Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Regional Integrada – URI/FW Professor Antônio Luiz Pinheiro Processo Civil V DIREITO PROCESSUAL CIVIL V – TURMA VIII Lei 4.728/65, modificada pelo Dec. 911/69, da Lei 6.071/74 e Lei 10.931/84. NEGÓCIO FIDUCIÁRIO: Os Romanos já dispunham de mecanismo jurídico para regular esse negócio. FIDUCIA CUM AMICO – contrato de confiança. O fiduciante alienava seus bens a um amigo, para ser restituído quando cessassem circunstâncias aleatórias, morrer na guerra, viagens, acontecimento político etc. FIDUCIA CUM CREDITORE – Tinha caráter assecuratório ou de garantia. O devedor vendia seus bens com condições para recuperá-los se em determinado prazo pagasse o débito. A Busca e Apreensão no processo civil é uma expressão utilizada para denominar vários institutos: significa ação cautelar (art. 839 e seguintes do CPC), é a medida executiva de apreensão da coisa móvel na execução para a entrega de coisa (art. 625 do CPC), é a medida utilizada para a apreensão de pessoas ou coisas que devam ser entregues ou apresentadas em juízo etc. Nesse norte, o Decreto-Lei n. 911/69, utilizou-se para denominar a ação de retomada da coisa em favor do proprietário, no caso do não pagamento por parte do mutuário e possuidor, que alienara a coisa fiduciariamente em garantia. NA ATUAL LEGISLAÇÃO BRASILEIRA: A Lei 4.728/65, modificada pelo Dec. 911/69, da Lei 6.071/74 e Lei 10.931/84, introduziu a alienação fiduciária em garantia para atender os reclamos da política de crédito e de emprego de capitais em títulos e valores imobiliários. Objetivo financiar aquisição de bens de consumo. CONCEITO: Consiste na transferência feita pelo devedor (FIDUCIANTE) ao credor (FIDUCIÁRIO), da propriedade resolúvel e da posse indireta de um bem infungível como garantia do seu débito, resolvendo com o adimplemento. Assim recebe o bem como seu tão somente até o adimplemento. EXECUÇÃO DO CONTRATO: Uma vez proibido o pacto comissório (ficar com o bem alienado fiduciariamente), o credor poderá vender o bem a terceiro, se não for pago no vencimento, sem a excussão judicial, para aplicar o produto da venda na solução do crédito. PROCEDIMENTO: a) Inicialmente deverá constituir o fiduciante em mora, mediante protesto do título ou carta registrada, expedida pelo Cartório de Títulos e documentos. b) comprovada a mora pela Carta ou protesto, este de título de crédito (letra de câmbio, nota promissória), o credor poderá requerer a BUSCA E APREENSÃO. c) A busca e apreensão, comprovada a mora e o inadimplemento, poderá ser concedida liminarmente. A busca e apreensão é procedimento autônomo não depende de outro procedimento posterior. d) comprovada a mora e inadimplemento o juiz despacha a inicial e determina a execução da apreensão. O devedor tem cinco dias para purgar a mora e 15 dias para apresentar contestação. Mesmo purgando a mora, poderá contestar caso houver excesso de cobrança. e) o juiz concederá 5 dias para purgar a mora, remetendo os autos ao contador, para calcular, juros,correção, e despesas com cobrança. f) Contestação. Na contestação, em 15 dias, a lei anterior limitava a matéria sendo tão somente alegação de pagamento da dívida e adimplemento do contrato, o que não mais ocorre, podendo alegar qualquer outra matéria desde que seja pertinente. g) Mesmo que não haja contestação nem purgação da mora o juiz deverá prolatar a sentença em 05 dias, após o prazo da defesa, independentemente de avaliação do bem, consolidando definitivamente a o domínio e a posse do bem alienado. Ao credor que deverá vendê-lo. Da sentença, caberá recurso de apelação, apenas com efeito devolutivo, podendo o bem ser vendido. h) se o produto da venda não der para cobrir a dívida o devedor continuará obrigado. i) O credor fiduciário não está obrigado a propor ação de busca e apreensão: caso preferir poderá intentar ação executiva em face do fiduciante e seus avalistas e penhorar outros bens. j) a dívida paga pelo avalista, fiador sub-roga-se nos direitos do credor exercendo todos os direitos do credor primitivo. DO DEPÓSITO: Não sendo encontrado o bem objeto da busca e apreensão, ou não estando na posse do devedor, fiduciante, o fiduciário poderá intentar AÇÃO DE DEPÓSITO, CITANDO-SE O DEVEDOR PARA QUE APRESENTE O BEM EM 48 HORAS, SOB PENA DE DEPOSITÁRIO INFIEL ou então que deposite os valores em dinheiro. Ação de depósito por ser feita na mesma ação de busca e apreensão, requerendo a sua conversão em depósito. Na hipótese de falência do devedor, o credor poderá pedir a restituição do bem alienado. � MANDADO DE SEGURANÇA: Lei 1.533/51, Art. 5º, incisos LXIX e LXX e Lei 4.348/64. 1. NATUREZA PROCESSUAL – é ação civil de rito sumário especial, para afastar ofensa a direito subjetivo individual ou coletivo. Distingue-se das demais ações, somente pelo objeto e sumariedade do seu procedimento. Ela visa invalidação de atos de autoridade ou supressão de efeitos de omissões administrativas, capazes de lesar direito individual ou coletivo líquido e certo. 2. ATO DE AUTORIDADE: Ato de autoridade é toda manifestação ou omissão do Poder Público ou seus delegados, no desempenho de funções ou pretexto de exercê-las. Autoridade é toda pessoa física investida de poder de decisão dentro da esfera de competência atribuída por norma legal. Deve ser autoridade e não mero agente que não detém poderes decisórios. 3. FINALIDADE DO MANDADO: Objetiva a correção de ato praticado por: falta de competência objeto lícito forma prescrita ou não defesa em lei motivo e finalidade 4. DIREITO INDIVIDUAL E COLETIVO LÍQUIDO E CERTO: Individual – é o que pertence a quem invoca e não apenas à sua categoria. É próprio do impetrante. O Art. 5º, LXIX DA CF, estatui: Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo não amparado por hábeas corpus ou hábeas ata, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. O manado tem a mesma origem do hábeas corpus, sendo o meio mais eficaz para corrigir ilegalidade do representante do poder público. Coletivo – Art. 5º, inciso LXX, “a” e “b” da CF criou mandado coletivo, para partidos políticos, com representação no congresso, organização sindical, entidade de classe ou associações legalmente constituída em funcionamento pelo menos há um ano. O direito é de categoria. O do mandado é regulado pela Lei 1.533/51, e modificações posteriores entre as quais, Lei 2.770/56, Lei 4.348/64, Lei 5.021/66, Lei 6.014/73 e Lei 6.071/74. Líquido e certo: É o que se apresenta claro na sua existência, apto a ser exercido quando de sua impetração. Tem de estar expresso em norma legal. Não pode ser duvidosa. Em síntese, comprovado de plano. 5. OBJETO: Será a correção ou ato de omissão de autoridade, ilegal e ofensivo ao direito individual ou coletivo, desde que não seja coisa julgada e interna corporais que não se sujeito a correção judicial. Podem seu intentada contra decisões judiciais que não caiba recurso. 6. CABIMENTO: Contra ato de qualquer autoridade. Mesmo contra a concessão de medida cautelar é cabível, para sustar seus efeitos lesivos a direito individual ou coletivo a direito líquido e certo. 6.a) Pressupostos: 1) objetivos: direito líquido e certo; 2)subjetivos: refere-se a quem poderá propor. 7. PRAZO PARA IMPETRAÇÃO: É DE 120 DIAS, a contar da data em que o impetrante tiver conhecimento oficial do ato a ser atacado. O prazo é decadencial, não se suspende nem interrompe. Começa a fluir o prazo, na data em que o ato se torna operante ou exeqüível, isto é capaz de produzir lesão ao direito. Assim, o pedido de reconsideração não interrompe o prazo. 8. PARTES: - impetrante – titular do direito. - Impetrado autoridade coatora (não a pessoa jurídica). - MinistérioPúblico, parte pública autônoma, pois vela pela correta aplicação da lei. D) pode ingressar no feito, outros interessados como litisconsortes ou assistentes, desde que tenham legitimidade. 9. COMPETÊNCIA: É DEFINIDA PELA CATEGORIA DA AUTORIDADE COATORA. E PELA SUA SEDE FUNCIONAL. Pela LOMAN, a competência dos tribunais para julgar originariamente, os mandados contra seus atos e dos presidentes os de câmaras, turmas. Atos de autoridades estaduais e municipais, o juízo competente há de ser da respectiva Comarca. Obs. Pelo art. 29, VIII, o julgamento dos Prefeitos será pelo Tribunal de Justiça. Logo os mandados de segurança, injunção e hábeas data serão julgados por esse Tribunal. No mais, o lugar será o da sede da autoridade e sua categoria funcional. Varas privativas: Quando existir será sempre dessas varas a competência. 9.a) a união e o estado, em ações ordinárias serão citados na pessoa do seus procuradores e o Município na pessoa do Prefeito ou procurador. No manado de segurança será citado a pessoa da autoridade. 10. DA PETIÇÃO INICIAL: a) A petição deve constar além dos requisitos do art. 282 CPC, as cópias dos textos e seus documentos que a instruem, para encaminhamento, juntamente com o ofício de notificação. b) deferida a inicial o juiz ordenará a notificação pessoal do impetrado, por ofício e com as cópias, para em 10 dias prestar informações. c) no mesmo despacho intimará os interessados que devam integrar a lide e se manifestar sobre a medida liminar, também terá 10 dias para se manifestar. d) a notificação dos interessados será por ofício, por oficial. Se fora da comarca por via postal. e) as intimações dos advogados serão feitas por publicação no órgão oficial, mas a do julgado diretamente ao impetrado, para cumprir. f) Indeferida a inicial, por não ser caso de mandado ou falha insuprimível, serão arquivados. g) da decisão que arquiva ou improcede, cabe apelação. h) Medida liminar é admitida pela própria lei, desde que presente fumus boni juris e periculum in mora. i) não concede-se liminar contra apreensão de mercadoria estrangeira j) conceder vantagens ou reclassificação de servidor público; l) prazo de validade da medida liminar: 90 dias 11. DAS INFORMAÇÕES As informações: consiste na defesa da Administração. Deve ser apresentada pela própria autoridade, em 10 dias. Lei. 4.348/64, pode ser subscritas por advogado, juntamente com a autoridade. Nela pode esclarecer todas as condições, menos pedir provas futuras. Após as informações serão abertas vistas ao Impetrante para se manifestar. OBS.: A) os atos normativos não estão sujeitos a manado de segurança; B) os atos de simples execução também estão fora de sua apreciação; C) Não cabe manado de segurança contra particular. 12. DA SENTENÇA: Pode ser por carência de ação ou de mérito. O impetrado pagará as custas e despesas processuais. Honorários, segundo Súmula 512 DO STF NÃO É DEVIDO. E 105 do STJ não é devido. 13. DA EXECUÇÃO A execução concessiva é imediata específica, mediante cumprimento da providência determinada pelo Magistrado. Se houver danos a compor far-se-á por ação direta e autônoma. 14. DA COISA JULGADA Só considera coisa julgada quando for apreciado o mérito, as causas de ilegitimidade de parte, decurso de prazo decadencial não fazem coisa julgada. 15. DOS RECURSOS: DE Apelação, quando aprecia o mérito,indeferir inicial ou decretar carência. –De ofício da sentença que conceder a segurança. Agravo Regimental do despacho do Presidente do Tribunal que suspender a execução da sentença ou cessar a liminar. Recurso ordinário, qualquer que seja o valor da impetração, uma vez que o acórdão incida nos permissivos constitucionais, art. 102, II, “A” E 104, ”B” SEJA DENEGADA A SEGURANÇA. Conteúdo programático
Compartilhar