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Texto Original do Desafio 1 2 "Saúde" é um termo complexo que traduz todas as formas de bem estar do homem, as quais 3 são dependentes de um delicado relacionamento deste com seu meio ambiente, bem como 4 consigo mesmo. Para entender a saúde, de doença e de doentes, você tem que procurar conhecer 5 o grande palco onde a vida atua: a natureza. A Biofísica é uma área de conhecimento 6 interdisciplinar que tem como objetivo o estudo de fenômenos físico-biológicos que envolvem 7 organismos vivos e comportamentos resultantes dos vários processos da vida. Seu aprendizado 8 exige conhecer outras ciências, dentre as quais a física tem um papel fundamental, porque a 9 aplicação de suas leis, princípios e metodologias permite explicar muitos dos 10 fenômenos estudados. 11 A Termodinâmica estuda as interações entre a matéria e o calor. O "calor" é um conceito 12 clássico da física sobre energia, que nasceu da nossa percepção térmica. Lavoisier, um 13 termoquímico, concluiu que nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Com essa frase 14 famosa, Lavoisier indicou que o calor deve se transformar em outras formas de energia. Uma 15 vez que o calor é uma das então consideradas "formas de energia" (assim como a energia 16 elétrica, a magnética e a mecânica são outras formas), podemos concluir que a Termodinâmica 17 estuda as interações entre a matéria e a energia ao longo do tempo. A energia é definida como a 18 capacidade de gerar trabalho ou transformação em um sistema qualquer. A energia, por 19 natureza, pode ser transferida de um corpo a outro, de um sistema a outro e diversas formas. Já 20 um trabalho é um processo e não uma propriedade de um sistema, que se traduz no processo de 21 transferência de energia de um sistema para outro. De acordo com a primeira lei da 22 Termodinâmica (que é também chamada de lei da conservação de energia), o enunciado 23 clássico é: a energia nunca se perde, nunca se cria, sempre se transforma. Ou seja, se injetarmos 24 uma determinada quantidade X de energia em um sistema, esse sistema deverá liberar 25 exatamente essa quantidade X de energia para outro sistema, seja em forma de trabalho, seja em 26 forma de calor. Levando em consideração apenas os princípios da Termodinâmica, já podemos 27 concluir que os seres vivos são sistemas abertos, pois são capazes de trocar energia, matéria, 28 entre outros, com outros sistemas de forma significativa para ocorrerem influências 29 transformadoras entre si. 30 Um segundo ponto importante estudado na disciplina biofísica está relacionado às 31 membranas biológicas. As células constituem-se nas unidades morfofuncionais dos organismos 32 vivos, daí a grande importância dada à análise dos aspectos celulares no estudo das ciências 33 biologias e da saúde, sejam seus aspectos estruturais químicos e, claro, também seus aspectos 34 físicos. Dentre os aspectos físicos ligados às funções celulares destacam-se os potenciais de 35 membrana. Estes revelam-se como a diferença de potencial elétrico entre as faces da membrana 36 plasmática, meio intracelular e meio extracelular. Para a real compreensão de como as células 37 são capazes de manter ou mudar seu potencial de Membrana, e a devida importância deste 38 potencial nas suas funções, se faz necessário o entendimento de dois aspectos preliminares aos 39 próprios potencias: os conceitos iniciais de eletricidade, os quais nos permitirão entender a real 40 interferência das cargas no movimento dos íons; bem como o próprio movimento destes íons e 41 da água. Existem dois tipos de carga elétrica, positiva e negativa, e o princípio básico da 42 interação das cargas elétricas diz que cargas opostas se atraem, cargas iguais se repelem. 43 O transporte através da membrana celular, seja diretamente, através de canais ou poros na 44 membrana plasmática ou por meio das proteínas carreadoras, como a sódio/potássio ATPase, 45 concorrem para manter uma distribuição assimétrica entre os meios intra e extracelular. A 46 difusão (também chamada de transporte passivo) ocorre de uma região de maior concentração 47 para outra de menor concentração; em outras palavras, de onde tem mais para onde tem menos 48 na procura do equilíbrio de concentração. Ainda podemos definir difusão como movimento 49 aleatório de substâncias, molécula a molécula, seja pelos espaços intermoleculares da 50 membrana, seja em combinação com uma proteína carreadora. Já o transporte ativo é realizado 51 com gasto de energia, principalmente do ATP, produzindo o movimento contrário ao transporte 52 passivo, ou seja conduz a substâncias para o meio mais concentrado na tentativa de manter o 53 desequilíbrio de concentração. Como o transporte ativo ocorre contra o gradiente de energia, de 54 um estado de baixa concentração para um de alta concentração, é um processo que exige fonte 55 adicional de energia. 56 Quando um íon apresenta uma diferença de concentração através da membrana, a força 57 difusional associada pode ser neutralizada por uma força elétrica, ou seja, o movimento do íon 58 depende tanto do gradiente de concentração e quanto da atração ou repulsão que podem ocorrer 59 da relação entre a carga predominante do meio e a carga do íon. Assim, aplicando uma diferença 60 de potencial (DP) através da membrana, o fluxo iônico resultante pode ser anulado ou 61 aumentado. A esta DP, que anula o fluxo iônico, demos o nome de potencial de equilíbrio 62 eletroquímico do íon, e quando a DP é capaz apenas de modificar, aumentando ou diminuindo o 63 fluxo difusional, temos um gradiente eletroquímico, onde deve ser levado em consideração tanto 64 a diferença de concentração, quanto a carga elétrica. Desta forma, podemos dizer que um íon 65 movimenta-se de acordo com o seu gradiente eletroquímico, onde consideramos, além do 66 gradiente de concentração, o gradiente elétrico entre os meios e a própria carga do íon. 67 As células vivas caracterizam-se por manter um potencial negativo no citoplasma, gerando 68 uma diferença de potencial elétrico (DP) através da membrana plasmática. Os principais fatores 69 para a ocorrência deste potencial, denominado potencial de repouso, são a distribuição 70 assimétrica de sódio e potássio através da bomba de sódio e potássio e a presença de substâncias 71 negativas, como proteínas aniônicas, no interior da célula conferindo um curto excesso de 72 cargas negativas ao meio intracelular. 73 O potencial de ação é um sinal elétrico em propagação para conduzir uma informação. É 74 propagado ao longo da membrana das células nervosas, neurônios, passando de uma célula a 75 outra através das sinapses nervosas, e ainda propaga-se nas células musculares promovendo sua 76 contração. Quando uma célula recebe um estímulo adequado, o potencial de repouso de sua 77 membrana, em determinada região, é alterado atingindo um potencial denominado de limiar 78 excitatório. Nesta situação, a membrana abrirá seus canais iônicos. Os canais abertos pela 79 variação da voltagem do repouso até o limiar excitatório são chamados de canais voltagem- 80 pendentes, justamente por eles serem ativados pela variação da voltagem. Estes canais podem 81 ser de vários íons, por exemplo, canais voltagem-dependentes de sódio ou canais voltagem-82 dependentes de potássio. Assim, o potencial de ação inicia-se quando o estímulo adequado 83 promove o limiar excitatório, abrindo os canais voltagem-dependentes. Tal evento promove a 84 entrada de sódio bem além do que a bomba pode retirá-lo. Desta forma, a célula vai ganhando 85 carga positiva até que o meio intracelular tenha a mesma carga do extracelular, é a 86 DESPOLARIZAÇÃO. Após a despolarização, o sódio continua a entrar, isto leva o meio 87 intracelulara ficar com carga positiva, enquanto o meio extracelular, que perdeu sódio fica com 88 carga negativa, trata-se da INVERSÃO da polaridade. Logo que ocorre a inversão, os canais 89 voltagem-dependentes de sódio são fechados, abrindo-se os canais voltagem-dependentes de 90 potássio. Este íon passa a sair levando carga positiva para o meio extracelular, restabelecendo a 91 polaridade. Trata-se da REPOLARIZAÇÃO. 92 À respeito da biofísica da visão, podemos dizer que o globo ocular, é o responsável por 93 captar a luz refletida pelos objetos à nossa volta, e coordenar a sua passagem até a imagem ser 94 formada. É composto por uma sequência de meios transparentes: a córnea, o humor aquoso, 95 humor vítreo e cristalino, fazendo com que a luz sofra o fenômeno da refração, atingindo 96 primeiramente a córnea, o meio mais externo do olho. Nesse momento, a íris é responsável por 97 controlar a quantidade de luz que atravessa o olho, e alterar o tamanho da pupila, ou seja, o 98 tamanho do orifício que permite a entrada de luz. Com a dilatação da pupila, ocorre um aumento 99 da entrada de luz, já com a contração da pupila, ocorre uma diminuição da entrada de luz. Por 100 isso, em um ambiente escuro, o tamanho da pupila aumenta e, em um ambiente claro, seu 101 tamanho diminui. Imediatamente, a luz atravessa o humor aquoso, penetra pela pupila, e atinge 102 o cristalino, o qual funciona como uma lente convergente, convergindo os raios luminosos para 103 um determinado ponto focal na retina, permitindo que a imagem se forme. A retina é uma 104 película extremamente sensível à luz, e é sobre a ela que se formará a imagem. As imagens 105 formadas sobre a retina são reais, invertidas e menores que o objeto, e estas logo são 106 transformadas por células fotossensíveis em impulsos nervosos, e direcionadas através de 107 nervos ópticos para o córtex cerebral, onde ocorre o processamento das imagens registradas, 108 bem como a sensação visual. No cérebro, também ocorre uma conversão das imagens, 109 transformando-as em uma posição normal. 110 O cristalino possui uma elasticidade que o permite alterar a sua forma, tornando-se mais, ou 111 menos convergente, contribuindo também para sua acomodação, a qual é muito importante na 112 formação de imagens de diferentes distâncias. Quando o objeto está distante, a imagem formada 113 é correspondente a um relaxamento dos músculos ciliares (músculos que circundam o 114 cristalino), já se o objeto está próximo, a imagem é derivada de uma tensão destes músculos. 115 Por isso, quando se passa um longo período olhando apenas para objetos muito próximos, como 116 por exemplo, quando estamos escrevendo ou lendo, devemos em certos momentos, desviar o 117 olhar para objetos mais distantes, como uma forma de descontrair os músculos ciliares e 118 “descansar a vista”. 119 Na região da retina, além da formação das imagens, ocorre também, a percepção das cores, 120 por meio das células fotossensíveis presentes em sua composição, denominadas bastonetes e 121 cones. Bastonetes são altamente sensíveis à luz, sendo mais estimulados à noite, por não 122 necessitarem de muita luz para o funcionamento, porém são incapazes de distinguir luzes de 123 diferentes cores, (razão, pela qual na penumbra, vemos os objetos, mas não conseguimos 124 distinguir suas cores). Já os cones são menos sensíveis à luz, porém são eles que permitem uma 125 visão em cores. 126 Existem três grupos de cones, estabelecidos de acordo com suas sensibilidades em relação a 127 determinadas cores. A estimulação combinada desses cones é capaz de produzir a extensa gama 128 de cores que conseguimos enxergar, através do processo de adição de cores, realizado pelo 129 cérebro. Entretanto, nunca se sabe se todas as pessoas enxergam uma determinada cor de uma 130 mesma maneira, pois toda cor, também é resultado de uma interpretação do cérebro aos sinais 131 luminosos. 132
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