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POLÍTICA DE SEGURANÇA DO PACIENTE FACULDADE ESTÁCIO DE SÃO LUÍS Profa. Rafiza Lago Moraes EVENTO ADVERSO (EA) Dano não intencional, que pode resultar em incapacidade temporária ou permanente, com necessidade ou não de prolongamento do tempo de permanência do paciente ou morte, relacionado ao cuidado prestado durante a assistência de saúde. REPERCUSSÃO MUNDIAL OMS (2004) – Aliança Mundial para a Segurança do paciente Redução de riscos ao mínimo possível 44 a 98 mil mortes por erros na assistência prestada Repercussão Mundial EUA/ Institute Of Medicine (1999) Relatório “To err is human” SEGURANÇA DO PACIENTE Segurança do Paciente envolve não só a redução dos riscos até um mínimo aceitável, mas práticas assistenciais que evitem causar danos desnecessários ao paciente. OMS (2009) REPERCUSSÃO NACIONAL Tofolletto (2008) •377 pacientes vítimas de EA’s •22,3% mais de um EA cumulativamente Martins et al (2011) •1103 prontuários •34% mortes por EA’s •Em 26,6% destas por causas evitáveis ABORDAGEM DO ERRO • Reason (2000) – individual/ sistêmica; • Situações de erro: vergonha e medo de represálias, solidariedade mútua; • Práticas punitivas - entraves na identificação dos EA´s por não notificação. PADILHA (2001); GALLOTTI (2004) CONDICIONANTES PARA EA´S EVENTOS ADVERSOS SOBRECARGA DE TRABALHO DESPREPARO PESSOAL DESMOTIVAÇÃO EQUIPAMENTOS OBSOLETOS LIMITAÇÕES SAE ESCASSEZ DE MATERIAIS PLANTA FÍSICA INADEQUADA EVENTOS ADVERSOS E ENFERMAGEM Administração de medicamentos Infecções adquiridas no hospital Quedas Queimaduras Hemorragias Extubações acidentais Manipulação inadequada de drenos, sondas e cateteres INJEÇÕES INSEGURAS Estima-se que são dadas 16 bilhões de injeções por ano nos países em desenvolvimento; Cerca de 40% deste total reutilizam seringas e agulhas não esterilizadas (70% em alguns países); Descarte inseguro - pode levar à revenda de equipamentos usados no mercado negro; Abscessos nos pacientes/doentes e perfuração acidental em profissionais de saúde são eventos adversos comuns. TRANSFUSÃO DE SANGUE E MEDICAMENTOS FALSIFICADOS 5 - 15% das infecções por HIV nos países em desenvolvimento são atribuídas ao uso de sangue inseguro; Riscos de transmissão com sangue inseguro: hepatite B e C, sífilis, malária, Doença de Chagas e Febre do Nilo Ocidental; Medicamentos falsificados respondem por até 30% das medicações consumidas nos países em desenvolvimento. QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL INSUFICIENTE Falta de conhecimento e habilidades, fadiga e pressão por produtividade aumentam o risco de erros no cuidado de saúde; Há um déficit de 2,4 milhões de profissionais de saúde em 57 países, sobretudo na África (WHO, 2006). ERROS DE MEDICAÇÃO Importante causa de eventos adversos em hospitais nos países desenvolvidos; Cerca de 1 em cada 10 pacientes/doentes sofre evento adverso (EUA); Cerca de 1/3 é evitável (EUA) - Um erro de medicação por paciente/doente por dia (EUA). CONTRIBUINTES AO ERRO Fatores associados aos profissionais - comportamento, comunicação, desempenho; Fatores associados ao sistema - ambiente de trabalho; Fatores externos - fora do controle da organização; Paciente/doente - não aderência ao tratamento/condutas. CIRURGIAS SEGURAS Estima-se que a cada ano sejam realizados no mundo cerca de 230 milhões de procedimentos cirúrgicos de maior complexidade; Esses procedimentos podem resultar em mortes e outras complicações; Dentre intervenções possíveis, a lista de verificação de segurança cirúrgica tem sido um recurso importante para redução do risco. MUDANÇAS NO SISTEMA Eliminar as apresentações medicamentosas com doses múltiplas nos postos de enfermagem/salas de trabalho (taxa de erro = 11%); Eliminar a necessidade de cálculo e de preparo de doses de medicações pela enfermagem (taxa de erro = 21%); Todos os cálculos e todas as medicações devem ser preparadas por farmacêuticos; Todas as medicações devem ser fornecidas na dose unitária; Sistema de conferência por código de barras. 10 PASSOS PARA UMA ASSISTÊNCIA SEGURA 1) IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE - Falhas na identificação do paciente podem resultar em erros: administração de medicamentos, durante a transfusão de hemocomponentes, em testes diagnósticos, procedimentos realizados em pacientes errados e/ou em locais errados, entrega de bebês às famílias erradas, etc. MEDIDAS SUGERIDAS NA IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 1. Enfatize a responsabilidade dos profissionais de saúde na identificação correta de pacientes; 2. Incentive o uso de pelo menos dois identificadores (ex.: nome e data de nascimento). Em pediatria, é também indicada a utilização do nome da mãe da criança; 3. Desenvolva protocolos para identificação de pacientes com identidade desconhecida, comatosos, confusos ou sob efeito de ação medicamentosa; 4. Desenvolva formas para distinguir pacientes com o mesmo nome. 10 PASSOS PARA UMA ASSISTÊNCIA SEGURA 2) HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 1. Antes e após o contato com o paciente; 2. Antes e após a realização de procedimentos assépticos; 3. Após contato com material biológico; 4. Após contato com o mobiliário e equipamentos próximos ao paciente. PONTOS DE ATENÇÃO 1. Lave as mãos com água e sabão quando visivelmente sujas, contaminadas com sangue ou outros fluidos corporais; 2. Use preferencialmente produtos para higienização das mãos à base de álcool para antissepsia rotineira, se as mãos não estiverem visivelmente sujas. PONTOS DE ATENÇÃO 3. Lave as mãos com água e sabão, com antisséptico ou as higienize com uma formulação alcoólica antes e após a realização de procedimentos; 4. O uso de luvas não substitui a necessidade de higienização das mãos. 10 PASSOS PARA UMA ASSISTÊNCIA SEGURA 3) CATETERES E SONDAS: Conexões corretas Infusão de soluções em vias erradas, como soluções que deveriam ser administradas em sondas enterais serem realizadas em cateteres intravenosos, devido a possibilidade de conexão errada, é um evento frequente; MEDIDAS GERAIS – MANUSEIOS DE CATETERES E SONDAS 1. Oriente os pacientes e familiares a não manusear os dispositivos, não realizar conexões ou desconexões, e que sempre solicitem a presença do profissional de enfermagem; 2. Identifique cateteres arteriais, venosos, peridurais e intratecais com cores diferentes para garantir o manuseio seguro; 3. Evite a utilização de injetores laterais nos sistemas arteriais, venosos, peridurais e intratecais; 4. Realize a higienização das mãos antes de manipular os sistemas de infusão. 10 PASSOS PARA UMA ASSISTÊNCIA SEGURA 4) CIRURGIAS SEGURAS: Reduzir a possibilidade de ocorrência de danos ao paciente, promovendo a realização do procedimento certo, no local e paciente corretos; A utilização de listas de verificação (check-list) pode trazer vantagens. Estimular a cultura de segurança do paciente, implantando a lista de verificação recomendada pela OMS, que define três fases distintas: - Checar imediatamente antes (sign in - realizado antes da indução anestésica); - Checar antes (time out - realizadoantes da incisão na pele); - Checar depois (sign out - realizado antes de o paciente sair da sala de cirurgia). PONTOS DE ATENÇÃO 1. A marcação cirúrgica deve ser clara e sem ambiguidade, devendo ser visível mesmo após o paciente preparado e coberto; 2. O local é marcado em todos os casos que envolvam lateralidade (direito/esquerdo), múltiplas estruturas (dedos das mãos/pés, lesões) ou múltiplos níveis (coluna vertebral); 3. Se houver recusa do paciente em demarcar determinada região, ou o paciente não estiver orientado, a instituição deverá adotar mecanismos que assegurem o local correto, a intervenção correta e o paciente correto. 10 PASSOS PARA UMA ASSISTÊNCIA SEGURA 5) SANGUE E HEMOCOMPONENTES: A infusão só poderá ocorrer após a confirmação da identidade do paciente e sua compatibilidade com o produto; MEDIDAS SUGERIDAS – SANGUE E HEMOCOMPONENTES 1. Confirme a identificação do paciente, antes da sua administração (duas vezes antes de iniciar a infusão); 2. Administre sangue ou hemocomponentes provenientes de bancos de sangue que realizem testes de identificação de doenças transmitidas pelo sangue (HIV, hepatite, sífilis) e mantêm controle de qualidade dos seus produtos quanto a coleta, análise, preparo, armazenamento e transporte; 3. Mantenha o sangue e alguns componentes por no máximo 30 minutos em temperatura ambiente antes de iniciar a infusão 10 PASSOS PARA UMA ASSISTÊNCIA SEGURA 6) PACIENTE ENVOLVIDO COM SUA SEGURANÇA Desenvolver um ambiente que proporcione cuidados centrados no paciente, tornando-o, bem como seus familiares, agentes ativos na busca de sua segurança, promovendo o interesse, motivação e satisfação com o cuidado prestado. 10 PASSOS PARA UMA ASSISTÊNCIA SEGURA 7) COMUNICAÇÃO EFETIVA Existem diversas formas de comunicação, como verbal, não verbal, escrita, telefônica, eletrônica, entre outras, sendo fundamental que ocorra de forma adequada permitindo o entendimento entre as pessoas. MEDIDAS SUGERIDAS – COMUNICAÇÃO EFETIVA I – Passagem de plantão Transmita informações sobre o paciente em ambiente tranquilo, livre de interrupções e com tempo disponível para esclarecer as dúvidas do outro profissional; Comunique as condições do paciente, os medicamentos que utiliza, os resultados de exames, a previsão do tratamento, as recomendações sobre os cuidados e as alterações significativas em sua evolução; Informe sobre os procedimentos realizados e, no caso de crianças, qual familiar acompanhou sua realização. MEDIDAS SUGERIDAS – COMUNICAÇÃO EFETIVA II – Registro em prontuário 1. Verifique se os formulários onde estão sendo realizados os registros são do paciente; 2. Coloque data e horário antes de iniciar o registro da informação; 3. Registre as informações em local adequado, com letra legível e sem rasuras. PONTOS DE ATENÇÃO 1. Recomenda-se a padronização dos instrumentos para o registro das informações e dos métodos de comunicação entre os profissionais; 2. A gravidade do paciente e a complexidade dos cuidados favorecem a ocorrência de erros de omissão ou de distorção da comunicação entre os profissionais, comprometendo, assim, a segurança do paciente; 3. O paciente tem o direito de conhecer os registros realizados em seu prontuário clínico. 10 PASSOS PARA UMA ASSISTÊNCIA SEGURA 8) PREVENÇÃO DE QUEDA: Idade menor que 5 anos ou maior que 65 anos Agitação/confusão Déficit sensitivo Distúrbios neurológicos Uso de sedativos Visão reduzida (glaucoma, catarata) 8) PREVENÇÃO DE QUEDA: Dificuldades de marcha Hiperatividade Mobiliário (berço, cama, escadas, tapetes) Riscos ambientais (iluminação inadequada, pisos escorregadios, superfícies irregulares) Calçado e vestuário não apropriado Bengalas ou andadores não apropriados 10 PASSOS PARA UMA ASSISTÊNCIA SEGURA 9) PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO 1. Grau de mobilidade alterado; 2. Incontinência urinária e/ou fecal; 3. Alterações da sensibilidade cutânea; 4. Alterações do estado de consciência; 5. Presença de doença vascular; 6. Estado nutricional alterado. MEDIDAS GERAIS – ÚLCERAS DE PRESSÃO 1. Avaliar o risco do paciente para desenvolvimento de úlceras por pressão na admissão em qualquer serviço de saúde e reavaliações periódicas; 2. Proteger a pele do paciente do excesso de umidade, ressecamento, fricção e cisalhamento; 3. Manter os lençóis secos, sem vincos e sem restos alimentares; MEDIDAS GERAIS – ÚLCERAS DE PRESSÃO 4. Utilize dispositivos de elevação, rolamentos ou lençóis ao realizar a transferência do paciente da cama para a maca, da cama para a poltrona, entre outras; 5. Hidrate a pele do paciente com cremes à base de ácidos graxos essenciais; (ATENÇÃO) 6. Realize mudança de decúbito 10 PASSOS PARA UMA ASSISTÊNCIA SEGURA 10) SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA: 1. Consultar o manual do fabricante de qualquer equipamento; 2. Simular o funcionamento normal do aparelho, desconecte o plugue da tomada e verifique se o alarme de bateria começa a soar; 3. Efetuar limpeza programada do equipamento e/ou sempre que necessário; 4. Verificar as condições do equipamento, data de manutenção, programação preventiva e calibração do equipamento. POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE Portaria GM Nº 529, de 01 de abril de 2013. Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) – todos os estabelecimentos de saúde deverão implantar seus programas em território nacional. Portaria GM nº 1377, de 09 de julho de 2013: MS aprovou os Protocolos de Cirurgia Segura, Prática de Higiene das mãos e Ulcera por Pressão. REDE SENTINELA CONCEITO EM TRANSFORMAÇÃO Não faz sentido punir as pessoas por cometerem erros. Você pode reduzir os erros por meio de melhorias no sistema. NOTIFICAÇÕES - PNSP
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