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As Filosofias da Existência
Existimos – a que será que se destina? 
Cajuína – Caetano Veloso
O existencialismo é um conjunto de tendência filosóficas do século XX com uma visão dramática da existência humana (condição específica do homem concreto como ser do mundo). O homem representa uma realidade aberta, inacabada, “lançada” no mundo. A vida humana, não é uma caminho linear para o êxito. Frequentemente é marcada pelo sofrimento, pela angustia, pelo desespero.
Filósofos Inspiradores do Existencialismo
As filosofias da existência propriamente dita surgiu no século XX, mas sofreram grande influencia de filósofos do período anterior. Destacamos Soren Aabye Kierkegaard. 
Soren Aabye Kierkegaard (1813 – 1855)
“A angústia é a vertigem da liberdade”.
Escritor, filósofo e teólogo dinamarquês, nasceu em Copenhague. Estudou teologia na Universidade de Copenhague e frequentou seminários de filosofia. Após receber uma considerável herança do pai decidiu dedicar a vida a filosofar.
Sua filosofia se desenvolveu em reação ao pensamento idealista alemão que dominou a Europa continental em meados do século XIX. Queria refutar particularmente a ideia de sistema filosófico completo de Georg Hegel (que definia a humanidade como parte de um desenvolvimento histórico inevitável) por meio da defesa de uma abordagem mais subjetiva. Desejava investigar o que “significa ser um ser humano”, não como parte de um sistema filosófico, mas como indivíduo autônomo. Acreditava que nossas vidas são determinadas por ações, as ações determinadas por escolhas, e o modo de fazer essas escolhas é crucial. 
Kierkegaard foi o primeiro a descrever a angústia como experiência fundamental do ser livre ao se colocar em situação de escolha. Para ele as relações do homem com o mundo são denominadas angústias, sentimento profundo que temos ao perceber a instabilidade de viver num mundo de acontecimentos possíveis, sem garantia de que nossas expectativas sejam realizadas. Já relação do homem com sigo mesmo é marcada pela inquietação e pelo desespero, por duas razões: ou porque o homem nunca está plenamente satisfeito com as possibilidades que realizou, ou porque não conseguiu realizar o que pretendia, esgotando os limites do possível e fracassando diante de suas expectativas. E a relação com Deus seria talvez a única via para a superação da angústia e do desespero, contudo, é marcada pelo paradoxo de compreendermos pela fé o que é incompreensível pela razão.
Diferente de outros pensadores posteriores, ele não abandonou sua fé em Deus, mas foi o primeiro a reconhecer a percepção da autoconsciência e o medo, da liberdade absoluta. 
Suas ideias pioneiras foram rejeitadas por seus contemporâneos, mas foi influente nas gerações posteriores. Sua insistência na importância da liberdade de escolha e em nossa contínua busca por significado e propósito, forneceu a estrutura para o existencialismo, sendo assim considerado pai do existencialismo.
Fenomenologia
Fenomenologia é a abordagem da filosofia que investiga os objetos da experiência (fenômenos) apenas na medida em que eles próprios se manifestam à nossa consciência, sem fazer qualquer suposição sobre sua natureza como algo independente. Temos como principais Filósofos dessa abordagem, Edmund Husserl e Martin Heidegger. O postulado básico da fenomenologia é a noção de intencionalidade, pela qual toda consciência é intencional, visa algo fora de si. A fenomenologia é uma filosofia da vivência.
Edmund Husserl (1859 – 1938)“A experiência, em sí, não é ciência”.
 
Matemático, astrônomo e filósofo austríaco, nasceu em Morávia. Estudou matemática e astronomia, após o término do doutorado em matemática, dedicou-se a filosofia. Lecionou filosofia na Universidade de Freiburg, até ser proibido de lecionar e perseguido pelos nazistas, por sua origem judaica.
Husserl formulou um método de investigação filosófica conhecido como fenomenologia. A fenomenologia husserliana surgiu primeiramente na atmosfera da matemática. Depois desenvolveu-se na psicologia, filosofia e nas preocupações humanistas dos filósofos existencialistas contemporâneos. Mas sua influência deve ser apontada, do ponto de vista metodológico e não conteúdo, já que seu método, fenomenologia husserliana constitui o método de análise utilizado por existencialistas como Sartre e Heidegger.
Perseguido por um sonho que ocupava a mente dos pensadores desde a época do antigo filósofo grego Sócrates: o sonho da certeza. Ele queria libertar a filosofia de todas as suposições, predisposições e dúvida, e assumiu uma abordagem similar a de René Descartes. Sugeriu que, se adotarmos uma atitude científica em relação a experiência, deixando de lado toda a suposição particular (incluindo a suposição de que um mundo externo existe fora de nós), então podemos começar a filosofar numa lousa limpa, livre de todas as inferências. Chamou essa abordagem de fenomenologia: uma investigação filosófica sobre os fenômenos da experiência. Isto é, daquilo que se manifesta, aparece ou se oferece aos sentidos ou consciência. O sujeito, no método fenomenológico, deve-se orientar pelo fenômeno estudado, sem oferecer resistência e nem se desviar dele. 
Diferentes filósofos que seguiram o método de Husserl chegaram a resultados diferentes: ouve pouca concordância sobre o que era realmente o método ou como se colocaria em prática. O sonho de conferir bases solidas para as ciências tinha acabado. Embora tenha fracassado em fornecer aos filósofos uma abordagem cientifica à experiência ou em solucionar os problemas mais duradouros da filosofia, o método fenomenológico influenciou filósofos posteriores e na construção do existencialismo.
Martin Heidegger (1889 – 1976)
‘O ser não constitui uma consciência separada do mundo, o ser é estourar, é eclodir no mundo.’
 
 
Filósofo alemão, nascido em Messkirch. Aspirante a sacerdote, escolheu se dedicar a filosofia após conhecer os textos de Edmund Husserl, tornando seu discípulo na Universidade de Freiburg, e posteriormente o sucedeu, tornando-se o reitor da universidade. Aderindo ao partido nazista se afastou do seu antigo mestre, que tinha descendência judia.
Embora tenha se preocupado com as questões da existência, se recusava ser enquadrado entre os filósofos existencialistas, argumentando que as suas reflexões acerca da existência são, apenas introdução à análise do Ser, e não propriamente da existência pessoal. Mas sem dúvida inspirou o pensamento dos existencialistas. 
Heidegger criou uma terminologia própria e seguiu o método fenomenológico para discutir e elaborar a sua teoria. O modo de ser do homem, nossa existência, ele denominou de Dasein. Isto é ser-aí, estar-aí, ser-no-mundo. O ser não constitui uma consciência separada do mundo, o ser é “estourar”, é “eclodir” no mundo. Em uma dada uma situação, toma conhecimento do mundo que ele próprio não criou e a qual se acha submetido em primeiro instante, denominado facticidade. Ao superar a facticidade, atinge um estágio superior, o Existenz, a pura existência do Dasein. Essa passagem não é feita sem dificuldade porque, mergulhado na facticidade, tende a recusar seu próprio ser, cujo sentido se anuncia, mas que ainda se acha oculto. Porém o homem sofre a interferência de diversos fatores adversos que o desviam de seu caminho existencial. Trata-se de um confronto do eu com os outros, a qual o homem comum é normalmente derrotado. Seu eu é destruído e se dissolve na massa humana. Em vez de tornar-se si mesmo, tornam-se aquilo que os outros desejam, denominado existência inautêntica. Ao ser aniquilado todas as coisas particulares que o rodeiam, apontando para o nada. O homem sente-se, um ser-para-a-morte. A angustia retira o indivíduo do cotidiano e o conduz ao encontro de si mesmo, ela surge da tensão entre o que ele é e aquilo que ele virá ser, como dono do seu próprio destino.
Se o indivíduo é lançado no mundo de maneira passiva, pode tomar a iniciativa de descobrir osentido da existência nas mais diversas direções, na busca de realizar o seu projeto, denominado transcendência. Nesse processo de transcendência, o indivíduo descobre a temporalidade, pois, ao tentar compreender o seu ser, ele dá sentido ao passado e projeta o futuro. Assim, move uma busca permanente para realizar aquilo que ainda não é, e o existir é construir um projeto, ser é realizar o seu projeto.
Existencialismo 
 “O existencialismo não é, sobretudo, um ateísmo no sentido de empenhar-se para demostrar que Deus não existe. Declara, ao contrário que, mesmo que Deus exista, isso não mudaria nada; este é o nosso ponto de vista. Não quer dizer que creiamos que Deus existe, mas achamos que o problema não é sua existência ou não. O homem precisa encontrar-se ele próprio e convencer-se de que nada poderá salvá-lo de si mesmo, mesmo que houvesse uma prova incontestável da existência de Deus. Nesse sentido, o existencialismo é um otimismo, uma doutrina de ação, e apenas por má-fé é que, confundindo seu próprio desespero com o nosso, os cristãos podem nos chamar de desesperançados.”
O Existencialismo é um Humanismo, ed Vozes, 2010 – Jean-Paul Sartre, p.61 e 62. 
Existem duas espécies de existencialistas: os cristões (ex: Jaspers e Gabriel Marcel) e os ateus (ex: Jean-Paul Sartre). E ambos, cristãos e ateus tem em comum a máxima: “A existência precede a essência”.
Jean-Paul Sartre (1905 – 1980)
 “O homem está condenado a ser livre.”
Filósofo, romancista e teatrólogo francês, nascido em Paris. O mais conhecido filósofo existencialista, mas também é conhecido por suas peças de teatro e romances. Recebeu significativa influencia de Martin Heidegger e a respeito de Soren Aabye Kierkegaard escreveu: “Ao ler Kierkegaard, remonto a mim mesmo; quero captá-lo e é a mim que capto. Soren era de antemão eu, que todavia não existia, uma vez que eu o recomeço em circunstancias distintas.”
Segundo as concepções tradicionais, o ser humano possui uma essência, uma natureza humana universal, da mesma forma que todas as coisas tem essência. Não é essa posição de Sartre, ao contrário das coisas e dos animais, no ser humano “a existência precede a essência”, ou seja, “significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialismo, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para conceber. O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após esse impulso para a existência; o homem não é mais o que ele faz. Tal é o primeiro princípio do existencialismo”. Sartre – O existencialismo é um humanismo, 1970 – p. 216.
Por isso o homem tem como característica específica o não-ser, algo indefinido e indeterminado. Por mesmo motivo, não podemos falar da existência de uma natureza humana universal, mas sim de uma condição humana, isto é, o conjunto de limites a priori que esboçam a sua situação fundamental no universo.
Para Sartre o ser é o que é. Na linguagem sartriana, as coisas e os animais são “em-si”, ou seja, não são capazes de se colocarem “do lado de fora” para se auto examinarem. Já o homem, Sartre define como “para-si”, pensa sobre si mesmo (consciência) e é capaz de “pôr-se fora”. Portanto, o que distingue o homem das coisas e animais é a consciência. 
Para Sartre o homem está “condenado a ser livre”. Não há essência ou modelo para lhe orientar o caminho e que seu futuro encontra-se disponível e aberto. Os valores não são dados nem por Deus nem pela tradição: só ao próprio indivíduo cabe inventá-los. E ao experimentar a liberdade, e ao sentir-se como um vazio, o indivíduo vive a angustia da escolha. Muitos, não suportam essa angústia, fogem, aninhando-se a má-fé. Caracterizada por fingir escolher, imagina que seu destino está traçado, “mente” para si mesmo e simula ser o autor dos seus atos, aceitando sem críticas os valores dados, evitando fazer escolhas pela qual posa se responsabilizar. Ao recusar a liberdade se torna “sujo” (salaud, em francês), desprezando o “para-si” e torna-se “em-si”, perdendo a transcendência e reduzindo a facticidade. Sartre denomina de espírito de serenidade, esse recusa da liberdade para viver no conformismo da respeitabilidade da ordem estabelecida e da tradição.
A filosofia de Sartre une a liberdade com a responsabilidade. Ao fazermos nossas escolhas, criamos um modelo para imaginarmos como a vida deve ser e isso envolve toda a humanidade. Se colocando no limite da ambiguidade por questões da moral.
Karl jaspers
Só nos momentos em que exerço minha liberdade é que sou plenamente eu mesmo: ser livre significa ser eu mesmo...
Karl Jaspers, nasceu em Oldenburg na Alemanha e se formou em medicina na faculdade Heidelberg em 1908, iniciou seus estudos em psiquiatria em 1909. Foi também professor de filosofia. Tinha como interesse juntar as ciências naturais e as ciências humanas, estudando assim a psicopatologia. 
Através de uma solicitação feita por Wilmanns - um dos estudiosos que pertencia ao corpo clínico e propiciava o fecundo ambiente de debates na clínica psiquiátrica daquela universidade) – Jaspers lançou em 1913 sua obra chamada Allgemeine Psychopathologie (Psicopatologia geral).
	Através dessa obra foi marcado o início da psicopatologia isolado do campo da psiquiatria. Jaspers propôs um modelo de psicopatologia geral, que na sua visão, poderia atender às aspirações científicas (Rodrigues, 2005). Nas palavras de Jaspers, na introdução de Psicopatologia Geral:
“A prática da profissão psiquiátrica se ocupa sempre do indivíduo humano todo (...). Aqui, todo o trabalho se relaciona com um caso particular. Não obstante, para satisfazer as exigências decorrentes dos casos particulares, o psiquiatra lança mão, como psicopatólogo, de conceitos e princípios gerais”. (Jaspers, Psicopatologia Geral. 1913/1987, p. 11).
	Para o autor, o campo da psiquiatria é voltado para casos individuais, e já a psicopatologia, tratado como uma ciência, se aprimora no domínio dos conceitos e das regras gerais, buscando experiências. 
“O objeto da psicopatologia é o acontecer psíquico realmente consciente. Queremos saber o que os homens vivenciam e como o fazem. Pretendemos conhecer a envergadura das realidades psíquicas. E não queremos investigar apenas as vivências humanas em si mas também as condições e causas de que dependem os nexos em que se estruturam, as relações em que se encontram e os modos em que, de alguma maneira, se exteriorizam objetivamente”. (Jaspers, 1913/1987, p. 13).
	Jaspers entendia que o ser humano é diferente do animal, já que o espírito e a alma procedem sobre as doenças psíquicas. A alma torna-se, segundo ele, objetiva pelo que é cognoscível no mundo: fenômenos somáticos, expressões, comportamentos e ações, bem como na linguagem.
Sua psicopatologia geral distingue quatro grupos de fatos a serem estudados: os fenômenos vividos (consciência), o rendimento objetivo (apreensão, memória e inteligência), os fenômenos somáticos e as objetividades de sentido (estruturas de percepção). Na perspectiva destes fenômenos, a expressão dos pacientes com relação aos seus sintomas se dá pela descrição do espaço e tempo e a consciência do corpo e da realidade (Moreira, 2011. A contribuição de Jaspers).
Para desenvolver o seu método fenomenológico na psicopatologia, Jaspers toma como base o primeiro Husserl – o da “psicologia descritiva”– que foi interpretado por ele como uma fenomenologia descritiva. Jaspers se restringe à etapa descritiva como a etapa inicial para que se possa atingir o fenômeno subjetivo. Seu objetivo era garantir a cientificidade da compreensão dos sintomas subjetivos.
Assim, a fenomenologia surge, para ele, como um método visado para responder às necessidades de cientificidade para a psico(pato)logiae, ao mesmo tempo, atender ao imperativo de não exclusão ao verdadeiro objeto de estudo destas disciplinas: a experiência subjetiva (Rodrigues, 2005, p. 764).
O existencialismo concede, de acordo com Jaspers, o âmbito no qual se dá todo o saber e todo o descobrimento possível. Por isso a filosofia da existência vem a constituir-se numa metafísica. A existência, em qualquer de seus aspetos, é precisamente o contrário de um "objeto", pois pode ser definida como "o que é para si encaminhada". O problema central é como pensar a existência sem torná-la objeto.
A existência humana é entendida como intimamente vinculada à historicidade e à noção de situação: o existir é um transcender na liberdade, que abre o caminho em meio a um conjunto de situações históricas concretas. Jaspers preocupou-se em estabelecer as relações entre existência e razão, o que levou-o a investigar em profundidade o conceito de verdade. Para ele, a verdade não é entendida como característica de nenhum enunciado particular: é antes uma espécie de ambiente que envolve todo o conhecimento.
Angústia – Desamparo – Finitude 
A angústia é o caráter típico e próprio da vida. A vida é angustiosa. A angústia da vida tem duas facetas. De um lado, é a necessidade de viver, é afã de viver, é anseio de ser, de continuar sendo, para que o futuro seja presente. Mas, de outro lado, esse anseio de ser leva dentro o temor de não ser, o temor de deixar de ser, o temor do nada. Por isso, a vida é, de um lado, anseio de ser, e de outro lado, temor do nada. Essa é a angústia.
Desamparo, expressão cara a Heidegger, quer dizer apenas que Deus não existe, e por isso devemos assumir todas as consequências disso. O homem encontra-se desamparado, pois não encontra nem dentro nem fora de si uma possibilidade de agarrar-se a algo. É o que Sartre diz, “O homem está condenado a ser livre”. Condenado, pois não criou a si mesmo e livre, pois é responsável por tudo o que faz. O desamparo é acompanhado pela angústia.
A finitude, a situação-limite, a morte. O ser como possibilidade, como projeto, nos introduz na temporalidade. O existir humano consiste no lançar-se contínuo às possibilidades, entre as quais se encontra justamente a situação-limite representada pela morte, que possibilita o olhar crítico sobre o cotidiano. Podemos considerar o ser humano como um ser-para-morte, segundo Heidegger. E no mundo massificado da inautenticidade, até a morte é banalizada, e dela se fala como se fosse um acontecimento genérico, longínquo e impalpável. A impessoalidade tranquiliza e aliena o indivíduo, confortavelmente instalado em um universo sem indagações, recusando-se a refletir sobre a morte como um acontecimento que nos atinge pessoalmente.
Humanismo
Abordagem filosófica baseada na suposição que a humanidade é a coisa mais importante que existe e que não pode haver conhecimento de um mundo sobrenatural – caso ele exista. 
 Abordagem centrada no Cliente
Durante os séculos XIX e XX, os tratamentos relacionados à saúde mental ou mente, estavam fundamentados na suposição de que os problemas mentais eram males patológicos que precisavam ser curados. A psicanálise, por exemplo, possuía uma conhecida teoria que definia os doentes mentais como “neuróticos”. Os doentes bem como os problemas mentais, tinham uma imagem negativa, em que os meios de tratamento ou cura, eram pré-definidos considerando também, que a maioria das abordagens e teorias psicológicas, ofereciam definições estritas, e explicações bem estruturadas por detrás de cada distúrbio. 
Carl Rogers (1902-1987)
	
 
“O que serei e o que farei no momento seguinte é algo que brota no próprio momento e não pode ser previsto”
 
O psicólogo americano Carl Rogers, utilizou uma forma de abordar seu cliente (retira-se paciente), muito mais complexa sobre a saúde mental e provocou em grande escala, os métodos psicoterápicos. Tudo isto, por sua ideia de que os pensamentos correntes da época eram muito rígidos e complicados demais estruturalmente falando para conseguir dar conta sobre algo tão dinâmico como a experiência humana e que a própria humanidade é muito diversificada pra poucos limites de categoria. 
Rogers partia do princípio de que a saúde mental não é algo fixo que se conquista de repente e pronto, e refutava que muito menos era conseguida pela redução de um estado de tensão neurótico da pessoa pela satisfação de impulsos ou pulsões biológicas como quer um psicanalista. Além disso, seguia sua discordância a respeito da recomendação de behavioristas, que não se pode conseguir a saúde da mente adotando programas para desenhar um estado de equilíbrio. 
Não acreditava que existe humano com defeitos para ter conserto, e sim preferia ver tudo ao redor como o ambiente, experiências como algo em constante crescimento, algo vivo que deu o nome de “processo contínuo de experiência organísmico” de que a vida é algo instantâneo e em andamento, de que a vida existe na experiência de cada momento. 
Obtinha como seu conceito de que a vida é algo que possui diversos caminhos, que só é enxergado quando vivido plenamente cada momento. Usou a expressão “viver a vida plena” e como explicação usou como explicação, a pessoa que consegue se manter presente no momento atual, pois, o Psíquico(EU), personalidade e subjetividade de cada um é construído com experiências e por isso é preciso estar aberto para vivê-las e permitir que construam o Eu. 
Campo Fenomenal
"Todo indivíduo vive num mundo de experiências em constante mutação, do qual ele é o centro" (ROGERS, 1992, p. 444). É o que Rogers chama de Campo Fenomenal, onde envolve tudo no homem, seja consciente ou não. É o ser particular, único de cada indivíduo. 
Self
É a consciência que o indivíduo tem sobre a própria identidade, baseada em experiências passadas, estímulos presentes e expectativas futuras. "O self é uma gestalt organizada e consistente num processo constante de formar-se e reformar-se a medida que as situações mudam." (FADIMAN, J., FRAGER, R. Teorias da Personalidade, 1980 – p. 226 na ed. brasileira). 
Rogers acreditava nas possibilidades de mudança, crescimento e desenvolvimento pessoal. "A personalidade que funciona plenamente é uma personalidade em contínuo estado de fluxo, uma personalidade constantemente mutável" (Rogers, 1959, p.212 na ed. brasileira). A pessoa de funcionamento integral é aquela que tem consciência de seu Self contínuo. "... ela torna-se capaz de viver completamente a experiência do seu organismo, em vez de a impedir de atingir a consciência" (Rogers, 1961, p. 167 na ed. brasileira).
Self Ideal
O self ideal é "o conjunto das características que o indivíduo mais gostaria de poder reclamar como descritivas de si mesmo" (Rogers, 1959, p. 165 na ed. brasileira), ou seja, uma visão ideal de si mesmo.
Empatia
“Compreensão empática é a […] capacidade de se imergir no mundo subjetivo do outro e de participar na sua experiência, na extensão em que a comunicação verbal ou não verbal o permite. É a capacidade de se colocar verdadeiramente no lugar do outro, de ver o mundo como ele o vê” (ROGERS, 1977, p. 56).
Congruência 
Pode ser definida como o grau de exatidão entre a comunicação/expressão e o que realmente ocorre conosco, relacionando-se, portanto, a uma tomada de consciência da experiência. Costuma ser alta em crianças pequenas, geralmente capazes de expressar seus sentimentos, atuando como um ser total no momento presente. Temos um alto grau de congruência quando a comunicação, a experiência e a tomada de consciência são todas semelhantes. “Nossas observações e as de um observador externo seriam consistentes.”
Incongruência
Reflete a diferença entre a auto-imagem de uma pessoa e a experiência real. “As experiências que não estão de acordo com a noção de eu surgem como ameaçadoras e podem ser simbolizadas de maneira deformada na consciência,dando origem ao estado de incongruência” (Rogers, 1957, p. 147). A abordagem de Carl Rogers sugere que os humanos querem experimentar e se comportam de maneiras que são consistentes com a sua auto-imagem e o que gostariam de ser, seu Self ideal. “Ele não consegue se reconhecer, comumente tem atitudes e reações que não entende por que as teve, sente-se perdido e dividido. Há uma discrepância fundamental entre o significado experienciado da situação, da forma como é registrado por seu organismo e a representação simbólica daquela experiência na consciência, de uma maneira que não entre em conflito com a imagem que ele tem de si mesmo”. (Rogers, 1957, p. 147). No entanto, quanto mais distantes essas duas coisas são, mais incongruente um indivíduo se sente. Quando isso acontece, os seres humanos usam mecanismos de defesa tais como a negação para se sentir menos ameaçados.
Crescimento psicológico
Como já dito, Rogers acredita na existência de forças naturais inerentes ao organismo que o impulsionam positivamente em direção à saúde e ao crescimento. As pessoas podem experienciar e se conscientizar de seus desajustamentos através da experimentação das incoerências entre suas experiências reais e seu autoconceito. Sim, trata de uma tendência e um movimento natural para resolução diante do conflito. O ajustamento não é algo estático, mas um processo natural onde novas aprendizagens e novas experiências são cuidadosamente assimiladas.
Rogers está convencido de que estas tendências em direção à saúde são facilitadas por qualquer relação interpessoal na qual um dos membros esteja livre o bastante da incongruência para estar em contato com seu próprio centro de auto-correção. A maior tarefa da terapia é estabelecer tal relacionamento genuíno. Aceitar-se a si mesmo é um pré-requisito para uma aceitação mais fácil e genuína dos outros. Em compensação, ser aceito por outro conduz a uma vontade cada vez maior de aceitar-se a si próprio. Este ciclo de auto-correção e auto-incentivo é a forma principal pela qual se minimiza nos obstáculos ao crescimento psicológico.
Obstáculos ao crescimento
Os obstáculos ao crescimento aparecem na infância e são aspectos normais do desenvolvimento. Quando a criança começa a tomar consciência do self, desenvolve uma necessidade de amor ou “consideração positiva”. Esta necessidade é universal e existe em todo ser humano.
A criança considera o amor algo tão importante que acaba por ser conduzida, não pela característica agradável ou desagradável dos seus comportamentos, mas pela promessa de afeto que elas encerram. Sendo assim, as crianças tendem agir de forma a assegurar amor ou aprovação.
Comportamentos ou atitudes que negam algum aspecto do Self são denominados na teoria rogeriana como “condições de valor” e são obstáculos básicos à precisão de percepção e à tomada de consciência realista, constituindo um impedimento para o indivíduo viver plenamente no presente e estar aberto às experiências da vida. Quando uma experiência relativa ao eu é procurada ou evitada unicamente porque é percebida como mais ou menos digna de consideração de si, diz Rogers que o indivíduo adquiriu um modo de avaliação condicional.
As condições de valor criam uma discrepância entre o Self e o auto-conceito. Para mantermos uma condição de valor temos que negar determinados aspectos de nós mesmos.
Por exemplo, se falaram “Você deve amar seu irmãozinho recém-nascido, senão mamãe não gosta mais de você“, a mensagem é a de que você deve negar ou reprimir seus sentimentos negativos genuínos em relação a ele. Se você conseguir esconder sua vontade maldosa, seu desejo de machucá-lo e seu ciúme normal, sua mãe continuará a amá-lo. Se a pessoa admitir que tem tais sentimentos, se arriscará a perder o amor. Uma solução que cria uma condição de valor é rejeitar tais sentimentos sempre que ocorram, bloqueando-os de sua consciência. Agora a pessoa pode reagir de formas tais como: “Eu realmente amo meu irmãozinho, apesar das vezes em que o abraço tanto até ele gritar” ou, “Meu pé escorregou sob o seu, eis porque ele tropeçou“.
Quando a criança amadurece, o problema persiste. O crescimento é impedido porque a pessoa nega impulsos diferentes do auto-conceito artificialmente “bom”. Para sustentar a falsa auto-imagem a pessoa continua a distorcer experiências, quanto maior a distorção maior a probabilidade de erros e da criação de novos problemas. Os comportamentos, os erros e a confusão que resultam dão manifestações de distorções iniciais mais fundamentais. E a situação realimenta-se a si mesma. Cada experiência de incongruência entre o Self e a realidade aumenta a vulnerabilidade, a qual, por sua vez, ocasiona o aumento de defesas, interceptando experiências e criando novas ocasiões de incongruência.
Muitas vezes as manobras defensivas não funcionam. A pessoa toma consciência das discrepâncias óbvias entre os comportamentos e as crenças e os resultados podem ser pânico, ansiedade crônica, retraimento ou mesmo uma psicose. Neste sentido, Rogers observou que o comportamento psicótico parece ser muitas vezes a representação externa de um aspecto anteriormente negado da experiência.
Compreensão empática no pensamento de Rogers
Segundo Rogers (1983), existem algumas condições que devem estar presentes para que possa existir um clima facilitador de crescimento no ambiente psicoterápico. Em 1957, ele define pela primeira vez quais devem ser essas condições; publica um artigo intitulado “As Condições Necessárias e Suficientes para a Mudança Terapêutica da Personalidade”, em que, baseado na sua própria experiência clínica e na de seus colegas, considera as condições que avalia como essenciais para o processo psicoterápico - condições que parecem ser necessárias para iniciar "uma mudança construtiva de personalidade" (Rogers, 1957, p. 159), sendo esta última uma mudança na estrutura da personalidade de um indivíduo, tanto ao nível superficial quanto mais profundo, numa direção que os clínicos concordariam que significa maior integração, menos conflito interno, mais energia utilizável para um viver efetivo; mudança de comportamento, no sentido de um afastamento de comportamentos geralmente considerados imaturos e na direção daqueles considerados como amadurecidos (p. 158).
As atitudes facilitadoras (aceitação incondicional, autenticidade e compreensão empática) são condições comuns a todas as relações terapêuticas (Hipolito, 1999). Rogers (1977a) relaciona a importância da Abordagem Centrada na Pessoa com a presença dessas atitudes na relação psicoterapêutica.
Com respeito à compreensão empática, Carl Rogers (1983) explica que o terapeuta deve captar com precisão os sentimentos e significados pessoais que o cliente está vivendo e comunicar essa compreensão ao mesmo. Ele afirma ainda que esse tipo de escuta é extremamente raro em nossas vidas e se coloca como uma das forças mais poderosas em uma relação.
A partir da década de 60, o conceito de empatia passa a se configurar como compreensão empática. Segundo Fontgalland e Moreira (2012), o conceito de compreensão empática, como uma evolução do conceito de empatia, consiste em que o terapeuta seja sensível aos sentimentos e às reações pessoais que o cliente experiência em cada momento. Nesse momento podemos designar a compreensão empática como quando o terapeuta é sensível aos sentimentos e às significações pessoais que o cliente vivencia a cada momento, quando pode apreendê-los 'de dentro' tal como o paciente os vê, e quando consegue comunicar com êxito alguma coisa dessa compreensão ao paciente (Rogers, 1985, p. 72).
Se o terapeuta compreende os sentimentos do cliente como eles surgem, então há uma grande possibilidade de o processo de psicoterapia ser mais eficaz. E, dessa forma, cada vez mais o cliente se torna ele mesmo, "não uma fachada de conformidade aos outros, não um negação cínica de todos os sentimentos, nem uma frente de racionalidade intelectual [...] ele se torna uma pessoa" (Rogers, 1985, p. 129-130). Sendo assim, esse recursoé um catalisador para que o indivíduo possa se tornar efetivamente aquilo que se é de forma genuína e congruente. Outra consideração importante que Rogers (1977) faz é sobre a condição de ‘como se’, visto que não podemos efetivamente ser a outra pessoa para percebermos o seu mundo, mas apenas avaliá-lo ‘como se’ fôssemos ele: "perceber de maneira empática é perceber o mundo subjetivo do outro 'como se' fôssemos essa pessoa, sem, contudo, jamais perder de vista que se trata de uma situação análoga, “como se' (p. 179, grifos do autor).
As décadas de 70 e 80 são definidas por Wood (1995) como um momento em que Rogers esteve voltado para "processos sociais, formação e transformação da cultura" (p. VII). Diferentemente de outros períodos, nesse momento Rogers (1986) afirma que, durante seus anos como terapeuta, pôde ver cada vez com mais clareza que o processo de mudança no cliente é uma recíproca das atitudes do terapeuta. Ele explica que uma pessoa facilitadora pode ajudar na relação quando "se relaciona como uma pessoa real para com outra, possuindo e exprimindo seus próprios sentimentos; [...] e quando compreende com aceitação o mundo interno da outra" (p. 23-24). Rogers (1986) explica a compreensão empática nesse momento como uma "disponibilidade para ouvir" (p. 124) e afirma, ainda, que quando esse processo empático ocorre da melhor maneira, "o terapeuta penetra tanto dentro do mundo privado do outro, que ele pode esclarecer não somente os significados dos quais o cliente está consciente, mas também aqueles que estão imediatamente abaixo do nível da consciência" (Rogers, 1977b, p. 87).
Na fase mais avançada de seu pensamento, Rogers (1977a) não considera mais a compreensão empática como um estado, uma habilidade que deve partir do terapeuta; acredita que ela seja um processo que ocorre entre o terapeuta e seu cliente. Wood (1995) explica que, inicialmente, Rogers realmente definiu a empatia como um estado específico de consciência, o estado de empatia ou ser empático. Segundo Amatuzzi (2010), posteriormente, Carl Rogers começou a perceber a empatia como uma relação entre terapeuta e cliente; a empatia passou a ser, então, definida como compreensão empática e um processo que ocorre entre os envolvidos na psicoterapia: "o conceito de empatia evoluiu de apenas um estado para um processo, sendo mais do que apenas um conceito, mas uma atitude fundamental, uma compreensão profunda, verdadeira e sem julgamentos, por meio de um ver e ouvir verdadeiros" (Fontgalland & Moreira, 2012, p. 52).
Retomada por diferentes autores, sempre comentada e pesquisada, podemos perceber a compreensão empática como um dos conceitos centrais da Abordagem Centrada na Pessoa, o que demonstra a real importância que esse conceito tem na psicoterapia, pois a compreensão empática possibilita que o psicoterapeuta não somente penetre no mundo do cliente, tal como já afirmava Rogers, como se mova na companhia deste, buscando a compreensão de sua experiência vivida (Moreira, 2009).
Abraham Maslow (1908-1970)
"Todo homem deve ser o que pode ser"
Abraham Maslow- foi o mais velho de sete irmãos de uma família do Brooklyn, Nova York. Seus pais eram imigrantes judeus. Ele foi um psicoterapeuta, considerado um dos fundadores do movimento Humanista na psicologia, analisava a experiência humana, investigando as coisas mais importantes para nós: amor, esperança, fé, espiritualidade, individualidade e existência. 
Conceito da Autorrealização 
Ao longo da história, algumas perguntas recorrentes são por que estamos aqui e qual propósito da vida. Por trás dessas questões está a necessidade de identificar o que pode realmente nos satisfazer, bem como a confusão a respeito de como fazê-lo. Os psicanalistas defenderiam que a realização das nossas pulsões biológica inatas nos traria satisfação, e os behavioristas destacariam a importância de satisfazer nossas necessidades fisiológicas com comida, sono e sexo. 
De acordo com um dos aspectos fundamentais das teorias, para atingir o estado mais desenvolvido de consciência e realizar todo o seu potencial, o indivíduo precisa descobrir qual o seu verdadeiro propósito na vida e sair em busca dela, Maslow define esse estado máximo de ser como autorrealização. 
Rumo à autorrealização 
Maslow criou um plano estruturado para explicar o trajeto da motivação humana, definindo os passos necessários para alcançarmos a autorrealização. Geralmente sua Hierarquia das Necessidades, era representada como uma pirâmide, dispõe na base as necessidades mais básicas e agrupa em camadas, sobre ela as outras demandas essenciais a uma vida de realizações.
A hierarquia de Maslow divide-se em duas seções distintas: na base estão os quatro estágios que constituem as necessidades "motivadas por deficiência": Necessidades fisiológicas (como comida, água e sono), de segurança (estar a salvo e fora do perigo), de amor e pertencimento (de proximidade e de ser aceito pelos outros) e de autoestima (de ter conquistas na vida e ser reconhecido), e todas precisam ser satisfeitas antes da pessoa ser capaz de buscar maior satisfação intelectual, por meio das necessidades "motivadas por crescimento", que ficam no topo, são de ordem cognitiva (o ímpeto de conhecer e compreender), estética (o desejo por ordem e beleza), e por fim, duas necessidades que definem o objetivo da vida e conduzem a uma intensa realização espiritual e psicológica: autorrealização e a autotranscendência. 
A autorrealização é o desejo de autossatisfação, e a autotranscendência é a necessidade de se superar e se conectar a algo maior como Deus, ou ajudar outros a alcançarem seus potenciais. 
Para Maslow, se alguém não está fazendo aquilo para o qual foi talhado na vida, não fará a menor diferença de todas as outras necessidades forem satisfeitas; essa pessoa ficará eternamente inquieta e insatisfeita. Cada um de nós precisa descobrir o seu potencial e vivenciar experiências que lhe permitam exercê-lo. "Todo homem deve ser o que pode ser."
Hierarquia das Necessidades
Principais trabalhos:
• A theory of human motivation (1943)
• Motivation and personality (1954)
Rollo May (1909-1994)
 
A liberdade é a capacidade do homem de assumir seu próprio desenvolvimento. É nossa capacidade de moldar a nós mesmos
Em meados do século XIX, filósofos como Martin Heidegger, Friedrich Nietzsche e Søren Kierkegaard desafiaram os dogmas sociais e convidaram as pessoas a ampliar seus modos de pensar e a incorporar uma compreensão mais abrangente da existência humana, lançando um movimento hoje conhecido por existencialismo. O livre-arbítrio, a responsabilidade pessoal e de como interpretamos as nossas experiências eram questões de grande interesse para os existencialistas, cuja principal pergunta era o que significa para um ser humano existir.
O livro The meaning of anxiety (1950), do psicólogo Rollo May, trouxe para a psicologia, pela primeira vez, essa abordagem filosófica centrada na humanidade, por isso May costuma ser considerado o pai da psicologia existencial.
Uma abordagem existencial
May entendia a vida como um espectro de experiência humana, e o sofrimento, como parte da existência, não um sinal de patologia. É evidente que nós, como seres humanos, tendemos a buscar experiências que nos façam sentir confortáveis. Apreciamos nosso ambiente familiar e preferimos experiências que mantenham nossas faculdades mentais e físicas em estado de equilíbrio e comodidade. Essa tendência, entretanto, leva-nos a julgar e rotular experiências como “boas” ou “ruins”, com base somente no nível de conforto e prazer que nos proporcionam. May disse que, assim procedendo, prejudicamos a nós mesmos, pois estamos lutando contra processos que nos trariam grande crescimento e desenvolvimento, caso os aceitássemos como parte natural da vida.
O trabalho de Rollo May une a tradiçãopsicanalítica e o movimento existencialista na filosofia, pelo que se enfatiza a existência em lugar da essência. Sugere também que não há verdade nem realidade com exceção daquela na qual participamos. O conhecimento é um ato de fazer. A descrição filosófica da natureza humana desenvolvida por May é coerente e relevante, global e irresistível.
May defendeu uma postura de vida similar à do pensamento budista, que aceita todas as experiências igualmente, em vez de repelir ou negar as consideradas desconfortáveis ou desagradáveis. Também é preciso aceitar os sentimentos “negativos”, em vez de evitá-los ou reprimi-los. O sofrimento e a tristeza não são questões patológicas a serem “consertadas”, disse May; eles são partes essenciais e naturais da vida humana, e importantes por promoverem desenvolvimento psicológico.

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