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Degeneração - acúmulos intracelulares

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Degeneração 
 
Degeneração é a lesão reversível secundária a alterações bioquímicas que 
resultam em acúmulo de substâncias no interior de células, culminando em alterações 
morfológicas e funcionais nas mesmas. Morfologicamente, uma degeneração aparece 
como deposição (ou acúmulo) de substâncias em células. 
 
Classificação de Letterer: considera a 
composição química da substância que se 
acumula no interior da célula. 
❖ D. por acúmulo de água / eletrólitos 
❖ D. por acúmulo de Proteínas 
❖ D. por acúmulo de Lipídios 
❖ D. por acúmulo de Glicídios 
 
Degeneração por acúmulo de água – hidrópica 
Ou: Tumefação turva, degeneração vacuolar, degeneração granular, degeneração 
baloniforme (quando ocorre a formação de vacúolos muito grandes). 
 
É a lesão celular reversível caracterizada por acúmulo de água e eletrólitos no 
interior de células, tornando-as tumefeitas, aumentadas de volume. 
 
Etiopatogênese: 
Todas as situações causadoras de degeneração hidrópica acarretam um 
fenômeno comum: retenção de sódio, redução de potássio e aumento da pressão osmótica 
intracelular, o que leva à entrada de água no citoplasma e à expansão isosmótica da célula. 
 Agentes: hipóxia, hipertermia, hipotermia, toxinas, viroses, infecções 
bacterianas, aumento de radicais livres. 
- Resulta do comprometimento na regulação do volume celular, alterando as 
concentrações iônicas no citoplasma. 
❖ Interferências com a integridade da membrana. Ex.: produção de radicais livres 
 
❖ Alterações na atividade de uma ou mais moléculas de bombas eletrolíticas 
❖ Alteração na produção ou consumo de ATP 
 Gradientes fisiológicos são dependentes de ATP, por serem formados a 
partir de transporte ativo de substâncias, para que a célula seja capaz de 
produzir ATP, precisa de suprimento adequado de oxigênio. Por essa 
razão, sob hipóxia a célula passa por um desequilíbrio hidroeletrolítico. 
Ex.: Entrada de sódio devido ao impedimento na formação de gradiente 
iônico permite a entrada de água na célula, o que leva à turgência 
citoplasmática. 
Aspectos morfológicos de degeneração hidrópica 
Macroscopicamente: 
Órgãos se apresentam aumentados de peso e volume, com uma coloração mais 
pálida, porque as células degeneradas, que ficam aumentadas de volume, comprimem os 
capilares e diminuem a quantidade de sangue no órgão. 
Microscopia óptica: 
Células são tumefeitas, e o citoplasma adquire aspecto granuloso e torna-se 
menos basófilo (fica mais acidófilo); é a lesão mais discreta. Em estágios mais avançados, 
as células apresentam pequenos vacúolos de água no citoplasma – Ocasional formação 
de grandes vacúolos com aspecto baloniforme. 
 
Hepatócitos com degeneração hidrópica. 
Observar: citoplasma com aspecto granuloso, células mais claras e aumentadas. Ocasionais vacúolos. 
 
 
Microscopia eletrônica: 
As lesões consistem em redução de vilosidades, formação de bolhas na 
membrana citoplasmática, dilatação do retículo endoplasmático, contração da matriz 
mitocondrial, expansão da câmara mitocondrial externa e condensação da cromatina. 
Evolução e consequências: 
Como toda degeneração, a hidrópica é um processo reversível; eliminada a 
causa, as células voltam ao aspecto normal. Quase sempre, ela não traz consequências 
funcionais sérias, a não ser quando é muito intensa. 
Degeneração por acúmulo de proteínas – Hialina 
Consiste no acúmulo de material indiscutivelmente proteico e acidófilo no 
interior de células 
Maior afinidade com a eosina. Aparência rósea, vítrea e homogênea 
Ex: Em indivíduos com proteinúria, encontra-se degeneração hialina no epitélio 
tubular renal por endocitose excessiva de proteínas. 
Corpúsculo hialino de Mallory 
Encontrado tipicamente em hepatócitos de alcoólatras crônicos, é formado por 
filamentos intermediários (ceratina) associados a outras proteínas do citoesqueleto, razão 
pela qual ao ME apresenta aspecto filamentoso em algumas áreas e amorfo em outras. 
Condensação de filamentos intermediários associados a proteínas do 
citoesqueleto. 
“Como se fosse o citoesqueleto celular embolado no citoplasma” 
Visto microscopicamente como uma massa no citoplasma. 
 
Corpúsculos hialinos de Mallory + Degeneração baloniforme 
 
Corpúsculo hialino de Councilman e Rocha Lima 
Correspondem a hepatócitos que entraram em um processo de apoptose. 
São encontrados em hepatócitos em hepatites virais, especialmente na febre 
amarela. 
Vistos microscopicamente como uma célula involuída em tamanho com o 
citoplasma vivamente corado. 
Corpúsculo de Russel 
Descritos como “vacúolos rosados e brilhosos” 
Gotículas de proteínas são encontradas em processos inflamatórios inespecíficos 
de longa duração. Também associados ao acúmulo excessivo de imunoglobulinas em 
plasmócitos formando estruturas intracitoplasmáticas. 
 
Degeneração por acúmulo de proteínas – Mucóide 
São conhecidas duas condições: 
(1) hiperprodução de muco por células mucíparas dos tratos digestivo e 
respiratório, levando-as a se abarrotar de glicoproteínas (mucina), podendo, inclusive, 
causar morte celular; 
(2) síntese exagerada de mucinas em adenomas e adenocarcinomas, as quais, 
geralmente, extravasam para o interstício e conferem aspecto de tecido mucoide. 
 
 
 
 
Degeneração por acúmulo de lipídeos 
“Deposição de gorduras neutras no citoplasma de células que normalmente não 
as armazenam” 
 Diferenciar de adipócitos, que são adaptados a esse acúmulo 
Pode ser por: - Esteatose (mono-, di- ou triglicerídeos) 
 - Lipidose (colesterol) 
Esteatose 
Acúmulo anormal de triglicerídeos dentro das células parenquimatosas. Com 
frequência esse tipo de degeneração é vista no fígado porque é o principal órgão 
envolvido no metabolismo lipídico, mas também ocorre no coração, músculo e rins. 
Patogênese 
Interferência no metabolismo dos ácidos graxos 
 Aumento da síntese 
 Dificuldade de utilização 
 Dificuldade de transporte ou excreção 
Etiologia 
As causas da esteatose incluem toxinas, hipóxia, desnutrição proteica, diabetes 
melito, obesidade e anorexia. 
 Nas nações desenvolvidas, as causas mais comuns de degeneração 
gordurosa hepática significativa (fígado gorduroso) são o abuso do álcool e doença 
hepática gordurosa não alcoólica, que frequentemente está associada com diabetes e 
obesidade. 
Funcionamento normal do fígado 
Em condições normais, os hepatócitos retiram da circulação ácidos graxos e 
triglicerídeos provenientes da absorção intestinal e da lipólise no tecido adiposo. Nas 
células hepáticas, ácidos graxos são utilizados para: 
 
(1) produção de colesterol e seus ésteres; 
(2) síntese de lipídeos complexos (fosfolipídeos e esfingolipídeos) ou de 
glicerídeos (mono, di ou triglicerídeos); 
(3) geração de energia por meio da β-oxidação até acetil-CoA e da formação de 
corpos cetônicos. 
Glicerídeos sintetizados no REL são transportados ao complexo de Golgi, no 
qual são conjugados com apoproteínas para formar lipoproteínas. Estas, no interior de 
vesículas, são excretadas no polo sinusoidal da célula para o espaço de Disse. A excreção 
depende de transporte intracitoplasmático de vesículas do qual participam microtúbulos 
e microfilamentos. 
 
 
Ácidos graxos livres chegam via circulação, que podem ter sido absorvidos a 
partir do epitélio intestinal ou ter vindo do catabolismo do próprio acúmulo de gordura 
que estava nos adipócitos. Ao chegar no fígado, podem sofrer ação do acetato, que faz 
com que ele sofra um catabolismo interno que vai gerar a oxidação de corpos cetônicos e 
a produção de CO2, produção de fosfolipídeos, ou a produção de ésteres de colesterol,que vão ser usados no metabolismo geral. 
O que não é usado neste catabolismo caracteriza-se como excedente, que não 
pode se acumular diretamente sob a forma de ácidos graxos dentro do fígado, sofrendo 
então ação do α-glicero-fosfato, que converte o ácido graxo em triglicerídeos. Esses 
 
triglicerídeos precisam ser distribuídos a partir do fígado. Para isso, saem agregados a 
uma proteína, apoproteína, que se liga ao triglicerídeo, formando uma lipoproteína. 
Essa lipoproteína precisa ainda sair desse hepatócito, para isso, existem canais 
que as direcionando até os capilares sinusoides para que consigam migrar e cair na 
circulação. Agora as lipoproteínas vão para a circulação podendo ser armazenadas em 
outros tecidos. 
 Esses canais precisam estar desobstruídos, uma vez que falhas na 
distribuição de triglicerídeos acarretam seu acúmulo no tecido hepático, o 
que causa esteatose. 
Patogênese das esteatoses 
1) Interferência do álcool 
Por que esteatose está tão relacionada a pacientes alcoólatras? 
 
 
2) Interferências no metabolismo lipídico 
 
❖ Síntese de lipídeos 
 
 Lipólise Ingestão Acetil-CoA 
 
❖ Utilização de ácidos graxos e triglicérides 
Carência de fatores nitrogenados e ATP 
 
- Associada a distúrbios metabólicos 
❖ Síntese de lipoproteínas 
Pode ser por diminuição das apoproteínas, causando um distúrbio no 
deslocamento e fusão das vesículas 
 
❖ Hipóxia 
 ATP Acetil-CoA 
Que não vai ser utilizada no Ciclo 
de Krebs, já que é dependente de ATP 
 
 Lipídeos Complexos 
❖ Desnutrição proteico-energética 
 Síntese de fosfolipídeos e apoproteínas 
Causa queda da mobilização de lipídeos, fazendo com que se acumulem. 
 
❖ Alteração no metabolismo de ác. graxos nos tecidos não adiposos – Leptina 
Leptina é um peptídeo produzido nos adipócitos que atua nos receptores do SCN 
e outros tecidos, com ação controladora do apetite e metabolismo lipídico (lipogênese e 
lipólise). Principal proteína indutora de saciedade. 
O papel da leptina envolve diretamente a indução de uma lipogênese, um 
acúmulo de gordura. E quando a leptina é formada mas não tem uma boa função, ela 
perde parte do seu fator de regulação. 
Deficiência ou ineficiência de leptina muito comum em obesos. 
 
Aspectos macroscópicos 
De acordo com a quantidade de gordura intra-hepática armazenada, o fígado vai 
perdendo o tom avermelhado/amarronzado, se tornando mais pálido, amarelo. A regiões 
amareladas de acúmulo de gordura podem ser contrastadas com regiões um pouco mais 
escurecidas que representam uma congestão vascular, um dano vascular associado. 
 
 
Acúmulo de gordura e congestão vascular 
Aspectos microscópicos 
❖ Gordura agrupada em pequenas vesículas ou lipossomos 
❖ Núcleo deslocado para a periferia – Aspecto semelhante a adipócitos 
A quantidade de gordura acumulada na célula pode “empurrar” o núcleo para a 
região periférica 
❖ Durante a preparação de lâmina, a gordura é dissolvida no processamento 
utilizando xilol, para que seja feita uma análise dessa gordura, realizam-se cortes 
de congelação corados por SUDAN (vermelha ou negra) 
 
 
 
Regiões de degeneração macro vacuolares, 
ou macro-goticulares e micro-goticulares. 
Corte corado com SUDAN representando 
acúmulo de gorduras, em vermelho 
 
 
Consequências e evolução 
Geralmente esse tipo de degeneração é reversível; 
Caso o agressor persista, pode acarretar: 
❖ Morte celular 
❖ Formação de cistos gordurosos que podem originar embolia gordurosa 
❖ Iniciar constante quadro inflamatório no tecido, podendo desenvolver uma 
fibrose que por sua vez pode evoluir para cirrose. 
 
Lipidoses 
Acúmulos intracelulares de outros lipídeos – COLESTEROL; 
Geralmente a imagem fica com aparência “cristalizada”; 
Locais de predominância: 
❖ Artérias – aterosclerose 
Nas placas ateroscleróticas, as células musculares lisas e os macrófagos dentro 
da túnica íntima da aorta e das grandes artérias estão repletos de vacúolos lipídicos, a 
maioria dos quais compostos de colesterol e ésteres de colesterol. 
❖ Pele – xantomas 
Aglomerados de células espumosas (macrófagos que adquirem aparência 
espumosa pelo acúmulo de colesterol) são encontrados no tecido conjuntivo subepitelial 
da pele e tendões, produzindo massas tumorais conhecidas por xantomas. 
❖ Vesícula Biliar – Colesterelose 
Acúmulos focais de células com acúmulo de colesterol na lâmina própria da 
vesícula biliar, o que é conhecido como colesterolose. 
❖ Sítios inflamatórios crônicos 
Degeneração por acúmulo de glicogênio 
Acontece nas células do fígado, rins, músculo e coração. 
 
Etiopatogênese 
❖ Ausência de enzimas que atuam no processo de sua degradação 
❖ Túbulos renais na diabetes mellitus 
A diabetes mellitus é o principal exemplo de um distúrbio do metabolismo da glicose. 
O paciente diabético elimina muita glicose via renal, o que já começa a causar 
danos nos néfrons. Mas também pode começar a reabsorver esse açúcar, que começa a se 
acumular no epitélio tubular renal. 
 
O glicogênio se acumula dentro de células em um grupo de distúrbios genéticos 
relacionados, coletivamente conhecidos como doenças de depósito de glicogênio ou 
glicogenoses. Nessas doenças, efeitos enzimáticos na síntese ou degradação do glicogênio 
resultam em acúmulo maciço, causando lesão e morte celular. 
Aspectos microscópicos 
Tem grumos, mas não são iguais aos da degeneração hidrópica. São bem mais 
rosados e bem mais densos, principalmente no epitélio tubular renal.

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