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PSICOPATOLOGIA
SDE 0167
Profª: Luciana Pereira
E mail: lupredes@hotmail.com
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana” (Carl Jung).
AULA I
OBJETIVOS:
Levar o aluno a conhecer a história de fundação da psicopatologia;
Discriminar as concepções de normalidade e patologia em psicopatologia;
Apresentar as principais escolas psicopatológicas;
Apresentar os princípios gerais da classificação diagnóstica em psicopatologia;
Alguns conceitos iniciais...
Psicopatologia é um ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença mental, suas causas, as mudanças estruturais e suas formas de manifestação. Ela pode ser definida, em uma acepção mais ampla, como: conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano
Alguns conceitos iniciais...
Semiologia médica: estudo dos sintomas e sinais da doença, que permite identificar alterações físicas e mentais, ordenar os fenômenos observados, formular diagnósticos e empreender terapêuticas
De um modo geral, a semiologia, ou semiótica, é a ciência dos signos
O signo é um tipo de sinal, como por exemplo, na semiologia médica, a febre pode ser um sinal/signo de uma infecção ou inflamação;
A fala extremamente rápida e fluente pode ser um sinal/signo de uma síndrome maníaca.
O signo transcende a esfera da língua: gestos, atitudes, comportamentos não verbais, etc.
A semiologia psicopatológica trata particularmente dos signos que indicam a existência de sofrimento mental, transtornos e patologias
Os signos de maior interesse para a psicopatologia são os sinais comportamentais objetivos, as vivências subjetivas relatadas pelo paciente e suas queixas
Alguns conceitos iniciais...
Síndrome: agrupamento/conjunto de sinais e sintomas relativamente constantes e estáveis
Sinais: objetivos, observáveis e mensuráveis; dados elementares
Sintomas: vivências subjetivas relatadas pelos pacientes, suas queixas, aquilo que o sujeito experimenta e comunica a alguém; não é mensurável
Entidades nosológicas, ou transtornos são fenômenos mórbidos nos quais se podem identificar ou presumir determinados fatores:
etiologia (causas),
curso de desenvolvimento homogêneo,
estados terminais típicos,
mecanismos psicológicos e psicopatológicos característicos,
antecedentes genético e familiares específicos e,
respostas ao tratamento previsíveis.
Alguns conceitos iniciais...
...o sentido e o valor de um signo dependem necessariamente das relações que ele mantém com os outros signos do sistema total, por exemplo da ausência ou presença de outros
Em psicopatologia essa análise não pode prescindir de uma análise do universo cultural do paciente e do profissional
Fundamental é a observação minuciosa, atenta e perspicaz do comportamento do paciente, o conteúdo do seu discurso e o seu modo de falar, sua mimica, postura, vestimenta, a forma como reage, seu estilo de relacionamento com o entrevistador, com outros pacientes e com seus familiares
“Como conhecimento que visa ser científico, não inclui critérios de valor, nem aceita dogmas ou verdades a priori. O psicopatólogo não julga moralmente o seu objeto, busca apenas observar, identificar e compreender os diversos elementos da doença mental. O psicopatólogo rejeita qualquer tipo de dogma, seja ele religioso, filosófico, psicológico ou biológico; o conhecimento que busca está permanentemente sujeito a revisões, críticas e reformulações” (Dalgalarrondo, 2000:22).
“Em todo indivíduo oculta-se algo que não se pode conhecer, pois a ciência requer um pensamento conceitual sistemático, pensamento que cristaliza, que torna evidente, mas também que aprisiona o conhecimento... Assim, a psicopatologia sempre perde, obrigatoriamente, aspectos essenciais do homem, principalmente nas dimensões existenciais, estéticas, éticas e metafísicas” (Dalgalarrondo, 2000:23)
Forma e Conteúdo dos Sintomas
Podemos organizar os sintomas psicopatológicos em dois grupos básicos:
a forma do sintoma, isto é, sua estrutura básica, relativamente semelhante nos diversos pacientes (alucinação, delírio, etc.) e,
seu conteúdo, ou seja, aquilo que preenche (o recheio) a alteração estrutural (conteúdo de culpa, religioso, de perseguição, etc.).
O conteúdo geralmente é mais pessoal e depende da história de vida do paciente
De um modo geral, os conteúdos dos sintomas estão relacionados aos temas centrais da existência humana, como a sobrevivência, segurança, sexualidade, dinheiro, poder e prestígio, buscando prazer e/ou segurança e controle sobre o outro
O que é normal?
O conceito de normalidade em psicopatologia é uma questão de grandes controvérsias, pois a normalidade pode variar, e muito, com a cultura, a ideologia e a vivência de cada indivíduo
Casos extremos, onde as alterações comportamentais e mentais são de intensidade acentuada e de longa duração, o delineamento das fronteiras entre o normal e o patológico não é tão problemático
Por outro lado, há muitos casos nos quais a delimitação entre o normal e o patológico é bastante difícil.
Há vários critérios de normalidade e anormalidade em psicopatologia, e a adoção de um ou de outro depende, entre muitas coisas, das opções filosóficas, ideológicas e pragmáticas do profissional, além de variarem consideravelmente em função dos fenômenos específicos com os quais trabalhamos
Principais Critérios de
“Normalidade” em Psicopatologia
Normalidade como ausência de doença
A saúde é o silêncio dos órgãos
Ausência de sinais e sintomas de doenças
Normalidade ideal: utopia
Estabelece-se arbitrariamente o que é sadio e evoluído
Normalidade estatística
Normalidade como bem-estar
OMS: saúde é o estado completo de bem-estar físico, mental, social e espiritual
Conceito vasto e impreciso
Normalidade funcional
Normalidade como processo: considera aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das estruturações, desestruturações e reestruturações, crises e mudanças próprias a idade (muita utilidade para pediatria e geriatria)
Normalidade como liberdade
A doença mental seria a perda da liberdade existencial
Principais Escolas em 
Psicopatologia: multiplicidade de Abordagens e referenciais teóricos
Psicopatologia Descritiva:
interessa-se pela forma das alterações psíquicas, a estrutura dos sintomas, aquilo que caracteriza a vivência patológica como sintoma mais ou menos típico. De uma maneira geral, podemos dizer que a função da psicopatologia descritiva seria a de descrever e rotular os sintomas.
Psicopatologia Dinâmica:
interessa-se pelo conteúdo das vivências, os movimentos internos dos afetos, desejos e temores do indivíduo, sua experiência particular e pessoal, não necessariamente classificável em fenômenos previamente descritos como na descritiva.
“A boa prática em saúde mental implica uma combinação hábil e equilibrada de uma abordagem descritiva, diagnóstica e objetiva e uma abordagem dinâmica, pessoal e subjetiva do doente e sua doença” (Dalgalarrondo, 2000:28)
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Principais Escolas em 
Psicopatologia: multiplicidade de abordagens e referenciais teóricos
Psicopatologia Médica:
noção de homem centrada no corpo, no ser biológico
a doença mental seria apenas um mau funcionamento do cérebro
Psicopatologia Existencial:
O doente é visto como “existência singular”; o ser é construído pela experiência particular de cada sujeito, na sua relação com outros sujeitos
A doença é vista como um modo particular de existir, uma forma trágica de ser no mundo, um modo particularmente doloroso de ser com os outros
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Principais Escolas em 
Psicopatologia: multiplicidade de abordagens e referenciais teóricos
Psicopatologia Comportamental-Cognitiva:
As representações conscientes são vistas como essenciais ao funcionamento mental, normal e patológico
Os sintomas resultam de comportamentos e representações cognitivas disfuncionais, aprendidas e reforçadas pela experiência socio-familiar
Psicopatologia Psicanalítica:
Os sintomas são considerados formasde expressão de conflitos, predominantemente inconscientes, de desejos que não podem ser realizados, de temores a que o indivíduo não tem acesso
O sintoma é uma formação de compromisso, um arranjo entre o desejo inconsciente, as normas e as permissões culturais e as possibilidades reais de satisfação desse desejo
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Principais Escolas em 
Psicopatologia: multiplicidade de abordagens e referenciais teóricos
Psicopatologia Operacional-Pragmática:
Os transtornos mentais e dos sintomas são formuladas e tomadas de modo arbitrário, em função de sua utilidade pragmática, clínica ou para pesquisa
Modelo adotado pelas classificações atuais: DSM-IV TR e CID-10
Psicopatologia Fundamental:
Também baseada em princípios psicanalíticos, onde a doença mental é entendida como sofrimento, paixão e passividade
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ORDENAÇÃO DOS FENÔMENOS: 
PRINCÍPIOS GERAIS DO PSICODIAGNÓSTICO
O estudo da doença mental inicia-se pela observação cuidadosa de suas manifestações.
A observação articula-se dialeticamente com a ordenação dos fenômenos;
isto supõe que para observarmos, precisamos produzir definições, classificações, interpretar e ordenar
Para a Psicopatologia existem três tipos de fenômenos:
Fenômenos semelhantes em todas as pessoas
Todo homem sente medo de um animal perigoso, a ansiedade perante uma prova difícil, o desejo por alguém amado, etc.
Fenômenos em parte semelhantes e em parte diferentes
São os fenômenos que o homem comum experimenta, mas que apenas em parte é semelhante ao que o doente mental experimenta
Ex.: todo homem sente tristeza, mas a alteração profunda que um paciente deprimido sente é qualitativamente diferente e novo para o sujeito
Fenômenos qualitativamente novos
Fenômenos novos, próprios apenas de certas doenças e estados mentais patológicos: alucinações, delírios, turvação da consciência, etc.
AULA II:
Consciência, atenção e orientação: principais características e alterações
OBJETIVOS
Levar o discente a conhecer as principais definições psicológica, neuropsicológica e ético-filosófica de consciência;
Proporcionar ao discente o conhecimento das alterações normais e patológicas (síndromes associadas ao rebaixamento do nível de consciência; alterações qualitativas da consciência);
Apresentar definição psicopatológica clássica do fenômeno da atenção; discriminação da sua perspectiva psicológica contemporânea e principais anormalidades;
Levar o discente a discriminar orientação espacial e temporal e conhecer os vários tipos de desorientação;
LIMITAÇÕES DA AVALIAÇÃO
DE FUNÇÕES PSÍQUICAS ISOLADAMENTE
A separação da vida mental em funções e áreas distintas é um procedimento essencialmente teórico
Útil: porque permite o estudo detalhado e aprofundado de determinados fatos normais e patológicos
Arriscado: facilmente acreditamos na autonomia dos fenômenos, como se tivessem vida própria
É sempre a pessoa que adoece, e não parte dela
Os sintomas são ligados estruturalmente entre si
A psicopatologia centra-se na pessoa, nas síndromes e não apenas nos sintomas
As alterações de funções isoladas constituiriam objeto da neurologia, da neuropsicologia ou da neurofisiologia, da psicopedagogia
Exemplo: as alucinações durante as intoxicações não são iguais às do esquizofrênico, do histérico, ou as que aparecem no extremo cansaço
Há uma relação dialética e complexa entre o conhecimento do elementar e do global
A CONSCIÊNCIA E SUAS ALTERAÇÕES
DEFINIÇÕES BÁSICAS
LATIM:
Consciência = cum (com) + scio (conhecer)
PORTUGUÊS
Definição neuropsicológica:
estado vigil, estado de estar desperto, acordado, vigilante, lúcido
Definição psicológica:
soma total das experiências conscientes de um indivíduo em um determinado momento;
dimensão da atividade psíquica que se volta para a realidade
Definição ético-filosófica:
capacidade de conhecer e compreender os direitos e deveres éticos e morais de uma determinada cultura;
atributo do homem desenvolvido e responsável, engajado na dinâmica sociocultural na qual está inserido
Uma psicologia voltada para o dualismo: mente-corpo, considera a consciência como algo passivo, um local onde estariam impressas as marcas dos objetos do mundo
Em oposição estaria uma psicologia mais dinâmica, como um conceito de consciência ativo que produz sentido para os objetos que se lhe apresentam através dos sentidos
A consciência seria sempre a consciência de algo, necessariamente dependente da inter-relação homem-mundo
SARA
Sistema Ativador Reticular Ascendente
DEFINIÇÕES BÁSICAS
O conceito de consciência divide-se em dois grandes grupos:
Campo: foco ou parte central mais iluminada;
Margem: franja ou umbral – periferia menos iluminada = inconsciente
Onde ocorrem os automatismos mentais e os estados subliminares
Para a Psicanálise o inconsciente seria determinante para a vida psíquica e a Estrutura mental mais importante do psiquismo humano
CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DO INCONSCIENTE:
atemporalidade;
isenção de contradição;
princípio do prazer;
processo primário.
Não é deste conceito de inconsciente que trata a Psicopatologia: inconsciente para a psicopatologia é a ausência de consciência relacional
ALTERAÇÕES NORMAIS
SONO NORMAL
Estágio I: leve e superficial
Estágio II: menos superficial
Estágio III: sono profundo com EEG mais lentificado
Estágio IV: sono mais profundo
Sono REM: “...não se encaixa em nenhuma dessas quatro fases. Sua duração total em uma noite perfaz de 20 a 25% do tempo total de sono. É um estágio peculiar, cujo padrão do EEG é semelhante ao estágio I. O sono REM não é, entretanto, nem um sono leve nem profundo, mas um tipo de sono qualitativamente diferente. Caracteriza-se por uma instabilidade do sistema nervoso autônomo simpático, com variações das frequências cardíaca e respiratória, pressão arterial, débito cardíaco e fluxo sanguíneo cerebral” (p.66)
ALTERAÇÕES NORMAIS
SONHO
Alteração normal da consciência
Experiência humana fascinante e enigmática
Ao contrário do que se pensava no passado, sonhar não é algo raro
A maioria das pessoas sonha várias vezes durante uma noite, apenas não lembra da grande parte dos seus sonhos (acordar após 8 min do sono REM, normalmente não haverá lembrança do sonho)
São vivências basicamente visuais, raramente envolvem os outros sentidos
O significado envolve controvérsias
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS DA CONSCIÊNCIA: rebaixamento do nível de consciência
Obnubilação ou turvação: rebaixamento de leve a moderado
Diminuição da clareza dos sentidos, lentidão da compreensão e dificuldade de concentração
O paciente tem dificuldade de integrar as informações sensoriais oriundas do ambiente
O pensamento pode estar levemente confuso
Sopor: turvação da consciência na qual o paciente só desperta por fortes estímulos
O paciente presenta-se sonolento, baixo poder de reação e incapacidade de espontaneidade
Coma: não há possibilidade de atividade voluntária consciente
Reflexos oculares errantes, aleatórios, cabeça de boneca, etc.
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS 
ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA
Delirium: quadro confusional agudo
Rebaixamento leve a moderado
Desorientação temporo-espacial
Dificuldade de concentração
Agitação ou lentificação psicomotora
Perplexidade
Ansiedade em graus variáveis
Ilusões ou alucinações
Variação ao longo do dia, piora ao anoitecer
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS
ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA
Estado Onírico: estado semelhante a um sonho vívido
Atividade alucinatória visual com caráter cênico
Cenas complexas
Carga emocional marcante (angústia, terror e pavor), por vezes com sudorese intensa
Amnésia consecutiva
Causas: psicoses tóxicas, síndromes de abstinência (delirium tremens), quadros febris tóxico-infecciosos
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS
ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS DA CONSCIÊNCIA: estados alterados com alteração parcial ou focal do campo da consciência
Transtornos focais ou do conteúdo da consciênciaEstados crepusculares: estreitamento transitório do campo, afunilamento da consciência com atividade psicomotora mais ou menos coordenada, permitindo atos automáticos (frequência de atos explosivos)
Quadros histéricos agudos, pacientes epilépticos e intoxicações
Dissociação da consciência: fragmentação ou divisão do campo da consciência, o paciente “desliga “ da realidade para parar de sofrer
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS
ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA
Transtornos focais ou do conteúdo da consciência (cont.)
Transe: dissociação com atividade motora automática, estereotipada acompanhada de suspensão parcial dos movimentos voluntários, com presença de sugestionabilidade
Transe religioso: culturalmente contextualizado e sancionado
Transe histérico: estado dissociativo da consciência relacionados a conflitos interpessoais e transtornos psicopatológicos
Estado hipnótico: estado reduzido e estreitado, com atenção concentrada
Presença de sugestionabilidade
Atenção concentrada no hipnotizador
ATENÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES
ATENÇÃO
DEFINIÇÃO: é a direção da consciência; “estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto”
Mecanismos neuronais da atenção:
lobos frontais;
estruturas límbicas mesotemporais;
interesse afetivo: atração, motivação e carga emocional;
“...há certo consenso de que os aspectos motivacionais e afetivos da atenção, mobilizados em áreas límbicas, devam interagir com aspectos de seleção e hierarquização da atividade consciente, elaborados em áreas pré-frontais e parietais, produzindo um vetor final, a saber: a atividade atencional do indivíduo” (Dalgalarrondo, p. 71)
PSICOLOGIA DA ATENÇÃO
Tipos básicos de atenção:
Atenção voluntária
É a concentração ativa e intencional da consciência sobre um objeto
Atenção espontânea
Interesse momentâneo, incidental, que desperta este ou aquele objeto
Aumentado nos estados mentais nos quais há um descontrole voluntário da atividade mental
Direção da atenção
Atenção externa: projetada para fora do mundo subjetivo, voltada para o mundo exterior ou para o corpo (natureza mais sensorial)
Atenção interna: direcionada para os processos mentais do próprio indivíduo; mais reflexiva, introspectiva e meditativa
PSICOLOGIA DA ATENÇÃO
Amplitude
Atenção focal: se mantém concentrada sobre um campo determinado e relativamente delimitado e restrito da consciência
Atenção seletiva: capacidade de selecionar estímulos e objetos específicos
Estabelecimento de prioridades da atividade consciente do indivíduo diante de um conjunto amplo de estímulos ambientais
Atenção sustentada: manutenção da atenção seletiva sobre determinado estímulo ou objeto, permitindo a execução de tarefas específicas e a consecução de objetivos pré-fixados
Tenacidade: capacidade de fixação sobre determinada área ou objeto (estímulo)
Vigilância: qualidade que permite a mudança de foco de um objeto para outro
Atenção dispersa: não há concentração em um campo determinado, espalha-se por vários campos sem reter/concentrar em um específico
PSICOLOGIA DA ATENÇÃO
Atenção flutuante
Objeto de trabalho de psicólogos e psicanalistas
Estado onde não há privilégio prévio de nenhum elemento da fala ou do comportamento do paciente
Funcionamento livre da atividade mental do profissional, suspendendo ao máximo as motivações, os desejos e planos de si
Estado artificial, cultivado por necessidade técnica do processo
Envolve também a ética profissional
Estado que permite que a atenção esteja livre para a experiência do aqui e agora e tudo o que surge deste momento de experiência mútua
ANORMALIDADES DA ATENÇÃO
APROSEXIA
Abolição da capacidade de atenção
HIPOPROSEXIA
Perda básica da capacidade de concentração, com fadigabilidade aumentada
Dificulta a percepção dos estímulos ambientais e a compreensão
Lembrança difícil e imprecisa, com dificuldade crescente em todas as atividades psíquicas complexas
HIPERPROSEXIA
Estado exacerbado, com tendência incoercível e obstinação a se manter fixada sobre determinado objeto com infatigabilidade
DISTRAÇÃO
Não há déficit, mas superconcentração ativa sobre determinados conteúdos ou objetos, com a inibição do resto
Hipertenacidade e hipovigilância
DISTRAIBILIDADE
Estado patológico de instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção voluntária
Dificuldade ou incapacidade para se fixar em qualquer atividade que implique esforço produtivo
ANORMALIDADES DA ATENÇÃO
MANIA
DEPRESSÃO
 Atenção voluntária
 Atenção espontânea
Hipervigilância
Hipotenacidade
 Atenção geral (hipoprosexia)
Hipertenacidade
Hipovigilância
ORIENTAÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES
ORIENTAÇÃO
“A capacidade de situar-se quanto a si mesmo e a ambiente é um elemento básico da atividade mental. A avaliação da orientação é um instrumento valioso para a verificação das perturbações do nível de consciência. Muitas vezes verifica-se que a consciência está turva, levemente rebaixada, ao se investigar a orientação do indivíduo” (Dalgalarrondo, p.74)
Tudo o que impede a apreensão de dados objetivos e sua incorporação à experiência é causa de desorientação
Alguns distúrbios em outras funções psíquicas podem resultar em desorientação, sem que haja comprometimento do nível de consciência
Pode ocorrer uma experiência de dupla orientação: vivência simultânea de dois mundos o real e o psicótico (desorientação delirante)
ORIENTAÇÃO
Tipos de orientação
Autopsíquica: em relação a si mesmo
Alopsíquica: em relação ao mundo
Temporal: indica se o paciente sabe em que momento cronológico estamos vivendo, a hora do dia, se é manhã ou tarde, o dia da semana, o dia do mês, o mês do ano, o ano em que estamos, o ano em que nasceu
Espacial: compreensão do local onde está, a instituição onde ocorre a entrevista, o andar, o bairro, a cidade, o estado o país
ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO
“...a desorientação ocorre primeiramente quanto ao tempo, e só após o agravamento do transtorno é que o indivíduo desorienta-se quanto a espaço e quanto a si mesmo” (Dalgalarrondo, p. 75)
Tipos de desorientação
Torporosa ou Confusa: redução do nível de consciência
Amnéstica: déficit de memória de fixação
Apática ou Abúlica: apatia ou desinteresse profundos
Delirante
Oligofrênica: por déficit intelectual
Por desagregação: estados psicóticos graves e crônicos
AULA III:
Senso-percepção: definições básicas e principais alterações
OBJETIVO: Proporcionar ao discente o conhecimento de: 
noções discriminatórias dos fenômenos da sensação e percepção;
delimitação dos conceitos de imagem e representação;
diferenciação entre os fenômenos ilusórios e alucinatórios;
aprofundamento do saber sobre os vários tipos de alucinação, suas principais características e correlações com alguns Transtornos Mentais;
CONCEITOS BÁSICOS
ESTÍMULOS AMBIENTAIS
OLFATO – AUDIÇÃO – TATO – PALADAR – VISÃO
RECEPTORES NEURAIS
SENSAÇÕES
CONCEITOS BÁSICOS
“O ambiente fornece constantemente informações sensoriais ao organismo, que, por intermédio delas, auto regula-se e organiza suas ações voltadas à sobrevivência ou à interação social” (Dalgalarrondo, 2000:81)
SENSAÇÃO
Fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os
PERCEPÇÃO
Tomada de consciência do estímulo sensorial
Engloba as dimensões neuropsicológica e psicológica
APERCEPÇÃO
Processo através do qual um novo conteúdo se articula a conteúdos semelhantes já dados - reconhecimento pleno
CONCEITOS BÁSICOS
IMAGEM PERCEPTIVA REAL: o fenômeno em si
Características
Nitidez
Corporeidade
Estabilidade
Extrojeção
Ininfluenciabilidade
Completude
IMAGEM REPRESENTATIVA OU MNÊMICA: recordação/imaginação do fenômeno
Características
Pouca nitidez
Pouca corporeidade
Instabilidade
Introjeção
Incompletude
Subtipos: imagem eidética (memória) e pareidolia (fantasia)
CONCEITOS BÁSICOSIMAGINAÇÃO: atividade psíquica voluntária que evoca imagens; não há estímulos sensoriais
FANTASIA: uma produção imaginativa; é um produto da imaginação organizado (começo-meio-fim)
Frequente em crianças
Dominantes em personalidade histriônicas
Quando funcional ajuda a lidar com frustrações, situações difíceis e situações que exijam criatividade
“O mais vivo pensamento é ainda inferior à mais embotada das sensações” (Hume in Dalgalarrondo, 2000:82)
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS
Hiperestesia: percepção anormalmente aumentada
Quando surge? Intoxicações por drogas alucinógenas, epilepsia, enxaqueca, hipertireoidismo, esquizofrenia (principalmente na fase aguda) e mania
Hipoestesia: percepção anormalmente reduzida
Quando surge? Quadros depressivos e intoxicações por drogas imunodepressoras
Analgesia e disestesias
Quando surgem? Alterações neurológicas e em pacientes histéricos, hipocondríacos, somatizadores e pacientes sob estado de estresse intenso (agudo ou crônico)
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS: ILUSÕES E ALUCINAÇÕES
ILUSÕES:
Percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente por fatores patológicos diversos ou situações adversas
Quando surgem?
Estados de rebaixamento de consciência
Fadiga grave ou inatenção
Estados afetivos intensos
Tipos mais comuns:
Visuais
Auditivas
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO
ALUCINAÇÕES:
Percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença de um estímulo sensorial real
Tipos mais comuns:
Auditivas
Sonorização do pensamento
Eco do pensamento
Publicação do pensamento
Musicais
Visuais
Táteis
Cenestésicas e cinestésicas
Olfativas e gustativas
Funcionais
Diferem da ilusão por serem apenas desencadeadas por estímulos reais, não são distorções
Combinadas
Hipnagógicas (adormecendo) e hipnopômpicas (acordando)
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO
ALUCINOSES:
O paciente não crê nas suas alucinações
O paciente permanece consciente de que aquilo é um fenômeno estranho, patológico
Comum em quadros psico-orgânicos 
O nível de consciência se mantém preservado e o paciente tem boa crítica em relação a sua vivência alucinatória
PSEUDO ALUCINAÇÕES
Não apresenta os aspectos vivos e corpóreos de uma imagem perceptiva real
As vozes são projetadas no espaço interno (parece uma voz... É como se fosse)
AULA IV:
AFETIVIDADE E VONTADE
OBJETIVO:
fornecer base teórica para o aluno conhecer e entender as principais alterações, tanto no âmbito da normalidade quanto no da patologia, desses fenômenos psíquicos;
A vida afetiva é a dimensão psíquica que dá cor, brilho e calor a todas as vivências humanas (Dalgalarrondo, p.100)
Afetividade: humor, emoções e sentimentos
Afeta a totalidade individual e por isso reações somáticas estão envolvidas
Reações somáticas: neurovegetativas, motoras, hormonais, viscerais e vasomotoras
CATATIMIA: influência que a vida afetiva, o estado de humor, as emoções, sentimentos e paixões exercem sobre as demais funções psíquicas
“O humor e as emoções são experiências psíquicas e somáticas ao mesmo tempo, revelam sempre a unidade psicossomática básica do ser humano” (idem)
Humor ou estado de ânimo: 
estado emocional basal e difuso no qual se encontra a pessoa em determinado momento
disposição afetiva de fundo que penetra toda a experiência psíquica
lente afetiva
Emoções:
reações afetivas agudas, momentâneas, desencadeadas por estímulos significativos
estado afetivo intenso de curta duração, reativo a excitações internas ou externas, conscientes ou inconscientes
A vida afetiva é a dimensão psíquica que dá cor, brilho e calor a todas as vivências humanas (Dalgalarrondo, p.100)
Sentimentos:
estados e configurações afetivas estáveis
mais tênues em intensidade e menos reativos a estímulos passageiros
“não há” relação com o soma
relação cultural e conteúdos culturais
Afetos:
componente emocional de uma ideia
qualidade e tônus emocional que acompanham uma ideia
Paixão:
estado afetivo extremamente intenso, que domina a atividade psíquica como um todo
direciona a atenção e o interesse a uma só direção
CLASSIFICAÇÃO DOS SENTIMENTOS
TRISTEZA
ALEGRIA
Melancolia
Saudade
Nostalgia
Vergonha
Impotência
Aflição
Culpa
Remorso
Autodepreciação
Autopiedade
Sentimento de inferioridade
Infelicidade
Tédio
Desesperança
Etc.
Euforia
Júbilo
Satisfação
Confiança
Gratificação
Esperança
Etc.
CLASSIFICAÇÃO DOS SENTIMENTOS
AGRESSIVIDADE
PERIGO
Raiva
Revolta
Rancor
Ciúme
Ódio
Ira
Inveja
Vingança
Repúdio
Nojo
Desprezo
Etc.
Temor
Receio
Desamparo
Abandono
Rejeição
Etc.
A vida afetiva é a dimensão psíquica que dá cor, brilho e calor a todas as vivências humanas (Dalgalarrondo, p.100)
“Na tradição do pensamento ocidental, a emoção se opõe frontalmente à razão; segundo esta tradição, a emoção cega o homem e o impede de pensar com clareza e sensatez...” (Dalgalarrondo, p. 102)
Emoção inferior a razão
Emoção distancia o homem da realidade
Emoção seria uma dimensão inferior do homem
“Contrários a tal concepção, vários autores afirmam que a dimensão emocional pode contribuir (e não atrapalhar) no contato do homem com a realidade. Nesse sentido, o homem seria dotado ‘de um certo tipo de compreensão afetiva que se faz por uma sintonização empática’, o homem compreenderia também se emocionando, sentindo afetivamente os fenômenos da realidade” (Idem, p.102)
A vida afetiva é sempre contextualizada/reativa, “variando de um momento para outro na medida em que os eventos e as circunstâncias da vida se sucedem...”(Idem, p.102)
Sintonização afetiva: capacidade de sermos influenciados por estímulos externos
Irradiação afetiva: capacidade de influenciarmos os outros
Rigidez afetiva: dificuldade ou impossibilidade de sintonizar e/ou irradiar afetos
ALTERAÇÕES
PATOLÓGICAS DA AFETIVIDADE
DISTIMIA: alteração básica do humor, tanto no sentido da inibição quanto no da exaltação
Hipotímica: depressão
Hipertímica: mania
Euforia ou alegria patológica
Elação: sensação de grandeza e p0der (expansão do eu)
Disforia: mal humor (irritação, amargura, desgosto ou agressividade)
Puerilidade e Moria: vida afetiva superficial, ausente de afetos profundos, consistentes e duradouros
O indivíduo ri ou chora por motivos banais
Êxtase: experiência de beatitude, de compartilhamento íntimo do estado afetivo interior com o mundo exterior, muitas vezes com colorido hipertímico e expansivo
Circunscrito a contexto religioso ou místico – cultural
Condições psicopatológicas: transe histérico, esquizofrenia ou mania
Irritabilidade patológica: hiper-reatividade desagradável, hostil, agressiva
Primária: transtornos de humor
Secundária: consequências de transtornos outros
ANSIEDADE – ANGÚSTIA - MEDO
ANSIEDADE: estado de humor desagradável, “apreensão negativa em relação ao futuro” (Idem, p.106)
Manifestações somáticas e fisiológicas: dispneia, taquicardia, vasoconstrição ou dilatação, tensão muscular, parestesias, tremores, sudorese, tontura, etc.
ANGÚSTIA: “sensação de aperto no peito e na garganta, de compressão, de sufocamento” (Idem, p.106)
MEDO: refere-se a um objeto mais ou menos preciso
Medo é sempre direcionado (objetos, coisas, situações, pessoas, ao próprio medo, etc.)
ANSIEDADE – ANGÚSTIA - MEDO
ESCOLA PSICANALÍTICA
Angústia de castração
Angústia de morte ou de aniquilamento
Ansiedade depressiva
Ansiedade persecutória ou paranóide
Angústia de separação
ESCOLA EXISTENCIAL
Angústia existencial
ESCOLAS COMPORTAMENTALISTAS E COGNITIVAS
Ansiedade de desempenho
Ansiedade antecipatória
ALTERAÇÕES DAS
EMOÇÕES E DOS SENTIMENTOS
Apatia
Hipomodulação do afeto
Paratimia ou inadequação do afeto
Pobreza de sentimentos e distanciamento afetivo
Embotamento afetivo e devastação afetiva
Sentimento de falta de sentimento
Anedonia
Labilidade afetiva e incontinência afetiva
Ambivalência afetiva
Neotimia
Medo
Fobias
Pânico 
VONTADE E SUAS ALTERAÇÕES
VONTADE
INSTINTOS
AFETOSCOGNIÇÃO
CULTURA: CONJUNTO DE VALORES, HÁBITOS E NORMAS
DEFINIÇÕES
É um processo composto de quatro etapas:
Intenção ou propósito: tendências básicas do indivíduo, inclinações e interesses;
Deliberação: ponderação consciente, tomando-se em conta os motivos e os móveis implicados – análise básica
Decisão propriamente dita: instante que demarca o início da ação
Execução: fase final onde os atos são postos em funcionamento
Ação voluntária: ato de vontade pautado por ponderação, análise e reflexão, anteriores a ação motora
ALTERAÇÕES DA VONTADE
HIPOBULIA/ABULIA: diminuição ou abolição da atividade volitiva
Associada a apatia (indiferença afetiva)
ATARAXIA: estado de indiferença volitiva e afetiva desejada e buscada ativamente pelo indivíduo
IMPULSO E COMPULSÃO
ATO IMPULSIVO
Oposto a ação voluntária – “curto circuito”
Impulsos patológicos: tipos de atos impulsivos nos quais predominam as ações psicomotoras automáticas
Incoercíveis, incontroláveis
Características:
abolição das fases de intenção, deliberação e decisão, em função da intensidade dos desejos e temores;
egossintônico, o indivíduo não percebe o ato como inadequado e o ato em si não contraria os valores morais e desejos de quem o pratica;
há uma desconsideração dos desejos e necessidades alheias e está geralmente associado a impulsos patológicos inconscientes ou a incapacidade de tolerância a frustração e necessária adaptação a realidade objetiva;
ATO COMPULSIVO
É tido pelo indivíduo como indesejável e inadequado
Há tentativas frequentes de refrear ou adiar o ato em si
Ações motoras complexas
Características:
vivência frequente de desconforto subjetivo;
egodistônico;
há tentativa de resistir o ato;
há sensação de alívio ao realizar o ato, porém logo a sensação é substituída por novo desconforto
associam-se frequentemente a ideias obsessivas e ocorrem na tentativa de “neutralizar tais pensamentos;
IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS
AGRESSIVAS - AUTO E HETEROAGRESSIVAS
Automutilação
Frangofilia
Piromania
Impulso ou ato suicida
INGESTÃO DE DROGAS OU ALIMENTOS
Dipsomania: álcool
Bulimia: alimentos
Potomania: beber líquidos sem sede
Polidipsia: sede exagerada
IMPULSOS E COMPULSÕES PATOLÓGICAS
DESEJO E COMPORTAMENTO SEXUAL
Fetichismo
Exibicionismo
Voyeurismo
Pedofilia (crianças)
Pederastia (crianças do mesmo sexo)
Gerontofilia (idosos)
Zoofilia (animais)
Necrofilia (cadáveres)
Coprofilia (excrementos)
OUTROS
Poriomania (Forrest Gump)
Cleptomania
Compulsão a compras
OUTRAS ALTERAÇÕES DA VONTADE
Negativismo
Ativo
Passivo
Mutismo seletivo ou generalizado
Sitiofobia (alimentos)
Obediência automática
Fenômenos em eco:
Ecolalia
Ecopraxia
Ecomimia
Ecografia
Automatismos
Motores
Psicomotores
ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE
Agitação psicomotora: aceleração e exaltação de toda atividade motora do indivíduo
Acompanha taquipsiquismo
Muito frequente nos serviços de saúde
Acompanha hostilidade e heteroagressão
Associa-se a quadros: maníacos, esquizofrênicos agudos, psico-orgânicos agudos, paranóides e síndromes demenciais
Lentificação psicomotora
Estupor
Catalepsia
Flexibilidade cerácea
Cataplexia
Estereotipias motoras
Maneirismo
Tiques
Conversão
ALTERAÇÕES DA MARCHA
O padrão de marcha do paciente psiquiátrico deve ser comparado, a título de diagnóstico diferencial, com os principais padrões de marcha alteradas das doenças neurológicas
AULA V:
ALTERAÇÕES NA LÓGICA DO PENSAR; O JUÍZO DE REALIDADE E SUAS ALTERAÇÕES
OBJETIVOS:
levar o aluno a conhecer e identificar as várias alterações do pensamento e suas implicações no funcionamento mental;
levar o aluno a diferenciar erro de juízo e delírio;
apresentar a relevância dos aspectos socioculturais a serem considerados na avaliação de juízo;
levar o aluno a reconhecer as distinções básicas entre delírio primário e delírio secundário;
apresentar as dimensões da atividade delirante, seus mecanismos de manutenção e os tipos de delírios mais frequentes;
DEFINIÇÕES BÁSICAS
“...o pensamento se constitui a partir de elementos sensoriais, que, embora não sejam propriamente intelectivos, podem fornecer substrato para o processo do pensar: são as imagens perceptivas e as representações” (Dalgalarrondo, p. 124)
PENSAMENTO
Elementos constitutivos:
Conceito
Juízo
Raciocínio
Processo do pensar:
Curso
Forma
Conteúdo
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
CONCEITOS
Não tem elementos de sensorialidade
Elemento puramente cognitivo, intelectivo
Para formar um conceito é preciso:
eliminação dos caracteres de sensorialidade
generalização
JUÍZOS
É o estabelecimento de relações significativas entre os conceitos básicos
RACIOCÍNIO
Relaciona os juízos entre si
Liga os conceitos e sequencia os juízos
Capacidade de concluir a partir da articulação entre os juízos
DIMENSÕES DO PROCESSO DE PENSAR
CURSO
É o modo como o pensamento flui, sua velocidade e ritmo ao longo do tempo
FORMA
Estrutura básica, esqueleto
CONTEÚDO
Os temas predominantes, os assuntos prevalentes
ALTERAÇÕES CONSTITUTIVAS
CONCEITOS
Desintegração: os conceitos perdem seu significado original
Esquizofrenia e Síndromes demenciais
Condensação dos conceitos: dois ou mais conceitos são fundidos e formam-se neologismos
JUÍZOS
Juízo deficiente ou prejudicado
Alterações do juízo de realidade: delírios
RACIOCÍNIO
Pensamento mágico: segue os desígnios dos desejos e fantasias;
adéqua a realidade ao pensamento e não o contrário
Pensamento derreísta: semelhante ao mágico, volta-se muito mais ao mundo interno, suas fantasias e sonhos
Pensamento concreto ou concretismo: o indivíduo não consegue utilizar metáforas ; as dimensões abstratas e simbólicas estão completamente prejudicadas
Pensamento inibido: inibição do raciocínio, com diminuição da velocidade e do número de conceitos, juízos e representações
Pensamento vago: raciocínio impreciso
Pensamento prolixo: o indivíduo não consegue chegar a conclusões, não há objetividade
Tangencialidade: respostas irrelevantes e que apenas de longe correspondem ao tema da pergunta
Circunstancialidade: dá várias voltas até chegar ao ponto principal
Pensamento deficitário
Pensamento demencial
Pensamento confusional
Pensamento desagregado
Pensamento obsessivo
ALTERAÇÕES PROCESSUAIS
CURSO
Aceleração
Lentificação
Bloqueio
Roubo
FORMA
Fuga de ideias
Dissociação
Incoerência
Afrouxamento
Descarrilhamento
Desagregação
CONTEÚDO
“A importância de tais conteúdos tem a ver com a constituição social e histórica do indivíduo, com o universo cultural no qual ele se insere, assim como a estrutura psicológica e neuropsicológica...” (Idem, p.130)
Principais:
De perseguição
Depreciativos
Religiosos
Sexuais
De poder, riqueza ou grandeza
De ruína ou culpa
Conteúd0s hipocondríacos
DELÍRIO:
O JUÍZO DE REALIDADE E SUAS ALTERAÇÕES
ALTERAÇÕES NORMAIS
Erro simples
O erro origina-se da ignorância, do julgar apressado e do raciocínio baseado em premissas falsas
Preconceito: tipo de erro por julgamento a priori
Crenças culturais e superstições: compartilhadas por um grupo cultural
Ideias prevalentes: ideias que por conta da importância afetiva que tem para o indivíduo, adquirem uma predominância enorme sobre os demais pensamentos
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS
São juízos patologicamente falseados
Tipos:
Primário: não tem raízes anteriores na experiência psíquica, uma transformação qualitativa
Secundário: se origina de alterações profundas em outras áreas da atividade mental
Características essenciais:
convicção extraordinária;
o delírio é irremovível: impossível a modificação do delírio pela experiência objetiva;
o conteúdo é impossível (ou a forma como foi construído);
é uma produção “associal”, não aceita pelo grupo cultural do doente;
Indicadores de gravidade:
convicção;
extensão;
bizarrice;
desorganização;
pressão
resposta afetiva;
comportamento desviante;
ESTRUTURA
Simples: ideias em torno de apenas um conteúdo
Complexos: englobamvários temas
Não sistematizados: sem concatenação
Sistematizados: bem organizados, histórias ricas e consistentes
Surgimento e evolução:
Período pré-delirante: o humor delirante, “...o paciente experimenta aflição e ansiedade intensas, sente como se algo terrível, pavoroso, estivesse por acontecer” (p.135);
Podem ser agudos e crônicos
Constituição: é uma construção complexa, como uma tentativa de reorganização do funcionamento mental para lidar com a desorganização que a doença mental de fundo produz
ESTRUTURA:
MECANISMOS FORMADORES E MANTENEDORES
Interpretação
Imaginação
Intuição
Afetividade
Memória
Alteração de Consciência
Alteração Sensoperceptiva
Percepção do Delirante
MECANISMOS DE MANUTENÇÃO:
Inércia
Pobreza de comunicação interpessoal
Comportamento agressivo
Inaceitação e/ou inabilidade do grupo em lidar com o paciente
TIPOS MAIS COMUNS
Perseguição
Referência ou auto-referência (fofocas, olhares, etc.)
Relação (constrói conexões)
Influência (está sendo controlado por forças, pessoas, ou entidades)
Grandeza
Reivindicação (está sempre desproporcionalmente sendo injustiçado)
Invenção ou descoberta
Reforma ou salvacionismo
Ciúmes ou infidelidade
Erótico (erotomania)
De conteúdos depressivos e associados a estados depressivos:
Ruína
Culpa ou auto-acusação
Negação de órgãos
Hipocondríaco (crença intensa de que tem uma doença grave, incurável e que ninguém descobre)
Cenestopático (animais ou objetos estão dentro de seu corpo)
Infestação
“...o domínio da técnica de realizar entrevistas é o que qualifica especificamente o profissional habilidoso..., ou seja, um perito em realizar entrevistas que sejam realmente úteis, pelas informações que fornecem e pelos efeitos terapêuticos que exercem sobre os pacientes” (p.52)
AULA VI:
A ENTREVISTA: 
ANAMNESE PSICOPATOLÓGICA
“...o que importa não são os sintomas aparentemente positivos ou negativos em si mesmos, não é a satisfação ou a angústia... – que, aliás, pode ser inteiramente sadia e justificada - ..., mas o que significa para aquele que vive, exprimindo tal ou qual comportamento, o sentido fundamental da sua dinâmica assim presentificada e as possibilidades de futuro...” (Dolto, Prefácio em Mannoni, 2004)
Realizar entrevistas é um atributo fundamental e insubstituível do profissional de saúde
REQUISITOS BÁSICOS
“É fundamental que o profissional possa estar em condições de acolher o paciente em seu sofrimento, de ouvi-lo realmente, escutando o doente em suas dificuldades e idiossincrasias” (Dalgalarrondo, p. 50)
Paciência e respeito;
Têmpera e habilidade em estabelecer limites
Atenção aos pacientes invasivos ou agressivos
Proteção a si e ao contexto da entrevista
Também é fundamental que o entrevistador tenha capacidade de ser flexível em sua postura, ter boa adaptação a diferenças
“As vezes uma entrevista bem conduzida é aquela na qual o profissional fala muito pouco, ouve pacientemente o enfermo. Outras vezes o paciente e a situação ‘exigem’ que o entrevistador seja mais ativo, mais participante, falando mais, fazendo muitas perguntas, intervindo mais frequentemente” (idem)
CONDUÇÃO FLEXÍVEL DA ENTREVISTA
A flexibilização do entrevistador varia em função:
do paciente,
personalidade,
estado mental e emocional,
capacidade cognitiva, etc.
do contexto,
consultório,
se institucional,
pronto-socorro, emergência,
enfermaria,
ambulatório,
centros de saúde, etc.
dos objetivos da entrevista,
diagnóstico,
estabelecimento de vínculo terapêutico,
questões forenses,
avaliação, etc.
da personalidade do entrevistador,
autoconhecimento e treinamento
O QUE EU DEVO EVITAR?
Postura rígida e estereotipada
Atitude excessivamente neutra ou fria
Reações exageradamente emotivas ou artificialmente calorosas
Comentários valorativos ou emissão de julgamentos
Reações emocionais intensas de pena ou compaixão
Empatia
Responder com hostilidade ou agressão
Entrevistas prolixas
Fazer muitas anotações durante a entrevista
O QUE EU DEVO EVITAR?
No atendimento em saúde, a paciência do entrevistador costuma ser fundamental
Serviços públicos exigem alto teor de atenção a este quesito
Não é a quantidade de tempo com o paciente o que mais vale, mas a qualidade da atenção que o profissional consegue oferecer ao paciente
Respeito e empatia
Atmosfera de confiança
“A experiência e a atitude do profissional, curiosa, atenta e receptiva, é que determinará o quão profundo e abrangente será o conhecimento extraído das entrevistas” (Dalgalarrondo, p. 52)
O problema da insegurança: cuidado!
AS PRIMEIRAS ENTREVISTAS
Momento crucial no diagnóstico e tratamento em saúde mental
O profissional deve transmitir ao paciente sentimentos de confiança e esperança no alívio do sofrimento
“Entrevistas iniciais desencontradas, desastrosas, nas quais o profissional é, involuntariamente ou não, negligente ou hostil com o paciente, geralmente são seguidas de abortamento do tratamento” (Dalgalarrondo, p. 52)
A primeira impressão dificilmente é esquecida
O olhar e toda a comunicação não-verbal são muito importantes
Estudos revelam que “...os primeiros 3 minutos da entrevista são extremamente significativos, sendo muitas vezes decisivos tanto para a identificação do perfil dominante de sintomas do paciente, quanto para a formulação da hipótese diagnóstica final” (idem)
AS PRIMEIRAS ENTREVISTAS
As três regras de ouro da entrevista psiquiátrica:
Pacientes organizados, com inteligência normal, escolaridade ao menos razoável e fora de um “estado psicótico” devem ser entrevistados de forma mais aberta;
Pacientes desorganizados, com nível intelectual baixo, em um estado psicótico ou paranóide, “travados por um alto nível de ansiedade” devem ser entrevistados de forma mais estruturada;
Nos primeiros contatos com pacientes muito tímidos, ansiosos ou paranóides, fazer primeiro perguntas neutras (identificação)
ORGANIZANDO AS 
ENTREVISTAS INICIAIS/DIAGNÓSTICAS
APRESENTAÇÃO
Do profissional: nome, profissão e especialidade e, em algumas situações, a razão da entrevista
Garantias e contrato: confidencialidade, privacidade, sigilo médico, etc.
Principalmente se o paciente for excessivamente tímido ou se o contexto assim o exigir o profissional deve explicitar:
que a entrevista e o tratamento irão ocorrer com sigilo e discrição;
ressaltar a necessidade de colaboração mútua entre profissional e paciente;
deixar claro que este sigilo poderá ser rompido no caso de ideias, planos ou atos seriamente auto ou hetero destrutivos
ORGANIZANDO AS 
ENTREVISTAS INICIAIS/DIAGNÓSTICAS
2. Colher os dados sócio-demográficos básicos: nome, idade, data de nascimento, naturalidade e procedência, estado civil, com quem reside, profissão, atividade profissional, religião, etc.
3. Queixa básica ou principal: seu sofrimento, dificuldade ou conflito que o traz ao profissional
Esse primeiro relato deve ocorrer de forma livre, para que o paciente expresse de forma espontânea os seus sintomas e sinais
O profissional deve ouvir o relato e o conteúdo daquilo que o paciente conta, e também como este relato é feito, o “estilo” do paciente, sua aparência e atitudes básicas
ORGANIZANDO AS 
ENTREVISTAS INICIAIS/DIAGNÓSTICAS
Evitar pausas e silêncios prolongados
Podem aumentar muito o nível de ansiedade do paciente e deixar a entrevista muito tensa e improdutiva
Procedimentos para facilitar o entrevistador nestas situações:
perguntas breves que assinalam a presença e atenção efetivas;
evitar perguntas muito direcionadas, fechadas, que podem ser respondidas com um sim ou um não categóricos;
também evitar perguntas longas e complexas;
utilizar intervenções do tipo: como foi isso?, explique melhor , conte um pouco mais sobre isso,etc.
facilitar a continuidade da fala do paciente
Evitar perguntas: por que?, qual a causa?
ORGANIZANDO AS
ENTREVISTAS INICIAIS/DIAGNÓSTICAS
“... embora a atitude básica do entrevistador na fase inicial da avaliação seja de escuta, isto não significa colocar-seem uma posição totalmente passiva. Bem ao contrário, ... Os dados essenciais da clínica psicopatológica emergem basicamente de uma observação participativa, da interação intensa entre paciente e profissional... nas fases mais iniciais o paciente pode estar muito ansioso e usar manobras e mecanismos defensivos como risos, silêncios, perguntas inadequadas, comentários circunstanciais sobre o profissional, etc. ... estratégias involuntárias ou propositais que podem estar sendo utilizadas para que o paciente evite falar de si, de seu sofrimento, de suas dificuldades... a pessoa do entrevistador não é o tema da entrevista” (Dalgalarrondo, p.53)
ORGANIZANDO AS
ENTREVISTAS INICIAIS/DIAGNÓSTICAS
Mesmo as entrevistas abertas, devem ter uma estrutura básica a ser seguida pelo entrevistador e as lacunas devem ser preenchidas após a exposição livre, onde o entrevistador fará as perguntas que faltam para completar e esclarecer os pontos importantes da história e da anamnese em geral
A duração e o número de entrevistas iniciais com fins diagnósticos e de planejamento não é fixo
Dependem do contexto institucional, da complexidade e da gravidade do caso, bem como da habilidade do profissional
ORGANIZANDO AS
ENTREVISTAS INICIAIS/DIAGNÓSTICAS
Fenômenos importantes
Transferência:
atitudes e sentimentos cujas origens são basicamente inconscientes
processo comum de projeção onde o paciente tende a projetar inconscientemente os afetos básicos que nutria e nutre pelas figuras significativas de sua vida
Contratransferência:
é, em certo sentido e de maneira geral, a transferência que o profissional estabelece com seus pacientes
Dissimulação: o ato de esconder ou negar voluntariamente a presença de sinais e sintomas psicopatológicos
Simulação: tentativa de criar, apresentar um sintoma, sinal ou vivência conscientemente para obter algum benefício
A AVALIAÇÃO: ETAPAS
Entrevista inicial
Anamnese
Exame psíquico
Exame físico geral e neurológico
Exames complementares
Testes de personalidade, da cognição, psicodiagnóstico e neuropsicológicos, etc.
Exames médicos complementares: laboratoriais, de neuroimagem, neurofisiológicos, etc.
Entrevista com familiares, amigos, informantes em geral
Pacientes com quadros demenciais, déficits cognitivos, em estado psicótico grave e em mutismo, por exemplo
O REGISTRO
Resumo do estado mental, observado durante toda a coleta de dados
O relato deve conter de preferência as próprias palavras que o paciente e os informantes utilizaram para descrever os sintomas mais relevantes
A caligrafia deve ser legível e o estilo claro, preciso, com frases e parágrafos curtos
Evitar terminologias tecnicistas que impeçam a comunicação e compreensão de terceiros
O uso de termos técnicos deve ser proporcional ao grau de conhecimento que o profissional obteve e sabe utilizar
Evitar a interpretação precoce dos dados
O relato deve ser organizado e coerente, que facilitem o estabelecimento de hipóteses diagnósticas e de planejamento terapêutico adequado
“O paciente tem o direito de ser confuso, contraditório, ilógico. O profissional, ao relatar o caso não tem esse direito” (Dalgalarrondo, p.60)
O REGISTRO
O relato escrito de um caso tem valor médico e legal. É um documento!
“... Poderá ser decisivo em questões legais futuras, impensáveis no momento em que a avaliação está sendo feita... No momento em que o entrevistador redige os dados que coletou ele deve lembrar-se de que: a história clínica deve ser redigida com uma linguagem simples, precisa e compreensível. O relato deve ser pormenorizado, mas não prolixo” (Dalgalarrondo, p. 60) detalhado naquilo que é essencial ao caso e conciso naquilo que é secundário
O REGISTRO: MODELO RESUMIDO
Identificação
Queixa principal e história da doença atual
Interrogatório sintomatológico médico complementar
Antecedentes mórbidos pessoais
Hábitos
Antecedentes patológicos familiares em consanguíneos e parentes não consanguíneos
Relacionamento e dinâmica familiar (descrever)
Exame físico
Exame neurológico
Exame psíquico
História de vida
Resultados das avaliações complementares
Hipóteses diagnósticas
Planejamento terapêutico e ações terapêuticas implementadas

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