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Direito Civil
SEÇÃO 1
ESPELHO DE CORREÇÃO
Seção 1
Direito Civil
Na prática!
A peça a ser ajuizada é a petição inicial de ação de indenização 
por danos materiais c/c perdas e danos, e deverá ser ajuizada 
contra a empresa Viação Meteoro Ltda. 
O procedimento a ser adotado, no caso em exame, é o comum, 
previsto nos artigos 318 e seguintes do Código de Processo Civil 
(BRASIL, 2015), tendo em vista que a obrigação tutelada no caso 
é a indenização, decorrente da responsabilidade civil por atos 
ilícitos. A partir da narrativa do autor e dos documentos juntados, 
conclui-se que a ação a ser ajuizada é a de Indenização por perdas 
e danos, abrangendo os danos emergentes, que consistem no 
valor do conserto do veículo, mais os lucros cessantes, que 
correspondem ao valor que seria auferido a título de lucro com 
a atividade que foi cessada em razão do veículo e do sr. Barnabé 
ter sido impossibilitado de trabalhar.
A fundamentação jurídica para embasar a responsabilidade civil 
do autor está localizada nos artigos 186 c/c artigos 927, 402 e 
403 do Código Civil Brasileiro, que dispõem: 
Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente mora, 
comete ato ilícito.
Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), 
causar dano a outrem, fi ca obrigado a repará-lo.
2
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
 DIREITO CIVIL - ESPELHO DE CORREÇÃO - SEÇÃO 1
Art. 402 – Salvo as exceções expressamente previstas em 
lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além 
do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente 
deixou de lucrar.
Art. 403 – Ainda que a inexecução resulte do dolo do 
devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos 
efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e 
imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
Na ação, deverá ser pleiteado o valor correspondente ao menor 
orçamento, ou seja, a quantia de R$ 35.000,00 (trinta e cinco 
mil reais), referentes ao veículo e R$ 10.000,00 (dez mil reais), 
referentes ao prejuízo contabilizado em relação aos fornecedores 
em razão da ausência de faturamento. 
Quanto aos lucros cessantes, que consistem na queda de 
faturamento da quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por 
mês, correspondentes ao lucro líquido. Vale lembrar que não 
poderia haver a cobrança de todo o valor, pois este abrangeria 
os valores das despesas que deixaram de ocorrer em vista da 
paralisação da atividade.
É necessário completar ainda que, para demonstrar o ato ilícito, 
deve ser alegado que o condutor da empresa Viação Meteoro 
Ltda. descumpriu o disposto nos artigos 28, 29, II e no artigo 34 
do Código de Trânsito Brasileiro (BRASIL, 1995), que preceituam:
Art. 28 – O condutor, deverá, a todo momento, ter 
domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e 
cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
Art. 29 – O trânsito de veículos nas vias terrestres 
abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:
[...]
II – o condutor deverá guardar distância de segurança 
lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem 
como relação ao bordo da pista, considerando-se, no 
momento, a velocidade e as condições do local, da 
circulação, do veículo e as condições climáticas.
Art. 34 – O condutor que queira executar uma manobra 
deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo 
33
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 1NPJ 
para os demais usuários da via que o seguem, precedem 
ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua 
direção e sua velocidade.
A ação deverá ser ajuizada pela Empresa Caipira Hortaliças ME, 
tendo em vista que o faturamento da atividade era realizada pela 
pessoa jurídica, e o veículo também era de sua propriedade. Neste 
sentido, cabe lembrar que, a teor do artigo 18 do CPC: “ninguém 
poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando 
autorizado pelo ordenamento jurídico” (BRASIL, 2015).
A ação será ajuizada em face da Viação Meteoro Ltda., responsável 
pelo acidente.
Questão de ordem!
EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA ......... VARA CÍVEL DA COMARCA 
DE BAURÚ/SP.
CAIPIRA HORTALIÇAS ME, microempresa inscrita no CNPJ/
MF sob o n. ............, sediada e estabelecida em Bauru/SP, na rua 
...................., n. .............., bairro ..................., portadora do e-mail 
............................., neste ato representada por seu procurador, Dr. 
..............., com endereço profi ssional na rua .............., bairro ................, 
cidade/estado, vem, respeitosamente, por seu procurador infra-
assinado, ajuizar a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS 
E DANOS MATERIAIS PELO PROCEDIMENTO COMUM em 
desfavor da VIAÇÃO METEORO LTDA., pelos fatos e fundamentos 
a seguir aduzidos:
44
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 1NPJ 
DOS FATOS
A autora é microempresa que tem por objeto social a 
comercialização e transporte de hortaliças, conforme contrato 
social em anexo. A empresa conta, única e exclusivamente, com 
o trabalho de seu sócio majoritário, sr. Barnabé.
No dia 11/02/2017, o representante legal da Autora conduzia um 
veículo pick-up Ford Ranger, placa GGG-1123, pela rodovia BR 
345, em seu km 447, quando perdeu a aderência na pista. Ressalta-
se que, naquele dia, a pista estava coberta por uma camada de 
óleo, chovia bastante e havia uma forte neblina. Em razão desses 
fatores, o seu veículo derrapou e permaneceu parado na pista. 
Ressalta-se que, embora tenha perdido o controle, o veículo 
permaneceu em sua mão direcional, sem invadir a pista contrária. 
No entanto, enquanto a autora tentava mover o seu veículo para 
o acostamento, surpreendeu-se com a invasão do veículo ônibus 
placa GPW-1336, de propriedade da ré, Viação Meteoro Ltda., que 
trafegava na mão contrária. O preposto da ré perdeu o controle 
do veículo, invadiu a contramão direcional e colidiu com o veículo 
da autora. Com o choque, o veículo da autora foi projetado a 
cerca de 10 (dez) metros da pista e bateu em um barranco.
A narrativa dos fatos encontra-se descrita no boletim de 
ocorrência, que segue em anexo.
O condutor do veículo da autora sofreu fraturas nas pernas e nos 
braços, enquanto que alguns passageiros que eram transportados 
pela ré sofreram alguns ferimentos.
Em razão da colisão, a ré sofreu vários prejuízos. Conforme 
orçamentos anexos, o conserto do veículo ficará em, no mínimo, 
R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais). Por outro lado, como 
demonstram os balanços mensais anexos, a autora tinha um 
faturamento mensal de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), e possuía 
um lucro líquido de R$ 10.000,00 (dez mil reais) mensais. Ademais, 
o veículo deverá permanecer no conserto e o representante 
legal da autora, que era o responsável pelo transporte, em razão 
55
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 1NPJ 
das fraturas sofridas, ficou impossibilitado de trabalhar, o que 
praticamente zerou o faturamento da empresa, causando um 
prejuízo de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), correspondentes 
aos três meses em que a empresa ficou sem trafegar. Ademais, 
a empresa sofreu ainda um prejuízo do valor de R$ 10.000,00 
(dez mil reais).
A autora entrou em contato com os representantes da ré, no 
sentido de buscar o ressarcimento pelos prejuízos ocorridos.
Contudo, a ré entendeu que seu preposto não era o responsável 
pelo acidente. 
Assim, esgotadas as tentativas amigáveis de resolução da questão, 
não restou outra alternativa senão recorrer ao Poder Judiciário.
DO DIREITO
DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Conforme preceituam os artigos 186 c/c artigo 927 do Código 
Civil Brasileiro:
Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano 
a outrem, ainda que exclusivamente mora, comete ato 
ilícito.Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), 
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
No caso em exame, conforme a narrativa do boletim de ocorrência 
e as testemunhas, que farão depoimento no momento oportuno, 
o condutor do veículo de propriedade da ré perdeu o controle do 
seu veículo e invadiu a contramão direcional, vindo a colidir com 
o veículo da autora.
Com essa conduta, o condutor do veículo agiu com imperícia e 
imprudência, descumprindo os preceitos do Código de Trânsito 
Brasileiro, a saber:
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 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 1NPJ 
Art. 28 – O condutor, deverá, a todo momento, ter 
domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e 
cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
Art. 29 – O trânsito de veículos nas vias terrestres 
abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:
[...]
I – o condutor deverá guardar distância de segurança 
lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem 
como relação ao bordo da pista, considerando-se, no 
momento, a velocidade e as condições do local, da 
circulação, do veículo e as condições climáticas.
Art. 34 – O condutor que queira executar uma manobra 
deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo 
para os demais usuários da via que o seguem, precedem 
ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua 
direção e sua velocidade.
Considerando o descumprimento das normas de trânsito aplicáveis 
à espécie, conclui-se que o motorista da ré foi responsável pelo 
acidente ocorrido.
No caso em tela, estão provados o danos decorrentes do acidente, 
representados no orçamento e na queda de faturamento ocorrida 
e demais prejuízos constantes nos documentos anexos, o ato 
culposo do empregado da Ré, que perdeu o controle do veículo 
e invadiu a contramão direcional, descumprindo as condutas 
descritas no Código de Trânsito Brasileiro, e o nexo de causalidade, 
ou seja, a relação entre o ato culposo e os danos causados.
Quanto à legitimidade, o responsável pelo condutor era 
empregado da Ré, empresa de Transporte, motivo pelo qual é 
aplicável o disposto no art. 932, inciso III, do Código Civil:
Art. 932 – São também responsáveis pela reparação civil:
III – o empregador ou comitente, por seus empregados, 
serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes 
competir, ou em razão dele.
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 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 1NPJ 
Por outro lado, prejuízos experimentados pela Autora dizem 
respeito ao seu veículo, bem como pela redução abrupta do 
faturamento mensal, que praticamente zerou os seus lucros, 
posto que o veículo está danificado e o seu representante legal 
ficou impossibilitado temporariamente de exercer as atividades.
Neste sentido, deve a Ré arcar com perdas e danos, nos moldes 
dos art. 402 e 403 do Código Civil, que preceituam:
Art. 402 – Salvo as exceções expressamente previstas em 
lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além 
do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente 
deixou de lucrar.
Art. 403 – Ainda que a inexecução resulte do dolo do 
devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos 
efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e 
imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
Assim, impõe-se a procedência dos pedidos iniciais.
- DOS PEDIDOS
Isto posto, requer:
a) A citação da ré no endereço indicado no preâmbulo, para, se 
quiser, comparecer à audiência de conciliação designada por este 
r. juízo e para contestar, sob pena de sofrer os efeitos da revelia.
b) A realização de audiência de conciliação, tendo em vista que 
possui interesse em resolver a situação amigavelmente.
c) A procedência dos pedidos iniciais, para condenar a ré no 
pagamento de indenização por perdas e danos, no valor de R$ 
35.000,00 (trinta e cinco mil reais), referentes ao conserto do 
veículo, de acordo com o menor orçamento, mais a quantia de R$ 
30.000,00 (trinta mil reais), correspondente aos lucros cessantes 
referentes ao período em que a empresa ficou impossibilitada 
de transportar os seus produtos, em vista do conserto e da 
incapacidade laboral do seu representante legal, sem prejuízo do 
pagamento da quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais), relativas ao 
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 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 1NPJ 
prejuízo suportado com seus fornecedores e locador do imóvel, 
em vista da ausência do faturamento no período.
d) A condenação da ré no pagamento de custas processuais e 
honorários de advogado, no percentual de 20% (vinte por cento).
e) Para provar o alegado, requer a produção de provas documental, 
testemunhal, pericial e depoimento pessoal do representante 
legal da Ré, sob pena de confissão.
Na oportunidade, requer a juntada do comprovante de pagamento 
das custas processuais, anexa.
Dá-se à causa o valor de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais). 
Termos em que pede espera deferimento.
Bauru, ...... de ................. de ..................
P/p ...........................................
OAB/MG ...............................
99
 Direito Civil - Espelho de Correção - Seção 1NPJ 
1. A partir do caso prático, qual a maneira de defi nir o pedido e o 
procedimento processual da ação que será ajuizada?
2. Considerando que a empresa ré é de São Paulo, que o acidente 
ocorreu em Jaú e a autora tem sede em Bauru, qual é a forma 
de defi nir o local onde será ajuizada a ação no caso?
3. Considerando a responsabilidade pelo acidente, o senhor 
deve ajuizar contra o motorista ou a empresa proprietária do 
ônibus?
4. A partir do caso narrado, o senhor pode nos informar quais as 
normas de direito material que amparam o pedido do autor?
5. Como o senhor pode defi nir o pedido e o valor da causa em 
uma ação de indenização por danos materiais?
Resolução comentada
101010
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