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Artigo auxilio reclusão

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18
Sistema de Ensino Presencial Conectado
Especialização em Direito Previdenciário
ludmila batista silva
Constitucionalidade do Auxílio Reclusão
Barreiras
2016
ludmila batista silva
Constitucionalidade do Auxílio Reclusão
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Direito Previdenciário.
Barreiras
2016
SILVA, Ludmila Batista. Constitucionalidade do Auxílio Reclusão. 2016. Dezoito paginas. Trabalho de Conclusão de Curso Especialização em Direito Previdenciário – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Barreiras, 2016.
RESUMO
Neste estudo temos como objetivo constatar a constitucionalidade do auxílio reclusão, extinguindo as dúvidas referentes à concessão do benefício. Buscando demonstrar sua constitucionalidade, verificar os princípios que o norteia e possibilitar maiores esclarecimentos à sociedade. A relevância da pesquisa que possui como tema: “Constitucionalidade do Auxílio Reclusão”, é expor os pontos cruciais sobre o assusto acabando com as duvidas sobre sua concessão. Para tanto foi desenvolvido quatro capítulos. No primeiro temos a introdução, o segundo trata da previdência social, explanando a previdência social, assistência social e seus princípios, sendo que no terceiro capitulo verificamos auxílio reclusão, seu conceito, seus beneficiários e sua constitucionalidade, por fim temos o quarto capítulo com a conclusão. O auxílio reclusão é um direito constitucionalmente garantido aos dependentes do segurado recluso em ensejo do formidável papel como medido de concretização de justiça social. Assim este estudo elucidou os pontos fundamentais do benefício e sua interpretação jurídica.
Palavras Chave: Auxílio reclusão. Seguro social. Constitucionalidade. Beneficiários.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	05
2 SEGURIDADE SOCIAL	06
2.1 SAÚDE	06
2.1.1 Assistência social	06
2.1.1.1 Previdência social	07
2.1.1.1.1 Princípios constitucionais	07
2.1.1.1.1.1Princípios explicitos	08
3 AUXÍLIO RECLUSÃO	11
3.1 CONCEITO	11
3.1.1 Beneficiário	12
3.1.1.1 Constitucionalidade do auxílio rclusão	15
4 CONCLUSÃO	17
REFERÊNCIAS	18
INTRODUÇÃO
Este estudo aborda o auxílio reclusão o qual compõem os benefícios da Previdência Social previsto no artigo 201, IV da Constituição Federal de 1988. Este benefício da Previdência Social visa à família, tendo por finalidade amparar os dependentes do segurado (tendo este cumprido as exigências previstas) que foi recolhido à prisão.
Todavia, o auxílio reclusão é alvo de crítica pelos meios midiáticos por ser concedido aos presos. Os argumentos contra este auxílio são principalmente: 1- que o benefício é uma proteção do Estado aos criminosos, enquanto a família da vítima fica sem nenhuma proteção do Estado e que; 2- o benefício seria um incentivo ao crime na medida que o criminoso tem o conhecimento que sua família seria aparada pelo Estado com o recebimento do benefício.
Neste estudo temos como objetivo constatar a constitucionalidade do benefício auxílio reclusão, extinguindo as dúvidas referentes à concessão do benefício. O que se busca é demonstrar constitucionalidade, verificar os princípio que o norteiam e possibilitam maiores esclarecimentos à sociedade. Para tanto foi desenvolvido quatro capítulos. No primeiro temos a introdução, o segundo, explana sobre a previdência social, assistência social e seus princípios, sendo que no terceiro capitulo discutimos o auxílio reclusão, seu conceito, seus beneficiários e sua constitucionalidade, por fim o quarto capítulo traz a conclusão, com a elucidação dos pontos fundamentais do benefício e sua interpretação jurídica.
Seguridade Social
A constituição federal em seu artigo 194 define seguridade social como “um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar o direito à saúde, à previdência e à assistência social”. Sendo saúde, assistência social e previdência social as áreas da seguridade social. 
A seguridade social encontra-se no Título VIII da Constituição Federal, dentro da ordem social, este estudo focará nos pontos indagados ao auxílio reclusão.
2.1 SAÚDE 
Ivan Kertzman esclarece que para ter direito a saúde não é necessário contribuição e é irrestrito, incluindo estrangeiros residentes ou não no país, independente de classe social. 
 A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas públicas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos, e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, produção, proteção e recuperação. (art. 196, CRFB/88)
A saúde é administrada pelo Sistema Único de Saúde, sendo financiado pelo Estado, bem como, a fiscalização, regulamentação e controle também são feitas pelo Estado. A assistência à saúde é livre a iniciativa privada de forma a complementar o sistema, porem, não podem receber qualquer forma de incentivo do sistema público. As ações e serviços públicos de saúde são organizados com as seguintes diretrizes:
Descentralização;
Atendimento integral, priorizando atividades preventivas, sem prejuízo a serviços sociais;
Participação da comunidade. 
Assistência social
 A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
 I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
 II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
 III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
 IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. (art. 203, CF/88) 
A assistência social engloba benefícios concedidos e benefícios prestados, sendo organizada com os recursos da seguridade social seguindo duas diretrizes: 1- descentralização politica administrativa e 2- participação popular. (KERTZMAN, 2014). O objetivo da assistência social são serviços prestados e benefícios concedidos, como exemplo temos o salário mínimo garantido ao idoso ou deficiente que comprovem não possuir meios para subsidiar seu próprio sustento ou de tê-lo provido por sua família.
 Previdência Social
A previdência social é emanada da seguridade social, sendo um sistema de proteção social, orientada pelo princípio da solidariedade que garanta ao segurado contribuinte seja por ela acolhido quando atingido por contingências sociais, essas contingencias estão previstas no artigo 201 da Constituição Federal. Sendo que a Previdência Social é cultivada por um sistema de mutualismo simples, de caráter obrigatório pelos contribuintes ativos para manter o sistema.
A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei,
 I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
 II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
 IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
 V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º (art. 201, CF/88). 
A Lei 8.213/91 define os benefícios da lei 201, CF/88:
Aposentadoria por invalidez
Aposentadoria por idade
Aposentadoria por tempo decontribuição
Aposentadoria especial
Salário-maternidade
Salário-doença
Salário-acidente
Pensão por morte
Auxílio-reclusão
Princípios constitucionais 
A Seguridade Social é dotada de princípios, bem como os demais ramos de direito. Sendo que os princípios gerais do direito são também aplicáveis, como exemplo temos igualdade, dignidade da pessoa humana, entre outros. Entretanto neste estudo nos deteremos aos princípios próprios à Seguridade Social, sendo eles os explícitos (princípios expressamente previsto pela legislação) e os implícitos (princípios não positivados pela legislação, todavia podem ser extraídos dos sistemas de normas referente á Seguridade Social).
2.1.1.1.1.1 Princípios explícitos
Segundo a Constituição Federal de 1988 existem objetivos para organizar Seguridade Social como demonstrado no artigo citado a seguir.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados.
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I.	Universalidade da cobertura e do atendimento.
A universalidade da cobertura e do atendimento desmembra-se em duas vertentes: a) universalidade de atendimento, (dimensão subjetiva) segundo a qual todas as pessoas residentes no país têm direito aos mesmos benefícios, e b) universalidade de cobertura, (dimensão objetiva) segundo a qual a Seguridade Social ampara os cidadãos em relação a todas as contingências especificadas em lei. (ORSI. 2016). 
II.	Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. 
Este princípio veio para romper com as diferenças relativas a benefícios e serviços assegurados às populações urbanas e rurais. Vale salientar que em algumas hipóteses a legislação admite diferenciações – desde que justificadas por condições de vida peculiares ou razões relevantes. (ORSI, 2016)
III.	Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços. 
Este princípio baseia-se na ideia de “selecionar para poder melhor distribuir”, tentando abranger o maior numero de pessoas com o benefício. Contudo, vale lembrar que apenas na saúde esse princípio não é valido. (ORSI, 2016)
IV.	Irredutibilidade do valor dos benefícios. 
Benefícios da Seguridade Social não podem ser reduzidos (no que se refere ao valor nominal), não podem sofrer descontos (salvo determinação judicial), sequestro ou penhora. Os benefícios devem ser periodicamente revistos. Temos que o benefício que substitua o salário do trabalhador jamais será inferior ao salário mínimo ou superior ao teto previsto pelo INSS (salvo salário maternidade ou aposentadoria por invalidez que poderão superar o teto). (ORSI, 2016)
V.	Equidade na forma de participação no custeio.
Este princípio se refere à igualdade, estabelecendo que o financiamento da Seguridade Social seja feito na medida da desigualdade dos contribuintes, o contribuinte que ganha mais ou aufere mais rendimento paga contribuições mais altas. (ORSI, 2016)
VI.	Diversidade da base do financiamento.
Sendo a Seguridade Social organizada pelos Poderes Públicos e pela sociedade em redime de coordenação, seu financiamento é repartido entre tais membros. (ORSI, 2016)
VII.	Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
A Seguridade Social é de caráter democrático (assegura que todas as pessoas têm o direito de participar) e de caráter descentralizado (permite a atuação desconcentrada dos órgãos da Seguridade Social). A gestão é quadripartite, significa que das deliberações dos órgãos integrantes do sistema a participação de representantes dos trabalhadores, dos empregados, dos aposentados e do Governo. (ORSI, 2016)
VIII.	Preexistência do custeio em relação ao benefício ou serviço (ou regra da contrapartida).
Princípio previsto no art. 195, paragrafo 5º da Constituição Federal de 1988, refere-se à impossibilidade de se criar, estender ou majorar benefício sem a correspondente fonte de custeio:
Art. 195, § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
Auxílio reclusão
 CONCEITO
A luz do conhecimento do doutrinador Ivan Kertzman é sabido que o benefício do auxílio reclusão é concedido aos dependentes do segurado de baixa renda no caso de recolhimento deste, com o escopo de substituir os meios de subsistência daqueles que dependem economicamente do recluso. Desde que o recluso não receba remuneração da empresa nem estiver em gozo do auxílio doença e aposentadoria. Ressalta-se que apenas os segurados que preencham os requisitos de qualidade do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) têm direito a esse benefício, e não todos os detentos como é de conhecimento popular.
Kertzman ilustra que a baixa renda a ser comprovada de acordo com o art. 201, IV, da Constituição é a do segurado e não de seus dependentes.
Consoante art. 80 da Lei 8.213/91 não é necessário o trânsito em julgado da ação para a concessão do auxílio reclusão, sendo que qualquer sentença que prive o segurado da liberdade suficiente para ensejar o auxílio reclusão. O doutrinador Hugo Medeiros nos aclara que após a decisão judicial só terá direito ao benefício o segurado que estiver recolhido à prisão em regime fechado ou semiaberto (desde que a execução da pena seja em colônia agrícola, industrial ou similar), não competindo o benefício aos dependentes do segurado que se encontra em livramento judicial ou cumpra pena em regime aberto, de acordo com o § 5º, do art. 116, do decreto 3048/99. Ressalta-se que o recolhimento de contribuições do recluso como facultativo não faz cessar o benefício.
Além disso, é importante deixar claro que qualquer tipo de prisão legitima o direito ao recebimento do benefício tendo em vista que o auxílio-reclusão não é devido somente no caso de prisão decorrente de sentença penal condenatória, ou seja, significa dizer que, no decorrer da prisão cautelar, seja na modalidade de flagrante, prisão preventiva ou prisão temporária, o benefício também será devido.
O pedido de auxílio reclusão tem que ser estabelecido com certidão do recolhimento à prisão do segurado pela autoridade competente, sendo mantido o benefício apenas quando o segurado permanece detento ou recluso (KERTZMAN, 2014). Sendo iniciado o benefício com: a) data do efetivo recolhimento à prisão, se requerido até trinta dias depois desta, ou b) data de requerimento, se posterior a 30 (trinta) dias do recolhimento à prisão (ORSI, 2016). 
O auxílio reclusão será suspenso nas seguintes condições:
No caso de fuga;
Se o segurado passar a receber auxílio-doença;
Se o dependente deixar de apresentar o atestado trimestralmente;
Quando o segurado deixar a prisão por livramento condicional ou se passar ao regime aberto.
No caso da suspensão, quando houver a recaptura o benefício será reestabelecido, desde que mantida a qualidade de segurado. Havendo atividade dentro do período de fuga, a mesma será utilizadapara verificação de perda ou manutenção de qualidade. Já no que diz respeito ao auxílio doença o benefício será restabelecido ao fim deste. Tratando-se do atestado trimestral sua apresentação é suficiente para volta do benefício. 
O auxílio reclusão será cessado nas seguintes condições:
Perda da qualidade de dependente;
Recebimento de aposentadoria pelo segurado ainda recluso;
Pelo óbito do segurado;
Na data de sua soltura.
Vale salientar que, o segurado pode contribuir como individual ou facultativo, como consequência temos:
Os dependentes mantem o direito do benefício,
O segurado fica impedido de receber auxílio doença e aposentadoria, salvo se haja anuência dos dependentes,
O auxílio reclusão não pode ser acumulado com auxílio doença, aposentadoria e remuneração do preso, e
Os dependentes podem acumular sua aposentadoria com o auxílio reclusão.
A renda mensal do benefício corresponde a 100% (cem por cento) do valor da aposentadoria – ou da aposentadoria que teria direito caso estivesse aposentado por invalidez – que o segurado recebia à data do recolhimento a prisão.
Beneficiário
Os beneficiários são os dependentes do segurado recluso, o auxílio reclusão possui o intuito de substituir os meios de manter o sustento dos dependentes do preso privado de liberdade e são devido aos dependentes do recluso de baixa renda, cujo, ultimo salário de contribuição do segurado na data do recolhimento à prisão, ou data do afastamento do trabalho, ou cessação das contribuições seja igual ou inferior aos limites previstos pela legislação (atualmente, R$ 1.212,64). Caso o último salário do segurado esteja acima deste valor, não há direito ao benefício. [1: Brasil. Previdência Social, disponível em: http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao- cidadao/informacoes-gerais/valor-pensao-morte-auxilio-reclusao/.]
Os beneficiários são os dependentes os quais estão divididos em três classes: 1º classe, 2º classe e 3º classe. Já os segurados podem ser classificados em: segurado obrigatório e segurado facultativo.
Os dependentes seguem uma hierarquização, sendo que os dependentes da mesma classe concorrerão em igualdade de condição, assim o ex-cônjuge que recebe a pensão alimentícia judicial dividira em igualdade de condição. Para a segunda classe ter direito ao auxílio reclusão é necessário que não haja dependentes da primeira classe, logo para a terceira classe ter direito ao benefício não poderá haver dependentes da primeira e da segunda classe.
 As classes dos dependentes estão explicadas abaixo:
1º classe:
Cônjuge;
Companheiro ou companheira;
Ex-mulher ou ex-marido que receba pensão alimentícia judicial;
Filho menor de vinte e um anos não emancipado;
Filho qualquer idade desde que invalido ou declarado relativamente ou absolutamente incapaz pela justiça por deficiência intelectual ou mental; e
Equiparado a filho, menor tutelado ou enteado com comprovação de dependência econômica.
2º classe:
a) Os pais, desde que comprovem dependência econômica.
3º classe:
O irmão menor não emancipado com dependência econômica;
O irmão de qualquer idade desde que invalido ou declarado relativamente ou absolutamente incapaz pela justiça por deficiência intelectual ou mental.
Existe a perda de qualidade do dependente, são elas:
Para o cônjuge, separação judicial sem pensão alimentícia; pela anulação do casamento; pela morte; por decisão judicial (os mesmos termos valem para o companheiro (a)).
Para o filho ou irmão ao completar vinte e um anos, salvo inválido, desde que a invalidez tenha ocorrido antes dos vinte e um anos ou pela morte.
Para o filho e irmão que tenha sofrido levantamento da interdição por deficiência.
Aos pais pela morte ou cessação da dependência.
	Para melhor esclarecer a qualidade do cônjuge para ser considerado dependente foi feito uma tabela a qual se encontra no anexo, nesta é demonstrado o tempo de contribuição do segurado conjuntamente com tempo de casamento para cônjuge receber benefício, deve-se ressaltar que é necessário que o detento seja segurado do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), além disso, para o recebimento do beneficio não existe em carência. No entanto, Savaris explica que, aos dependentes há pré-requisitos a serem observados como: o casamento ou união estável tem que ter a duração mínima de vinte quatro meses e o segurado deve ter contribuído por pelo menos dezoito meses para a Previdência Social, essa é uma condição especifica para o cônjuge ou companheiro e não uma carência para o benefício. 
No entanto essa condição não é exigida no caso em que o cônjuge ou companheiro for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade remunerada que lhe garanta subsistência, mediante exame médico-pericial a cargo do INSS, por doença ou acidente ocorrido após o casamento ou início da união estável e anterior à prisão.
3.1.1.1 Constitucionalidade do auxílio reclusão
O auxílio reclusão esta previsto na Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988 em seu artigo 201 citado logo abaixo.
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998). 
Em nossa sociedade temos a ideia que o auxílio reclusão deveria ser encerrado, contudo, seria um crime aos direitos humanos e aos princípios da erradicação da pobreza, da obrigatoriedade da filiação e contribuintes da previdência social, pois o benefício do auxílio reclusão é concedido ao filiados e contribuintes da previdência social, e não a todos os presos. Tem o intuito de proteção à família, Russomano nos esclarece que: 
O criminoso, recolhido à prisão, por mais deprimente e dolorosa que seja sua posição, fica sob a responsabilidade do Estado. Mas, seus familiares perdem o apoio econômico que o segurado lhes dava e, muitas vezes, como se fossem verdadeiros culpados, sofrem a condenação injusta de gravíssimas dificuldades. 
Inspirado por essas ideias, desde o início da década de 1930, isto é, no dealbar da fase de criação, no Brasil, dos Institutos de Aposentadoria e Pensões, nosso legislador teve o cuidado de enfrentar o problema e atribuir ao sistema de Previdência Social o ônus de amparar; naquela contingência, os dependentes do segurado detento ou recluso. (RUSSOMANO, apud, CASTRO, LAZZARI, P.823,2014).
De tal modo o beneficio visa a proteção da família do segurado, uma vez que a subsistência dos segurados esteja ameaçada com a prisão do provedor. Neste sentido, vimos que o auxilio reclusão é expresso constitucionalmente e em seus princípios constitucionais. Sendo responsabilidade de o Estado garantir a proteção da família, dignidade da pessoa humana e erradicação da pobreza.
CONCLUSÃO
O presente estudo teve como objetivo geral: constatar a constitucionalidade do beneficio auxilio reclusão e extinguir as dúvidas referentes à concessão do beneficio, que foi desmembrado nos seguintes objetivos específicos: 
1) analisar a constitucionalidade do auxilio reclusão;
 2) verificar os princípios da previdência social;
 3) prestar esclarecimentos à sociedade sobre concessão do auxilio reclusão.Para tanto, foi desenvolvido quatro capítulos, ao longo deles foi respondido os objetivos do estudo, o que proporcionou tecer as seguintes inferências: 
O auxílio-reclusão está previsto no art. 201, inciso IV da Constituição Federal de 1988 e encontra-se regulado por leis específicas no art. 80 da Lei n.º 8.213 de 24 de julho de 1991; e art.116 ao art.119 do Decreto 3.048 de 06 de maio de 1999. Assim temos a sua constitucionalidade comprovada. 
Os dependentes do segurado recluso de baixa renda são os que recebem o benefício, desde que o recluso não receba remuneração da empresa ao qual trabalhava, nem esteja em gozo de auxílio-doença, aposentadoria, ou abono de permanência de serviço (atualmente extinto).
Ficou estabelecido que somente o preso que seja filiado e que mantenha a qualidade tem direito ao benefício, não todos os presos como é de conhecimento popular.
Constatou-se como requisito para receber o benefício por parte do segurado: a) possuir na data da prisão qualidade de segurado, b) estar recluso em regime fechado ou semiaberto e c) possuir o último salário de contribuição abaixo do valor previsto na legislação. No que referir-se aos dependentes tem-se que comprovar que estão qualificados para esta condição, seguindo a hierarquia da classificação de acordo com as classes.
Observou-se que o benefício será suspenso em caso de fuga, recebimento do auxílio doença, livramento condicional e falta de apresentação do atestado trimestral. A cessação do benefício ocorre pela perda da qualidade de segurado, pelo recebimento de aposentadoria, pelo óbito e pela soltura. 
Caso o benefício do auxílio reclusão fosse extinto teríamos a violação ao art. 5º, inciso XLV da Constituição Federal de 1988, que trata do princípio da individualização da pena, uma vez que nesse caso a família do segurado seria também penalizada pela prática do crime por ele praticado. E, além disso, uma violação aos princípios constitucionais da dignidade humana, da legalidade, da obrigatoriedade da filiação, da universalidade e da cobertura do atendimento, da solidariedade, da proteção da família e da erradicação da pobreza.
Neste diapasão, é cogente a existência do auxílio-reclusão como um direito constitucionalmente garantido aos dependentes do segurado recluso em ensejo do formidável papel como medida de concretização de justiça social.
Por fim, em observância aos princípios constitucionais na esfera previdenciária, exaltando-se o da solidariedade e o da dignidade das pessoas, temos a convicção de que o benefício do auxílio-reclusão deve ser mantido, devendo ser negada a tese do senso comum que é contrária à concessão do auxílio em comento, haja vista não se trata de um simples pagamento ao infrator penal e considerando ainda a importância do auxílio para o sustento dos dependentes do contribuinte da Previdência Social enquanto estiver preso. 
 
 
REFERÊNCIAS
Brasil. Previdência Social, disponível em: http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao- cidadao/informacoes-gerais/valor-pensao-morte-auxilio-reclusao/. Acesso em 09 de setembro 2016. 
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário. 16ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de1988.
Decreto 3048/99 de 6 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências. Brasília, DF, 7.mai.1999.
GOES, Hugo Medeiros. Manual de direito previdenciário: teoria e questões. 10ª ed. Rio de Janeiro: Ferreira, 2015
KERTZMAN, Ivan. Curso Prático de Direito Previdenciário. 11º ed. Salvador: Jus Podivm, 2014. 
LBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. 20ª ed., Rio de janeiro: Impetus, 2015.
ROCHA, Daniel Machado da. SAVARIS, José Antonio. Curso de direito previdenciário. 1ª ed., Curitiba: Editora Alteridade, 2014.
SAVARIS, José Antônio. Direito previdenciário problemas e jurisprudência. 1ª ed., Curitiba, Editora Alteridade, 2014. 
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito previdenciário esquematizado . 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
ORSIS, Renata. Apostila de Direito Previdenciário. 2º ed. São Paulo: Damasio, 2116.
ANEXO
Tabela 1 – Demonstrativo de tempo de contribuição do segurado conjuntamente com tempo de casamento para cônjuge receber benefício.
	TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO + TEMPO DE CASAMENTO
	PERIODO EM QUE O CÔNJUGE RECEBERÁ O BENEFÍCIO
	
Menos de 18 meses de contribuição ou menos de 2 anos de casamento
	
4 meses de benefício
	
Mais de 18 meses de contribuição e mais de 2 anos de casamento
	Dependente menor de 21 anos recebe 3 anos de benefício;
Dependente entre 21 anos e 26 anos recebe 6 anos de benefício;
Dependente entre 27 anos e 29 anos recebe 10 anos de benefício;
Dependente entre 30 anos e 40 anos recebe 15 anos de benefício;
Dependente entre 41anos e 43 anos recebe 20 anos de benefício; e
Dependente com 44 anos ou mais recebe o benéfico vitalício. 
Autora Ludmila Batista Silva
Quadro 1: divisão das classes dos segurados e dependentes 
Autora Ludmila Batista Silva 
Quadro 2: Organização dos principios constitucionais.
Autora Ludmila Batista Silva

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