisição: 31-01-2004 Valor da aquisição: R$ 36.000,00 Valor depreciado até 31-12-2006: R$ 21.000,00 Taxa depreciação: 20% a.a. Venda a vista em 30-04-2007: R$ 23.000,00 Depreciação: Valor do veiculo R$ 36.000,00 (x) taxa anual de depreciação 20% Quota anual de depreciação R$ 7.200,00 Quota mensal de depreciação R$ 600,00 Saldo da depreciação até 31-12-2006 R$ 21.000,00 Em 2007: Jan R$ 600,00 Fev R$ 600,00 Mar R$ 600,00 Abr R$ 600,00 R$ 2.400,00 TOTAL = R$ 21.000,00 + R$ 2.400,00 = R$ 23.400,00 Apuração do resultado da venda: 1) Valor da venda em 30-04-2007 R$ 23.000,00 2) (-) Custo ou valor contábil: Veiculo R$ 36.000,00 (-) Depreciação Acumulada R$ (23.400,00) R$ 12.600,00 3) Receita operacional (Ganho de Capital) R$ 10.400,00 31 Contabilização: D- Banco conta Movimento – AC 23.000,00 D- Imobilizado: Depreciação Acumulada Veículos – AÑC 23.400,00 C- Imobilizado: Veículos – AÑC 36.000,00 C- Ganhos e Perdas na Alienação de Imobilizado – DRE 10.400,00 Veículos - AÑC Deprec Acumulada - Veículos AÑC 36.000 23.400 36.000 23.400 - - Banco conta Movimento - AC Ganhos e Perdas Alien. Imobil DRE 23.000 10.400 23.000 10.400 Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 - Ganhos e Perdas de Capital Art. 418. Serão classificados como ganhos ou perdas de capital, e computados na determinação do lucro real, os resultados na alienação, na desapropriação, na baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou exaustão, ou na liquidação de bens do ativo permanente (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 31). § 1º Ressalvadas as disposições especiais, a determinação do ganho ou perda de capital terá por base o valor contábil do bem, assim entendido o que estiver registrado na escrituração do contribuinte e diminuído, se for o caso, da depreciação, amortização ou exaustão acumulada (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 31, § 1º). 32 5. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL Objetivos. Conceituar a DMPL e proceder a sua elaboração. Conceito de Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido A CVM obriga as sociedades anônimas a efetuar a DMPL. A Lei das S/A obriga as demais entidades a fazer a DLPA. A diferença entre as duas demonstrações está em informar que a primeira (DMPL) é mais completa, e a segunda (DLPA) é apenas uma parte da primeira, pois está contida dentro da DMPL. A demonstração das mutações do patrimônio líquido - DMPL, segundo a legislação do Conselho Federal de Contabilidade é aquela destinada a evidenciar as mudanças, em natureza e valor, ocorrido no patrimônio líquido da entidade, num determinado período de tempo. A estrutura da DMPL descriminará: a) os saldos no início do período; b) os ajustes de exercícios anteriores; c) as reversões e transferências de reservas e lucros; d) os aumentos de capital discriminando sua natureza; e) a redução de capital; f) as destinações do lucro líquido do período; g) as reavaliações de ativos e sua realização, líquida do efeito dos impostos correspondentes; (extinta com a 11638/07) h) o resultado líquido do período; i) as compensações de prejuízos; j) os lucros distribuídos; k) os saldos no final do período. Costumo dizer aos alunos que esta demonstração é parecido com um jogo antigo, chamado “batalha naval”, onde vamos preenchendo os campos e efetuando os cálculos de uma forma óbvia, pois torna-se fácil de memorizar o aprendizado. Veja abaixo o exemplo: 33 Patrimônio Líquido da Empresa Continove S/A em 31/12/2007 em R$ Capital Social - 700.000,00 Reserva de Capital – 50.000,00 Reservas de Lucros - 35.000,00 Total do Patrimônio Líquido - 785.000,00 Fatos ocorridos no ano de 2008: Aumento de capital em dinheiro efetuado pelos acionistas no valor de 250.000,00 Resultado do Exercício – R$ 193.600,00 Dividendos obrigatórios de 50% A DMPL visa demonstrar as mutações que ocorreram do patrimônio líquido e informar a composição do novo patrimônio líquido. Veja abaixo: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido da Continove S/A em 31/12/2008 em R$ Descrição Capital Social Reserva de Capital Reservas de Lucros Total Saldo em 31/12/07 700.000,00 50.000,00 35.000,00 785.000,00 Aumento de Capital Social 250.000,00 ------- ------ 250.000,00 Resultado do Exercício ----------- ---------- 193.600,00 193.600,00 Dividendos Obrigatórios ----------- ------------ (96.800,00) (96.800,00) Saldo em 31/12/08 950.000,00 50.000,00 131.800,00 1.131.800,00 Como pode ser observada a linha do saldo de 31/12/08 é a composição do novo patrimônio Líquido da empresa Continove S/A. E a coluna das Reservas de lucros é justamente a DLPA (Demonstraçãodos Lucros e Prejuízos Acumulados). Abaixo demonstramos a linha horizontal, na forma vertical que será apresentada no Balanço da empresa. 34 6. Demonstração dos Fluxos de Caixas – DFC (C P C - 03) Objetivos. É prover informações sobre os pagamentos e recebimentos, em dinheiro, de uma empresa, ocorrido em um determinado período, seja ele mensal ou anual. A utilidade do fluxo de caixa é proporcionar aos usuários a avaliação da capacidade da entidade gerar caixa e suas necessidades de liquidez. Conceito de DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixas O ciclo operacional de um negócio depende só do lucro? Pergunte ao fluxo de caixa. Várias empresas quebram por não saber gerir o seu fluxo de caixa. Considera-se que este relatório é o “coração do sistema financeiro da companhia”. Quase sempre os principais problemas de insolvências das companhias ocorrem pela inadequada administração do seu fluxo de caixa. Este relatório permite a extração de informações relevantes sobre as variações comportamentais da empresa. Como por exemplo: a) A empresa tem recursos suficientes para expandir os negócios? b) Com os novos negócios, a empresa tem capacidade financeira para quitar suas dívidas e em qual período? c) A liquidez, a solvência e a flexibilidade financeira da empresa. Poderia ser efetuadas outras mais perguntas... Por isso, segundo Gitman – “O fluxo de caixa é a espinha dorsal da empresa”. Esta pequena introdução é apenas para demonstrar a você a importância desse novo relatório, DFC - Demonstração dos Fluxos de Caixa que surgiu em meados 1987 para atender às necessidades dos Estados Unidos, atribuída ao FASB – Conselho de Padrões e Contabilidade Financeira – o órgão responsável pela emissão de normas contábeis denominadas FAS – Financial Accounting Standards (Normas Contábeis Financeiras). No Brasil, as sociedades anônimas terão que elaborar a DFC, por determinação da Lei 11638/007. Esta nova demonstração veio para substituir a 35 DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos), conforme é previsto artigo 176, inciso IV: “Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; e IV – demonstração dos fluxos de caixa;” Complementando no mesmo artigo 176, no parágrafo 6º é verificada a obrigatoriedade das demais companhias, sobre a DFC: “§ 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa”. A elaboração da DFC deve seguir também o artigo 188 da lei 11638/07, na qual indicará as variações dos fluxos de caixa, previsto no inciso I: “Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: a) das operações; b) dos financiamentos; e c) dos investimentos. Afinal, o que vem a ser Demonstração dos Fluxos de caixa, uma vez que pelo contexto é um demonstrativo de grande relevância para qualquer entidade. Conforme Ribeiro, “DFC é um relatório contábil que tem por fim evidenciar as transações ocorridas em um determinado período e que provocaram modificações no saldo da conta Caixa”. Se este conceito diz que é para evidenciar transações que modificaram o saldo da conta caixa, entende-se que está se falando de entradas e saídas de caixa, que compreende numerário em espécie, depósitos bancários disponíveis e 36 equivalentes de caixa, para melhor entendimento do que é Caixa devemos olhar sempre o grupo de contas do disponível. Equivalentes de Caixa – denominam-se os investimentos de altíssima liquidez, prontamente conversíveis em moeda, de curtíssimo prazo e que apresentam baixo risco de alteração de valor, como por exemplo, as aplicações financeiras de curto prazo. (CPC 03) O CPC 03 juntamente com o artigo 188 da lei das S/A, o DFC deve conter no mínimo 3 (três) fluxos: Fluxo das atividades operacionais – são as principais atividades geradoras de receita da entidade compreendem transações que envolvem a produção e venda de bens e serviços, isto é, objeto social da companhia. Pelas entradas: a) Recebimentos pela venda de produtos e serviços a vista ou a prazo; b) Recebimento de juros sobre empréstimos concedidos e sobre aplicações financeiras em outras entidades; c) Recebimento de dividendos e juros s/ capital próprio pela participação no patrimônio de outras empresas; d) Qualquer outro recebimento que não se origine de transações definidas como atividades de investimento ou financiamento, como: recebimentos de sentenças judiciais; reembolso de fornecedores; indenizações por sinistros, exceto aquelas diretamente relacionadas a atividades de investimento, como o sinistro em uma edificação, por exemplo; e) Recebimentos de aluguéis, royalties, direito de franquia e vendas de ativos produzidos ou adquiridos para esse fim (como no caso da venda de carros destinados a aluguel). 37 Pelas saídas a) Pagamentos a fornecedores referentes ao suprimento de mercadorias ou matéria-prima e outros materiais para a produção de bens para venda; b) Pagamentos aos fornecedores de outros insumos de produção, incluídos os serviços prestados por terceiros; c) Pagamentos de tributos em geral, multas, alfândega e outras taxas, exceto quando especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de investimento; d) Pagamento de juros (despesas financeiras) dos financiamentos (comerciais e bancários) obtidos; e) Pagamentos para produção ou aquisição de ativos destinados a aluguel e subseqüente venda (como no caso das compras de veículos destinados a aluguel e, na sequência, venda). Fluxo das atividades de investimentos – relacionam-se normalmente com o aumento e diminuição dos ativos de longo prazo que a empresa utiliza para produzir bens e serviços. Incluem a concessão e o recebimento de empréstimos a acionistas e/ou empresas coligadas ou controladas e suas respectivas amortizações, a aquisição e venda de instrumentos financeiros e patrimoniais de outras entidades e a aquisição e alienação de imobilizado. Incluem também todas as aplicações financeiras, inclusive as de curto prazo (exceto as equivalentes de caixa), destinadas a dar remuneração a recursos temporários ociosos ou a especulação. Pelas entradas: a) Recebimentos resultantes da venda de imobilizado, intangível e de outros ativos não circulantes utilizados na produção; b) Recebimento pela venda de participações em outras empresas ou instrumentos de dívidas de outras entidades e participações em joint ventures, exceto os recebimentos a títulos classificados como equivalentes de caixa e mantidos para negociação; 38 c) Resgates do principal de aplicações financeiras não classificadas como equivalentes de caixa; d) Recebimentos referentes a contratos futuros, a termo, de opções e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura ou quando classificados como atividades de financiamento; e) Recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos ou amortizaçãode empréstimos concedidos a terceiros (exceto adiantamentos e empréstimos de uma instituição financeira). Pelas saídas: a) Pagamentos, no momento da compra ou em data próxima a esta, de terrenos, edificações, equipamentos ou outros ativos fixos utilizados na produção referentes à aquisição de ativo imobilizado; o mesmo com relação a ativo intangível ou propriedade para investimento; b) Pagamentos pela aquisição de títulos patrimoniais de outras empresas ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures, exceto os desembolsos referentes a títulos classificados como equivalentes de caixa ou mantidos para negociação; c) Desembolsos dos empréstimos concedidos pela empresa e pagamento pela aquisição de títulos de investimento de outras entidades; d) Pagamentos de contratos futuros, a termo, de opções e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, exceto quando classificados como atividades de financiamento; e) Adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira). Fluxo das atividades de financiamentos – incluem a captação de recursos dos acionistas, são os recursos obtidos do Passivo não circulante e do Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui os empréstimos e financiamentos de curto 39 prazo. As saídas correspondem à amortização destas dívidas e os valores pagos aos acionistas a título de dividendos, distribuição de lucros. Pelas entradas: a) Venda de ações emitidas; b) Empréstimos obtidos no mercado, via emissão de letras hipotecárias, notas promissórias, debêntures ou outros instrumentos de dívida, de curto ou longo prazos; c) Recebimento de contribuições, de caráter permanente ou temporário, que, por expressar determinação de doadores, têm a finalidade estrita de adquirir, construir ou expandir a planta instalada, aí incluídos equipamentos ou outros ativos de longa duração, necessário à produção; Pelas saídas: a) Pagamento de dividendos e juros s/ capital próprio ou outras distribuições aos donos, incluindo o resgate de ações da própria empresa; b) Pagamento dos empréstimos obtidos (exceto juros); c) Pagamento do principal referente a imobilizado adquirido a prazo, pagamento do principal do arrendamento mercantil financeiro. Todos os exemplos citados de entradas e saídas nos três fluxos de caixa são transações que afetam o disponível ou caixa, há transações que não afetam. Transações que não afetam o caixa Algumas transações não afetam o Caixa, pois não há encaixe nem desembolso, dentre elas, podemos citar: Depreciação, Amortização e Exaustão. São reduções de Ativo para indicar a perda da vida útil dos elementos componentes do Ativo Imobilizado, em detrimento ao uso, à ação do tempo ou à obsolescência. 40 Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD). Representam estimativas de prováveis perdas na venda a prazo para clientes e desta forma, não representam desembolso. Acréscimos ou Diminuições de itens de investimentos pelo método de Equivalência Patrimonial. Métodos de apresentação da DFC Método Direto A DFC pelo Método Direto é também denominado Fluxo de Caixa no sentido restrito. A sua elaboração parte do saldo do Caixa do período anterior, como saldo inicial, adicionado às entradas e subtraídas as saídas. Muitos se referem a ele como o “verdadeiro Fluxo de Caixa”, por que nele são demonstrados todos os recebimentos e pagamentos que efetivamente concorreram para a variação das disponibilidades do período. Método Indireto Também denominado como Fluxo de Caixa no sentido amplo. Isto se explica pela análise dos fundamentos de sua elaboração. É estruturado por meio de um procedimento semelhante ao da DOAR podendo mesmo ser considerado como uma ampliação da mesma. Consiste em estender a análise dos itens não circulantes – próprias daquele relatório – à alteração ocorrida nos itens circulantes (passivo e ativo circulante), excluindo, logicamente, as disponibilidades, cuja variação estamos buscando demonstrar. Assim, partimos do Lucro Líquido, no qual é efetuado um ajuste pelo valor das operações considerando receitas ou despesas, mas que não afetaram as disponibilidades, de forma que se possa demonstrar sua variação no período. 41 Elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa – Método Indireto Primeiramente deve-se identificar e classificar as entradas e saídas de caixa, a serem observados em uma empresa. As entradas, também chamadas origens, representam variações que provocarão o aumento de caixa e, portanto maior liquidez. As saídas por sua vez, representarão o contrário: Entradas e Saídas de Caixa Entradas (Origens) Saídas (Aplicações) Redução de Estoques Redução de Contas a Receber Redução de Impostos a Recuperar Redução de Títulos a Receber Redução de Ativos Imobilizados Redução de Investimentos em ações Depreciação Lucro Líquido Após IR Aumento de qualquer Passivo Aumento de Estoques Aumento de Contas a Receber Aumento de Impostos a Recuperar Aumento de Títulos a Receber Aumento de Ativos Imobilizados Aumento de Investimentos em ações Pagamento de Dividendos Prejuízo Líquido Aumento de qualquer Ativo Exemplo: Vamos utilizar os dados apresentados a seguir para montar o exemplo de elaboração e análise do Fluxo de Caixa: 2008 2007 Variação (R$) Ativo Circulante 1.223 1.004 219 Caixa 363 288 75 Aplicações Financeiras 68 51 17 Duplicatas a Receber 503 365 138 Estoques 289 300 (11) Ativo Não Circulante 2.374 2.266 108 Imobilizado 4.669 4.322 347 ( - ) Depreciação Acumulada (2.295) (2.056) (239) Total 3.597 3.270 327 42 Passivo 2008 2007 Circulante 670 581 89 Duplicatas a Pagar 382 270 112 Outras Contas a Pagar 159 114 45 Empréstimos a Pagar 79 99 (20) Dividendos a pg 50 98 (48) Passivo Não Circulante 1.023 967 56 Financiamentos 1.023 967 56 Patrimônio Líquido 1.904 1.722 134 Capital Social 819 808 11 Reservas de Lucros 1.085 914 171 Total 3.597 3.270 327 Demonstração de Resultados - 2008 Receita de Vendas 3.074 ( - ) CMV (2.088) Lucro Bruto 986 Despesas de Vendas (203) Despesas Administrativas (323) Despesas de Depreciação (239) Lucro Líquido do Exercício 221 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Saldo em 31/12/07 914 ( +/- ) Lucro Líquido do Exercício 221 ( - ) Dividendos (50) Saldo em 31/12/08 1.085 43 Elaborando a Demonstração dos Fluxos de Caixa Demonstração dos Fluxos de Caixa– Método Indireto 1 Fluxo das Atividades Operacionais Lucro Líquido ou Prejuízo do Exercício 221 Depreciação e outras despesas que não representam saída de caixa 239 Variações dos Ativos Circulantes excluindo caixa e aplicações de liquidez imediata (127) Variações dos Passivos Circulantes excluindo Empréstimos a Pagar 157 Total 1 490 2 Fluxo dos Investimentos Variações dos Ativos Imobilizados Brutos / Investimentos (347) Variação dos Realizáveis a Longo Prazo 0Total 2 (347) 3 Fluxo dos Financiamentos Variações nos Empréstimos de curto prazo (20) Variações no Passivo Não Circulante 56 Variações no P.L. (excluindo Reservas de Lucros) 11 Dividendos Pagos (98) Total 3 (51) 4 Acréscimo/(Decréscimo) de Caixa = (1 + 2 + 3) = Variação das Disponibilidades 92 ( + / - ) Saldo Inicial das Disponibilidades 339 ( = ) Saldo Final de Disponibilidades 431 44 Elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa – Método Direto No método direto, a DFC é elaborada a partir da movimentação diretamente ocorrida nas disponibilidades. Nesse método, são apresentados todos os itens que tenham provocado entrada ou saída de disponibilidades, ou seja, todos os pagamentos e recebimentos. As diferenças entre os métodos direto e indireto são limitadas, exclusivamente, aos fluxos das atividades operacionais. Os fluxos das atividades de financiamento e de investimento são demonstrados de forma igual nos dois métodos. Exemplo: Vamos utilizar os dados apresentados a seguir para montar o exemplo de elaboração e análise do Fluxo de Caixa: 2008 2007 Variação (R$) Ativo Circulante 315.250 188.000 127.250 Disponível 250 8.000 (7.750) Duplicatas a Receber 125.000 120.000 5.000 Estoques 190.000 60.000 130.000 Ativo Não Circulante 13.000 15.000 (2.000) Imobilizado 20.000 20.000 - ( - ) Depreciação Acumulada (7.000) (5.000) (2.000) Total 328.250 203.000 125.250 Passivo Circulante 186.225 172.000 14.225 Fornecedores 154.000 90.000 64.000 Impostos a Recolher 28.725 29.000 (275) Contas a Pagar - 8.000 (8.000) Financiamentos 3.500 15.000 (11.500) Dividendos a pg - 30.000 (30.000) Passivo Não Circulante 4.000 - 4.000 Financiamentos 4.000 - 4.000 Patrimônio Líquido 138.025 31.000 107.025 Capital Social 61.000 21.000 40.000 Reservas de Lucros 77.025 10.000 67.025 Total 328.250 203.000 125.250 Observação: todas as despesas operacionais efetuadas a prazo transitam por Contas a Pagar. 45 Demonstração de Resultados 2008 Receita de Vendas 1.026.800 ( - ) CMV (526.800) Lucro Bruto 500.000 Despesas Operacionais (402.250) Despesas de Depreciação (2.000) Lucro Líquido antes dos impostos 95.750 Provisão IR e CS (28.725) Lucro Líquido do Exercício 67.025 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Saldo em 31/12/07 10.000 ( + / - ) Lucro Líquido do Exercício 67.025 Saldo em 31/12/08 77.025 Podemos elaborar a Demonstração dos Fluxos de Caixa conforme segue: Duplicatas a Receber Saldo Inicial 120.000 (+) Receita de Vendas (DRE) 1.026.800 (-) Perdas com clientes 0 (=) Total de recebíveis 1.146.800 (-) Saldo Final (125.000) Valores efetivamente recebidos no período 1.021.800 Movimentação Estoques CMV (DRE) 526.800 ( - ) Estoque Inicial (60.000) ( + ) Estoque Final 190.000 ( = ) Compras de mercadorias 656.800 Fornecedores Saldo Inicial – Fornecedores 90.000 (+) Compras (Movimentação Estoques) 656.800 (=) Total de pagáveis 746.800 (-) Saldo Final – Fornecedores (154.000) Valores efetivamente pagos no período 592.800 46 Contas a Pagar Saldo Inicial – Contas a Pagar 8.000 (+) Despesas Operacionais (DRE) 402.250 (=) Total de pagáveis 410.250 (-) Saldo Final – Contas a Pagar 0 Despesas efetivamente pagas no período 410.250 Demonstração dos Fluxos de Caixa – Método Direto 1 Fluxo das Atividades Operacionais Recebimentos de Clientes 1.021.800 (-) Pagamentos Fornecedores (592.800) (-) Pagamento de Impostos e Contribuições (29.000) (-) Pagamento de Despesas Operacionais (410.250) Total 1 (10.250) 2 Fluxo dos Investimentos Variações dos Ativos Imobilizados Brutos / Investimentos 0 Variação dos Realizáveis a Longo Prazo 0 Total 2 0 3 Fluxo dos Financiamentos Variações nos Empréstimos de curto prazo (11.500) Variações no Passivo Não Circulante 4.000 Variações no P.L. (excluindo Reservas de Lucros) 40.000 Dividendos Pagos (30.000) Total 3 2.500 4 Acréscimo/(Decréscimo) de Caixa = (1 + 2 + 3) = Variação das Disponibilidades (7.750) ( + ) Saldo Inicial das Disponibilidades 8.000 ( = ) Saldo Final de Disponibilidades 250 47 Demonstração dos Fluxos de Caixa- Método Indireto 1 Fluxo das Atividades Operacionais Lucro Líquido ou Prejuízo do Exercício 67.025 Depreciação e outras despesas que não representam saída de caixa 2.000 Variações dos Ativos Circulantes excluindo caixa e aplicações de liquidez imediata (135.000) Variações dos Passivos Circulantes excluindo Empréstimos a Pagar 55.725 Total 1 (10.250) 2 Fluxo dos Investimentos Variações dos Ativos Imobilizado Brutos / Investimentos 0 Variação dos Realizáveis a Longo Prazo 0 Total 2 0 3 Fluxo dos Financiamentos Variações nos Empréstimos de curto prazo (11.500) Variações no Passivo Não Circulante 4.000 Variações no P.L. (excluindo Reservas de Lucros) 40.000 Dividendos Pagos (30.000) Total 3 2.500 4 Acréscimo/(Decréscimo) de Caixa = (1 + 2 + 3) = Variação das Disponibilidades (7.750) ( + ) Saldo Inicial das Disponibilidades 8.000 ( = ) Saldo Final de Disponibilidades 250 48 7. Demonstração do Valor Adicionado – DVA (C P C – 09) Objetivos. Conceituar a DVA, a sua importância e proceder a sua elaboração. Conceito da DVA – Demonstração do Valor Adicionado A DVA foi inserida pela Lei nº 11.638/2007, (artigo 176, inciso V), no conjunto de demonstrações financeiras que as companhias abertas devem apresentar ao final de cada exercício social, estando, portanto, sujeita a todas as regras de aprovação. No artigo 188, inciso II da Lei das S/A, informa que a Demonstração do Valor Adicionado indicará: o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. O valor adicionado de uma empresa, elaborado na forma contábil, representa o quanto de valor ela agrega aos insumos que adquire num determinado período e é obtido, de forma geral, pela diferença entre vendas e o total dos insumos adquiridos de terceiros. Este valor terá também o significado de toda a remuneração dos esforços aplicados na atividade da empresa. Sob uma abordagem mais ampla, a Contabilidade utiliza a Demonstração do Valor Adicionado, para identificar e divulgar quanto à atividade da empresa gera de recursos adicionais para a economia local, como e para quem os distribui. Esta é uma informação de fundamental importância para a gestão econômica governamental regional, dado que a instalação de uma empresa consome, necessariamente, recursos públicos, por meio da implementação de infra-estrutura básica como: asfalto, rede de água e esgoto etc ou na forma de subsídios, redução de impostos permanente ou temporariamente. Para avaliação de investimentos faz-se necessário identificar os benefícios que podem gerar (ou que estão gerando) frente aos recursos que consomem de modo 49 a se aferir as vantagens da permissão de sua instalação ou continuidade. Ou, ainda, para induzi-las à melhoria de seu comportamento social e econômico. Idealmente, a empresa instalada em um determinado município deve empregar a mão-de-obra local, gerar benefícios para estes e seus familiares, além da comunidade que a cerca. Vivemos sob uma forma de administração públicadescentralizada, ou seja, cada município recebe uma verba dos governos estadual e federal, e a completa com impostos municipais arrecadados, devendo gerenciar o atendimento das necessidades básicas de infra-estrutura e urbanização da cidade. Claro está que há necessidade de fomentar a criação de atividades econômicas que gerem impostos para complementar recursos e também ocupar a mão-de-obra disponível. Empregar a mão-de-obra local implica em reduzir os serviços assistenciais do governo e em incentivar a criação de novos postos de trabalho e de geração de impostos, como as atividades comerciais e de serviços, além, obviamente, de elevar a renda da comunidade. Contudo, se uma indústria obtém autorização para funcionamento em um município, mas utiliza mão-de-obra de outros municípios, os recursos distribuídos a título de remuneração serão consumidos neste outro município, desestimulando com isso a criação de atividades econômicas que pudessem absorver tais recursos e a força de trabalho disponível. No entanto, a indústria terá consumido os recursos municipais com o uso da infra-estrutura que lhe foi entregue. Imagine-se uma empresa que consome todos os recursos já mencionados, o único benefício que propícia é o emprego dos moradores da cidade e não adiciona nenhum valor durante o seu processo produtivo. Esta é uma situação não muito comum, mas configuraria poucas alternativas de continuidade, dado que esta requer o reinvestimento dos resultados positivos, ou seja, dos lucros, na manutenção da empresa. Os sócios não podem estar permanentemente aportando novos recursos à companhia, esta deve ter condições para sua auto- manutenção. É necessário que seja agregado algum valor aos produtos da empresa de forma a justificar um sobre-preço que permita sua continuidade. 50 O valor adicionado constituí-se da receita de venda deduzido dos custos dos recursos adquiridos de terceiros como: matéria-prima, mercadorias para revenda, serviços de terceiros, energia elétrica, enfim todos os insumos adquiridos de terceiros e consumidos durante o processo operacional. O resultado representa o que a empresa adicionou aos insumos/serviços adquiridos de terceiros para chegar ao seu produto/serviço final; corresponde, portanto, à riqueza gerada. É o que tem se convencionado denominar Valor Adicionado Bruto. Todavia, a empresa utiliza-se também de instalações, máquinas, equipamentos e outros ativos de vida útil mais extensa, diminuindo-lhes o potencial de uso. Tal redução de potencial de uso na Contabilidade é refletida pela depreciação, amortização e exaustão. Assim sendo, dada a essencialidade do consumo parcial destes ativos para a geração da riqueza, seu valor deve ser deduzido do valor adicionado bruto, conduzindo ao valor adicionado líquido, o qual reflete a efetiva contribuição da empresa para a economia local. Há ainda que se mencionar os valores recebidos de outras empresas sem sacrifícios operacionais, como o caso do resultado de participações societárias. A investidora realizou o investimento em algum momento passado, e nos períodos posteriores apenas receberá os frutos desta aplicação, sem qualquer esforço, pelo menos em princípio. O mesmo acontece com as receitas financeiras. Não há esforço da investidora, ela apenas aplica seus recursos no mercado e, dependendo das oscilações destes é que será sua receita. Assim, o valor adicionado líquido somado às receitas recebidas em transferência demonstrará o total dos recursos distribuídos. A distribuição do valor adicionado reflete quem são os beneficiados com o desempenho da empresa como: empregados, governo, terceiros, acionistas, os quais estão representados pela remuneração do pessoal e encargos sociais; impostos sobre vendas, produção e serviços, taxas e contribuições; juros sobre 51 capital de terceiros e próprio, dividendos, aluguéis de móveis e imóveis e por fim pode ser retido a título de reinvestimento na organização. A análise da distribuição do valor adicionado identifica a contribuição da empresa para a sociedade e os setores por ela priorizados. Este tipo de informação serve para avaliar a performance da empresa no seu contexto local, sua participação no desenvolvimento regional e estimular ou não a continuidade de subsídios e incentivos governamentais. E, em um contexto maior, pode servir de parâmetro para definição do comportamento de suas congêneres. Note-se, novamente, que o banco de dados necessário para a elaboração desta demonstração já está disponível na Contabilidade, fazendo-se necessário apenas um estímulo para que seja utilizado. Ter informações sobre a conduta operacional, econômica e financeira das empresas é um fator primordial para a gestão governamental, seja municipal, estadual ou federal, principalmente no que se refere à alocação dos escassos recursos. O instrumento já existe: a Contabilidade. Por meio da identificação, mensuração e divulgação dessas referidas informações a Contabilidade pode contribuir muito com o governo e com a sociedade em geral, na busca de soluções para os emergentes e crescentes problemas sociais, principalmente no Brasil, país em desenvolvimento, com notória carência de recursos financeiros. Modelo Básico de DVA: 1 – RECEITAS 1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços. Vendas de Mercadorias, Produtos e Serviços 1.2) Provisão P/créditos duvidosos Constituição da Provisão para Créditos Duvidosos Reversão da Provisão para Créditos Duvidosos 1.3) Outras Receitas e Outras Despesas Operacionais Vendas do Imobilizado Custo de Vendas do Imobilizado 52 2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 2.1) Custos das mercadorias e serviços vendidos 2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 2.3) Perda/Recuperação de valores ativos 2.4) Outras (especificar) 3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 4 – RETENÇÕES 4.1) Depreciação, amortização e exaustão 5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (1-2-3) 6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 6.1) Resultado de equivalência patrimonial 6.2) Receitas financeiras 6.3) Outras Receitas 7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (4+5) 8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO: 8.1) Pessoal e encargos 8.2) Impostos, taxas e contribuições 8.3) Juros e aluguéis 8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos 8.5) Lucros retidos/prejuízo do exercício Detalhamentos dos grupos contábeis formadores de tal demonstrativo: 1 – RECEITAS 1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços 53 Inclui os valores do ICMS e IPI incidentes sobre essas receitas, ou seja, corresponde á receita bruta ou faturamento bruto. Devem ser deduzidas as devoluções, os abatimentos incondicionais e os cancelamentos. Para fins de facilitar a compreensão dos termos empregados neste grupo, define-se: Mercadorias - valores de revenda de produtos adquiridos de terceiros. Exemplo: uma farmácia adquire medicamentos de um distribuidor, e revende-os. Trata-se de mercadorias, e não de produtos. Produtos - valores de venda de produtos de produção própria (indústria). Exemplo: uma indústria farmacêutica adquire insumos, industrializa-os e vende-os a distribuidores. Trata-se de produtos de produção própria vendidos. Serviços – valores de venda de serviços executados por contrato ou tarefa. Exemplo: serviços de auditoria independente, executados para um cliente. 1.2) Provisão p/créditos duvidosos Inclui os valores relativos à constituição de provisão para créditos duvidosos, bem como da reversão da mesma. 1.3) Outras Receitas Operacionais
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