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HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO Prof. Guilherme Grillo Estácio FIB - DIREITO 1 ESTUDANDO PARA A AV2 01) Ainda que o imperador D. Pedro II entendesse que a questão da emancipação dos escravos no Brasil devesse ser tratada com a cautela necessária no que se referisse aos interesses da agricultura e do instituto da propriedade, a lei do Ventre Livre e a Lei Áurea propunham em seus textos a extinção definitiva e imediata do trabalho escravo, sem que se fizesse qualquer referência a possíveis indenizações que pudessem vir a ser concedidas aos proprietários de escravos pela emancipação dos mesmos. Esta afirmativa está CORRETA ou ERRADA? Justifique. A justificativa está INCORRETA, pois somente a Lei Áurea não previa indenização ao Senhor do escravo. Por sua vez, a Lei do Ventre Livre em seu art. 1º, §1º, dizia que os filhos de escravas com até 8 anos incompletos eram propriedade dos donos de suas mães. Quando chegassem a idade de 8 anos, os senhores poderiam optar entre libertar a criança e receber uma indenização de 600$000 do Estado, ou de utilizar-se dos serviços do menor até a idade de 21 anos completos. Essa lei foi baseada no parecer apresentado pela Comissão Especial reunida na Câmara dos Deputados na sessão de 5 de junho de 1871, que discutiu sobre a Abolição Imediata, ou posterior, sem indenização. No entendimento da comissão, foi considerada inconstitucional tal medida. A Lei Áurea foi sancionada em 13 de maio de 1888, e precedida por uma série de outras leis, que foram começando a libertar os escravos e retirar poderes aos fazendeiros, como a Lei Eusébio de Queirós (1850), a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1885). Ela extinguindo definitivamente a escravidão no Brasil. 02) Em 1850 foi promulgada a lei Eusébio de Queiroz que aboliu definitivamente o tráfico de escravos da África para o Brasil. Todavia, esta não foi a única lei destinada a combater o tráfico de africanos para o Brasil. Em novembro de 1831 entrou em vigor uma lei que procurava dar andamento a um tratado firmado em 1826 entre a Inglaterra e o Brasil o qual três anos após a sua ratificação(que se deu em 1827) declararia como ilegal o comércio de escravos para o Brasil. Esta lei, contudo, não produziu os efeitos desejados. Desenvolva considerações acerca do que contribuiu para o fracasso da lei de 1831 e das condições que possibilitaram o êxito da lei Eusébio de Queiroz. A lei de 1831 não deu certo porque os juízes que deveriam fiscalizar eram os grandes proprietários de terras e compradores de escravos. Em 1845 a Inglaterra então fez a lei Bill Aberdeen que impediu a continuidade do tráfico, colocando seus navios no Oceano Atlântico e prendendo todos os navios negreiros. Mesmo assim o Brasil continuava traficando às escondidas. Em março de 1850, o primeiro-ministro britânico Gladstone, obrigou o Brasil ao cumprimento dos tratados, ameaçando-o com uma guerra de extermínio. O governo HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO Prof. Guilherme Grillo Estácio FIB - DIREITO 2 brasileiro finalmente se curvou ante as exigências britânicas e em 4 de setembro de 1850 promulgou a lei de extinção do tráfico pelo ministro Eusébio de Queirós. Todo o processo de interrupção do tráfico negreiro, foi proposto e pressionado pela Inglaterra que precisava de pessoas assalariadas para garantir o escoamento de seus produtos, não por idealismo ou consideração a negros. E o Brasil acabou acatando primeiro pelo medo da população negra suplantar a branca com insurreições constantes e por que a Inglaterra podia realmente acabar com o Brasil numa guerra de extermínio. 03) É correto afirmar que o Ato Adicional de 1834 “federalizou” o Estado monárquico brasileiro, modificando sua configuração conforme encontrava-se previsto na Constituição de 1824? Justifique. Não. Apesar de suas intenções liberais, o Ato Adicional de 1834 não teve a força necessária para que o desmando e o centralismo fossem enfraquecidos do cenário político da época. Outros mecanismos e as intensas disputas políticas acabaram frustrando as intenções almejadas por tal mudança. 04) Os constituintes responsáveis pela elaboração da Constituição brasileira de 1891 optaram pela manutenção do perfil unitário e confessional do então recém-configurado Estado republicano brasileiro, ao mesmo tempo em definiu que a república teria um perfil parlamentarista, estabelecendo que o Parlamento seria unicameral, renovável por meio de eleições convocadas a critério do Presidente da República. Esta afirmativa está CORRETA ou ERRADA? Justifique. Errada. Com a Constituição de 1891 o Estado perdeu o perfil unitário, adotando como sistema institucional a República Federativa, liderado por um regime político presidencialista, onde a população escolhia os representantes dos municípios, estados e da federação por meio do voto direto. Passou também a ser Laico, garantindo a liberdade de culto religioso, mesmo em público. 05) Qual diploma jurídico autorizou pela primeira vez o exercício do direito de voto pelas mulheres no Brasil? Havia restrição de alguma ordem ao exercício do voto feminino neste diploma jurídico? O direito de voto pelas mulheres foi obtido pelo Código Eleitoral. Havia sim restrições, podiam votar apenas as mulheres que fossem casadas e as mesmas poderiam votar apenas com a autorização do marido, as viúvas e as solteiras também poderiam votar caso possuíssem renda própria, e o voto feminino não era obrigatório até então, ele passou a ser obrigatório em 1946. 06) Segundo Francisco Campos, reconhecido como principal autor da Constituição de 1937, em entrevista concedida ao jornal Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, em março de 1945, depois de seu rompimento com Getúlio Vargas, disse que esta Constituição não HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO Prof. Guilherme Grillo Estácio FIB - DIREITO 3 podia invocar em seu favor o teste da experiência, pois não foi posta à prova, permanecendo em suspenso desde o dia de sua outorga, sendo um texto de valor puramente histórico. Por que, segundo Francisco Campos, a Constituição de 1937, adquiriu esta característica de um texto de valor puramente histórico? A Constituição de 1937 adquiriu o valor puramente histórico em virtude da existência do Art. 187 que condicionava a sua validade a um plebiscito. Como tal plebiscito nunca aconteceu, esta Constituição não teve eficácia nem formal, nem material de modo que os poderes não a observavam. 07) Como se encontrava organizada, de acordo com a Constituição de 1946, a justiça federal? Extinta em 1937 pelo Golpe do Estado Novo, a Justiça Federal foi recriada pela Constituição de 1946, mas apenas a 2ª instância da Justiça Federal - Tribunal Federal de Recursos, composto de 9 juízes, o qual integrava o Poder Judiciário Nacional juntamente com o Supremo Tribunal Federal, os juízes e tribunais militares, os juízes e tribunais eleitorais e os juízes e tribunais do trabalho. A jurisdição anteriormente atribuída à Justiça Federal de 1ª instância continuou sendo exercida pelos juízes de Direito dos Estados e do Distrito Federal. 07) Apesar de todas as restrições à representação política impostas pelo AI 2 (27/09/65), foi mantida a eleição direta para o cargo de Presidente da República e conservou-se a estrutura partidária herdada do período da “república populista”. Esta afirmativa está CORRETA ou ERRADA? Justifique. Errada. Ficou determinado que o presidente seria eleito por um Colégio Eleitoral composto por representantes do Congresso Nacional. Os partidos políticos foram extintos até a promulgação dos estatutos dos partidos políticos quando surgiu ARENA e MDB. Tais partidos seriam representativos da situação e da oposição, respectivamente. HISTÓRIADO DIREITO BRASILEIRO Prof. Guilherme Grillo Estácio FIB - DIREITO 4 Questões Objetivas Segundo o historiador Boris Fausto (História do Brasil ? EDUSP), mais do que assinalar 01) a metade do século XIX no Brasil, o ano de 1850 foi marcado pela entrada em vigor de uma série de leis que buscavam mudar a fisionomia do país no sentido daquilo que se entendia, à época, como modernidade. Assim, no que se refere a esta legislação, voltada para uma modernização institucional do Império, é CORRETO afirmar que: Ela contribuiu para a recomposição da legislação cível brasileira, através da promulgação de nosso primeiro Código Civil, elaborado pelo advogado e jurista Teixeira de Freitas. O Período Regencial, que se seguiu à abdicação de D. Pedro I, foi marcado por uma 02) série de reformas que refletiram as dificuldades que os governos deste período tiveram em lidar com a inexistência de um consenso entre grupos dominantes a respeito do arranjo institucional que lhes fosse mais conveniente e do papel do Estado como organizador geral dos interesses dominantes. Assim, com relação a alguns dos principais aspectos do Período Regencial e das reformas institucionais nele ocorridas, é CORRETO afirmar que: Pelo Código de Processo Criminal de 1832, foi promovida uma descentralização da administração da justiça criminal, o que pôde ser constatado pela ampliação das atribuições dos juízes de paz. O Código de Processo Criminal de 1832 alterou significativamente o direito criminal 03) brasileiro, pondo fim ao sistema judicial antigo derivado das Ordenações Filipinas. Dentre as novidades introduzidas pelo Código de Processo Criminal podemos destacar: A reorganização da justiça criminal, com a extinção das ouvidorias de comarca, dos juízes de fora, dos juízes ordinários e que passou a contar com juízes de direito, juízes municipais, juízes de paz e conselho de jurados. (B – Somente a afirmativa II está correta.) No que se refere a alguns dos principais dispositivos da Lei dos Sexagenários (lei 3.270 04) de 28/09/1885), é CORRETO afirmar que: Era permitida a remissão dos serviços devidos pelos escravos com idade entre 60 e 65 anos, mediante o pagamento de valor que não excedesse a metade do valor arbitrado para os escravos da classe de 55 a 60 anos de idade, de acordo com a tabela existente nesta lei que fixava os valores dos escravos segundo faixas de idade. Com relação a reforma eleitoral de 1881, podemos afirmar que: 05) Ela se constituiu no primeiro dispositivo legal eleitoral brasileiro que autorizou o voto dos analfabetos. (B – As afirmativas II e III estão ERRADAS). HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO Prof. Guilherme Grillo Estácio FIB - DIREITO 5 A abolição da escravidão definida pela Lei Áurea em 13/05/1888 e a proclamação da 06) República ocorrida em novembro de 1889, criaram um ambiente sócio-jurídico-político- institucional que demandava uma solução rápida para a codificação criminal, uma vez que, o Código de 1830 mostrava-se em desacordo com a nova realidade do país gerada pelo fim do trabalho escravo e pela mudança de regime político. Assim, no que se refere a alguns dos principais pontos abordados pelo Código Penal de 1890, é CORRETO afirmar que: Havia um artigo em que se previa a punição pela compra do voto (art. 166), apesar do ambiente político da República Velha ser marcado pelo voto de cabresto e pelo coronelismo. No que se refere à organização judiciária durante a chamada República Velha, 07) podemos afirmar que: Os Tribunais de Justiça, derivados dos antigos Tribunais Provinciais (os Tribunais de Relação do Império), se tornaram os órgãos de cúpula das justiças estaduais, condição esta que se estendeu até os dias atuais. No que se refere à organização judiciária durante a chamada República Velha, 08) podemos afirmar que: Os Tribunais de Justiça, derivados dos antigos Tribunais Provinciais (os Tribunais de Relação do Império), se tornaram os órgãos de cúpula das justiças estaduais, condição esta que se estendeu até os dias atuais. (C – Somente a afirmativa III está CORRETA.) Com relação à organização dos poderes do Estado brasileiro de acordo a constituição 09) de 1934, é CORRETO afirmar que: O Poder Legislativo era exercido pela Câmara dos Deputados, com a colaboração do Senado. Em discurso pronunciado na Assembleia Nacional Constituinte, em 20 de julho de 10) 1934, Getúlio Vargas não escondeu o descontentamento com a nova Constituição. De acordo com ele, “a Constituição de 34, ao revés da que se promulgou em 1891, enfraquece os elos da Federação, anula, em grande parte, a ação do presidente da República, cerceando-lhe os meios imprescindíveis à manutenção da ordem, ao desenvolvimento normal da administração. Acoroçoa as forças armadas à prática do facciosismo partidário, subordina a coletividade, as massas proletárias e desprotegidas ao bel-prazer das empresas poderosas e coloca o indivíduo acima da comunhão”. Levando-se em consideração as críticas perpetradas por Vargas, neste discurso, em relação ao texto da Constituição de 1934 e o curto tempo de sua vigência, é CORRETO afirmar que: HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO Prof. Guilherme Grillo Estácio FIB - DIREITO 6 A Carta de 34 destoa completamente dos principais objetivos que nortearam a Revolução de 1930, já que manteve os mesmos princípios liberais de organização do Estado que orientaram a elaboração do primeiro texto constitucional republicano. As constituições brasileiras de 1934 e de 1937 foram produzidas no contexto do 11) reordenamento sócio-político-econômico resultante do movimento revolucionário de 1930, reordenamento este que rompeu, em grande parte, com o ‘modelo republicano’ da chamada República Velha, ao mesmo tempo em que refletiram em seus textos as tendências antiliberais que marcaram o ambiente político da Europa na década de 1930 e que produziram efeitos notáveis sobre as sociedades latino-americanas. Assim, no que se refere a alguns dos principais aspectos destas duas cartas constitucionais, é CORRETO afirmar que: Pela carta de 1934, o Poder Legislativo era exercido pela Câmara dos Deputados, com a colaboração do Senado Federal, o que significou uma redução das atribuições legislativas da casa congressual representativa da Federação. HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO Prof. Guilherme Grillo Estácio FIB - DIREITO 7 Instâncias Judiciais
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