Buscar

RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR
ALUNA: LUCIANNY RODRIGUES DA SILVA
PROFESSOR: ALÍRIO FERNANDO BARBOSA
A RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR
SALVADOR
2015
Responsabilidade Civil do Transportador
Os transportes terrestres e os aeronáuticos, bem como os marítimos, evoluíram bastante nos últimos cem anos. Em contrapartida, houve aumento do risco e o agravamento das situações de dano (responsabilidade civil aquiliana).
Contrato de Transporte: 
É o negócio jurídico bilateral, consensual e oneroso, pelo qual uma das partes (transportador ou condutor) se obriga a, mediante remuneração, transportar pessoa ou coisa a um destino previamente convencionado. São duas as espécies: transporte de coisas (arts. 743 a 756) e transporte de pessoas (arts. 734 a 742).
O preço pago ao transportador será o “frete ou porte”, (transporte de coisas); e “valor da passagem”, (transporte de pessoas).
Transporte de Coisas ou Mercadorias (Direitos e Obrigações das Partes Envolvidas):
Obrigações do remetente: entrega da mercadoria em condições de envio; pagamento do preço convencionado, ressalvada se o destinatário o adimplir; acondicionamento da mercadoria; declaração do seu valor e da sua natureza; recolhimento tributário pertinente; respeito às normas legais em vigor (somente expedir mercadorias de trânsito admitido no Brasil);
Obrigações do transportador: receber a coisa a ser transportada no dia, hora, local e modo convencionados; empregar diligência total no transporte da mercadoria posta sob a custódia; seguir itinerário ajustado, ressalvados caso fortuito e força maior; entregar a mercadoria ao destinatário da mesma, mediante apresentação do respectivo documento comprobatório de sua qualidade de recebedor (conhecimento de transporte); respeito às normas legais em vigor no sentido de (somente expedir mercadorias de trânsito admitido no Brasil);
Consoante Silvio Venosa: “Cabe ao transportador permitir o desembarque da mercadoria, mediante a apresentação do conhecimento, (documento derivado do próprio contrato, que contém os dados necessários de identificação da mercadoria (art. 744, CC), salvo tratar-se de mercadoria sujeita a transporte sob regulamentação especial ou de endossatário em penhor (art. 106, Dec. Nº 51.813/63).
Se houver variação do destino da carga ou stoppage in transitu, o transportador poderá pedir reajuste do frete. Caso não haja acordo, cumprirá o transporte entregando a coisa no destino primitivo.
Isto posto, a responsabilidade civil do transportador, no que concerne a coisas ou mercadorias, trata-se de responsabilidade de natureza contratual, onde o transportador, ao assumir a obrigação, arca com o dever de levar a coisa até o local de destino, em seu perfeito estado de conservação e devidamente protegida (obrigação de resultado). Refere-se a uma atividade de consumo (CDC). Trata-se de responsabilidade civil objetiva.
Convém salientar que a responsabilidade civil do transportador é limitada ao valor constante do conhecimento, sendo, portanto, vedada eventual indenização suplementar, em caso de extravio ou destruição da mercadoria. Porém, se o destinatário comprovar prejuízo sofrido a maior em detrimento de não receber a coisa (deixar de celebrar um negócio já acertado, em minuta de contrato), poderá exigir indenização superior ao valor constante do conhecimento (lucro cessante), (restituição integral do dano – art. 750, CC).
Segundo Venosa: “O transportador responderá por perdas e avarias na coisa, desde que não se atribua o risco ao remetente”.
Destaca-se, por oportuno, a isenção de responsabilidade do transportador pelo mau acondicionamento da mercadoria pelo remetente, inexistindo responsabilidade do transportador pelo dano. Não há que se falar em responsabilidade do transportador que mesmo ciente do mau condicionamento da carga, prosseguiu com a viagem, uma vez que, o descarregamento e novo carregamento da mercadoria demandaria mão de obra de várias pessoas, caso impossível na estrada. (TJ – MS).
Ressalta-se ineficaz cláusula contratual de não indenizar, no contrato de transporte (coisas ou pessoas), pois o transporte não pode eximir-se de sua responsabilidade, o que estaria contrariando o CDC. Bem como limitação no valor indenizatório a menor (inferior ao quantum correspondente ao dano sofrido – abusiva, ilegal, e inconstitucional, pois ferir-se-ia o princípio da dignidade da pessoa humana.
Transporte de Pessoas
O transportador tem o dever de levar o passageiro a salvo e em segurança até seu local de destino (responsabilidade objetiva do transportador – atividade de risco – art. 927, CC), conforme estatui o art. 734, CC.
“Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.”
Consoante a Súmula 187, do Supremo Tribunal Federal: “A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, não é elididade por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.” Exemplo de ex empregado de companhia de viação, que resolve folgar alguns componentes da roda do ônibus, causando um grave acidente, com o intuito de prejudicar seu antigo patrão. No aludido caso, o proprietário da empresa não poderá alegar fato de terceiro a fim de eximir-se da obrigação indenizatória, uma vez que somente a culpa exclusiva da vítima, bem como a ocorrência de evento fortuito excluiriam o dever de indenizar.
No tocante ao assalto, vale ressaltar conforme a jurisprudência, ser um excludente da responsabilidade do transportador. O sujeito passivo do assalto, portanto, não poderá exigir indenização pelos prejuízos do caso fortuito, uma vez que não há causalidade entre o roubo e o contrato de transporte, sendo o Estado o responsável pelo oferecimento da segurança pública (art. 144, CF). Exceto se a empresa se expuser negligentemente ao perigo, em virtude de atuação negligente de seu preposto – motorista, deixando de empregar as precauções necessárias (ônibus que parou em local inseguro)
Transporte Gratuito: É aquele de mera cortesia, a carona desinteressada, por amizade ou outro sentimento íntimo.
Consoante a responsabilidade civil do transportador aéreo pelo atraso de voo e pelo extravio de bagagem ou carga, convém saliente que por se tratar de atividade de risco sua responsabilidade civil será objetiva.

Outros materiais