Buscar

DIREITO CIVIL IV CASO3

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL IV - CCJ0015 Título SEMANA 3 
 
Descrição Caso Concreto: Marcelo move ação reivindicatória em face de Rodrigo em 2015, afirmando ser 
proprietário de determinado imóvel, desde 2012. Porém, deixa de instruir a inicial com a escritura pública 
devidamente registrada, eis que não a possui. 
Rodrigo apresenta contestação na qual sustenta deter a posse do imóvel desde 2008, posse que lhe fora transmitida 
com a morte de sua mãe, possuidora mansa e pacífica do imóvel, desde 1998, com justo título e animus domini. 
Alega Rodrigo, em seu favor, a exceção de usucapião, requerendo a improcedência do pedido com o 
reconhecimento da prescrição aquisitiva, invocando, alternativamente, o direito de retenção por benfeitorias úteis, 
e protestando por prova testemunhal. Em audiência de conciliação considerou o magistrado estar comprovada a 
matéria de direito, inexistindo matéria de fato a ser considerada. 
Denega a produção de provas testemunhal e profere sentença de procedência do pedido inicial, sob os seguintes 
argumentos: 
a) que não cabe discussão acerca da posse ad usucapionem e que restou comprovado o domínio do autor; 
b) que, por ser a posse um estado de fato, não é possível a sua transmissão; 
c) que não cabe o direito de retenção por benfeitorias, pois se trata de possuidor de má fé. 
Diante do caso concreto, pergunta-se: 
1. Como advogado de Rodrigo, que direitos sustentaria para fundamentar sua defesa? 
Rodrigo tem direito ao uso capião ordinário. 
 Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imó vel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo 
título e boa-fé, o possuir por dez anos. 
 Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, 
onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada 
posteriormente, desde q ue os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado 
investimentos de interesse social e econômico. 
 
2. Sem discutir a questão da usucapião, terá Emerson direito à posse do bem? Por quê? 
Não, pois não possui nenhum documento que comprove a propriedade do bem. 
 
3. Como fica o direito de retenção por benfeitorias? 
Como trata-se de possuidor de m á f é terá direito tão somente a indenização pelo valor das benfeitorias 
necessárias, não lhe sendo assegurado o direito de retenção. 
 Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, 
quanto às voluptuárias, se não lhe f orem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e 
poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. 
 
4. E o direito aos frutos? 
O possuidor de má fé terá que indenizar o possuidor pelos frutos colhidos, só lhe assistindo o direito à 
indenização pelas despesas de custeio. Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos 
percebidos. Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de 
deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com 
antecipação. 
 
Questão objetiva 1: O possuidor de má fé: 
(a) Não tem direito à indenização independentemente do tipo de benfeitoria que tenha realizado no imóvel. 
(b) Tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e das úteis, mas só pode reter o imóvel em razão das 
necessárias. 
(c) Tem direito à indenização só das benfeitorias necessárias, mas não tem direito de retenção do imóvel. 
(d) Tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e das úteis sem direito de retenção do imóvel. 
(e) Tem direito à indenização só das benfeitorias necessárias com direito de retenção do imóvel. 
 
Questão objetiva 2: Assinale a alternativa incorreta: 
(a) O possuidor tem direito de ser mantido na posse em caso de turbação. 
(b) Considera-se possuidor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse 
em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções. 
(c) O Código Civil reconhece como injusta a posse que for violenta, clandestina ou precária. 
(d) A posse poderá ser desmembrada em direta e indireta.

Outros materiais

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes